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Boro: função, deficiência e o seu manejo de adubação!

Boro: função, deficiência e o seu manejo de adubação!

O boro é um micronutriente de comum deficiência nas mais diversas culturas agrícolas. Assim não deixe de conferir os fatores envolvidos em seu manejo para evitar tal situação.

O boro quimicamente falando é o quinto elemento da tabela periódica que anteriormente era classificado como semimetal, devido a sua condutividade elétrica e térmica relativa.

Essa e outras propriedades faz do boro um mineral com diversas aplicações na indústria assim como na agricultura sendo algo essencial para as funções biológicas tanto dos vegetais e animais.

Contudo ele pode ser considerado um elemento relativamente raro representando somente 0,001% da crosta terrestre. E encontrado comumente associado outros elementos como o cálcio, sódio e o magnésio.

Onde suas mais maiores reservar se encontram na Turquia que junto aos Estados Unidos são os maiores produtores de boro. Mesmo assim a Turquia fornece praticamente metade da demanda de boro pelo mundo.

E do ponto de vista agronômico o boro é um dos micronutrientes considerados essências para as plantas pois se faz necessário para completar adequadamente seu ciclo de vida.

Onde a deficiência de boro atinge comumente no culturas anuais como: algodão, girassol, tomate e couve-flor.

Assim como, culturas perenes como café, mamão, citrus, eucalipto e videira, mas antes de comentarmos o que ocorre com a deficiência de boro, falaremos de sua função nas plantas.

 

Boro: função, deficiência e o seu manejo de adubação!

 

Qual a função do boro nas plantas?

O boro está no solo geralmente na forma de ácido bórico e é absorvido pelas plantas de forma passiva (sem gasto energético) através do mecanismo de fluxo de massa.

Como também pode ser absorvido pelas plantas via foliar, o qual é rapidamente assimilado e se aplicado em excesso pode atingir níveis tóxicos.

Apesar disso, tem se questionado se os níveis desse elemento recomendados para a maioria das culturas seriam capazes de intoxicar as plantas.

Desempenha papel estrutural ao interligar moléculas polissacarídicas a pectina da parede celular, de modo semelhante ao macronutriente cálcio (Ca).

Participando também de processos relacionados ao crescimento meristemático. Pois ele é necessário para síntese de bases nitrogenadas como a uracila, essencial para a formação de moléculas de RNA.

Outros fatores relacionados ao boro são o aumento da porcentagem de germinação e o comprimento do tubo polínico, o que pode causar má formação de grão como no caso do milho.

Assim como quando se tem plantas sob condições de deficiência de boro pode se observar o acúmulo de metabólitos secundários que tornasse prejudiciais as plantas.

Compostos como fenóis que apresentam ação de inibição da enzima AIA oxidase, o que por sua vez, causa o acúmulo do hormônico vegetal ácido indolacético (AIA) resultando na alteração da rota da lignina refletindo em deformações visíveis.

A falta de boro pode afetar diretamente os ganhos produtivos de plantas visadas para a produção de sacarose, pois a uracila é um precursor de enzimas relacionados a síntese dessa forma de açúcar.

 

 

Quais são os sintomas da falta de boro nas plantas?

O sintoma da deficiência desse elemento pode ter como aspecto geral folhas de menor tamanho com clorose irregular e deformadas.

Pode apresentar um espessamento da folha junto a um aspecto quebradiço, devido ao acúmulo de carboidratos no floema.

As nervuras da folha podem ficar suberificadas (aspecto de cortiça), em alguns casos associadas regiões com tons vermelhos ou roxos.

Os efeitos a longo prazo causados pela deficiência de boro podem ser o mal desenvolvimento até a morte dos meristemas apical e radicular.

Em culturas como tomate e eucalipto pode desenvolver sintomas de rachaduras no caule.

Assim como, comprometer por completo o florescimento da planta ou causar má formação de frutos junto ao desenvolvimento de cortiça na casca.

 

Manejo nutricional do boro

Para realizar um bom manejo nutricional, ainda mais em casos mais pontuais como o do boro, é necessário possuir o máximo de informações relevantes para a cultura em questão.

Além de lembrar de aspectos mais gerais como o fato dele ser móvel no solo e facilmente lixiviado em solos com textura arenosa.

Ou como o maior acúmulo de boro em plantas da classe das dicotiledôneas do que plantas classificadas como gramíneas.

Assim como a presença de hidróxidos de ferro e alumínio pode diminuir a absorção de boro pela planta, sendo essa situação mais provável em condições de pH ácidos.

Relembrando a necessidade básica de se realizar um bom manejo de acidez do solo através da prática de calagem, e manejo do alumínio (Al) com técnicas de gessagem.

