Sabemos que o desenvolvimento inadequado das plantas está diretamente ligado a diversos fatores, especialmente à falta de nutrientes no solo. Dessa forma, quando há deficiência de elementos essenciais, como nitrogênio, fósforo e potássio, as plantas podem apresentar crescimento limitado, redução da produtividade e maior suscetibilidade a pragas e doenças.
Diante desse cenário, o cálculo de adubação surge como uma solução altamente eficiente, pois permite determinar com precisão a quantidade necessária de cada nutriente para suprir as demandas específicas das culturas. Além disso, essa prática contribui significativamente para a correção da fertilidade do solo, garantindo um equilíbrio adequado dos elementos essenciais e, consequentemente, promovendo um melhor desenvolvimento das plantas.
Por essa razão, entender como esse cálculo é feito é fundamental para otimizar o manejo da lavoura e alcançar melhores resultados. Nesse sentido, ao aplicar corretamente as recomendações de adubação, é possível evitar tanto a deficiência quanto o excesso de nutrientes, o que, por sua vez, reduz desperdícios e minimiza impactos ambientais.
Neste artigo, você vai compreender em detalhes como é realizado o cálculo de adubação e, acima de tudo, como essa prática pode te ajudar a garantir o desenvolvimento saudável da sua lavoura.
Acompanhe!
A adubação é um processo de extrema importância numa plantação, já que é responsável pela qualidade dos produtos cultivados. A prática nutre a planta com substâncias necessárias para seu crescimento saudável, e isso se reflete na produtividade e lucratividade do produtor.
Para que uma planta cresça de maneira saudável, ela necessita de elementos essenciais. Através do ar, ela retira o carbono, o oxigênio e o hidrogênio.
Os demais compostos são absorvidos do solo através de suas raízes e, como o solo nem sempre possui todos eles em quantidade suficiente, muitas vezes é necessária uma complementação.
O que é adubação?
A adubação é um processo de extrema importância numa plantação, já que é responsável pela qualidade dos produtos cultivados.
A prática nutre a planta com substâncias necessárias para seu crescimento saudável, e isso se reflete na produtividade e lucratividade do produtor.
Para que uma planta cresça de maneira saudável, ela necessita de elementos essenciais. Através do ar, ela retira o carbono, o oxigênio e o hidrogênio.
Os demais compostos são absorvidos do solo através de suas raízes e, como o solo nem sempre possui todos eles em quantidade suficiente, muitas vezes é necessária uma complementação.
Importância da adubação para agricultura
A agricultura é a atividade que garante a produção mundial de alimentos e outros produtos utilizados no dia a dia das pessoas.
Para atender a demanda atual, altos níveis de produtividade devem ser tingidos, fazendo com que aplicações de adubos, corretivos e fertilizante sejam essenciais.
Além do esgotamento natural das propriedades nutricionais existentes no solo, as chuvas e as regas também eliminam boa parte dos nutrientes, fazendo com que eles precisem ser repostos.
Uma boa maneira de fazer isso é alternando os adubos orgânicos e os químicos, de acordo com a formulação, época do ano e espécie da planta.
Ressaltamos que muito mais importante do que adubar, é preciso adubar sempre. Assim, além de deixá-la com mais vigor e beleza, aumentará sua resistência a pragas e doenças.
Sintomas da deficiência de nutrientes nas plantas
Se a vegetação sofre de um mau fornecimento de N, P, K e Mg, pode ser compreendida através de sintomas visuais em folhagens maduras. A deficiência de Ca ou S se manifesta primeiro em folhas mais novas.
Nitrogênio (N)
O nitrogênio (N) é um nutriente essencial para o crescimento das plantas, influenciando diretamente a produção de clorofila, o pigmento responsável pela coloração verde intensa da vegetação. A deficiência de nitrogênio compromete a fotossíntese, resultando em menor desenvolvimento e produtividade.
Os principais sintomas visíveis incluem amarelecimento das folhas mais velhas, que ocorre devido à mobilização do N das folhas maduras para os tecidos mais novos. Com o agravamento da deficiência, as folhas secundárias tornam-se pálidas e fracas, podendo apresentar necrose nas margens e queda prematura. O crescimento das plantas é reduzido, levando ao atrofiamento, diminuição da área foliar e redução do porte da planta.
