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Agroquímicos: vantagens e desvantagens!

Na agricultura moderna existem diferente tipos de agroquímicos que cumpre um papel indispensável no meio agrícola, neste artigo vamos discutir; o que são os agroquímicos; sua importância, além de conhecermos os diferentes tipos e a forma correta de aplicação.

Não fique de fora, acompanhe!

 

O que são agroquímicos?

 

O que são agroquímicos?

Chamados também de produtos agroquímicos ou agrotóxicos, os defensivos agrícolas são produtos destinados à proteção de culturas agrícolas. Os produtos agroquímicos, segundo as formas de aplicação, classificam-se em inseticidas, fungicidas, herbicidas e outros grupos menores, como os raticidas, acaricidas e nematicidas

São utilizados nos setores de produção, armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens e na proteção de florestas nativas ou implantadas e de outros ecossistemas.

Também são usados em ambientes urbanos, hídricos e industriais, com a finalidade de alterar a composição da flora e da fauna, de modo a preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos.

 

Pós-graduação Fitossanidade

 

Agroquímicos: vantagens e desvantagens

 Veja abaixo as vantagens e desvantagens no uso dos agroquímicos

 

Vantagens

  • Os agrotóxicos, quando utilizados de acordo com a dose recomendada, atuam no controle de pragas e doenças que prejudicam as plantações.
  • Ao controlar possíveis danos às plantações, os agrotóxicos garantem o aumento da produtividade.
  • Os preços dos produtos com agrotóxicos são mais baratos do que os preços de produtos orgânicos.

 

Desvantagens

  • O uso de agrotóxicos está associado a diversos problemas crônicos, como alterações cromossômicas, câncer, doenças hepáticas, doenças respiratórias, entre outros.
  • O uso incorreto dos agrotóxicos pode provocar danos ao meio ambiente, como contaminação do solo e dos recursos hídricos.
  • E o uso acima do permitido em alimentos pode trazer riscos à saúde dos consumidores.
  • Há riscos de intoxicação por parte dos trabalhadores que manuseiam os agrotóxicos.
  • Alguns agrotóxicos são persistentes ao meio ambiente, ou seja, neles permanecem por muito tempo.

 

Quanto aos tipos de agroquímicos

Os agrotóxicos podem ser classificados de acordo com as pragas que controlam, com a estrutura química que os compõe ou com os danos que provocam à natureza e à saúde humana. Segundo o tipo de praga controlado, os agrotóxicos são classificados em:

 

Fungicidas

Atuam na prevenção, controle e cura da ação de fungos. Sua demanda é muito alta em virtude das diferentes culturas plantadas no território nacional e as diferentes condições climáticas que favorecem o aparecimento destes microrganismos.

 

Manejo Integrado de Plantas Daninhas

 

Inseticidas

Atuam na prevenção e controle de insetos pragas. São muito importantes pois os danos causados são muito intensos, destruindo tecido vegetal em alta velocidade e em todas as fases de desenvolvimento das culturas, com queda vertiginosa da produção em condições de controle ineficiente.

 

Modo de ação

Os principais modos de ação dos inseticidas são por contato direto do produto no alvo ou a ingestão de folhas que contenham o princípio ativo. Além disso, os produtos podem ser considerados fisiológicos ou de choque.

 

Herbicida

Os herbicida são componentes importantíssimos no manejo. Eles atuam na dessecação de culturas para colheita ou formação de palhada e no controle de plantas daninhas.

 

Bactericida

O Bactericida é uma substância antibacteriana, ou seja, tem a função da matar as bactérias. Esse agente atua no ambiente contaminado de forma a impedir que os microrganismos possam desempenhar atividades vitais básicas.

 

Acaricidas

São substâncias utilizadas para combater ácaros que se alimentam de plantas, introduzem doenças, destroem lavouras atacadas e reduzem sua produção. Existem acaricidas de diversos tipos e com os mais variados princípios ativos, cada qual melhor indicado para determinado tipo de ácaro.

 

Agroquímico: classificação toxicológica

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) classifica os agrotóxicos em quatro classes de danos à saúde humana: pouco tóxicos, medianamente tóxicos, altamente tóxicos e extremamente tóxicos. Nos rótulos desses produtos, além das cores que representam cada classe, são indicadas também as doses de letalidade de cada uma.

 

Classificação toxicológica

 

Regulamento no Brasil

A maior parte das regulamentações relacionada ao uso dos defensivos está na Lei nº 7.802/1989. No texto constam informações sobre fiscalização e liberações.

Também é possível encontrar outras informações no site da ANVISA, a agência reguladora do assunto no Brasil. Umas das questões, por exemplo, é que os agrotóxicos devem, obrigatoriamente, ser registrados no órgão federal competente, de acordo com o Decreto nº 4.074/2002.

 

Principais problemas no uso de agroquímicos

Veja abaixo os principais problemas ocasionado pelo uso incorreto dos agroquímicos

 

Saúde humana

A maior parte dos casos de intoxicação por agrotóxicos se dá pela falta de controle do uso destas substâncias tóxicas e pela falta de conscientização da população com relação aos riscos provocados à saúde humana.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), para cada caso noticiado de intoxicação por agrotóxicos, outros 50 não são notificados.

A intoxicação pode ocorrer de forma direta (por meio de contato direto, manuseio, aplicação, entre outros) ou indireta (pela ingestão de alimentos ou água contaminados). A ação dos agrotóxicos na saúde humana costuma ser nociva, até mesmo fatal.

Os tipos de intoxicação por agrotóxicos são:

 

Aguda

Quando a vítima é exposta a altas doses de agrotóxicos. Os sintomas são quase imediatos, ou levam poucas horas pra aparecer, sendo eles: dores de cabeça, náusea, sudorese, cãibra, vômitos, diarreia, irritação dos olhos e pele, dificuldade respiratória, visão turva, tremores, arritmias cardíacas, convulsões, coma e morte.

