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Como a Robótica está Presente no Manejo Agrícola e Florestal?

Como a Robótica está Presente no Manejo Agrícola e Florestal?

Foto: Beefpoint

Não é novidade que o desenvolvimento de máquinas cada vez mais inteligentes estão, aos poucos, tornando diversos processos mais eficientes. Nesse sentido, já existem indícios de que, grande parte das atividades desempenhadas por pessoas será massivamente substituída por robôs até o final do século, o que demandará uma reconfiguração das relações de trabalho.

Do mesmo modo, o uso da robótica no manejo agrícola e florestal está ganhando espaço, o que vem causando impactos significativos na produção de alimentos e insumos em todo mundo. Como principais benefícios, as tarefas mais complexas poderão ser executadas de forma autônoma, rápida e precisa. Portanto, auxiliará no desenvolvimento de lavouras e florestas, medindo a performance e identificando deficiências, doenças, pragas ou qualquer alteração abiótica.

Neste artigo, vamos entender melhor como a robótica pode ser utilizada tanto no manejo agrícola quanto no florestal. Confira!

Agricultura

A tecnologia vem potencializando a agricultura nos últimos anos, fazendo com que os processos sejam mais eficientes, o que resulta em redução de custos e aumento da produtividade. Desde a inclusão de maquinário agrícola, até hoje, com a inclusão de robôs, o manejo agrícola tem muito a ganhar com os novos recursos. Veja, a seguir, alguns exemplos da aplicação de robótica nesta atividade!

Drones

Os drones, que são veículos aéreos não-tripulados, podem desempenhar uma série de atividades na agricultura, tais como monitorar a ocorrência de pragas e doenças, pulverizar pontos específicos e de difícil acesso na plantação e auxiliar no manejo da irrigação.

Entretanto, a tendência é que esses dispositivos evoluam ainda mais e se tornem cada vez mais autônomos, aumentando a precisão e auxiliando em todas as etapas do ciclo produtivo.

Tratores Autônomos

A ideia do trator autônomo é não depender que tenha um tratorista conduzindo o veículo presencialmente. . Essas ações seriam coordenadas de forma remota por meio de um iPad, notebook ou smartphone.

Isso possibilita que o responsável possa supervisionar várias máquinas de forma simultânea, cuidar de outras tarefas ou até mesmo operar outro veículo.

Conexão

Além de máquinas autônomas, o objetivo da inclusão da robótica no cenário agrícola é levar a Inteligência Artificial e a Internet para o campo.

Apesar dessa realidade parecer um pouco distante, a projeção é que em breve as máquinas e os dispositivos estejam conectados a uma base de dados única, facilitando a gestão e a tomada de decisão.

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Manejo florestal

Do mesmo modo, no manejo florestal é cada vez mais comum vermos o avanço da tecnologia caminhando para uma maior inclusão da robótica. Veja a seguir, algumas tendências!

Monitoramento das copas das árvores

Sabemos que um profissional não consegue observar por completo uma árvore, a menos que possua recursos para isso. Por essa razão, já estão sendo desenvolvidas alternativas, como os drones, capazes de sobrevoar a superfície da floresta a baixas altitudes, mas sem causar grandes perturbações. Dessa forma, será possível coletar dados de composição do ar acima da vegetação de forma muito mais acessível.  Quando equipado com softwares específicos, também conseguem fornecer dados com precisão e agilidade.

Robôs Capazes de Escalar Árvores

Um dos grandes desafios do monitoramento florestal é explorar e coletar dados em diferentes camadas da árvore, principalmente se tratando de árvores maiores.  Por isso, pesquisadores já estão desenvolvendo dispositivos que escalam imitando o movimento de animais. A ideia é controlar o dispositivo para coletar o máximo de informações possíveis sobre toda a extensão da árvore. Esses robôs já têm sido utilizados em tarefas como a poda dos ramos das árvores quando se quer manejar a floresta para produção de madeira para serraria.

Robôs na Produção de Clones

Hoje, os robôs já são capazes de realizar cortes precisos em miniestacas de eucalipto e realizar o plantio. No futuro é possível que todas as etapas da produção clonal das mudas de eucalipto sejam realizadas por robôs.

