O boro é um micronutriente de comum deficiência nas mais diversas culturas agrícolas. Assim não deixe de conferir os fatores envolvidos em seu manejo para evitar tal situação.
O boro quimicamente falando é o quinto elemento da tabela periódica que anteriormente era classificado como semimetal, devido a sua condutividade elétrica e térmica relativa.
Essa e outras propriedades faz do boro um mineral com diversas aplicações na indústria assim como na agricultura sendo algo essencial para as funções biológicas tanto dos vegetais e animais.
Contudo ele pode ser considerado um elemento relativamente raro representando somente 0,001% da crosta terrestre. E encontrado comumente associado outros elementos como o cálcio, sódio e o magnésio.
Onde suas mais maiores reservar se encontram na Turquia que junto aos Estados Unidos são os maiores produtores de boro. Mesmo assim a Turquia fornece praticamente metade da demanda de boro pelo mundo.
E do ponto de vista agronômico o boro é um dos micronutrientes considerados essências para as plantas pois se faz necessário para completar adequadamente seu ciclo de vida.
Onde a deficiência de boro atinge comumente no culturas anuais como: algodão, girassol, tomate e couve-flor.
Assim como, culturas perenes como café, mamão, citrus, eucalipto e videira, mas antes de comentarmos o que ocorre com a deficiência de boro, falaremos de sua função nas plantas.
Qual a função do boro nas plantas?
O boro está no solo geralmente na forma de ácido bórico e é absorvido pelas plantas de forma passiva (sem gasto energético) através do mecanismo de fluxo de massa.
Como também pode ser absorvido pelas plantas via foliar, o qual é rapidamente assimilado e se aplicado em excesso pode atingir níveis tóxicos.
Apesar disso, tem se questionado se os níveis desse elemento recomendados para a maioria das culturas seriam capazes de intoxicar as plantas.
Desempenha papel estrutural ao interligar moléculas polissacarídicas a pectina da parede celular, de modo semelhante ao macronutriente cálcio (Ca).
Participando também de processos relacionados ao crescimento meristemático. Pois ele é necessário para síntese de bases nitrogenadas como a uracila, essencial para a formação de moléculas de RNA.
Outros fatores relacionados ao boro são o aumento da porcentagem de germinação e o comprimento do tubo polínico, o que pode causar má formação de grão como no caso do milho.
Assim como quando se tem plantas sob condições de deficiência de boro pode se observar o acúmulo de metabólitos secundários que tornasse prejudiciais as plantas.
Compostos como fenóis que apresentam ação de inibição da enzima AIA oxidase, o que por sua vez, causa o acúmulo do hormônico vegetal ácido indolacético (AIA) resultando na alteração da rota da lignina refletindo em deformações visíveis.
A falta de boro pode afetar diretamente os ganhos produtivos de plantas visadas para a produção de sacarose, pois a uracila é um precursor de enzimas relacionados a síntese dessa forma de açúcar.
Quais são os sintomas da falta de boro nas plantas?
O sintoma da deficiência desse elemento pode ter como aspecto geral folhas de menor tamanho com clorose irregular e deformadas.
Pode apresentar um espessamento da folha junto a um aspecto quebradiço, devido ao acúmulo de carboidratos no floema.
As nervuras da folha podem ficar suberificadas (aspecto de cortiça), em alguns casos associadas regiões com tons vermelhos ou roxos.
Os efeitos a longo prazo causados pela deficiência de boro podem ser o mal desenvolvimento até a morte dos meristemas apical e radicular.
Em culturas como tomate e eucalipto pode desenvolver sintomas de rachaduras no caule.
Assim como, comprometer por completo o florescimento da planta ou causar má formação de frutos junto ao desenvolvimento de cortiça na casca.
Manejo nutricional do boro
Para realizar um bom manejo nutricional, ainda mais em casos mais pontuais como o do boro, é necessário possuir o máximo de informações relevantes para a cultura em questão.
Além de lembrar de aspectos mais gerais como o fato dele ser móvel no solo e facilmente lixiviado em solos com textura arenosa.
Ou como o maior acúmulo de boro em plantas da classe das dicotiledôneas do que plantas classificadas como gramíneas.
Assim como a presença de hidróxidos de ferro e alumínio pode diminuir a absorção de boro pela planta, sendo essa situação mais provável em condições de pH ácidos.
Relembrando a necessidade básica de se realizar um bom manejo de acidez do solo através da prática de calagem, e manejo do alumínio (Al) com técnicas de gessagem.
Tomando cuidado para não elevar de mais o pH do solo, pois quando for maior que sete temos a disponibilidade de boro no solo diminuída.
Junto ao excesso de cálcio no solo que irá favorecer a formação de borato de cálcio, o qual é pouco solúvel.
Até mesmo a falta de água em secas prolongadas pode afetar a absorção de boro (fluxo de massa) causando deficiência mesmo com o boro presente no solo
De modo geral os teores de boro nas folhas apresentam uma faixa média entre 20 a 50 mg kg-1 de massa seca.
Mas tais intervalos médios vão variar bastante conforme a cultura, como por exemplo o citro que fica entre 36 a 100 mg kg-1 de boro, em contra partida do milho com 15 a 20 mg kg-1 de boro.
O bórax
O bórax ou também borato de sódio é um mineral alcalino resultante de reação de um sal hidratado de sódio com o ácido bórico. Sendo uma fonte de boro passível de ser fornecida as plantas.
Assim como outras formas mais ou menos hidratada de borato, o próprio ácido bórico e a ulexita mineral de borato hidratado de sódio e cálcio podem ser utilizando também.
Aos que buscam uma fonte orgânica, tem como opção a torta de mamona a qual a apresenta bons teores de boro, manganês e zinco.
Conclusão
Espero que esse artigo tenha contribuído para ampliar o seu entendimento sobre esse micronutriente tão importante.
Assim como pode aprender ou relembrar algum dos fatores que podem influenciar os manejos de adubação relacionados a esse elemento.
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