 

Crônica

Quando a vítima é exposta a doses menores de agrotóxicos por um longo período de tempo (meses ou anos).

Esse tipo de intoxicação por agrotóxicos pode ter consequências graves, como: paralisia, esterilidade, abortos, câncer, danos ao desenvolvimento de fetos, entre outros.

 

Agrotóxicos nos alimentos

Os Ministérios do meio ambiente e da saúde estão junto nessa luta para diminuir o uso dos agrotóxicos no país, pois além de afetar o meio ambiente, ele também afeta a saúde humana.

Entretanto, o país ainda tem um grande problema com a falta de fiscalização, seja pela quantidade permitida ou ainda, pela venda ilegal desses produtos.

Segue abaixo a imagem que ilustra a presença de agrotóxico em alguns alimentos que está em nossa mesa no dia a dia.

 

Porcentagem de alimentos que contem agrotóxicos.

Porcentagem de alimentos que contem agrotóxicos.

(Fonte: Impacto Ambiental, 2016).

 

Agrotóxicos e meio ambiente

Os defensivos agrícolas, independente da forma de uso, possuem grande potencial de atingir o solo e águas subterrâneas, ainda mais na presença de ventos e chuvas, que facilitam sua chegada, seja qual for o seu percurso, atingindo a humanidade e outros seres vivos.

Grande parte dos agrotóxicos são bioacumulativos, ou seja, se um animal contaminado morrer e outro se alimentar deste, também será contaminado.

Isso acontece porque o composto permanece no corpo do animal após sua morte, acarretando assim um maior alcance do problema.

Essas substâncias podem causar diversos danos ao meio ambiente, uma vez que passam por processos químicos, físicos e biológicos, que levam à modificação de suas propriedades e influenciam em seu comportamento.

 

Aplicação de agroquímicos

A aplicação de defensivos agrícolas é uma prática eficiente e segura para controlar o surgimento e a proliferação de pragas e doenças na lavoura. Somente com essa tecnologia é possível atender à crescente demanda por alimentos.

Mas essa alternativa não dispensa cuidados. É necessário responsabilidade e a adoção das melhores práticas de aplicação para garantir a segurança alimentar e a eficiência da operação.

 

Priorizar a segurança

Os defensivos agrícolas são produtos químicos que podem trazer danos à saúde do operador caso não sejam seguidas as normas de segurança.

Por isso, o uso de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) é indispensável. Eles reduzem os riscos de contaminação do trabalhador. São compostos de:

  • Viseira
  • Respirador
  • Touca árabe
  • Jaleco
  • Avental
  • Luva
  • Calça
  • Bota

Outro fator que deve ser levado em conta é a segurança alimentar. É preciso seguir as recomendações do engenheiro agrônomo. Obedecendo às dosagens e aos prazos indicados entre a aplicação e o consumo.

 

Escolher o produto certo

Cada defensivo tem uma aplicabilidade específica e atua de forma diferenciada conforme o alvo biológico em questão. Dessa forma, eles são categorizados em:

  • Fungicidas
  • Inseticidas
  • Herbicidas
  • Bactericidas
  • Acaricidas

A nomenclatura já deixa claro o tipo ação que esses produtos apresentam. No entanto, eles não atuam sozinhos. Há no mercado alguns produtos complementares que são adicionados à calda, como óleos, antiespumantes e reguladores de pH, que aprimoram a eficiência da aplicação.

 

Fazer um bom planejamento

A falta de planejamento ainda é um grande problema nas propriedades rurais brasileiras. Essa falha causa um impacto direto no desenvolvimento das plantas e na produtividade geral da lavoura.

Planejamento da pulverização é a pesquisa e identificação correta de pragas e doenças presentas na lavoura e a subsequente seleção de defensivos que atuam exatamente sobre esse alvo biológico. Com isso, é possível alcançar um alto grau de eficiência no controle de pragas sem comprometer a produção.

Esse planejamento deve ser feito a cada safra. Afinal, a cada ano surgem novas variedades mais resistentes no mercado, além de novos inimigos da lavoura.

 

Plataforma Agropós

 

Dar atenção à pulverização

Durante a aplicação, é importante estar atento a alguns detalhes que podem fazer toda a diferença:

  • Selecione, regule e calibre corretamente o pulverizador, verificando o volume, a velocidade e as especificações de vazão/pressão de trabalho conforme as indicações do fabricante e do fornecedor do produto;
  • Avalie as condições meteorológicas necessárias para a aplicação a fim de evitar perdas por evaporação ou deriva. Os principais aspectos a serem levados em conta são a umidade do ar, a velocidade do vento e a temperatura;
  • Treine o operador para que ele seja capaz de adotar as melhores práticas e saiba lidar com novas tecnologias que o maquinário embarca;
  • Evite água de lagos, bebedouros ou riachos, pois podem conter resíduos que prejudicam a qualidade da calda. Materiais orgânicos presentes nessas águas podem reagir quimicamente com os defensivos e comprometer a eficácia da aplicação.

 

Conclusão

Os agroquímico não são, necessariamente, os vilões sem razão de existir. Como aparecem no noticiário e mesmo no entendimento popular, muitas vezes. É claro que o seu mau uso pode trazer prejuízos ao meio ambiente e a saúde da população.

Porém, se aplicar de forma consciente e em conjunto com outras tecnologias de Manejo Integrado de Pragas, os riscos diminuem bastante.

O segredo é se guiar um pouco nas dicas de aplicação que trouxemos neste artigo e conhecer a fundo os agrotóxicos que pretende usar. Em caso de dúvidas o ideal é consultar um especialista da área.