No milho, os sintomas típicos envolvem um amarelecimento em formato de “V” partindo da ponta em direção à base das folhas mais velhas. Além disso, pode haver grãos brilhantes com baixa qualidade e listras arroxeadas nos colmos, consequência do acúmulo de antocianinas devido ao estresse nutricional.
No arroz, a deficiência de nitrogênio manifesta-se por baixa produção de dossel vegetativo, desenvolvimento lento, folhas finas e pálidas, além de perfilhamento reduzido, o que impacta negativamente o rendimento final da cultura.
Em estágios avançados, a deficiência de N pode levar à queda prematura das folhas, desmatamento das plantas, redução da absorção de luz solar e, consequentemente, diminuição do acúmulo de biomassa, afetando severamente a produtividade agrícola.
Fósforo (P)
As plantas precisam de fósforo para construir proteínas, brotos, sementes e flores. Um sinal típico de deficiência de fósforo nas plantas é a coloração avermelhada, arroxeada ou avermelhada nas partes inferiores da folhagem madura.
Às vezes, a fome severa resulta em pontilhamento marrom e necrose. Deficiência de P nas plantas de grãos (por exemplo, trigo) resulta em má lavoura.
Potássio (K)
Usando K, as culturas resistem a doenças e fazem açúcares para sintetizar proteínas, duplicar células ou desenvolver raízes.
A deficiência de potássio nas plantas revela amarelamento irreparável da margem de folha, apodrecendo, queimando, enrugando, enrolando, encolhendo e necrose da nervura central.
Enxofre (S)
A nutrição sulfúrica promove o uso de nitrogênio e a criação de clorofila e proteínas. A nova folhagem verde-pálida para amarelo-escuro é um sintoma comum de deficiência de nutrientes vegetais por causa da deficiência de oferta de S. Em algumas culturas (por exemplo, canola), a folhagem pode rolar e girar roxa.
Cálcio (Ca)
Este produto químico ajuda na formação de novas células. Por essa razão, os pontos fracos de crescimento são um sintoma distinto da deficiência de Ca em umas plantas:
- queimaduras nas pontas;
- malformação de partes recém-cultivadas;
- apodrecimento das pontas das flores;
- queda de flores;
- frutas pequenas.
Ao lado de outros nutrientes, as culturas requerem Mg para clorofila. Assim, o sub-abastecimento de Mg também afeta a coloração da cultura.
Os sinais frequentes de deficiência de Mg são veias de folhas verde-profundas, seções amareladas (posteriormente necroticas), folhas pequenas e queda das folhas inferiores.
Sinais de deficiência de nutrientes nas plantas de micro elementos
A vegetação utiliza micro nutrientes em doses menores, mas mesmo tais quantidades ainda importam para um crescimento saudável.
Sua deficiência pode ser compreendida através de sintomas visuais começando em folhas novas ou maduras. As novas folhagens é típico sofrerem de deficiência de Fe, Zn, B, Mn, ou Suprimentos. Sinais de quantidades insuficientes de Mo começam em folhas maduras.
Cobre (Cu)
Esses nutrientes impulsiona múltiplas atividades da vegetação, da fotossíntese à respiração. A fome de Cu é clara através do amarelamento e necrose, murcha de folhagem, floração pobre, desenvolvimento prejudicado, etc.
Um sinal reconhecível é a folhagem azul-esverdeado em alguns tipos de culturas (por exemplo, legumes e milho).
Cu é responsável pela produção de sementes, por isso sua deficiência resultará em pequenos grãos levando à perda de rendimento.
Ferro (Fe)
A vegetação usa Fe para fazer enzimas e proteínas, por isso sua deficiência afetará o crescimento. Folhas verde-pálidas, amareladas ou esbranquiçadas com pontos necrosos sinalizam deficiência de nutrientes fe nas plantas
O clareamento da folhagem superior por causa da sub-abastecimento de Fe é típico do algodão.
Molibdênio (Mo)
Mo participa na conversão de nitrogênio em amônia (fixação de nitrogênio), de modo que pequenas doses deste produto químico nos campos são vitais.
A deficiência de Mo nas culturas é diagnosticada através de margens amareladas e centros verde-pálidos de folhas maduras. A soja faminta por Mo fica verde-pálida. Danos não corrigidos progridem para necrose.