Tomando cuidado para não elevar de mais o pH do solo, pois quando for maior que sete temos a disponibilidade de boro no solo diminuída.

Junto ao excesso de cálcio no solo que irá favorecer a formação de borato de cálcio, o qual é pouco solúvel.

Até mesmo a falta de água em secas prolongadas pode afetar a absorção de boro (fluxo de massa) causando deficiência mesmo com o boro presente no solo

De modo geral os teores de boro nas folhas apresentam uma faixa média entre 20 a 50 mg kg-1 de massa seca.

Mas tais intervalos médios vão variar bastante conforme a cultura, como por exemplo o citro que fica entre 36 a 100 mg kg-1 de boro, em contra partida do milho com 15 a 20 mg kg-1 de boro.

 

Nutrição Mineral de Plantas: Macronutrientes.

 

O bórax

O bórax ou também borato de sódio é um mineral alcalino resultante de reação de um sal hidratado de sódio com o ácido bórico. Sendo uma fonte de boro passível de ser fornecida as plantas.

Assim como outras formas mais ou menos hidratada de borato, o próprio ácido bórico e a ulexita mineral de borato hidratado de sódio e cálcio podem ser utilizando também.

Aos que buscam uma fonte orgânica, tem como opção a torta de mamona a qual a apresenta bons teores de boro, manganês e zinco.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Espero que esse artigo tenha contribuído para ampliar o seu entendimento sobre esse micronutriente tão importante.

Assim como pode aprender ou relembrar algum dos fatores que podem influenciar os manejos de adubação relacionados a esse elemento.

Se quiser ler mais artigos como esse e de outros assuntos de seu interesse continue navegando no blog da Agropós.

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Azevém: saiba tudo sobre essa planta daninha!

Azevém: saiba tudo sobre essa planta daninha!

azevém é uma planta anual de inverno, muito utilizada como forrageira e formadora de palhada para o plantio direto. Principalmente nos estados da região Sul. Neste post vamos abordar tudo que você precisa saber sobre essa daninha.

Venha Comigo!                   

 

Azevém: saiba tudo sobre essa planta daninha!

 

Azevém (Lolium multiflorum Lam)

O azevém (Lolium multiflorum Lam.) é uma espécie anual, de inverno. Utilizada principalmente como forrageira e para fornecimento de palhada para o sistema plantio direto.

É uma espécie de fácil dispersão e, por isso, está presente e caracteriza-se como planta daninha em praticamente todas as lavouras de inverno e em pomares da região sul do Brasil.

Gramínea de excelente qualidade, com alta taxa nutricional. É muito utilizada na alimentação do gado, principalmente para as vacas leiteiras ou então na fase terminal de criação.

Com o consumo da planta, portanto, os animais ganham peso de forma rápida e acima da média. O uso do capim azevém é bastante comum em algumas regiões, como no Sul do Brasil.

 

Fitossanidade

 

Características do azevém

O azevém anual é um dos cultivares mais conhecidos e populares entre os produtores. Ele é muito utilizado no Rio Grande do Sul, por exemplo, devido à dormência das pastagens.

Assim, ele começa a ser cultivado geralmente entre os meses de março a junho. Desta forma, é oferecido aos animais durante o inverno e a primavera.

Conheça algumas vantagens do azevém:

  • Palatabilidade: ele tem sabor mais palatável e, assim, demonstra maior aceitação dos animais.
  • Resistente a doenças.
  • Potencial de produção: a plantação da espécie rende bastante, portanto, possui uma boa produção.
  • Utilizado em associações: em algumas regiões é cultivado em associação com outras plantas, por isso, é bastante versátil e oferece mais possibilidades para o produtor.
  • Atinge de 100 a 120 centímetros.
  • Tolera níveis de umidade.

Diferentes tipos de azevém

Vamos citar os mais comuns tipos de azevém disponíveis e aptos para a nossa região. De maneira geral, existem quatro tipos de azevém tendo suas sementes comercializadas:

  • Azevém anual (Lolium multiflorum);
  • westerwoldico, ou tipo itálico;
  • Azevém híbrido ( hybridumL. boucheanum);
  • Azevém perene (Lolium perenne).

Dentre os cultivares de azevéns englobados nessas espécies, podemos encontrar ciclos de vida anual, bianual ou perene, diferentes potenciais de produção de sementes, demanda de horas de frio ou não, tetraplóide ou diplóide, hábito de crescimento ereto ou prostrado, susceptibilidade e resistência a doenças e herbicidas, entre outras caraterísticas.