Escrito por Michelly Moraes.

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Formigas cortadeiras: aprenda a controlar!

Formigas cortadeiras: aprenda a controlar!

Formigas cortadeiras: descubra as principais características e os diferentes tipos, além de conhecer os métodos de controle para evitar danos em sua cultura.

 

Formigas cortadeiras: aprenda a controlar!

 

As formigas cortadeiras, Attaspp. (saúvas) e Acromyrmexspp. (quenquéns), possuem ampla distribuição geográfica e são consideradas as principais pragas dos reflorestamentos no Brasil. Devido ao elevado número de colônias por área, ao grande número de indivíduos por colônia, a grande voracidade e a sua presença constante nos plantios florestais.

Tanto as saúvas (Atta spp.) quanto as quenquéns (Acromyrmex spp.) causam sérios danos às plantas devido ao corte de folhas, brotos e cachos.

A atividade das formigas é prejudicial em qualquer fase do ciclo das plantas, porém o dano é maior na fase de formação, quando paralisa temporariamente seu crescimento. E, por isso, temos de fazer controle das formigas. Para ajudar o agricultor neste controle.

 

Características das formigas cortadeiras

  • Sua coloração é castanha, mas pode variar mesmo sendo pertencente a mesma espécie e colônia;
  • São polimórficas;
  • Não possuem soldados;
  • Apresentam de quatro a cinco espinhos no mesossoma;
  • Os ninhos são feitos no solo, sendo alguns difíceis de serem observados, principalmente se não houver acúmulo de palha ao redor do orifício de saída das operárias;
  • Coletam folhas e outras partes vegetais, transportam para o interior do ninho para cultivar um fungo que servirá de alimento.

 

Pós-graduação Fitossanidade

 

Formigueiro das cortadeiras

Em um formigueiro adulto, ou seja, quando as saúvas que nele habitam estão com três anos de idade. Inicia-se o processo de multiplicação e seu primeiro sinal, visível aos olhos, é a revoada ou voo nupcial.

Mas, afinal, o que é a revoada? “Uma vez ao ano, geralmente, no início do período das chuvas, o formigueiro passa a produzir zangões e tanajuras.

Geralmente, após as primeiras chuvas, quando o sol volta, ocorre a revoada essas revoadas, normalmente, acontecem no período da tarde, com exceção das quem-quens, em que esse voo ocorre pela manhã.

 

Checklist agrícola

 

Tipos de operárias nos formigueiros das cortadeiras:

As soldadas, que acompanham as outras no trabalho e são as mais fortes para defender o formigueiro. Soldadas de saúvas são conhecidas como “cabeçudas”, que saem em grande número quando perturbamos um formigueiro forte.

As cortadeiras ou carregadeiras, que são as mais numerosas nos carreiros, responsáveis por cortar, carregar, limpar, abrir caminhos, escavar e ajudar na defesa da colônia, entre outras funções.

Já as jardineiras, que são as menores dentre as operárias. Têm a função principal de cultivar o alimento sobre as folhas trazidas pelas cortadeiras. Têm este nome porque trabalham nos “jardins de fungo”, realizando um trabalho muito delicado e importante para a colônia de cortadeiras.

 

Conhecendo diferentes formigas cortadeiras

Quanto a organização social de um formigueiro temos;

 

 A saúva

A rainha é uma tanajura que foi fecundada em vôo, pousou no solo, perdeu as asas, escavou a primeira panela e, assim fazendo, fundou um novo formigueiro.

O seu papel é o mais fundamental na colônia: somente ela põe os ovos dos quais nascem todas as outras, isto é, ela é a “mãe” do formigueiro.

Desta maneira a rainha controla o número de soldados, cortadeiras e jardineiras de cada estação. A rainha escolhe o local para a nova colônia e, sozinha inicia a escavação da primeira panela do formigueiro. A seta indica que a rainha perde definitivamente as asas.

 Além disso, a rainha que parece comandar todas as atividades do formigueiro, liberando diferentes hormônios que ajudam a organizar as tarefas principais.

 

Quenquéns

Quanto às quenquéns, levando em conta que a colônia é bem menor e menos populosa, a sua organização é basicamente a mesma que a das saúvas.

Dependendo da espécie, todas as operárias podem ser iguais ou então de vários tamanhos ou cores na mesma colônia, os reprodutores também são bem menores que nas saúvas.

As operárias colônia está pronta para iniciar as atividades fora do formigueiro inicia-se os cortes de plantas pelas operárias.

Um aspecto importante para o reconhecimento de algumas dessas quenquéns é a enorme quantidade de ciscos e palhas sobre as entradas dos formigueiros. Além disso, as quenquéns apresentam quatro ou mais espinhos nas “costas” (tórax).

 

Controle da formiga cortadeira                           

Acredita-se que alguns dos princípios da filosofia do manejo integrado de pragas não se aplicam para formigas cortadeiras de modo geral, pelas particularidades ecofisiológicas, comportamentais e reprodutivas destes insetos eusociais.

Um dos princípios básicos do MIP é a determinação da menor densidade populacional que causa prejuízo econômico, o nível de dano econômico, necessário para a tomada de decisão para adoção ou não de medidas de controle.

 

Controle de cultura

A utilização de culturas armadilhas, como gergelim, capim braquiarão, mamona ou batata-doce podem apresentar efeitos tóxicos ou repelirem as formigas cortadeiras é considerado um método cultural.

Essas culturas podem ser plantadas na borda das culturas principais, podendo servir também como alimento alternativo. A aração e gradagem do solo são considerados métodos de controle cultural por alguns autores.

 

Controle mecânico

Em sauveiros jovens (até 4 meses de idade), onde a rainha ainda está a poucos centímetros da superfície, um método simples e eficiente de se acabar com o sauveiro é a escavação e morte da rainha.

