O café possui uma grande importância para o Brasil. Pois, além de sermos o maior produtor mundial, somos também o maior exportador e o segundo maior consumidor de café. No entanto, muitos não sabem a fundo sobre a fisiologia do cafeeiro. Neste artigo preparamos tudo sobre esse assunto. Quer ficar por dentro de tudo?
Acompanhe!
A cultura do café foi introduzida no Brasil no início do século XVIII. Inicialmente cultivada no Pará, a planta logo se espalhou para as demais regiões do país e começou a ganhar grande destaque na economia brasileira a partir de 1825.
Hoje, a plantação de café representa uma enorme importância para o agronegócio brasileiro e está à frente das grandes exportações do país.
O Brasil é o maior produtor e exportador de café, e o segundo maior consumidor, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Com isso é de suma importância conhecer fisiologia do cafeeiro para alcançar a alta produtividade. Preparamos esse artigo que irá te ajudar a compreender sobre esses processos.
O que é a fisiologia do cafeeiro?
A fisiologia vegetal é um ramo da botânica que trata do funcionamento das plantas. Os processos fundamentais de plantas, como a fotossíntese, a nutrição das plantas, respiração, transpiração, função dos hormônios vegetais, estresse vegetal, germinação das sementes, crescimento e frutificação são estudados pela fisiologia vegetal.
Compreender como a planta funciona, bem como a influência do ambiente no crescimento e desenvolvimento, são fundamentais para adotar práticas que possibilitem às plantas expressarem ao máximo seu potencial genético.
Quanto a fenologia do café:
O Café arábica (Coffea arábica L.) leva dois anos para completar o ciclo fenológico de frutificação, ao contrário da maioria das plantas, quem completam seu ciclo reprodutivo no mesmo ano fenológico.
(Fonte: Expresso, 2021)
O ciclo fenológico é constituído de seis fases distintas, dessas, sendo duas vegetativas e quatro reprodutivas: 1ª Vegetação e formação de gemas foliares, 2ª indução e maturação das gemas florais, 3ª florada, 4ª granação dos frutos, 5ª maturação dos frutos, e 6ª repouso e senescência dos ramos terciários e quaternários.
1º Fase – vegetação e formação de gemas foliares
A primeira fase, caracterizada pela vegetação e formação das gemas foliares, vai de setembro a março. São sete meses de dias longos, com fotoperíodo acima de 13 e 14 horas de luz efetiva ou acima de 12 horas de brilho solar (CAMARGO, 1985).
2º Fase – indução e maturação das gemas florais
A segunda fase, a da “indução, diferenciação, crescimento e dormência das gemas florais”, é caracterizada por dias curtos, indo normalmente de abril a agosto.
A partir de fevereiro, quando os dias começam a ficar mais curtos, ou seja, com menos de 13 horas de luz efetiva, intensifica-se o crescimento das gemas florais.
Essas gemas florais, depois de terem completado o desenvolvimento, entram em dormência e ficam prontas para a antese, quando acontece um aumento substancial de seu potencial hídrico, causado por chuva ou irrigação.
3º Fase – florada
A terceira fase, já dentro do período reprodutivo, é caracterizada pela florada e expansão dos frutos, período que compreende os meses de setembro a dezembro.
Em que, após uma restrição hídrica, seguido por chuva ou irrigação abundante, acarreta na florada da cultura. Por isso, se nesse período, ocorrer grande restrição hídrica, pode ocasionar abortamento das flores. Após a fecundação, forma-se os chumbinho e a expansão dos frutos.
4º Fase – granação dos frutos
Ocorre de janeiro a março do ano seguinte, quando há formação dos grãos. Nessa fase, um estresse hídrico pode ser prejudicial, produzindo frutos mal granados, que causam os defeitos preto, verde e ardido, como também o chochamento de grãos.
A fase de “maturação dos frutos”, que se verifica normalmente de abril a junho, depende da periodicidade da cultivar e da acumulação de energia solar, ou seja, do somatório de Etp, de aproximadamente 700 mm, após a florada principal. Nessa etapa, deficiências hídricas moderadas beneficiam a qualidade do produto.