Esses diferentes tipos de azevém, são disponibilizados aos produtores na forma de sementes. As quais deveriam apresentar os atributos mínimos de plantio, como germinação, vigor, pureza física e pureza genética.

 

Manejo Integrado de Plantas Daninhas

 

Como é realizada a sua semeadura?

A gramínea apresenta altas taxas de produção e qualidade nutricional. Portanto, pode ser plantada em consórcio com outras forrageiras, assim como de forma contínua. Saiba algumas dicas para a semeadura do azevém:

  • A plantação deve ser realizada durante o outono.
  • Pode ser realizada a ressemeadura natural. Ou seja, é possível programar a plantação de modo que as sementes caiam na terra. Assim, não é necessário realizar a semeadura todos os anos.
  • A espécie pode ser plantada em linhas, assim como a lanço.
  • A semente deve ficar no máximo a um centímetro de profundidade.
  • A distribuição das sementes de azevém variam de 400 a 500 unidades por metro quadrado.

 

Ciclo de cultivo

O perfil do nascimento e implantação da pastagem é definido pela qualidade do plantio e condição do solo. Que define o estande de plantas e perfilhos por área, que é a base da área folhar da pastagem.

Uma vez implantada a pastagem de azevém, é na fase de crescimento vegetativo que se produz a maior parte das folhas e perfilhos, que é a forragem de maior valor nutritivo utilizável.

Por fim temos a etapa reprodutiva, onde desenvolvem-se as estruturas reprodutivas da planta, quando há uma importante produção de matéria seca, porém de menor valor nutricional, que diminui em detrimento da produção de semente.

Entender essa sequência, que parece ser tão simples, é justamente o ponto chave para definir que tipo de azevém e o mais adequado para cada sistema em particular.

 

Azevém na cultura de trigo

Competição com plantas daninhas reduz a produtividade de grãos de trigo. Essa perda progride com o aumento da densidade de espécies daninhas e com o crescimento das mesmas.

A eficiência do controle de azevém após o estabelecimento da cultura do trigo está estreitamente relacionada com o resultado da dessecação em pré- semeadura. Sobras de plantas da dessecação comprometem a eficiência dos herbicidas seletivos aplicados em pós-emergência da cultura e do azevém.

Além disso, as condições ambientais e o estádio de desenvolvimento das plantas de azevém emergidas após a semeadura do trigo contribuem de forma decisiva para o sucesso do controle pelos herbicidas seletivos (clodinafope, iodosulfurom ou piroxsulam).

 

Danos causados

Os danos causados pelo Azevém impactam negativamente no rendimento de grãos do Trigo. Populações de Azevém entre 130 e 750 plantas m-2 até a maturação do trigo, reduziram o rendimento de grãos em cultivar de porte alto entre 4 e 22% e no de porte baixo entre 18 e 56%.

Os efeitos negativos da matocompetição de Azevém no Trigo começam bem cedo, antes mesmo de se iniciar a competição por água e nutrientes.

 

Sistema de rotação de culturas

A infestação de Azevém pode ser mais facilmente manejada ou mesmo reduzida quando for adotado um sistema de rotação de culturas na lavoura. Isso diversifica o ambiente agrícola e favorece o manejo das plantas daninhas.

Com a rotação de culturas ocorrem espécies de diferentes ciclos, nas quais podem ser utilizados vários tipos de manejo, como épocas de semeadura, práticas culturais e até herbicidas com diferentes mecanismos de ação.

Medidas de manejo que favorecem o desenvolvimento sadio e bastante vigoroso do Trigo farão com que as infestações de plantas daninhas sejam reduzidas.

 

Plataforma Agropós

 

Controle e prevenção do azevém

Os herbicidas constituem-se no método mais utilizado para o controle de plantas daninhas em cereais. As estratégias de controle podem ser adotadas mais rapidamente e eficientemente quando se usam herbicidas, comparado ao uso de somente medidas mecânicas.

A eficiência dos herbicidas tem levado, muitas vezes, a uma grande dependência desses compostos químicos, com a exclusão de outros métodos. O controle químico deve ser visto como uma ferramenta adicional, e não como o único método para diminuir os prejuízos com plantas daninhas.

A facilidade e a comodidade que o glifosato proporcionava para o controle dessa planta acabaram por gerar o uso repetitivo desse herbicida, beneficiando o desenvolvimento e aumento de biótipos resistentes a esse mecanismo.

Porém, é importante deixar claro que os herbicidas não tornam as plantas resistentes, eles apenas atuam como agentes selecionadores entre as espécies.