Microfones e Câmeras para o Monitoramento Ambiental

Outra aplicação prática da robótica no manejo florestal é a inclusão de sensores com câmera e microfones para identificação automática de espécies de animais. As informações serão enviadas via antenas instaladas em pontos altos da floresta para uma central de dados acessível pela internet. A identificação das espécies fica a cargo de um sistema de inteligência artificial treinado para reconhecer padrões visuais e acústicos de animais típicos de uma região.

Esses são apenas alguns exemplos de como a robótica afeta e afetará ainda mais o manejo agrícola e florestal nas próximas décadas. Com isso, o caminho será cada vez mais a digitalização e automação. Portanto, para se adaptar a tais mudanças é preciso que o profissional esteja sempre em busca de conhecimento e inovação.

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Agricultura de Precisão: vantagens e desafios

Agricultura de Precisão: vantagens e desafios

A agricultura tem passado por rápidas transformações. Assim, além de ser uma atividade rentável, também é altamente competitiva. Por essa razão, agricultores e profissionais agricultura de precisaoda área que desejam manter a elevada produtividade e lucratividade, precisam fazer com que a propriedade seja especializada e tecnológica. É nesse sentido que a agricultura de precisão ganha ainda mais força.

A agricultura de precisão não é uma estratégia nova, já que começou a ser utilizada no Brasil nos anos 1990. No entanto, recentemente tem sido ainda mais valorizada graças a ao aumento e disponibilidade de novas tecnologias e softwares desenvolvidos para a agricultura, bem como pela necessidade que profissionais da área tem de elevar a eficiência produtiva da cultura ao máximo. Isso porque, mais do que capacidade administrativa, o produtor precisa saber coletar dados e informações relativas à sua área, adaptando as tecnologias e insumos disponíveis à sua realidade. Dessa forma conseguirá alcançar eficiência na aplicação de recursos e o sucesso na produção agrícola.

Se você quer saber o que é agricultura de precisão, como implementá-la e suas vantagens, continue a leitura desse artigo!

O que é Agricultura de Precisão? 

De forma geral, a agricultura de precisão (AP) é um sistema de produção baseado no gerenciamento de informações. Teve seu crescimento potencializado graças ao avanço de tecnologia de referenciamento e posicionamento como o GPS (do inglês Global Positioning System) e de tecnologias de sensoriamento remoto.

A AP é um conceito de manejo agrícola que considera que as lavouras não são uniformes. Ou seja, mais que as peculiaridades de cada região, tipo de cultura e propriedade, nessa técnica, são levadas em consideração as diferenças existentes em cada pedaço da fazenda. Pode ser tanto no solo, no relevo, na temperatura e no tipo de planta existente.

Nesse sistema, a gestão deve buscar otimizar a aproveitar cada porção da área, minimizando os desperdícios e maximizando os ganhos.

Dessa maneira, pode-se dizer que a AP é uma filosofia de gerenciamento agrícola que parte de informações exatas, precisas e se completa com decisões exatas. O princípio básico é aplicar os insumos no local correto, no momento adequado, e em quantidades corretas, tanto quanto a tecnologia e os custos envolvidos o permitam.

Nesse sistema, é possível visualizar a variabilidade espacial e temporal dos fatores edafoclimáticos de cada área agrícola, considerando as peculiaridades de cada parte da área no momento do manejo, ao invés de manejá-la como se a mesma fosse uniforme.

Enquanto na agricultura convencional os fertilizantes e insumos são aplicados de forma uniforme em toda área, levando em conta uma média das características de cada trecho ou até mesmo das fazendas, na agricultura de precisão é diferente. Afinal, com acesso a diversos informações precisas, o produtor pode aplicar somente o necessário em cada pedaço da propriedade.

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Vantagens da Implantação da AP

A partir da ideia de uma propriedade que não é uniforme e levando em conta as diferenças existentes em cada porção de terra, a agricultura de precisão é uma ótima alternativa para quem busca maximizar os resultados e evitar desperdícios de insumos e mão de obra. Sem contar que contribui para a sustentabilidade econômica e ambiental da área.

A seguir, conheça algumas vantagens da AP nas propriedades:

  • Mais segurança para a tomada de decisão por estar baseada em dados precisos;
  • Economia de insumos, tempo e mão-de-obra;
  • Redução de gastos financeiros desnecessários;
  • Visualização detalhada da propriedade;
  • Melhoria dos resultados obtidos com a atividade agrícola;
  • Maior controle da fazenda;
  • Mais detalhes sobre a lavoura;
  • Redução de riscos;
  • Melhora a gestão do agronegócio.