A aração do terreno antes do plantio funciona da mesma maneira, podendo matar a rainha. Porém, essas táticas não funcionam em sauveiros mais velhos.

Outro método, bastante antigo, utilizado é o de proteção das copas das árvores, que consiste em utilizar tiras cobertas de graxa ou vaselina amarradas no tronco das árvores.

Pode-se também utilizar gel adesivo ao redor do tronco ou anéis com água. Esses métodos visam evitar o acesso das formigas as folhas e são praticamente inviáveis em plantações extensas.

 

Controle químico

O uso de produtos químicos é o método mais eficaz para eliminar as formigas cortadeiras. Somente as colônias das saúvas muito jovens podem ser destruídas mecanicamente, por meio de escavação.

Entre as quenquéns, porém, o desafio está na descoberta do local dos ninhos. Se não encontrados, distribua a cada 6 metros, no máximo, iscas granuladas no ambiente.

A época mais adequada de controle de formigas é após a colheita de milho ou de soja, quando falta alimento e os ninhos de formigas são localizados com maior facilidade.

O intervalo entre a dessecação e o início de semeadura é também adequado para controle intensivo de formigas.

 

Isca granuladas

É muito importante usar iscas nos dias com maior atividade externa das formigas. As formigas desenvolvem intensa atividade de transporte e armazenagem de folhas e outras partes de plantas. Para alimentar os fungos no período até três dias antes de chuvas ou entrada de frentes frias.

  • O método possui alta eficiência, alto rendimento operacional.
  • Pode ser aplicado de forma sistemática.
  • São de baixa toxicidade, causando menor dano ao meio ambiente.
  • Agem exclusivamente por ingestão.
  • A distribuição do formicida dentro da colônia é feita pelas próprias formigas
  • Após 48 horas do carregamento da isca: 50% da população da colônia estará contaminada.
  • As iscas granuladas contêm um princípio ativo (clorpirifós, sulfluramida, fipronil, deltametrina, fenthium, fenitrothion e bifentrin).
  • E um produto atrativo: mistura de polpa cítrica, óleo de soja e inseticida.  São altamente atrativas para as formigas cortadeiras.

 

Aplicação

Para maior eficácia no controle de formigas a isca deve ser colocada após a dessecação, quando falta alimento e antes da emergência das plantas cultivadas. Por isso, deve-se concentrar o uso de formicidas granulados nos períodos entre safras.

As iscas devem ser colocadas na borda das trilhas de transporte de folhas e próximo aos “olheiros” de entrada do formigueiro. Nunca dentro ou sobre o olheiro de entrada do formigueiro. Deve-se tomar cuidado com o manuseio da iscas para evitar odores que as formigas poderiam rejeitar.

 

Pó seco

Os formicidas em pó são indicados para espécies de formigas cortadeiras que constroem seus ninhos mais rasos no solo, como são as quenquéns.

Isso porque ao aplicar o pó não se consegue atingir o interior das colônias muito profundas, o que torna o controle ineficaz.

  • Aplicados com o uso de polvilhadeiras manuais e motorizados.
  • Usar com clima seco e com baixa umidade relativa do ar.
  • Recomenda-se seu uso somente em sauveiros jovens e em quenquenzeiros de monte.
  • Principal limitação: pouca eficiência do uso de bombas manuais e a profundidade que funciona: até 2,5 m.
  • Os formicidas em pó devem ser bombeados de 5-10 x em cada olheiro
  • Podem causar problemas de refluxo pela “bucha de formigas” que entopem os canais
  • Mata as formigas por contato.

 

Líquido nebulizado

A termonebulização é eficiente no controle de formigueiros, inclusive aqueles de maior tamanho, quando feito nos momentos de intensa atividade das formigas e aplicado em diferentes pontos do ninho.

O uso de inseticidas nebulizados é antigo e foi adotado com substratos queimados em fumigadores e bombeado para dentro dos formigueiros com fole manual.

  • Bastante sucesso em locais com muita saúva
  • Sua ação é imediata, paralisando o formigueiro
  • Os custos, rendimento e eficiência do controle são variáveis
  • Deve-se observar: o grau de infestação; o sistema operacional; os produtos utilizados
  • Usa-se uma máquina motorizada
  • Transforma-se o produto inseticida em fumaça
  • A aplicação ocorre através de uma corrente de ar produzida também pela máquina, até a saturação do formigueiro.
  • Mata a formiga por contato.
  • É viável somente para saúva.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Neste artigo vimos os diferentes tipos de formiga cortadeira e o quanto que elas podem prejudicar as culturas.

Com isso é de extrema importância que o agricultor faça monitoramento correto pois quanto mais cedo identificar melhor para realizar o diagnóstico correto, e assim realizar medidas de manejo para o controle em sua lavoura, onde poderá opinar para o melhor tipo de controle.

É importante ressaltar que em caso de dúvidas o ideal é procurar um o profissional da área para realizar a identificação correta.

Escrito por Michelly Moraes.

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Principais nematoides da soja: identificação e manejo!

Principais nematoides da soja: identificação e manejo!

Neste texto veremos como identificar e manejar os principais nematoides que atacam a cultura da soja. Confira!

O cultivo da soja iniciou no Brasil na década de 40 no Rio Grande do Sul. Atualmente é a principal comodities nacional, sendo cultivada em todas regiões agrícolas do Brasil.

No entanto, com a expansão da cultura da soja tem também aumentado o ataque de pragas e doenças, o que tem limitado a obtenção de altos rendimentos.

O ataque de fitonematoides tem tomado lugar de destaque entre os problemas fitossanitários da cultura.