 

Indicações de prevenção

  • Rotação de herbicidas com diferentes mecanismos de ação;
  • Monitorar o início de plantas resistentes;
  • Utilização de sementes certificadas e de qualidade;
  • Realizar aplicações sequenciais de herbicidas com diferentes modos de ação;
  • Fazer uso de práticas que esgotem/reduzam o banco de sementes e evitem reposições;
  • Limpeza de máquinas e implementos para evitar a dispersão de sementes do azevém.

 

Conclusão

Com isso entendemos que azevém é uma planta invasora muito comum nas regiões temperadas do Sul do país, sendo uma das poucas poáceas a vegetar durante o período de inverno. Infesta principalmente lavouras de trigo e outras culturas de inverno.

Já para o setor pecuarista tem uma grande importância, produzindo uma forrageira de alto poder nutricional e, sobretudo, muito apetecível para os animais.

Então, o que você achou do nosso artigo? Se você gostou, não deixe de compartilhá-lo nas suas redes sociais e ajude mais pessoas a se informar sobre esse assunto.

Escrito por Michelly Moraes.

 

Fitossanidade

Ureia agrícola e seu benefício para as plantas!

Ureia agrícola e seu benefício para as plantas!

O que é ureia agrícola e qual seu benefício nas plantas?

A adubação é uma das partes mais importantes no cultivo de qualquer tipo de planta. Afinal é ela quem fornecerá os nutrientes quem faltam para que as plantas possam crescer. A ureia agrícola é utilizada como um forte fertilizante com a capacidade de atingir um número grande de plantas. Confira, neste post, mais informações sobre esse fertilizante.

 

Ureia agrícola

 

O que é ureia agrícola?

A ureia é um famoso fertilizante sólido muito utilizado para realizar a adubação de plantas em uma maior quantidade e, além disso, com maior eficácia.

Geralmente, possuem a forma de pequenos grãos brancos. Que contém na composição aproximadamente 20 a 40% de Nitrogênio. Logo, é o fertilizante sólido com maior nível de concentração da substância, o que faz com que seja muito eficaz para as plantas.

O Nitrogênio é uma peça importante pois quando as plantas possuem pequena quantidade desse elemento acabam perdendo parte do seu vigor. E isso fica perceptível através de sua aparência.

 

 

Ausência de nitrogênio nas plantas

Quando o Nitrogênio está em falta inicia-se o amarelamento das folhas, diminuição do crescimento da parte aérea e das raízes. Diminuição do tamanho dos frutos e uma significativa redução da produção.

É aí que entra a ureia, utilizada como repositor de Nitrogênio. Para que a planta possa recuperar a vitalidade e continuar o processo de desenvolvimento de maneira saudável.

A ureia é considerada um fertilizante nitrogenado. Ou seja, que fornece um tipo de Nitrogênio assimilável pelas plantas.

 

Quais os benefícios de adubação com ureia?

São inúmeros os benefícios que uma fonte de nitrogênio pode ocasionar a uma cultura. Entre eles, destacam-se os seguintes:

 

Revitalização das plantas

Quem lida com plantas sabe que quando suas folhas amarelam e caem, seus frutos também vão sofrer algum baque. Isso pode impactar diretamente a produção, afetando a qualidade do produto e a credibilidade do produtor.

Entretanto, um adubo rico em nitrogênio, como a ureia é capaz de fornecer a quantidade certa do nutriente para que a planta recupere todo o seu esplendor e vitalidade.

 

Nutrição Mineral de Plantas: Macronutrientes.

 

Eficiência nas pastagens

Quando se compara a relação da eficiência da adubação com ureia com a do nitrato. Nota-se que ela aumenta com a quantidade de N aplicada, sendo em média de 77%. Analisando essa relação somente para a dosagem de 50 kg de N, que é a mais comum de ser usada, conclui-se que ao longo dos cortes a ureia tem uma resposta na produção de MS de somente 67%, isso prejudicado pelo primeiro corte, no qual a eficiência comparativa com o nitrato foi de apenas 23%.

 

Menores perdas

A ureia contém exatamente 44% de nitrogênio em sua composição, enquanto outros fertilizantes, como o sulfato de amônio, contém cerca de 20%.

Isso significa que, ainda que haja uma perda de 50% do nitrogênio contido em uma saca de ureia. Mesmo assim a quantidade aplicada vai sobrepor a uma eventual aplicação da saca de sulfato de amônio.

 

Aplicação de ureia agrícola na cultura do milho

O nitrogênio é um dos nutrientes mais requeridos e de maior custo para a cultura do milho. E sua maior eficiência depende de conhecimentos técnicos e práticos, que proporcionem maior disponibilidade para as plantas.

