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Neste material você vai entender um pouco mais sobre o tema êxodo rural: 

  • O que é êxodo rural. 
  • Modernização conservadora.
  • Os motivos que conduziram fenômeno de êxodo rural. 

 

Saiba tudo sobre o êxodo rural!

 

O que é êxodo rural? 

Êxodo rural é o fenômeno migratório no qual pessoas deixam áreas rurais para se estabelecerem em áreas urbanas. Esse movimento é impulsionado por diversos fatores. Como a busca por melhores condições de vida, acesso a serviços básicos, oferta de emprego, oportunidades educacionais, entre outros. 

O êxodo rural pode causar impactos tanto nas áreas rurais, reduzindo a mão de obra disponível para atividades agrícolas. Quanto nas áreas urbanas, aumentando a demanda por serviços e infraestrutura. 

No êxodo rural, os indivíduos deixam suas atividades rurais, como agricultura ou pecuária, para se deslocarem para os centros urbanos em busca de melhores oportunidades de trabalho, educação, saúde e qualidade de vida.  

Esse fenômeno é mais comum em países em desenvolvimento. Nos quais a população rural enfrenta condições precárias de vida e falta de acesso a serviços básicos. 

 

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Características do êxodo rural 

O êxodo rural pode ser classificado como um tipo de migração que chamamos de emigração. Uma vez que representa um movimento de saída de pessoas de um local em direção a outro. 

Nesse caso em específico, o local de partida é a zona rural, e o de chegada, a zona urbana ou cidade. A mudança a que esse processo se refere é definitiva. E as causas atreladas a ela podem ser muito variadas, como vimos anteriormente. 

A migração entre campo e cidade pode ocorrer em qualquer país (desenvolvido e subdesenvolvido) e a qualquer momento. Independentemente da conjuntura econômica ou política do local.  

É, na verdade, um movimento bastante comum e que sempre esteve presente na formação e desenvolvimento dos territórios nacionais.  

O que muitos deles possuem em comum, além disso, são as consequências que o grande influxo de pessoas pode trazer para o espaço urbano.” 

 

Por que acontece o êxodo rural? 

Os motivos para os movimentos migratórios no sentido das cidades podem ser resumidos: 

 

1. Melhores oportunidades de emprego 

Muitas vezes, áreas urbanas oferecem uma maior variedade de empregos e salários mais altos em comparação com áreas rurais. O acesso a serviços e infraestrutura também pode ser melhor nas cidades. 

  

2. Melhores condições de vida

Áreas urbanas costumam oferecer melhores serviços públicos, como saúde, educação e transporte. Além disso, há mais opções de lazer e entretenimento, assim como acesso a bens de consumo. 

  

3. Migração sazonal

Em algumas regiões, é comum que as pessoas deixem o campo temporariamente para trabalhar em setores sazonais, como a agricultura. Essas pessoas podem acabar decidindo se mudar permanentemente para a cidade devido a melhores condições de vida. 

  

4. Migração forçada

Em alguns casos, conflitos armados, desastres naturais ou crises econômicas podem levar as pessoas a deixarem suas terras e se mudarem para áreas urbanas em busca de segurança e oportunidades. 

Em resumo, o êxodo rural ocorre devido a uma combinação de fatores econômicos, sociais e políticos que levam as pessoas a buscarem uma vida melhor nas cidades. 

 

Êxodo rural no Brasil 

O processo de êxodo rural no território brasileiro ganhou força com o início da industrialização. Que ocorreu a partir da década de 1930 e se intensificou 20 anos mais tarde. Quando novos setores produtivos passaram a ingressar no país.  

No intervalo que vai de 1950 a 1970, a taxa de crescimento urbano deu um salto e passou de 3,91% ao ano para 5,22%, valor mais elevado entre a década de 1950 e os anos 2000.  

