São várias as espécies de pinus que existem no mundo. No Brasil, eles são usados principalmente para o reflorestamento considerando que cresce rapidamente. Mas, nem todo mundo conhece a fundo esse assunto com isso preparamos esse artigo para falarmos tudo que você precisa saber sobre o plantio de pinus.
Vamos lá?
A árvore de pínus é muito importante para a economia de diversas regiões do Brasil e gera milhares de empregos diretos e indiretos em todo o país.
Estas árvores se tornaram importantes fontes de reflorestamento, fornecimento de madeira e celulose para diversas indústrias.
Além disso, é claro, destaca-se o fornecimento de resinas, setor do qual a Florpinus faz parte e é um dos principais expoentes no mercado nacional.
O que muitas pessoas é como funciona o sistema de plantio dessa cultura, com isso neste post vamos abordar tudo sobre. Veja abaixo!
Pinus na silvicultura brasileira
Espécies de Pinus vêm sendo introduzidos no Brasil há mais de um século para variadas finalidades. Muitas delas foram trazidas pelos imigrantes europeus como curiosidade, para fins ornamentais e para produção de madeira.
As primeiras introduções de que se tem notícia foram de Pinus canariensis, proveniente das Ilhas Canárias, no Rio Grande do Sul, em torno de 1880.
Por volta de 1936, foram iniciados os primeiros ensaios de introdução de Pinus para fins silviculturais, com espécies européias. No entanto, não houve sucesso, em decorrência da má adaptação ao nosso clima.
Somente em 1948, através do Serviço Florestal do Estado de São Paulo, foram introduzidas, para ensaios, as espécies americanas conhecidas nas origens como “pinheiros amarelos” que incluem o P. palustris, o P. echinata, P. elliottii e o P. taeda.
Dentre essas, as duas últimas se destacaram pela facilidade nos tratos culturais, rápido crescimento e reprodução intensa no Sul e Sudeste do Brasil.
Desde então um grande número de espécies continuou sendo introduzido e estabelecido em experimentos no campo por agências do governo e empresas privadas, visando ao estabelecimento de plantios comerciais.
Características do pinus
São árvores altas e monóicas, com folhas de dois tipos: as escamiformes, logo decíduas, e as aciculiformes, longas e em geral surgindo em fascículos de 2 a 5 acículas, geralmente 3, presas em ramos laterais curtos, de entrenós estreitos, definindo a inserção das folhas em feixes.
Os cones masculinos são alongados, pequenos, de até 4cm de comprimento, dispostos em cachos, e os femininos são cilíndricos a quase globosos, maiores, de até 15 cm de comprimento, com escamas lenhosas, persistentes, espessadas no ápice, cada uma com duas sementes aladas que amadurecem em 2 a 3 anos.
Importantes do pinus para o setor madeireiro
O potencial silvicultural das espécies de Pínus no Brasil é um fator fundamental para a sustentação do parque industrial madeireiro.
A floresta de Pínus é diferenciada pelo seu “multiuso”: sua madeira pode ser destinada à indústria laminadora, que a utiliza para fabricação de:
- Compensados: para a indústria de serrados, que a transforma em madeira beneficiada ou é convertida em móveis;
- Para a indústria de papel e celulose;
- E para a indústria de MDF, OSB e, mesmo o seu resíduo tem sido aproveitado como biomassa para geração de vapor e energia.
A maior demanda é da indústria de madeira serrada, seguida pela produção de celulose de fibra longa, imprescindíveis na fabricação de papéis, que exigem maior resistência e melhor absorção de tinta, e compensados.
Tipos de pinus mais plantados no Brasil
Espécies de árvores de Pinus vem sendo cultivadas no Brasil há mais de um século para usos múltiplos. Veja abaixo as espécies de Pinus mais plantadas no Brasil:
Pinus taeda
No Brasil, P. taeda é a espécie mais plantada entre os pinus, abrangendo aproximadamente um milhão de hectares, no planalto da região Sul do Brasil, para a produção de celulose, papel, madeira serrada, chapas e madeira reconstituída.
Pinus taeda pode ser plantado no planalto das regiões Sul e Sudeste, em solo bem drenado, onde não haja deficiência hídrica. Isto inclui as partes serranas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, bem como o sul dos estados de São Paulo e Minas Gerais.
Pinus elliotti
No Brasil, a variedade elliottii dessa espécie é a mais plantada nas regiões Sul e Sudeste, porém, em menor escala do que P. taeda, visto que sua madeira não é usada pelas indústrias de celulose e papel, e sim na produção de madeira para processamento mecânico e na extração de resina.
Em comparação com P. taeda, P. elliottii apresenta as seguintes características marcantes:
- Exsudação de resina mais abundante pelos cortes e ferimentos na madeira, ramos e acículas;
- Acículas mais densas, longas e de coloração mais escura;
- Cones pedunculados com escama sem espinho.
A produção brasileira de resina de P. elliottii, em grande parte, teve início no final dos anos 1970, tornando-se o maior produtor na América do Sul. Atualmente, o Brasil é o segundo país exportador de goma-resina, com uma produção em torno de 106.366 toneladas por ano.
Pinus caribaea var
Pinus caribaea compreende três variedades, de rápido crescimento e produtoras de madeira resinosa, de grande utilidade para o processamento mecânico.
O plantio comercial com esta variedade tem expandido para as regiões Sudeste e Centro-Oeste e algumas áreas das regiões Norte e Nordeste, exceto no Semiárido.
Sua madeira é de densidade moderada a baixa, mas de grande utilidade geral. Além disso, ela produz resina em quantidade viável para a exploração comercial.