A maior reserva de nitrogênio no solo está ligada a matéria orgânica sob forma não diretamente disponível para as plantas e que representa mais do que 90% do nitrogênio total do solo.

As principais formas de nitrogênio, ao redor de 2% do disponível, são o amônio (NH4+) e nitrato (NH3-). Vários processos e mecanismos envolvendo sucessivas reações de ordem bioquímica realizadas por microrganismos fazem parte da transformação do N orgânico em inorgânico.

 

Aplicação

As recomendações atualmente têm se baseado na exigência nutricional da cultura, no histórico da lavoura (culturas anteriores, sistema de rotação adotado), curvas de resposta econômica e na produtividade esperada.

Dentre esses parâmetros, o histórico das lavouras e as curvas de resposta econômica têm merecido especial atenção por parte de técnicos de campo, pesquisadores e agricultores.

 

Aplicação de ureia agrícola na cultura do trigo

Dentre as tecnologias recomendadas nos cereais de inverno como o trigo, destaca-se a adubação nitrogenada. Esta técnica é recomendada em função do teor de matéria orgânica dos solos, a produção que se deseja obter, textura e cultivo anterior.

Existem várias fontes de nitrogênio no mercado. Onde a ureia é a mais comercializada e utilizada nas culturas. A ureia possui a concentração de nitrogênio (45%).

 

Aplicação

A aplicação da adubação nitrogenada acontece em pequenas doses quando do plantio e de doses maiores em cobertura aplicando entre 20 a 40 dias após a emergência dos cereais.

As doses variam muito de acordo com o teor de matéria orgânica dos solos e a produção que se desejar obter, sendo esses os dois fatores que influenciam diretamente na dosagem.

Alertamos que quando se deseja obter a máxima produtividade da cultura precisamos aplicar mais nitrogênio e isso poderá acarretar a utilização de redutores de crescimento, impedindo que ocorra o acamamento da cultura gerando prejuízos.

A dose a ser utilizada deve ser sempre bem estudada e consultar sempre um técnico e/ou Engenheiro Agrônomo para melhores esclarecimentos das dosagens e fertilizantes a utilizar.

 

Aplicação da ureia agrícola no feijão

O feijoeiro apresenta associação com bactérias fixadora de N, porém o que é fixado não é suficiente para o pleno desenvolvimento do feijoeiro.

O nitrogênio é absorvido durante todo o ciclo do feijoeiro, mas em maior quantidade entre o 35º e 50º dia após emergência.

Diferente da soja, no feijão somente a fixação biológica de nitrogênio não é suficiente – demandando assim adubação.

Desta forma, normalmente a adubação é feita com ⅓ na semeadura e ⅔ na cobertura de 25 a 30 DAE. As doses de N variam de 40 a 120 kg/ha, dependendo do nível de tecnologia e produtividade esperada.

 

Dicas para usar a ureia agrícola

Nunca aplique a ureia com o solo já molhado, como depois de uma chuva, por exemplo. Pois aplicando com o solo já muito úmido, você pode perder uma parte desta sua ureia.

Ela irá evaporar através de uma reação com a água que já estava no solo ou substrato. Então, tente nunca aplicar quando o solo já estiver molhado. Pois desta forma você poderá perder grande parte do nitrogênio presente em sua ureia agrícola.

 

Cuidados na aplicação

É de suma importância ter alguns cuidados no momento de se utilizar a ureia, a fim de evitar danos à saúde. Logo, existem algumas recomendações para a utilização do produto. Tais como:

  • Não fumar, beber ou se alimentar durante a aplicação da ureia;
  • Não aspirar a poeira que sai do produto, pois contém amônia e pode causar danos à saúde;
  • Evitar o contato com os olhos e a com a pele;
  • Estar sempre equipado com luvas e máscaras apropriadas para a aplicação;
  • Nunca aplicar o produto em locais que não possuem boa ventilação.

Esses cuidados já são uma ótima forma de reduzir o risco que a ureia traz consigo. Além disso, todos esses cuidados fazem também com que a pessoa que está utilizando a ureia, consiga se proteger de forma mais efetiva, podendo evitar assim, doenças como a dermatite, irritação ocular, entre outras.

 

Armazenamento do produto

Tão importante quanto a aplicação, é o armazenamento da ureia. Estamos falando sobre um produto corrosivo e que por tal motivo necessita de um local seco.

Para que não aconteça nenhum tipo de problema é preciso armazená-la em locais frescos e de baixa temperatura. Preferencialmente bem ventilados. E principalmente, em locais secos e distantes de fontes de calor ou de ignição.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

A partir deste post, fica claro que uma planta que possui uma quantidade boa de Nitrogênio terá um desenvolvimento muito mais satisfatório do que uma que tenha quantidades menores.