Tecnologias aplicadas na Agricultura de Precisão

Como salientado anteriormente, na AP os insumos são aplicados de acordo com as necessidades de cada porção da fazenda. Mas, para isso, é preciso ter informações detalhadas sobre as características que influenciam na produção que são: amostragem do solo, mapas de colheita e georreferenciamento, ou seja, levantamento de diversas informações de forma detalhada.

A obtenção desses dados depende da utilização de tecnologias como satélites, drones, máquinas e outras ferramentas adaptadas de outras áreas para a agricultura, como piloto automático, banco de dados, softwares de gestão, dentre outros.

É importante lembrar que, junto com a necessidade de todas essas ferramentas, a produção tem o seu custo aumentado. Para saber se vale a pena investir nesse sistema, é preciso avaliar as finanças, a propriedade todos os benefícios que serão conquistados.

Dificuldade na prática de AP

Por mais que a agricultura de precisão seja benéfica para o produtor e para a propriedade, trazendo chances de aumento de ganho real, é preciso avaliar que existem algumas dificuldades para a implantação do sistema.

A falta de pessoas qualificadas para o processamento e análises das informações, de difusão de conhecimento sobre as tecnologias empregadas e de conhecimento técnico para transformar informações em conhecimento útil aos produtores são os principais desafios para a difusão da agricultura de precisão por todo território nacional.

Além disso, a dificuldade na interpretação de um volume considerável de dados, elevado custo dos equipamentos, adaptação das tecnologias as diferentes regiões do globo e de popularização das técnicas envolvidas no processo também são consideradas entraves para a sua popularização.

Importância para o agronegócio brasileiro

A principal vantagem da agricultura de precisão é o uso racional dos insumos e a utilização de estratégias para resolver os problemas de desuniformidade nas lavouras. Essas práticas podem ser desenvolvidas como finalidades diferentes e níveis de complexidade distintas. Dessa forma, com a adoção desse sistema, é possível ter disponível uma grande quantidade de dados específicos da cultura que podem diminuir a incerteza do agronegócio e facilitar a tomada de decisões. Com isso, seria um diferencial para o agronegócio brasileiro, já que poderia aumentar de forma significativa o rendimento das lavouras.

De modo geral, a agricultura de precisão é uma alternativa para quem busca uma gestão eficiente da propriedade, aumentando o seu rendimento. Por isso, vale a pena conhecer mais sobre o sistema e como implantá-lo na prática.

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Área plantada será ampliada em 10,3 milhões de hectares no Brasil

Área plantada será ampliada em 10,3 milhões de hectares no Brasil

A expansão ocorrerá principalmente em pastagens naturais e áreas degradadas. Culturas como soja, milho e cana ganharão novas áreas, conforme estudo feito pelo ministério.

O estudo Projeções do Agronegócio, Brasil 2018/19 a 2028/29 prevê que a área total plantada com lavouras no país passará de 75,4 milhões de hectares para 85,68 milhões, um acréscimo de 10,3 milhões de hectares em dez anos. A expansão se dará, principalmente, sobre pastagens naturais e áreas degradadas. O grupo reúne os cultivos de algodão, arroz, feijão, milho, soja (grão), trigo, café, mandioca, batata inglesa, laranja, fumo, cana-de-açúcar, cacau, mandioca, uva, maçã, banana, manga, melão e mamão.

Produzido pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e pela Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, o estudo traz as perspectivas para produção, consumo, exportação, importação e área plantada no Brasil.

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De acordo com o levantamento, a área cultivada de grãos (algodão, amendoim, arroz, aveia, canola, centeio, cevada, feijão, girassol, mamona, milho, soja, sorgo, trigo e triticale) saltará de 62,9 milhões de hectares para 72,4 milhões de hectares, o que corresponde a um acréscimo anual de 1,4%, ou 15,3% no período de 10 anos.

Na próxima década, o Brasil vai produzir 300 milhões de toneladas de grãos, ou seja, mais 62,8 milhões de toneladas (27%). O crescimento será principalmente com o aumento da produtividade das culturas.

Crescimento e retração

As projeções apontam para o crescimento das seguintes lavouras: soja  (+ 9,54 milhões de hectares), milho segunda safra (+ 4 milhões de hectares) e cana-de-açúcar (+ 1,64 milhão de hectares). Haverá retração nas lavouras de arroz (-1 milhão de hectares), laranja (-100 mil hectares) e mandioca (-180 mil de hectares).