Pinus maximinoi
A árvore de Pinos P. maximinoi tem distribuição natural em uma série de populações disjuntas, estendendo-se desde a região central do México até a Nicarágua, em altitudes de 600 m a 2.400 m.
No Brasil, P. maximinoi pode ser plantado em toda a região tropical e subtropical. No entanto, em locais de baixa altitude, ele tende a apresentar alta incidência de fox-tail.
Esta espécie tem demonstrado alto incremento volumétrico e fuste de boa forma na região do cerrado, no sul do Estado de São Paulo, em solo arenoso.
Pinus oocarpa
Pinus oocarpa é uma espécie produtora de madeira com tonalidade amarelada e cerne marrom-pálido, de dureza média e alta resistência física. Em sua região de origem, ela é usada, também, para extração de resina.
Os cones de P. oocarpa são serôdios. Suas formas variam desde globosas a ovoides, com 6 cm a 10 cm de comprimento, de cor marrom-amarelada pálida a ocre e pedúnculos persistentes de 3 cm a 4 cm.
Sua madeira é moderadamente dura e resistente, de alta qualidade para usos em estruturas, construções civis, confecção de chapas e madeira reconstituída. Além de madeira, P. oocarpa produz resina em quantidade viável para extração em escala comercial.
Plantio de pinus: veja algumas dicas
O pinus se tornou uma cultura rentável não só no Brasil, mas em todo o mundo devido ao número expressivo de espécies. Confira agora 5 dicas para tornar a sua plantação de pinus mais rentável.
1º dica – realize o manejo florestal
Uma dica valiosa é você realizar o plantio em várias etapas, para que tenha árvores em diferentes idades. Com isso, você consegue abastecer o mercado e não precisa extrair o pinus antes que ele realmente seja rentável.
Conhecer o local do plantio é importante. Ter certeza de que a muda que encontrou é a melhor para esta finalidade e estudar a melhor forma de plantio e desbaste é essencial.
Deixar o pinus plantado por mais ou menos 20 anos é o ideal quando se fala em geração de lucros, sempre paralelo ao excelente manejo florestal. É preciso ponderar o tempo de espera e fazer cálculos para um novo plantio, por exemplo.
3º dica – cultivo das mudas
Para realizar o plantio do Pinus, o primeiro passo é adquirir suas sementes em lojas especializadas ou coletá-las em árvores já existentes.
Para que a sua plantação atinja os objetivos esperados, é importante considerar sementes de boa qualidade e procedência.
Após adquirir ou coletar as sementes, é preciso passar pelo processo da semeadura, que pode se dá de três diferentes formas:
Sementeiras: Nas sementeiras, deve-se espalhar as sementes e após sua germinação realizar a repicagem das plântulas, transferindo-as para recipientes apropriados para a continuidade dos processos.
Mudas embaladas: Neste método de semeadura, as sementes são colocadas em recipientes como tubetes ou sacos plásticos.
Canteiros de muda: Neste método, realiza-se a semeadura em canteiros, onde as mudas recebem todos os cuidados necessários até o seu plantio.
4º dica – tenha cuidado em todas as etapas do plantio do pinus
É seguindo cada passo da plantação corretamente que a produtividade irá aumentar e, com isso, a rentabilidade e os melhores resultados também.
Em outro conteúdo aqui do blog sobre plantio de pinus para a venda apresentamos de forma simplificada todas as etapas:
- Viveiro florestal: escolha um viveiro – área destinada a produção de mudas florestais, onde elas permanecem até serem plantadas
- Preparação do local: são realizados cuidados e ações em relação a limpeza, estrada, terreno, espaçamento das mudas e tamanho da área
- Combate de formigas: é essencial realizar o controle antes da plantação, durante e depois, efetivando um controle e manutenção contínua até o 4º ano.
- Replantio: deve ser feito após trinta dias
- Manejo florestal: também chamado de desbaste, ele ocorre quando são realizados cortes parciais em árvores imaturas a fim de estimular o crescimento da madeira
- Extração: processo para retirar as árvores que foram plantadas.
É muito comum encontrarmos produtores que efetuaram o plantio e não realizaram os devidos cuidados para que as árvores crescessem fortes e saudáveis.
5º dica – controle todas as questões relacionadas à plantação
São diversas as técnicas e métodos, já comprovados, que funcionam para que haja o aumento do lucro florestal, desde as pequenas às grandes áreas.
Um bom trabalho resultará em menos gastos desnecessários, mais qualidade e um retorno financeiro bem maior. Esse aumento ocorre quando cuidamos muito bem da plantação que queremos comercializar.
Falamos acima de todo esse processo, que inicia com a melhor árvore, a melhor semente, a realização ideal do plantio, o manejo eficiente, o combate às pragas, o ganho em horas de venda e o aumento do valor do reflorestamento.
Faça uso de planilhas, controle o crescimento das árvores e tenha acesso a contratos que deixarão você mais seguro, tanto para a venda quanto para outros tipos de serviços na sua floresta.
Conclusão
Como se vê, o plantio de Pinus têm uma grande importância para o setor florestal brasileiro. Principalmente por poderem agregar valor desde o pequeno produtor até os vários segmentos industriais como os de laminação, serraria, papel e celulose, chapas e geração de energia.
Neste artigo falamos tudo que você precisa saber sobre o plantio de pinus, mas em casos de duvidas o ideal é consultar um especialista na área. Gostou de saber mais sobre o assunto? Deixe seu comentário e acompanhe nosso blog e fique por dentro dos próximos artigo sobre o tema!