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A cana-de-açúcar (Saccharum officinarum) é originária da Nova Guiné. De lá, a planta foi para a Índia, se difundindo pelo mundo.

Os árabes introduziram seu cultivo no Egito no século X e pelo Mar Mediterrâneo, em Chipre, na Sicília e na Espanha. Credita-se aos egípcios o desenvolvimento do processo de clarificação do caldo da cana e um açúcar de alta qualidade para a época.

 

cana de açúcar

 

O açúcar era consumido por reis e nobres na Europa. Que a adquiriam de mercadores monopolistas, que mantinham relações comerciais com o Oriente, a fonte de abastecimento do produto.

Portugal, por sua posição geográfica, era passagem obrigatória para as navios carregadas de mercadorias.

Isso estimulou a introdução da cana-de-açúcar na Ilha da Madeira (Portugal). Que foi o laboratório para a cultura de cana e de produção de açúcar que mais tarde se expandiria com a descoberta da América.

 

 

Como a cana-de-açúcar veio para o Brasil

O ciclo da cana-de-açúcar, foi um período da história do Brasil Colônia compreendido entre os século XVI e XVIII.

O açúcar representou a primeira grande riqueza agrícola e industrial do Brasil. Devido à grande adaptabilidade da cana em nosso clima e solo, durante muito tempo, foi a base da economia colonial.

Oficialmente, foi Martim Affonso de Souza que depois de aproximadamente após 30 anos da chegada dos portugueses em solo brasileiro. É que trouxe a primeira muda de cana ao Brasil. E iniciou seu cultivo na Capitania de São Vicente. Mas foi no Nordeste, principalmente nas Capitanias de Pernambuco e da Bahia, que os engenhos de açúcar se multiplicaram.

No final do século XVI, o Brasil já era considerado o maior produtor e fornecedor mundial de açúcar. Com um artigo de melhor qualidade que o procedente da Índia e uma produção anual estimada em 6.000 toneladas. Cerca 90% das quais eram exportadas para Portugal e distribuídas na Europa.

A descoberta do ouro no final do século XVII nas Minas Gerais retirou do açúcar o primeiro lugar na geração de riquezas. Cuja produção se retraiu até o final do século XIX.

 

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Cana: para que serve?

A cana-de-açúcar é uma cultura semi-perene (5 anos ou mais), pertencente à família Poaceae, a mesma do milho.

A cana possui com perfilhamento abundante e produz de 4 a 12 colmos. Com altura entre 3 e 5 metros e presenta sistema radicular fasciculado e relativamente grande.

Possui alta eficiência fotossintética (C4), grande produção de biomassa, oferece alto controle da erosão do solo. Com grande valor econômico baseado no teor de açúcar e biomassa.

Com cana dois produtos essenciais para a economia mundial: o açúcar, parte indispensável da alimentação humana. E o álcool, utilizado nas bebidas alcoólicas como a cachaça ou como combustível para veículos, também conhecido como etanol.

Outro uso da cana-de-açúcar em muitas regiões do Brasil é como bebida in natura, conhecida como caldo de cana ou garapa. Através do seu processamento, na maioria das vezes artesanal, pode ser obtido com o caldo de cana o melado, açúcar mascavo e rapadura.

 

Sub produtos da cana-de-açúcar

Da cana-de-açúcar pode ser aproveitado praticamente tudo, pois os subprodutos e resíduos podem ser utilizados na alimentação humana e animal, na fertilização de solos e na geração de energia.

Dentre os subprodutos e resíduos, destacam-se: bagaço, melaço (ou mel final), torta de filtro, vinhaça, óleo fúsil, álcool bruto, levedura seca.

 

Métodos de plantio

Propagação da cana-de-açúcar ocorre através de gemas (vegetativa).

A fase do plantio é constituída das seguintes operações: eliminação da soqueira (ou limpeza do terreno, se for o caso de uma área nova), subsolagem, calagem, gradagem ou aração, terraceamento, sulcação, adubação, distribuição de mudas, cobrimento de mudas, pulverização de herbicida e quebra de sulco.

O ciclo produtivo é em média de seis anos com cinco cortes. As principais tecnologias com potencial de contribuição para a produtividade e durabilidade da cana-de-açúcar estão associadas com o melhoramento genético, controle de pragas, as técnicas de plantio, os tratos culturais e a colheita do milho.

 

Melhoramento genético X cana-de-açúcar

O melhoramento genético é um dos principais fatores agronômicos que podem contribuir com o aumento da produtividade. Onde, são desenvolvidas variedades de cana-de-açúcar que garanta a produção e rentabilidade ao setor sucroalcooleiro.

A escolha da variedade é uma questão crítica e possui um grande efeito na performance da cultura. A escolha deverá ser norteada pelo potencial produtivo da variedade, capacidade de rebrota, resistência a pragas e doenças, tipo de solo, viabilidade local e duração do ciclo.

Outra maneira de fazer uma boa escolha é garantir o cultivo de variedades da cana-de-açúcar com diferentes estágios maturação. Para fornecer opções mais amplas de épocas de colheita e então maximizar a produtividade ao longo da safra.

 

Produtividade da cana-de-açúcar no Brasil

O Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking de produção de e exportação de etanol e açúcar do mundo. A constante procura por combustíveis renováveis que substituam o petróleo e não sejam tão nocivos ao meio ambiente. Torna a cana-de-açúcar uma cultura de importância mundial na busca da sustentabilidade.

 

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O total de etanol de cana produzido no Brasil é superior a 31 bilhões de litros/ano com mais de 80% sendo usados no setor de transporte, principalmente para consumo doméstico e vendido como etanol puro ou misturado com a gasolina.

De acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), foi divulgado em março de 2020, o Brasil deve produzir 642,7 mil toneladas de cana-de-açúcar na safra 2019/2020. Resultado representa um crescimento de 3,6% em relação à safra anterior.

Segundo o levantamento, cerca de 65% do total será destinado à produção de etanol distribuídos nos subprodutos anidro e hidratado – e 35% para açúcar.

 

Produtividade no Brasil

Fonte: Conab

 

Conclusão

A cana-de-açúcar é considerada uma das grandes alternativas para o setor de biocombustíveis devido ao grande potencial na produção de etanol e seus respectivos subprodutos.

Além da produção de etanol e açúcar, os subprodutos da cana tem grande importância econômica. Como na geração de energia, auxiliando no aumento da oferta e redução dos custos. Contribuindo para ampliar a sustentabilidade do setor.

Escrito por Juliana Medina.