5º Fase – maturação dos frutos
Na quinta fase, também período reprodutivo, é caracterizada pela granação dos frutos, que ocorre nos meses de abril a junho.
6º Fase – repouso e senescência
Na sexta, e última fase do ciclo fenológico da cultura, caracterizada pela senescência, que ocorre no período de julho a agosto, ocorre a autopoda do cafeeiro, em que ramos produtivos não primários, secam e morrem.
Fisiologia do cafeeiro
Em relação a fisiologia, a fotossíntese das plantas é caracterizada pela captação da energia solar para oxidar a H2O (água), liberando O2 (oxigênio), e para reduzir CO2, produzindo compostos orgânicos, primeiramente açúcares.
Esta energia estocada nas moléculas orgânicas é utilizada nos processos celulares da planta e serve como fonte de energia.
Sob condições de altas temperaturas, e déficit hídrico, há o fechamento estomático, como estratégia para a planta reduzir a perda de água, e dessa forma, há redução da taxa fotossintética, uma vez que, não há a entrada de CO2, que é um produto da fotossíntese, afetando assim a produtividade das plantas.
Além disso, devido ao cafeeiro ser uma planta C3 (nome dado devido ao composto formado apresentar 3 carbonos), a faixa adequada de temperatura para se obter a máxima fotossíntese é inferior quando comparada a uma planta C4, como exemplo do milho.
E também, as plantas com esse tipo de metabolismo (C3), apresentam maiores taxas de fotorrespiração. Ou seja, processo que há a absorção de luz, associada a liberação de CO2. Esta estratégia, apesar de ruim, é necessária para a sobrevivência da planta.
Fisiologia do cafeeiro para altas produtividades
Os processos fisiológicos do cafeeiro dependem do ambiente, da genética das plantas. E são controlados por hormônios vegetais, que são substâncias orgânicas produzidas no interior das plantas e ativos em tecidos jovens em crescimento. Que em pequenas quantidades promovem, inibem ou modificam certas características das plantas.
Os grupos clássicos de hormônios vegetais são auxinas, citocininas, giberelinas, ácido abscísico e etileno. A nível celular, estes compostos controlam a divisão, alongamento e diferenciação celular, que são essenciais ao crescimento e desenvolvimento das plantas.
Nas plantas, dependendo da fase fenológica, os hormônios vegetais podem apresentar efeitos fisiológicos com alterações na expressão de genes e respostas como enraizamento, crescimento, florescimento, frutificação, maturação, senescência, etc.
Bioestimulantes
Como principais ferramentas de manejo para solucionar problemas fisiológicos do cafeeiro surgem os bioestimulantes.
A definição e o conceito de bioestimulantes têm mudado ao longo dos anos em função da diversidade de compostos novos que apresentam efeitos sobre o crescimento, desenvolvimento, metabolismo e a produtividade das culturas, comprovados pela pesquisa.
Uma definição mais recente encontrada na literatura considera os bioestimulantes vegetais como produtos que contenham substâncias ou microrganismos cuja ação, quando aplicados às plantas ou à rizosfera, sejam capazes de estimular os processos fisiológicos naturais.
O objetivo é aumentar absorção e eficiência dos nutrientes, além de proporcionar tolerância a estresses abióticos. Com maior qualidade das colheitas. Incluem-se nesta categoria microrganismos, ácidos húmicos e fúlvicos, aminoácidos, extratos de algas, entre outros.
Conclusão
A cultura do café veio para o Brasil e sua adaptabilidade ao nosso clima garantiu que seu cultivo se tornasse um dos impulsionadores da exportação Brasileira e alavancando o agronegócio, assumindo o primeiro lugar.
Portanto conhecer a fisiologia do cafeeiro é de extrema importância para alcançar a alta produtividade. Pois são fatores indispensável no processo de desenvolvimento da planta.
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