Conforme o estudo, as lavouras que irão perder área, como mandioca, café, arroz, laranja e feijão, serão compensadas por ganhos de produtividade. A expansão de soja e cana-de-açúcar ocorrerá “pela incorporação de áreas novas, áreas de pastagens naturais e também pela substituição de outras lavouras que deverão ceder área. A área de milho deve expandir-se sobre áreas liberadas pela soja, no sistema de plantio direto”.

“Algumas incertezas são inerentes às características da agricultura e outras, como tensões nas relações comerciais e doenças, que podem afetar as lavouras e as criações, e eventos climáticos extremos, como chuvas, geadas e secas”, explica José Garcia Gasques, coordenador-geral de Avaliação de Políticas e Informação do ministério e um dos pesquisadores.

Entre as regiões do país, o Centro-Oeste terá a maior ampliação da área plantada no período, com crescimento de 26,5 milhões de hectares para 34 milhões de hectares, alta de 28,5%.

No Sul, o incremento será de 8%, de 19,5 milhões de hectares para 21 milhões de hectares. No Norte, o crescimento será de 19%, de 3 milhões de hectares para 3,6 milhões de hectares.

A região denominada Matopiba (formada por Maranhão, Tocantins, Piauí e pela Bahia) “deverá apresentar aumento elevado da produção de grãos assim como sua área deve apresentar também aumento expressivo. As projeções indicam que essa região deverá produzir cerca de 28,7 milhões de toneladas de grãos em 2028/29 numa área plantada de grãos de 8,8 milhões de hectares ao final do período das projeções”, aponta o estudo.

 

Fonte: AgroLink

Melhoramento Genético de Plantas: Descubra tudo!

O melhoramento genético de plantas é a ciência que tem como objetivo aumentar a frequência de bons alelos nas populações dos vegetais, para que sejam desenvolvidas suas qualidades ou para adicionar características que vão desempenhar uma função benéfica à produção agrícola.

Geralmente, a escolha dos alelos favoráveis permite que as espécies de cultivares sejam mais produtivas e resistentes ou tolerantes às pragas, doenças, estresses climáticos e outros.

A atividade é desenvolvida de modo contínuo e pode ser considerada como uma forma ecologicamente responsável de aumento da produção com qualidade além de gerar uma maior variabilidade dos alimentos.

Os programas que são desenvolvidos nesta vertente buscam assegurar a alimentação da população que cresce a cada ano, contribuindo diretamente para a segurança alimentar, saúde e nutrição das pessoas.

Melhoramento Genético de Plantas

 

O legado de Mendel

O melhoramento genético de plantas começa com a escolha dos genes, que não é uma prática recente, os primeiros agricultores já faziam a seleção de espécies visando uma melhor produção. Porém, os experimentos de Gregor Mendel e suas ervilhas, em 1856, valendo-se da estatística deu um caráter científico a este método dando origem à Genética.

O pai da Genética abriu possibilidades para estudos da manipulação da hereditariedade, melhoramento e desenvolvimento de cultivares.

Hoje, o modo de avaliar e selecionar os genes das plantas conta com métodos não só da Genética, mas também da Biologia Molecular, Agronomia, Eng. Florestal, Bioinformática, Fitopatologia e outras áreas

Polinização Cruzada

 

A interação de Genótipo X Ambiente, do melhoramento de plantas

No melhoramento genético de plantas, conhecer a interação entre o genótipo e ambiente é fundamental para o sucesso do programa. A relação dos genótipos com os ambientes abrange todos os tipos de organismos vivos (plantas, humanos, bactérias).

O genótipo é a constituição genética total de um organismo, ou seja, é a sequência de nucleotídeos do DNA.

 

Pós-Graduação em Melhoramento Genético Agronômico

 

Já o fenótipo é a expressão de uma característica, que depende do genótipo e do ambiente, que são as circunstâncias ao redor de um organismo ou grupo de organismos e que afetam o seu crescimento e desenvolvimento.

A interação é baseada na ação que se estabelece entre eles, seja ela recíproca ou de um sobre o outro.

 

Você sabe a importância dos Sistemas de Informação Geográficas (SIG) no agronegócio?

 

A importância da interação para o melhorista está na identificação do melhor genótipo para cada ambiente específico. O teste da interação do genótipo com o ambiente pode demandar tempo e dinheiro no programa de melhoramento.