É exatamente nessa perspectiva que a ureia agrícola deve ser considerada, e posteriormente utilizada como adubo para que o Nitrogênio seja reposto e a planta consiga recuperar sua saúde a vitalidade no processo de desenvolvimento.

Apesar de ser um fertilizante químico potente e fácil de usar, você precisa fazer da maneira correta para que realmente você obtenha os resultados que procura em suas plantas. Em caso de duvidas o ideal e consultar um especialista da área.

Escrito por Michelly Moraes.

Qual a melhor época para plantar milho?

Qual a melhor época para plantar milho?

Saber os aspectos principais da época para plantar milho é algo essencial e que aumenta suas chances de obter boas produções. Quer saber mais? Leia o artigo a seguir!

 

Qual a melhor época para plantar milho?

 

O milho atualmente é o grão mais produzido no mundo onde se prevê para a safra de 2020/21 uma produção total de 1.186,9 milhões de toneladas.

No cenário global temos os Estados Unidos, China e Brasil como os maiores produtores de milho, que do total produzido no mundo o Brasil contribui com aproximadamente 10%.

Onde as últimas estimativas realizadas pela CONAB apontando uma produção total de 106.413,5 mil toneladas de milho para o Brasil na safra 2020/21.

Tais proporções de produção se deve muito a ampla aplicação do milho, indo desde a alimentação humana, seja em na forma in natura ou processada na forma de farinha ou óleo.

E também é um grão muito significativo, para a cadeia de produção de animais como ingrediente de rações e na obtenção de biocombustíveis como o etanol.

Assim essa capilaridade do milho em outras cadeias produtivas do agronegócio, faz com que haja uma necessidade de uma disponibilidade de milho praticamente constante ao longo do ano.

Mas para que isso tudo ocorra da melhor forma é preciso ter os cuidados e conhecimentos relacionados a cultura do milho que vão aumentar suas chances de sucesso.

Então continue lendo esse artigo se você quer obter mais informações relevantes do cenário produtivo do milho e suas relações com a época para plantar milho.

 

 

Quando é a época para plantar milho?

A época para plantar milho, que comumente são conhecidas no mercado de grãos como safra e safrinha, ou milho de verão ou de inverno, das águas ou secas.

São todas diferentes formas de se referir aos melhores momentos de se plantar milho seja por questões de mercado e ou climatológicas.

Existindo assim consequências distintas em se plantar milho na época da safra ou safrinha.

 

Nutrição Mineral de Plantas: Macronutrientes.

 

Lembrando que esse momento inicial é muito importante, principalmente em culturas anuais. Pois a época escolhida para o plantio determinar, por exemplo, as possíveis condições de época em que será realizada a colheita do milho.

Onde anterior ao momento de semeadura do milho é importante também se tomar uma série de decisões boas.

Decisões que vão envolve desde a escolha da semente, o preparo do solo, um planejamento adequado de adubação até as análises de preços de mercado futuro.

Estando esses fatores mais claros e organizados torna se mais fácil decidir a época mais adequada de se plantar o milho dentro de cada situação.

E para te ajudar mais ainda com isso, vamos relembrar alguns aspectos importantes e específicos para cada época para plantar milho.

 

Diferença da época para plantar milho – safra e safrinha

Cada época para plantar de milho (safra e safrinha) vai apresentar suas características em relação aos seus fatores climáticos.

Sejam eles a média e amplitude da temperatura, umidade do ar e do solo, o regime hídrico, a radiação solar e o fotoperíodo de cada região.

Onde o milho em suas condições climáticas ideias o que faz a planta apresentar ápice de desempenho é quando se tem níveis temperatura e radiação relativamente elevados no estádio de enchimento dos grãos.

Quando mais se sabe as relações da planta com os fatores climáticos mais fácil se torna delimitar as melhores épocas de plantio de milho.

 

Plataforma Agropós

 

Ferramentas que podem ajudar

Onde as previsões agrometeorológicas são ferramenta importante na determinação das épocas de plantio mais adequada conforme as condições de cada região.

Ao unir esse tipo de informação é possível se elaborar os mapas de zoneamento agrícola para cada cultura produzida no país.

Esse tipo de documento tem como objetivo a diminuição dos riscos relacionados a fatores climáticos de cada região, o que tem variado devido as mudanças climáticas aceleradas.

Outros documentos que te ajudam a entender e analisar as perspectivas do mercado de milho são os boletins e informativos emitidos por órgãos como a CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) ou FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

Que visam atualizar dados de produtividade, área planta, oferta e demanda do mercado junto a algumas análises sobre o cenário produtivo no âmbito mundial e de cada região do país.