No Brasil os nematoides mais prejudiciais à soja têm sido os formadores de galha (Meloidogyne spp), o nematoide das lesões radiculares (Pratylenchus brachyurus), nematoide do cisto (Heterodera glycines) e o nematoide reniforme (Rotylenchulus reniformis).

 

Principais nematoides da soja: identificação e manejo!

 

Nematoides das galhas (MELOIDOGYNE SPP.)

Popularmente conhecido como nematoides de galhas, o gênero Meloidogyne inclui um grande número de espécies. No entanto, M. javanica e M. incognita são as principais espécies que atacam a soja.

A ocorrência do M. javanica ocorre de forma generalizada no Brasil, enquanto M. incognita ocorre principalmente em áreas anteriormente cultivadas com café ou algodão.

Nas raízes das plantas atacadas é possível observar a presença de galhas de número e tamanho variados.

As fêmeas do Meloidogyne spp., possuem coloração branca pérola, formato piriforme e estão alojadas no interior das galhas.

Plantas amareladas e menos desenvolvidas, em reboleiras, são observadas em lavoras de soja atacadas pelo nematoides das galhas.

Outro sintoma que frequentemente é observado é conhecido como folha “carijó”, quando as folhas das plantas afetadas apresentam manchas cloróticas ou necroses entre as nervuras.

 

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Nematoides das lesões radiculares (PRATYLENCHUS BRACHYURUS)

O nematoide das lesões radiculares, Pratylenchus brachyurus tem causado danos econômicos elevados à cultura da soja no Brasil. Na região Centro Oeste, as perdas em produtividade podem chegar em até 50%.

O P. brachyurus é um endoparasita migrador, ou seja, ele permanece móvel durante o seu ciclo de vida, o que lhe permite migrar nos tecidos da planta.

Os sintomas causados por este nematoide geralmente estão associados a podridões e necroses do sistema radicular das plantas hospedeiras.

Uma vez que, outros organismos patogênicos, como bactérias e fungos, penetram nas raízes através das lesões causadas pelo nematoide.

Já os sintomas reflexos na parte aérea, costumam ocorrer em reboleiras e são principalmente nanismo, murcha nas horas mais quentes do dia e clorose.

 

Nematoide do cisto (HETERODERA GLYCINES)

O nematoide do cisto da soja, Heterodera glycines, é um endoparasita sedentário, que desde da safra de 1991/92 tem causado serias perdas na produção de soja no Brasil.

O H. glycines penetra nas raízes da planta de soja e dificulta a absorção de água e nutrientes, causando clorose e redução no porte das plantas, por isso, a doença ficou conhecida como nanismo amarelo da soja.

Os sintomas também aparecem em reboleiras e na maioria dos casos, as plantas de soja acabam morrendo.

No entanto, em regiões que apresentam solos mais férteis e boa distribuição de chuva, os sintomas na parte aérea podem não serem vistos.

Por tanto, para o diagnóstico correto deve-se avaliar sempre o sistema radicular. Pois, nas plantas parasitadas o sistema radicular fica reduzido e apresenta as fêmeas do nematoide.

As fêmeas apresentam formato de limão e coloração branca. Com o avançar do tempo, a fêmea morre e seu corpo se torna uma estrutura dura de coloração marrom escura, denominada cisto, que se desprende facilmente das raízes.

O cisto contém, em média, cerca de 200 ovos do nematoide e é considerada uma estrutura muito eficiente de disseminação e sobrevivência.

 

Manejo Integrado de Plantas Daninhas

 

Nematoide reniforme (ROTYLENCHULUS RENIFORMIS)

A partir do final da década de noventa, o nematoide reniforme, Rotylenchulus reniformis, vem aumentando em importância na cultura da soja, principalmente no Mato Grosso do Sul.

As fêmeas de R. reniformis são ectoparasitas sedentárias e, ao alcançarem a maturidade sexual, adquirem forma semelhante à de um rim, por isso a denominação nematoide “reniforme”.

Lavouras de soja com solos infestados com este nematoide são caracterizadas pela grande desuniformidade, com extensas áreas de plantas subdesenvolvidas. E não são observadas reboleiras típicas.

O sistema radicular das plantas atacadas pelo nematoide apresentam se mais pobre e, em alguns pontos da raiz, é possível observar uma camada de solo aderida às massas de ovos do nematóide.

As massas de ovos formadas podem conter de 50 a 120 ovos cada e são produzidas externamente, sobre a superfície das radicelas.

 

Manejo dos nematoides da soja

Para se realizar um manejo adequado dos nematoides na lavoura de soja, é importante que se adote medidas integradas, não se restringindo a apenas uma medida, mas há um conjunto de medidas.

Primeiramente, deve ser feita a identificação correta do nematoide que está causando danos à lavoura de soja. Esse diagnóstico é realizado através de amostras de solo e raízes em laboratório especializado.

Para a amostragem, devem ser coletadas na profundidade de 20-30 cm ao redor das plantas pequenas porções de solo, aproximadamente 200 g e algumas raízes.

As amostras devem ser mantidas em temperaturas entre 10°C e 15°C, ou deixadas à sombra para evitar o ressecamento, que dificulta o diagnóstico correto em laboratório.

Com a correta identificação do nematoide que está presente na área, a rotação de cultura pode ser implantada com maior eficiência. Pois determinadas culturas são resistentes ou tolerantes a alguns gêneros de nematoides.

Por exemplo, algumas crotalárias são eficientes no controle do nematoide das lesões radiculares, enquanto que gramíneas são alternativas no controle do nematoide reniforme.

O uso de variedades de soja resistentes a alguns nematoides também é uma medida de controle muito eficiente.

No entanto, as variedades resistentes devem ser utilizadas em programas de rotação que incluam também uma planta não hospedeira, para que a resistência não seja suplantada.