Dessa forma, seu trabalho deve ser cuidadoso, porque um genótipo pode não ser adequado para um ambiente, mas pode ter desempenho satisfatório em outro.

Os estudos usam da estatística para comparar as performances dos genótipos em diferentes ambientes. Eles poderiam ser considerados estáveis (com desempenho consistente) ou instáveis (com performance inconsistente).

Porém, não era o suficiente para saber o ganho genético obtido em um ambiente. Esta informação é fundamental para que o melhorista escolha as melhores soluções para as cultivares.

 

As interações podem ser simples ou cruzadas

A interação simples, também chamada de quantitativa, acontece quando há mudança na magnitude de performance dos genótipos, mas seu ordenamento permanece inalterado em diferentes ambientes. Assim, indicam que as populações são geneticamente heterogêneas e os ambientes homogêneos, ou vice-versa.

Já a interação cruzada, também conhecida como qualitativa, em que há respostas diferenciadas dos genótipos nos diferentes ambientes. Alterando a classificação, sendo importante para manutenção da variabilidade genética e na adaptação de espécies.

Pode ocorrer ausência de interação quando as condições ambientais não alteram o comportamento dos genótipos, afetando o comportamento deles de maneira igual.

Os programas de melhoramento de plantas podem atuar na produção de soja, por exemplo. No Brasil, a planta é produzida em ambientes diversos, com altas ou baixas latitudes, visando muitas vezes à elevação dos teores de proteínas e óleo, por exemplo.

Dessa forma, a sua produtividade depende não só da seleção de genótipos de alto desempenho, mas também, das condições ambientais, capazes de gerar as expressões fenotípicas.

A Interação de Genótipo X Ambiente, faz parte do melhoramento de plantas, ciência busca desenvolver as qualidades dos vegetais ou adicionar características que beneficiem à produção agrícola.

Como funciona um programa de melhoramento de plantas?

O programa de melhoramento genético de plantas precisa ter uma boa estrutura para a realização das atividades. De início, o melhorista deve mapear os problemas que existem na região de produção e definir um objetivo.

Esta etapa é importante porque vai ajudar a direcionar a seleção dos alelos visando solucionar ou minimizar os problemas ou aumentar os ganhos de produtividade.

Entre os objetivos mais comuns estão: o aumento da produtividade, o desenvolvimento de cultivares adaptadas a uma região geográfica, a resistência a doenças ou cultivares com melhor qualidade nutricional.

 

Melhoramento Genético de Plantas

 

A outra etapa consiste em conseguir populações bases ou suplementares. Que vão ser as fontes dos alelos favoráveis a serem introduzidos nas populações existentes, gerando uma nova cultivar. As populações bases precisam ter uma variabilidade genética para que se possa encontrar nelas os alelos de interesse.

Uma boa seleção dos alelos das plantas é feita com planejamento e objetivo. Após definir a finalidade do programa, o especialista precisa estar atento ao desenvolvimento das atividades.

Será preciso também ter flexibilidade para incluir novos objetivos e novas ferramentas tecnológicas, principalmente da biologia molecular e bioinformática, que possam gerar eficiência de seleção nas plantas.

Deste modo, compreender o funcionamento da seleção genômica torna-se importante para obter resultados satisfatórios.

 

Seleção genômica

Genoma é a sequência completa de DNA (ácido desoxirribonucleico) de um organismo, ou seja, o conjunto de todos os genes da grande maioria dos seres vivos.

A ciência que estuda o genoma, ou seja, o sequenciamento e as informações geradas é a Genômica. Ela surgiu para compreender como os genes estão organizados no genoma, sua função, regulação e interação com outros genes.

As pesquisas na área da Genômica e Biologia Molecular possibilitaram identificar os marcadores genéticos dos organismos. Eles são qualquer elemento capaz de diferenciar, prever e caracterizar um indivíduo por meio do seu genótipo e que seja capaz de reproduzir na descendência.

Após a identificação, os marcadores ajudam na identificação de características de interesse, como resistência de doenças, resistência a pragas, estresses hídricos etc.

Eles podem ser de microssatélites (SSR), muito usado em estudos de ancestralidade devido sua alta reprodutibilidade e fácil execução; os SNPs, que detectam mutações e polimorfismos através de alterações de uma única base no genoma; e outros.