Após tais ressalvas, e abordando aspectos gerais entre duas safras de milho no Brasil temos como diferença inicial seus níveis produtivos.

Que curiosamente a chamada de safrinha com o passar do tempo acabou ficando mais produtiva que safra “principal”. Como pode ser observado no seguinte gráfico.

 

Diferenças das épocas de plantio de milho safra e safrinha

Comparativo de produção entre a 1ª e 2ª safra de milho no Brasil (Fonte CONAB, 2019).

 

Essa mudança de cenário produtivo entre as safras é devido a adequação de tecnologias, para a produção do milho safrinha.

Através do desenvolvimento de cultivares capazes de compensar as condições adversas de temperaturas e de condições de seca, mais característica da safrinha.

E essas condições que inicialmente parecem serem só negativas para a planta. Quando analisadas sob outra perspectiva são benéficas, pois nessas condições há menor incidência de pragas e doenças, por exemplo.

 

Quanto tempo leva do plantio à colheita do milho?

Essa é uma pergunta muito importante e que também ajuda a determinar quantas vezes é possível de plantar dada cultura.

Por que além dos fatores climáticos temos os tempos médicos característicos de um ciclo de vida completo de cada planta.

A exemplo do feijão que possui planta com ciclos relativamente curtos e que assim é possível ser realizado até 3 safras.

Os diversos matérias de milho podem ser classificados em relação a quantidade de dias (n) necessários para atingir sua maturidade fisiológica.

Assim temos:

  • O Grupo I: n < 110 dias
  • O Grupo II: 110 ≤ n ≤ 145 dias
  • E o Grupo III: n >145 dias.

Saber essa informação do material de milho que você geralmente planta na sua lavoura é essencial para encaixar e planejar os manejos da área produtiva.

Representação esquemática dos estágios de crescimento do milho nas fases vegetativa e reprodutiva. Os estágios vegetativos são nomeados pelo número de folhas, enquanto os estágios reprodutivos são nomeados em relação ao desenvolvimento da espiga, veja abaixo:

 

Quanto tempo leva do plantio à colheita do milho

(Fonte: Eroglu et al. 2019).

 

Conclusão

Espero que após a leitura desse artigo você tenha mais claros alguns pontos essências referentes as épocas de plantio do milho.

E que para responder perguntas como: quando é a melhor época para plantar milho em dada região? ou, qual é a melhor lua para o plantio de milho, para os mais detalhistas…

É necessário realizar um bom levantamento de informações seja consultando órgãos, instituições ou profissionais relacionados área.

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Confira 8 Valiosas Dicas para Escolher a Semente de Milho!

Para escolher a semente de milho mais adequada, o agricultor deve estar atento às características de cada cultivar e analisar sua própria realidade e objetivos da produção.

Hoje há uma grande diversidade de sementes de milho, variedades de híbridos, materiais convencionais e transgênicos.

Vamos conferir neste post, mais detalhes importantes, que devem ser considerados na hora da escolha das sementes de milho.

 

semente de milho

 

A importância do conhecimento na escolha de sementes de qualidade

 As mudanças que vêm ocorrendo nos sistemas de produção de milho no Brasil comprovam a profissionalização dos produtores.

Além disso, várias tecnologias ligadas à cultura foram implementadas, ou ainda estão sendo implementadas no setor agrícola brasileiro.

Isso vem garantindo uma boa germinação das sementes de milho e produtividades cada vez maiores das lavouras.

 

Pós-Graduação em Solos e Nutrição de Plantas

 

Dentre elas, podemos destacar a melhoria na qualidade das sementes associada ao tratamento dos grãos, especialmente o tratamento industrial, máquinas e equipamentos de melhor qualidade.

Estes fatores, garantem boa plantabilidade e boa distribuição das plantas emergidas, garantindo assim maior índice de sobrevivência do plantio à colheita.

Em nossas condições, a cultura do milho apresenta ciclo variável entre 110 e 180 dias, período este compreendido entre a semeadura e a colheita.

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) classifica como segunda safra, a safrinha propriamente dita, que se refere ao milho de sequeiro, geralmente de janeiro a março ou até, no máximo, meados de abril.

Apesar das condições desfavoráveis de clima, os sistemas de produção da safrinha têm sido aprimorados e adaptados a essas condições, o que tem contribuído para elevar os rendimentos das lavouras também nessa época.

Desse modo, o conhecimento técnico por parte do produtor fará toda a diferença para alcançar altas produtividades.

Mas afinal, o que se deve ser observado para na hora da escolha das sementes de milho?