E para evitar a disseminação para outras áreas não infestadas com nematoides medidas como a correta lavagem dos equipamentos utilizados nas lavouras e o controle de tráfego das máquinas, também devem ser adotadas.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Neste artigo, conhecemos as espécies de nematoides de maior importância para a cultura da soja, suas características e os sintomas.

Também discutimos a importância de realizar a correta identificação do nematoide causador dos danos a lavoura para adotar as corretas medidas de manejo.

Com isso, espero que você consiga evitar que os nematoides afetem a produtividade da sua lavoura de soja!

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Lagarta do cartucho: como essa praga acomete a cultura do milho?

Lagarta do cartucho: como essa praga acomete a cultura do milho?

A lagarta do cartucho, Spodoptera frugiperda, é a principal praga da cultura do milho no Brasil.

Ela apresenta ocorrência em todas as regiões produtoras, tanto nos cultivos de verão como nos cultivos safrinha.

A lagarta do cartucho apresenta um dano econômico muito significativo nas lavouras de milho, onde, é notável a importância do manejo fitossanitário adequado para seu controle.

Mais detalhes sobre a praga você confere nesse artigo.

Boa leitura!

 

Lagarta do cartucho: como essa praga acomete a cultura do milho?

 

Mas afinal o que é a lagarta do cartucho?

A lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda), é um inseto que ataca a planta desde sua emergência até a formação de espigas, porém nos últimos anos tem acometido outras culturas, como a cultura de algodão, causando grandes prejuízos.

Os danos econômicos causados na cultura do milho são estimados em mais de US$ 400 milhões, anualmente.

Especialmente na cultura do milho, os prejuízos contabilizados não estão relacionados à falta de tratamento fitossanitário, onde, vários fatores são considerados para explicar os danos crescentes na lavoura.

Um deles refere-se à aplicação de maneira incorreta, como a não utilização de jato dirigido de defensivos fitossanitários.

Porém, o que preocupa os produtores é o desenvolvimento de populações da lagarta resistentes a produtos químicos. Como também, já se nota em algumas regiões, a diminuição sensível da diversidade de agentes de controle biológico, em consequência do uso de maneira errada de agrotóxicos.

Por isso que, estabelecer o equilíbrio ecológico dentro do sistema de produção é muito importante, como também a adoção de um programa de manejo integrado de pragas, pensando no sistema como um todo.

 

Pós-graduação Fitossanidade

 

Identificação da lagarta do cartucho

A mariposa fêmea, apresenta coloração acinzentada, com cerca de 25 mm de tamanho, ela tem a capacidade de pôr cerca de cem ovos a cada vez.

Em temperaturas média de 25°C, as lagartas do cartucho eclodem em três dias. Os insetos recém-nascidos geralmente permanecem juntos nas primeiras horas de vida.

Sua primeira refeição são as cascas dos próprios ovos, posteriormente, raspam as folhas da planta hospedeira, causando um sintoma bem caraterístico da praga.

Quando as larvas atingem o segundo ínstar, começam a migrar para outras plantas.

Posteriormente, dirigem-se, em menor número, para a região do cartucho, onde se alimentam das partes mais novas da planta.

 

A importância e formas de controle da lagarta do cartucho

Segundo a Confederação Nacional de Agricultura (CNA), o monitoramento semanal à lavoura para reconhecer e controlar a quantidade de pragas, em cada parte da planta, permite decidir sobre o controle no momento correto, evitando danos, perdas e prejuízos na produção.

Para isso é muito importante conhecer o comportamento da praga e seu controle. Vejamos a seguir algumas maneiras de determinar o aumento e/ou redução da ocorrência de pragas na lavoura, dependendo das práticas agronômicas, como:

 

  • Plantio direto

Como já abordamos em outros momentos, o plantio direto traz muitos benefícios para a conservação do solo e retenção de umidade, mas, não revolver o solo favorece a sobrevivência dos insetos que passam pelo menos uma de suas fases nele.

Uma vez que, a lagarta do cartucho na fase de pupa, passa essa fase em galerias dentro do colmo das gramíneas.

Dessa forma, no sistema de plantio direto, o monitoramento das pragas deve ser constante.

 

  • Manejo das plantas daninhas

O manejo propício das plantas daninhas e a realização da dessecação controlada, reduz o potencialmente de infestação inicial, evitando a utilização precoce de inseticida na área, o que facilita o estabelecimento de inimigos naturais da praga na lavoura.

 

Manejo Integrado de Plantas Daninhas

 

  • Rotação de cultura

A rotação de culturas é outro assunto que sempre falamos aqui e já sabemos a sua importância, nesse tipo de manejo há uma formação de um mosaico com diferentes espécies, podendo diminuir a infestação, reduzindo o uso de inseticidas e o custo de produção.

 

  • Tratamento de sementes

O tratamento de sementes, além de controlar as pragas que as danificam, controla várias espécies que atacam as plantas logo após a emergência.  Diminuindo a demanda por pulverização precoce na lavoura, consequentemente diminuindo os custos.

 

  • Controle biológico

Para o controle biológico dos ovos podem ser utilizadas as vespinhas Trichogramma. O seu uso, além da ação direta sobre a praga permite a interação de outros insetos benéficos como das espécies de parasitóides (Chelonus, Campoletis, Eiphosoma) e de predadores como as tesourinhas, joaninhas e percevejos, que atuam também no controle de outras pragas na cultura do milho.

Produtos microbianos, como o Bacillus thuringiensis e produtos à base de extratos de planta como o óleo de nim podem ser também utilizados para o controle da lagarta do cartucho.

 

  • Uso de feromônio:

Os feromônios são semioquímicos (sinalizadores químicos) de atuação entre indivíduos da mesma espécie.