A taxa de crescimento da zona rural, no entanto, decaiu na mesma velocidade e atingiu patamares negativos em 1980. Quando registrou – 0,62%, o que mostra a diminuição da população que vivia no campo. As informações são do IBGE. 

O Brasil se tornou um país urbanizado na década de 1970, quando 55,98% da população passou a viver nas cidades. Essa quantidade subiu para 67,7% na década seguinte e, atualmente, é de quase 85%, conforme o IBGE.  

A formação da Região Concentrada no Sudeste e Sul do Brasil e o processo de modernização conservadora do campo aliado à expansão das fronteiras agrícolas, pautada pelo modelo do agronegócio, são fatores que condicionaram a aceleração da saída de pessoas dos campos em direção às cidades entre as décadas de 1970 e 1980.” 

 

Efeitos do êxodo rural nas áreas urbanas 

  • Aceleração do processo de urbanização, que inicialmente foi concentrada nas grandes metrópoles do país. Especialmente na região Sudeste ao longo do século XX, pois essa região foi a que teve o maior fluxo migratório por possuir maior atratividade econômica e maior industrialização; 
  • Crescimento desordenado e desigual das cidades, pois não estavam preparadas para a chegada de um contingente populacional tão grande em um curto período; 
  • Expansão desmedida das periferias urbanas, com a formação de moradias inadequadas e o crescimento das favelas em várias metrópoles do país; 
  • Falta de saneamento básico, serviços precários de saúde e de educação, entre outros problemas sociais, como a violência urbana; 
  • Aumento do desemprego e do emprego informal em decorrência do surgimento de um grande exército de reserva de trabalhadores nas cidades; 
  • Maior precarização das condições de vida dos trabalhadores. 

 

A agricultura familiar 

O principal segmento afetado pelo processo de êxodo rural é a agricultura familiar. Antes do processo de Revolução Verde, a agricultura nacional dependia fortemente de mão-de-obra para as atividades de preparo do solo, semeadura, controle de plantas daninhas, colheita, armazenamento e transportes de grãos. 

 Assim, muitas famílias que viviam no meio rural eram compostas por um casal, que geralmente tinha muitos filhos, não raro mais de dez filhos vivendo no meio rural e trabalhando numa mesma propriedade, ou vivendo da atividade rural através da venda da mão-de-obra em empreendimentos agrícolas fora da propriedade rural familiar. 

Contudo, com a modernização da agricultura ocorreu a introdução de tratores e implementos pesados substituindo a tração animal e aumentando a eficiência no preparo do solo; semeadoras e colhedoras motorizadas, reduzindo a necessidade da semeadura e da colheita manual; introdução de herbicidas, reduzindo ou eliminando a necessidade de controle manual das plantas daninhas através da enxada. 

Tudo isso acabou reduzindo drasticamente a necessidade de mão-de-obra no meio rural, principalmente na agricultura familiar, um segmento da agricultura onde a terra é um recurso escasso. 

 

Perspectivas futuras 

O que acontecerá com a agricultura familiar nas próximas décadas? Existem alternativas para contornar o cenário de masculinização e de envelhecimento do campo e garantir a reprodução da agricultura familiar?  

Certamente há estratégias possíveis e que estão sendo aplicadas com sucesso por diferentes propriedades rurais. Essas questões serão abordadas nos próximos conteúdo.   

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão 

Para lidar com os desafios do êxodo rural, é importante implementar políticas que melhorem a infraestrutura, serviços básicos e oportunidades econômicas nas áreas rurais. 

 Além disso, programas de capacitação e incentivos para empreendedorismo rural podem ajudar a criar empregos e melhorar a qualidade de vida na zona rural. 

Por fim, a valorização da agricultura familiar e a adoção de práticas agrícolas sustentáveis são fundamentais para garantir a segurança alimentar, conservar os recursos naturais e promover o desenvolvimento sustentável das áreas rurais. 

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Escrito por Michelly Moraes.

Pós-graduação Gestão e Economia do Agronegócio