Dicas de que como escolher as sementes de milho

O agricultor antes de iniciar o planejamento do plantio do milho em sua propriedade, ele deve se atentar as informações disponíveis sobre as sementes e fazer uma escolha adequada à sua realidade.

 

Nutrição Mineral de Plantas: Macronutrientes.

 

Uma vez que essa falta de cuidado, podem gerar maiores riscos de não conseguir resultados satisfatórios com a lavoura.

Vamos conferir juntos essas dicas valiosas?

 

Objetivo do plantio do milho

Se é o plantio para milho verde, grãos e/ou silagem.  Se for silagem, ainda há de se considerar o uso de planta inteira ou de grãos úmidos.

 

Teste de germinação

Para realização do teste de germinação do milho, se faz necessário condições favoráveis para o desenvolvimento da semente e formar a plântula: temperatura, iluminação e água. Seu objetivo é para avaliar o vigor e a viabilidade das sementes.

 

Conhecer as condições de adaptabilidade

Avaliar se a cultivar escolhida é adaptada às condições relacionadas ao solo e ao clima da região.

 

Resistência às principais doenças e pragas

doenças limitam a produtividade, causam perdas na produção. A escolha da semente relaciona-se diretamente com medidas recomendadas para o manejo de doenças, tais como a utilização de cultivares resistentes, com também a utilização de sementes de boa qualidade e tratadas com fungicidas.

 

O nível tecnológico da propriedade

Disponibilidade de insumos e implementos para irrigação, plantio e condução da lavoura e colheita.

 

Época de plantio

Para garantir uma boa germinação das sementes de milho em níveis satisfatórios, se faz necessários o delineamento da sua época de plantio. A produção de milho no Brasil é caracterizada pelo plantio em duas épocas: primeira safra (ou safra de verão) e segunda safra (ou safrinha).

 

Armazenamento da semente de milho

Com o tempo as sementes perdem seu vigor e potencial germinativo. A temperatura amena, umidade adequada, local limpo e livre de pragas são as condições apropriadas de armazenamento, que prologam a viabilidade dessas sementes.

 

Mercado

Deve ser avaliado a aceitação do mercado consumidor com relação ao milho que será plantado, sobretudo no que se refere à cor e à textura do grão, caso seu objetivo seja a comercialização.

 

escolha da semente de milho

 

Condições ideais para a germinação da semente do milho

Para germinação das semente do milho, florescimento e enchimento dos grãos, a cultura tem suas exigências, como, condições de temperatura e umidade do ar adequadas.

A germinação/emergência ocorre 4 a 5 dias após a semeadura, porém, em condições de temperaturas amenas e umidade limitada, a germinação do milho, pode demorar duas semanas ou até mais.

 

Solos no brasil

 

Isso devido aos seguintes exigências da cultura, temperatura diurna – entre 25ºC a 30ºC (ideal), umidade em torno de 70% e temperatura menor que 19º C, reduz crescimento planta e sua produção.

Por isso é importantíssimo seguir cada dica que foi dada anteriormente, para um aproveitamento satisfatório das sementes adquiridas, sempre levando em consideração a viabilidade e vigor das sementes.

Porém, não basta apenas germinar, uma boa semente de milho tem que ter alto vigor para que seja considerada de boa qualidade e consiga alta produtividade para sua lavoura.

 

plantio e germinação do milho

 

Custos e benefícios na escolha da semente de milho

Temos hoje no mercado à disposição dos agricultores variedades de ciclos diferentes (precoces, semiprecoces e tardias).

Plantar milho transgênico implica investimento em tecnologia. Tem que haver planejamento para obtenção do potencial máximo que a tecnologia proporciona.

Por isso, para chegar a um custo e benefícios ideais não se dispensa o manejo adequado da cultura.

Precisa de preparo adequado e correção de solo, adubação, aplicação de defensivos específicos, manejo da irrigação, assistência técnica e época de plantio apropriada.

A redução dos custos operacionais e com insumos possibilita, em preparo de cultivo mínimo do solo, maior produtividade, renda líquida e relação benefício/custo.

Há situações de probabilidade de ganhos positivos de 85% com adoção da semente de milho transgênica em comparação à semente de milho convencional, pois quanto maior a produtividade, maior a renda líquida.

É importante também o contato com os técnicos que prestam assistência (pública e privada) às propriedades, e que pela proximidade com os produtores conhecem o comportamento produtivo das cultivares mais utilizadas na região.

Espero que tenha aproveitado ao máximo estas dicas e que com elas possa elevar ainda a produtividade da sua lavoura!

 

Pós-Graduação em Solos e Nutrição de Plantas