Na agricultura os feromônios são utilizados no manejo de insetos-pragas, no monitoramento com armadilhas.

O monitoramento através da captura de insetos nas armadilhas com feromônios é possível determinar ausência, presença ou flutuação populacional de determinada espécie praga na área monitorada, o que auxilia o produtor na tomada de decisão sobre o manejo adequado.

 

  • Manejo Integrado de Pragas (MIP)

Por fim, o manejo integrado de pragas (MIP), quando utilizado de forma correta, evita a aplicação de agrotóxicos sem necessidade, preservando a produtividade e os inimigos naturais das pragas, fechando o ciclo cultural com menos aplicações.

 

Controle Biológico: como ter lavouras mais sustentáveis e rentáveis!

 

9 erros comuns no manejo de pragas na lavoura

Vou te apresentar agora, erros que você talvez anda cometendo e que aumentam a população ou favorecem a ocorrência de pragas na lavoura, são eles:

  1. Não utilizar o manejo integrado de pragas.
  2. Não adoção da rotação de culturas, ou seja, o plantio da mesma espécie, na mesma área, por vários anos consecutivos.
  3. O desrespeito ao vazio sanitário (período em que a lavoura deve ficar sem plantio).
  4. Aplicação de forma errada de produtos químicos.
  5. O uso de cultivares altamente suscetíveis a pragas.
  6. A presença de plantas hospedeiras na entressafra e nas proximidades da lavoura.
  7. O manejo inadequado de plantas daninhas.
  8. As aplicações de agrotóxicos sem antes realizar o monitoramento.
  9. A não realização do rodízio do princípio ativo do inseticida.

 

Mas afinal qual o ponto na tomada de decisão?

O ponto de decisão para qual método de controle da lagarta do cartucho utilizar, vai depender do nível do seu monitoramento da praga.

A aplicação de inseticidas não deve ser imediata e sim dez dias após a coleta das três primeiras mariposas nas armadilhas, por isso a importância do monitoramento da lavoura.

Nessa ocasião, a lagarta pode ser controlada antes de provocar danos irreversíveis e ainda estão bem suscetíveis aos inseticidas.

Também dentro do período considerável, os ovos e as lagartas de primeiros ínstares poderão ser reduzidos pelos principais inimigos naturais.

A utilização do método de amostragem baseado na infestação de lagartas pode confirmar a necessidade real da aplicação química. Obviamente a seletividade do produto químico deve ser sempre considerada.

Por fim, a atuação eficiente do controle biológico natural, aplicação de inseticida químico ou uso de todas as técnicas disponíveis pelo MIP, são de suma importância para controle da praga e consequentemente menos perda e maior lucratividade da lavoura.

 

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Míldio: como Manejá-lo em sua Cultura?

míldio é uma doença causada por fungos da família das peronosporáceas (subdivisão mastigomicotina) que ataca os órgãos das plantas, formando uma camada pulverulenta semelhante à farinha. As hifas do míldio costumam desenvolver-se entre as células das folhas, flores e frutos, onde formam um micélio mais ou menos denso.

Este fungo propaga-se rapidamente com o tempo úmido, causando grandes prejuízos. No princípio do Outono inicia-se a reprodução sexuada; formam-se os órgãos sexuais (oogónios e anterídios), esféricos e com apêndices sinuosos.

Veja as principais características e sintomas dessa doença, além de todas as formas de controle para evitar prejuízos em sua lavoura.

 

Míldio

(Fonte: winechefe, 2018)

 

CONDIÇÕES FAVORÁVEIS AO ATAQUE DE MÍLDIO

 

Com a umidade relativa do ar de 95%, bem como chuvas abundantes são consideradas condições favoráveis ao desenvolvimento do patógeno.

Para a germinação de esporângios faz-se necessário que principalmente o mês de agosto apresente temperatura acima de 11 °C coincidindo com dias de chuva ou umidade relativa alta.

O patógeno sobrevive em tecidos vivos durante o ciclo vegetativo da planta e, no inverno por meio de oósporos presentes no interior de tecidos de folhas senescidas sobre o solo e micélios dormentes em gemas, até que sejam disseminados pelo vento ou água. Sob condições favoráveis de ambiente, completa seu ciclo em apenas quatro dias.

 

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SINTOMAS DA DOENÇA

 

Os sintomas de míldio ocorrem principalmente nas folhas, iniciam-se por um encharmento do mesófilo, denominado por “mancha de óleo”, uma mancha pálida, pequena, de bordos indefinidos. Em condições de alta umidade, na face inferior da folha, sob a mancha de óleo, observa-se uma eflorescência branca, densa, de aspecto cotonoso, constituída pelas frutificações do fungo.

Com o passar do tempo, a área infectada necrosa, e as folhas severamente infectadas caem. Esta desfolha reduz o acúmulo de açúcar nos frutos e enfraquece a planta, comprometendo a produção do ano seguinte.

 

 Sintomas do Míldio.

Sintomas do Míldio.

(Fonte: Agroop, 2019)

 

Nas inflorescências infectadas ocorre escurecimento da raquis, podendo ainda haver esporulação do patógeno, seguido pelo secamento e queda dos botões florais.

Em bagas mais desenvolvidas a infecção ocorre através do pedicelo e o patógeno se desenvolve dentro do fruto, tornando escuras, duras, com superfícies deprimidas, provocando a queda das mesmas.

 

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MÍLDIO NA CULTURA DE SORGO

 

O míldio do sorgo é uma doença com ampla faixa de adaptação climática, sendo encontrada em todas as regiões de plantio de sorgo no Brasil.

Em cultivares suscetíveis, os danos à produtividade podem chegar a 80% sob condições favoráveis ao desenvolvimento da doença. Plantas com infecção sistêmica tornam-se estéreis e não produzem grãos.