 

Pós-Graduação em Melhoramento Genético Florestal

 

Em 2001, o agrônomo e professor de bioinformática, Theodorus Meuwissen, junto a outros pesquisadores se propuseram estimar os efeitos dos marcadores genéticos nos animais.  Como resultado, surgiu a seleção genômica ampla, técnica que também é utilizada no Melhoramento genético vegetal.

 

Seleção Genômica Ampla

Na seleção genômica ampla ocorre o prognóstico dos efeitos genéticos de diversos marcadores genéticos que se encontram dispersos no genoma do organismo. Dessa forma, é possível estimar os efeitos baseados nos dados fenotípicos da população de estimação.

Após esta etapa, eles são testados em uma população de validação e, em seguida, são selecionados aqueles que contenham as informações que explicam a variância genética do caráter estudado. Por fim, a informação é incorporada à etapa de seleção do programa de melhoramento genético vegetal.

O ponto chave da análise destes marcadores é a estimação dos efeitos, uma vez que o número de parâmetros que precisam ser estimados é muito superior ao número de observações fenotípicas disponíveis.

 

Técnica de cruzamento de plantas

Foto: IAPAR (Instituto Agronômico do Paraná)

 

No melhoramento genético vegetal é fundamental a escolha de alelos favoráveis que possibilitem o desenvolvimento de cultivares resistentes ou tolerantes às adversidades. A seleção genômica, dessa forma, auxilia na identificação dos marcadores genéticos e possibilita ao melhorista estimar os efeitos em uma população de larga escala.

 

Métodos de melhoramento genético de plantas

Os métodos de melhoramento genético de plantas são caminhos que o especialista vai utilizar para fazer a seleção dos genes. Eles variam de acordo com o tipo de objetivo, modo de reprodução da planta e população base.

O intuito é gerar a cultivar, um grupo de indivíduos de qualquer gênero ou espécie vegetal superior, determinado pelo seu fenótipo e genótipo. Há variados métodos, podendo ser de linhas puras, multilinhas, híbridos, sintéticos e outros. O maior desafio do melhorista é desenvolver cultivares superiores às que já existem no mercado.

O programa terá boas chances de obter êxito se forem realizadas avaliações fenotípicas periodicamente e se houver cuidado com a manutenção da semente para a distribuição.

 

Melhoramento genético florestal

O melhoramento genético florestal pode ser considerado como uma ciência relativamente nova, que teve seu maior desenvolvimento mundial a partir de 1950 e, no Brasil, a partir de 1967.

Naquela época, a silvicultura Florestal no Brasil vivia um período de intensa atividade de reflorestamento, alimentada pelos incentivos fiscais do governo. Visando a produção de matéria-prima florestal, principalmente para o abastecimento de carvão vegetal para as indústrias siderúrgicas e de madeira para as indústrias de celulose e papel.

De maneira bem simples o melhoramento de plantas consiste em modificar seu patrimônio genético, com a finalidade de obter variedades, ou híbridos. Estes que apresentam maior rendimento, com produtos de alta qualidade e capazes de se a adaptar às condições de um determinado ambiente, além de exibirem resistência às principais pragas e doenças.

Ele tem como base os conhecimentos da área de genética, tratando-se talvez do que poderíamos chamar de genética aplicada, que é uma área do conhecimento que exige a integralização e uso de várias outras disciplinas e campos do conhecimento. Como a botânica, taxonomia, genética, citologia, fitopatologia, entomologia, biologia molecular, fisiologia, estatística, entre outras.

Esta ciência apresenta peculiaridades e aspectos próprios, já que as espécies arbóreas são perenes, de ciclo muito longo e com diversidade de sistemas reprodutivos.

 

Características do melhoramento genético florestal

Embora os objetivos do melhoramento genético de espécies florestais sejam específicos para cada finalidade industrial ou de uso direto da matéria-prima, existem alguns aspectos de interesse comum.

Características como incremento volumétrico, forma de fuste, produção de sementes e tolerância às adversidades do meio são fundamentais para todos os setores como ponto de partida para seus objetivos específicos.

A variabilidade existente nessas características básicas precisa ser explorada para tornar os empreendimentos florestais mais produtivos e abrangentes em todas as regiões.

 

Características do Melhoramento Genético Florestal

 

O programa de Melhoramento Genético Florestal parte de uma população-base, a partir da qual a seleção será implantada em diferentes intensidades. Essa população selecionada servirá para a produção de sementes ou de mudas clonais, além de servir para a recombinação em novos cruzamentos.