Zinco (Zn)
Juntamente com outros nutrientes, o zinco impulsiona o crescimento da vegetação. As culturas sinalizam a deficiência de Zn através de:
- folhagens novas pequenas, clorolóticas, bronze ou irregulares;
- brotos prejudicados;
- amarelamento.
- Brotos brancos são sinais peculiares de deficiência de Zn no milho.
Manganês (Mn)
A vegetação requer suprimentos de Mn para múltiplos fins, por exemplo, duplicação celular, clorofila predial ou respiração.
Os efeitos de uma deficiência de nutrientes nas plantas para Mn compreendem um tamanho minúsculo, enraizamento e enraizamento fraco, fragmentos amarelados entre veias e pontos escuros ou pontos necrosos.
Boro (B)
Fornecido como boráto, B é utilizado para duplicação celular, uso adequado da água e movimento de açúcares. Um sinal reconhecível de fome de boro é a chamada “vassoura das bruxas” devido a um broto lateral anormal.
Tal aparência espessa ou “roseta” é comum para alfafa ou carinata. Outros sinais são, folhas novas deformadas, minúsculas, frágeis e, às vezes enferrujadas. Folhagens maduras ficam brilhantes e verde-profundas.
Como identificar a necessidade de adubação?
A análise do solo é fundamental para que o agricultor possa diagnosticar as condições do solo tanto químicas como físicas, como os teores nutricionais, acidez e o tamanho das partículas, permitindo avaliar a necessidade de calagem, quanto e qual tipo de calcário deve ser utilizado e quais nutrientes devem ser fornecidos por meio de adubação.
Fonte: SBCS
Ou seja, a garantia de uma alta produtividade aliada a preservação do meio ambiente passa por um solo fértil e conservado e a análise do solo é fundamental para propiciar as melhores condições para as culturas desejadas.
Cálculo de adubação
No geral, para realizar o cálculo de adubação, é necessário se basear nas tabelas oficiais de cada Estado, onde há especificação de cada cultura.
Em síntese, elas são desenvolvidas com base nos resultados de pesquisa em adubação, nos quais são determinadas faixas de nutrientes do solo, que podem ser classificadas em muito baixo, baixo, médio, alto ou muito alto.
Cálculo de adubação cultura de soja
Nosso cálculo de adubação será baseado na cultura de soja.
Em primeiro lugar, podemos verificar que pela análise do solo, o teor de fósforo (P) é igual a 3,2 mg/dm³ e para o potássio (K) é 24 mg/dm³ ou 0,06 cmolc/dm³.
Nota-se que a tabela recomendada para esta faixa (assinaladas), N = 0, P2O5 = 70 a 80 kg/ha e K2O = 90 kg/ha. Portanto, a relação NPK é 00-75-90. Utilizamos 75 que é a média de 70-80.
No entanto, para simplificar essa relação, dividimos por 10, e teremos: 00-7,5-09. Já multiplicando esta relação por 3 teremos: 00-22-27.
Por fim, é uma formulação de fertilizantes que pode ser aplicada.
Quantos kg/ha?
A princípio, se for preciso 90 kg/ha de K2O, então (90/27) x 100 = 333 kg. Arredondamos para uma aplicação de 340 kg/ha. Portanto, esses 340 kg/ha x 22 (garantia de P2O5 da fórmula) divididos por 100 vão fornecer 75 kg/hade P2O5.
No entanto, se multiplicarmos a relação por 2 teremos uma outra formulação: 00-15-18. Para achar a quantidade: (75/15) x 100 = 500 kg/ha.
Dessa forma, esses 500 kg/ha x 18 (garantia de K2O na fórmula) divido por 100 vai fornecer 90 kg/ha de K2O. Quanto ao P2O5, 500 kg/ha x 15 dividido por 100 é igual a 75 kg P2O5/ha.
Conclusão
Os custos com a aplicação de fertilizantes na lavoura são muito elevados. Por isso, um bom manejo da adubação pode promover grande economia de recursos.
Diante disso, o cálculo de adubação assume um papel determinante para o sucesso de uma lavoura, uma vez que, indica a quantia ideal de nutrientes necessários para que ela cresça de forma saudável.
Com estas informações, espero que você possa fazer o melhor manejo de adubação na sua lavoura de soja.
Escrito por Michelly Moraes.