 

Míldio na cultura do sorgo.

Míldio na cultura do sorgo.

(Fonte: Agronegócio em foco, 2019)

Sintomas

Os sintomas típicos de infecção sistêmica são a formação de estrias paralelas de tecidos verdes alternadas com áreas de tecidos cloróticos.

Em condições de temperatura amena e ambiente úmido, a face abaxial da área foliar clorótica é coberta por uma camada branca, que consiste de conídios (esporângios) e esporangioforos de P. sorghi.

Em estádios mais avançados, a área de tecidos cloróticos torna-se necrótica e é rasgada pela ação do vento, liberando os oósporos no solo através dos quais o patógeno sobrevive na ausência do hospedeiro.

 

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Manejo

Algumas medidas de manejo que você pode utilizar para o manejo do míldio na cultura de sorgo são:

  • Variedades resistentes este é o método mais eficiente para a doença na cultura do sorgo;
  • Rotação de culturas com espécies não-hospedeiras – lembre-se de não utilizar milho na rotação, por ser hospedeiro do patógeno (vamos ver no próximo tópico);
  • Destruição dos restos culturais;
  • Época de semeadura – deve-se antecipar a semeadura em locais de alta incidência da doença;
  • Uso de sementes de boa qualidade.

 

MÍLDIO NA CULTURA DE MILHO

 

Míldio na cultura do milho.

Míldio na cultura do milho.

 

Há vários patógenos que causam míldio na cultura do milho. O mais comumente encontrado no Brasil é o Peronosclerospora sorghi, o mesmo que causa a doença no sorgo e em algumas outras gramíneas.

Esta doença no milho, no caso do Brasil, não causa prejuízos econômicos tão significativos, como ocorre em outros países.

 

Sintomas

A infecção sistêmica da planta causa clorose nas folhas, que ficam com estrias e faixas brancas. Além disso, as folhas das plantas infectadas com míldio apresentam as folhas mais eretas e estreitas, com o colmo mais fino e acamado. A doença também pode ocasionar problemas na formação dos grãos da espiga.

 

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Manejo

As principais medidas recomendadas para o manejo do míldio na cultura do milho são:

  • Utilização de cultivares resistentes;
  • Rotação com culturas não hospedeiras;
  • Enterro dos restos culturais para eliminação de oósporos;
  • Tratamento de sementes com fungicidas à base de metalaxyl.

 

MÍLDIO NA CULTURA DA SOJA

 

Na cultura da soja, o míldio pode ocorrer em qualquer região produtora do país, sendo causada pelo oomiceto Peronospora manshurica. Estima-se que os prejuízos decorrentes desta doença estão entre 8 e 14% quando ocorre em cultivares suscetíveis.

As condições que favorecem a ocorrência desta doença são elevados períodos de molhamento foliar (12 horas) e temperaturas entre 20 e 22 ºC durante qualquer estágio fenológico da cultura.

 

Míldio na cultura da soja.

Míldio na cultura da soja.

(Fonte: Clobal Crop Protection, 2018).

Sintomas

Os sintomas da doença são bem característicos, com manchas de coloração verde-claras até amareladas, localizadas na face adaxial das folhas.

Na parte inferior da folha, nessas lesões aparecem estruturas de aspecto cotonoso (aspecto de algodão) de coloração cinza, que são estruturas de frutificação do fungo. A doença pode se desenvolver na vagem, podendo ficar com redução do grão ou deteriorada.

 

Dano causado pela ferrugem da soja.

 

Manejo

Algumas medidas de manejo para o míldio na cultura do da soja podem ser feitas, como:

 

MÍLDIO DA VIDEIRA

 

No Brasil, o míldio é considerado a doença mais importante da videira, causada por Plasmopara vitícola é uma das principais doenças podendo infectar todas as partes verdes da planta, com danos maiores ocorrendo em flores e frutos.

 

Míldio da videira

Míldio da videira

(Fonte: Rural Pecuária, 2018).

 

Condições que favorecem o desenvolvimento da doença tendem a ser diferentes nas regiões produtoras brasileiras e o manejo demandará maior atenção em alguns locais.

 

Sintomas

Os sintomas iniciais da doença nas folhas são a formação de manchas mais ou menos circulares, com aspecto oleoso, levando à descoloração do tecido colonizado pelo patógeno e que após, com a evolução da doença, se torna pardo-avermelhado.

Já na face inferior da folha, ocorre a formação de esporulação de coloração branca. Os sintomas nas inflorescências são semelhantes aos observados nas folhas, resultando na formação de esporulação sobre as mesmas, além de escurecimento da ráquis, evoluindo para secamento e queda dos botões florais.

 

Manejo

Para se evitar grandes prejuízos, o controle do míldio deve ser feito preventivamente. Além do controle químico, cultivares resistentes podem ser utilizados.

Para que se tenha condição de umidade menos favorável ao desenvolvimento do fungo e um melhor arejamento do cultivo são recomendados podas bem constituídas e um bom espaçamento.

O controle preventivo deve começar no início da brotação com o uso de fungicida sistêmicos intercalado com produtos de contato à base de cobre. Dentre estes, a cauda bordalesa é um dos mais antigos, porém eficiente no controle do míldio. Usar produtos registrados para a cultura.

 

CONCLUSÃO

 

Neste artigo vimos os sintomas e manejo do Míldio em diferentes culturas e o quanto podem afetar sua produtividade.

Com isso é de extrema importância que o agricultor faça monitoramento pois quanto mais cedo identificar a doença melhor para realizar o diagnóstico correto e assim realizar medidas de manejo para o controle em sua lavoura.

É importante ressaltar que em caso de dúvidas o ideal é procurar um o profissional da área para realizar a identificação correta.

 

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