Cruzamentos entre plantas perenes têm sido utilizados para a obtenção de características tecnológicas da madeira e da polpa, as quais apresentam herdabilidade de média a alta magnitude.

No entanto, os limites de variabilidade verificados nas espécies tradicionalmente plantadas no Brasil, tornam-se um empecilho para a obtenção de indivíduos que possam dar saltos quantitativos e qualitativos no desempenho industrial.

 

Propagação vegetativa e cultura de tecidos vegetais 

Dentre os métodos mais usados para o Melhoramento Florestal, está a seleção de árvores elites e a sua propagação por meio de clonagem. Plantios clonais oferecem vantagens para a produtividade devido aos seus ganhos genéticos que podem ser aditivos por meio de seleção massal e propagação de indivíduos-elite.

São construídos os jardins clonais, ou minijardins clonais, ou ainda, por micropropagação. Antes do plantio, os clones são submetidos a testes clonais, que consistem em plantá-los em diferentes condições no intuito de confirmar a superioridade existente no material genético.

 

Métodos de Melhoramento Genético Florestal

 

Os minijardins clonais que utilizam a técnica de miniestaquia apresentam grande contribuição para a produção florestal e, nessa área, o Brasil apresenta-se como destaque mundial. Os minijardins estão cada vez mais evoluídos, permitindo a redução de área para produção inicial, a redução no tamanho das estacas e o incremento na produção.

Já as técnicas de Cultura de Tecidos vêm sendo utilizadas de diferentes formas para o desenvolvimento de cultivares superiores de plantas. De maneira geral, elas são requeridas em determinada etapa dos programas de melhoramento, oferecendo novas alternativas e, muitas vezes, soluções únicas.

Deste modo, a micropropagação é a técnica mais utilizada da Cultura de Tecidos e, talvez, a de maior impacto. Possui ampla aplicação na multiplicação de plantas lenhosas como árvores-elite, possibilitando a obtenção de clones mais produtivos.

Portanto, a técnica de embriogênese somática também é amplamente empregada, especialmente para o desenvolvimento de propágulos de coníferas, possibilitando a propagação massal de famílias-elite de árvores.

Ela oferece potencial para a produção e para o armazenamento de germoplasma de clones, além da propagação de um número ilimitado de plantas.

 

Finalização do programa de melhoramento genético

Após realizar todas as etapas do melhoramento genético de plantas e uma nova cultivar for criada vai ser necessário cadastrá-la no Registro Nacional de Cultivares (RNC). Trata-se de um sistema de controle da produção e comercialização de sementes e mudas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Este registro exige diversas avaliações necessárias para distinguir a cultivar elaborada de outras que já existem no mercado.

O melhoramento genético pode ser realizado em diferentes culturas, sejam elas agronômicas ou florestais. Vale a pena se aprofundar no assunto realizando cursos de pós-graduação que possibilite ao profissional se especializar de maneira eficiente nas mais variadas técnicas utilizadas.

O crescimento da exportação de produtos florestais

O crescimento da exportação de produtos florestais

Os produtos florestais, como a celulose, painéis de madeira e papel, ganharam espaço na pauta de exportações do agronegócio do Brasil no primeiro semestre de 2018, tanto que acabaram atingindo a segunda posição entre os principais segmentos da balança comercial do setor superando setores como o de carnes. É o que mostram as estatísticas do Ministério da Agricultura (Mapa) referentes ao período, com base nos registros oficiais de comércio exterior.

Desde 2007, o setor de carnes se mantinha a frente dos produtos florestais, no entanto, a ascensão da celulose promoveu a troca de posições entre esses setores logo no primeiro semestre de 2018. As exportações de celulose somaram 7,96 milhões de toneladas nos primeiros seis meses de 2018, o que significou um aumento de 12,1% em relação ao mesmo período em 2017, quando o volume foi de 7,1 milhões. Ajudada também por uma alta nos preços médios, a receita foi 44% maior, passando de US$ 3,01 bilhões para US$ 4,433 bilhões no período.

Em 2016, o Brasil liderou o ranking global de produtividade florestal, com média de 35,7 m³ ha/ano no plantio de eucalipto e 30,5 m³ ha/ano no plantio de pinus, de acordo com a Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ). A China está em segundo lugar com 29 m³ ha/ano (eucalipto) e 20 m³ ha/ano (pinus) e Moçambique é o terceiro com 25 m³/ha ao ano (eucalipto) e 12 m³/ha (pinus).

Esta produtividade justifica em parte o crescimento das exportações brasileiras. Também o fato de oferecermos produtos a preços mais competitivos no mercado mundial, aliado ao desempenho das empresas brasileiras com âmbito internacional de atuação e a melhora nos preços internacionais com a valorização do dólar em relação ao real favorecendo o exportador, nos garantiu que alcançássemos números de exportação bastante expressivos atualmente.

Hoje o Brasil é o 3º maior exportador mundial de celulose, principal produto florestal exportado, participando com 13,2% do mercado mundial. Do total da produção brasileira 69% destinam-se à exportação. As exportações de madeiras também aumentaram 16,3%, atingindo US$ 1,44 bilhão e as exportações de papel chegaram à casa dos US$ 803,34 milhões.

O gráfico a seguir mostra o desempenho das exportações de produtos florestais dos últimos 10 anos.

produtos florestais

Fonte: MDIC

Em 2017, o Brasil assumiu o oitavo lugar na produção mundial de painéis e as exportações brasileiras dos painéis reconstituídos somaram 1,42 milhão m³, o equivalente a US$ 328 milhões e em 2018, só no primeiro semestre, as exportações continuaram em alta de 2,5% em relação ao mesmo período de 2017.

Ao todo o segmento de produtos florestais embarcou 11,3% a mais em volume, passando de 11,15 milhões para 12,41 milhões de toneladas, sendo que os exportadores faturaram 30,1% a mais. Desta maneira, a receita passou de US$ 5,43 bilhões para US$ 7,07 bilhões comparando o primeiro semestre de 2018 com o de 2017.

Madeira reflorestada e exportação

A atividade de reflorestamento no Brasil possui uma importante dimensão econômica. Além de estarmos entre os 10 maiores produtores florestais do mundo, desenvolvemos tecnologia avançada para a exploração de florestas e para a transformação industrial da madeira, tanto que apresentamos o maior rendimento na produção de eucalipto e pinus do mundo, com custo inferior ao de importantes concorrentes, como Nova Zelândia, Chile e EUA. Portanto, estimular o plantio de madeira reflorestada e a exportação de produtos madeireiros é primordial para um setor que movimenta de maneira significativa o PIB nacional.

A previsão é de crescimento no setor em função das possibilidades existentes tanto no mercado externo quanto no mercado interno. Geradora de receitas e importante na pauta de exportações do Brasil, a indústria da madeira é fundamental para o desenvolvimento de nosso país. Portanto, é muito importante o apoio a esta atividade para a manutenção das vantagens competitivas do Brasil na cadeia produtiva da madeira e na balança de exportações.

Destino das Exportações

As mercadorias vendidas pelo país tiveram como destino em 2018 regiões que historicamente são grandes parceiras comerciais brasileiras. Os países latino-americanos permanecem como os principais mercados dos segmentos de papel e de painéis de madeira, nos primeiros oito meses do ano passado, com receitas de exportações de US$ 806 milhões (+11,2%) e US$ 100 milhões (+20,5%), respectivamente. A China ainda segue como principal destino da celulose produzida pelo Brasil com 40,2% de participação e representando uma receita de US$ 1,6 bilhão (+22,0%). O segundo maior destino da celulose é a Europa, que deteve neste período uma fatia de 31,5% das exportações, que corresponde a US$ 1,3 bilhão (+3,9%).

De acordo com a Ibá, só nos primeiros três meses de 2018, as cotações médias da celulose estavam em US$ 1.200 por tonelada nos Estados Unidos, US$ 1000 na Europa e entre US$ 800 e US$ 850 na China. Existe uma expectativa positiva para as exportações do produto nos próximos meses, embora haja incertezas vindas da política brasileira de comércio exterior, como mudanças no regime tributário. Apesar de haver novos players entrando no mercado o cenário é positivo e o ano de 2019 deve terminar com crescimento, assim como aconteceu em 2018.

Vimos que as exportações voltadas para a área florestal no Brasil cresceram consideravelmente no último ano. Dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) mostram que exportações como papel, painéis de madeira e celulose foram os materiais mais exportados em 2018. Assim, o setor de produtos florestais se destaca por seu crescimento continuado, que supera a tendência de diminuição das exportações nacionais e, assim, fortalece a economia brasileira.

Por:  Marina Stygar Lopes – Mata Nativa