Veja nesse artigo algumas classificações importantes para os mais diferentes tipos de sementes.
A variabilidade dos tipos de sementes existentes é enorme, uma vez que, o número de espécies vegetais que possui sementes também é vasto.
O surgimento das sementes é um grande divisor de águas, dentro do reino vegetal, quanto a disseminação desses indivíduos.
Além do ganho em distância, a formação das sementes ocorre em um processo de reprodução sexuada possibilitando assim o aumento da variabilidade genética das plantas.
Os tipos ou classificações de sementes vão variar conforme o contexto em que se encontra podendo ter aplicações mais práticas ou didáticas.
Podemos dividir as sementes em tipos quanto as diferenças em estruturas, comportamento, tipos de reservas, maturação fisiológica, utilização entre outros…
Características da semente
Ao analisar e identificar as estruturas gerais persentes a uma semente já conseguimos distinguir dois tipos bem presentes.
O que dá origem a uma divisão botânica clássica sendo as monocotiledôneas e dicotiledôneas. Mas afinal o que é um cotilédone?
É o que você vai saber a seguir junto as outras estruturas presentes na semente de ambos os grupos.
Note que as estruturas do embrião na semente serão correspondentes as estruturas inicias da planta após ter germinado.
Assim temos:
Radícula: parte do embrião que irá dar origem as raízes primárias;
Hipocótilo: região de transição vascular entre a raiz e o caule e está presente tanto no embrião da semente quanto na plântula;
Plúmula: massa de célula meristemática que corresponde a gema apical na planta;
Cotilédones: relacionados de modo geral ao armazenamento de reservas e as folhas embrionárias;
Tegumento: ou casca da semente, apresenta funções importante de proteção e regulação com o meio externo assim como está fortemente relacionado com o processo de dormência que veremos mais à frente.
O endosperma é uma estrutura presente somente em monocotiledôneas, uma vez que, no processo de formação do embrião de dicotiledôneas o mesmo é digerido e suas reservas transcoladas para os cotilédones.
Já na formação do embrião de monocotiledôneas o que é digerido é justamente o cotilédone para assim formar o coleóptilo que irá proteger a plúmula no processo de germinação.
Tal diferente resulta em dois tipos de classificação de sementes as albuminosas (mono) e as exalbuminosas (dico).
Tipos de reserva em sementes
Uma das funções das sementes está em garantir as reservas inicias de energia ao embrião até a emergência das estruturas capazes de realizar fotossíntese.
Contudo a natureza bioquímica do composto de reserva acumulado na semente vai variar conforme a espécie.
Assim, podem ser classificadas nos seguintes tipos:
Amiláceas: sementes que tem o amido como principal forma de reserva. Ex: milho;
Aleuro-amiláceas: sementes que além do amido apresentam alto teor de proteínas. Ex: feijão;
Oleaginosas: sementes que armazenam lipídeos como reserva. Ex: girassol;
Aleuro-oleaginosas: sementes que apresentam lipídeos e proteínas como reserva. Ex: soja;
Córneas: sementes onde os principais produtos de reserva são a celulosee hemicelulose.
Tipos de dormência em sementes
Passado todo o processo de embriogênese de uma semente, a mesma acaba ficando em um estado conhecido como quiescência.
A quiescência de uma semente se trata de uma condição de baixa atividade metabólica por consequência dos baixos teores de água.
Assim essa semente sob condições favoráveis do ambiente irá iniciar seu processo de germinação.
Contudo muita das plantas desenvolveram mecanismo que vão impedir sua germinação mesmo estando em condições favoráveis do ambiente.
A esse fenômeno é nomeado como dormência de semente e pode estar ligada com um ou mais dos tipos que veremos a seguir:
Dormência física: está relacionada com a impermeabilidade do tegumento, seja pela baixa porosidade ou a deposição de substancias como suberina e lignina.
Esse tipo de dormência é presente em espécies de regiões tropicais úmidas para que assim não germinem após serem dispersas.
Do ponto de vista agronômico essa dormência pode ser quebrada através de processo como a escarificação mecânica ou química com o uso de ácidos e água quente.
Dormência fisiológica: esse tipo de dormência ocorre pelo bloqueio de diferentes fatores ligados aos processos de germinação, como:
Tegumento impermeável a entra de oxigênio, por apresentar substâncias em sua superfície que iram reagir com o O2;
Presença de substâncias inibidoras como o ácido abscísico ou compostos fenólicos;
Embrião dormente.
Tipos de sementes e o seu armazenamento
Agora em uma perspectiva relacionada ao armazenamento de sementesseja por objetivos mercadológicos ou de conservação de espécies vegetais.
Temos uma característica muito importante nas sementes que vão nos dizer se ela será possível de ser armazenada ou não.
Essa característica é a capacidade de serem dessecadas sem sofrem danos que irão tornar a semente inviável. Com isso temos a classificação das sementes em dois tipos:
Ortodoxa: são sementes capazes de serem armazenadas após processos de secagem;
Recalcitrantes: diferentes da definição anterior são as sementes que não é possível se armazenar sob condições secas.
Conclusão
Espero que com a leitura desse texto você tenha notado que os diversos tipos de semente e suas classificações vão depender da sua utilização e contexto em que se está inserido.
Contudo ter noção dos mais variados tipos de classificação de sementes pode te ajudar a entender e resolver problemas de modo mais interdisciplinar.
Você já deve ter ouvido falar em melhoramento genético, mas você sabe o que é e qual a sua importância?
O melhoramento genético pode ser considerado uma das maiores colaborações da ciência para a agricultura.
Essa prática existe a mais de 10 milhões de anos e vem se aperfeiçoando ao longo do tempo.
Se você deseja aprender um pouco mais sobre melhoramento genético e suas aplicações, não deixe de ler este texto.
O que é melhoramento genético?
O melhoramento de plantas engloba várias outras ciências visando a melhoria do potencial genético das plantas.
O processo envolve a seleção ou a alteração intencional do genoma do indivíduo, para o desenvolvimento de indivíduos com as características desejáveis.
Para isso o melhoramento envolve várias outras ciências, como: agronomia, Engenharia Florestal fitopatologia, genética, bioinformática e outras.
Quando surgiu o melhoramento genético?
O melhoramento genético de plantas surgiu há aproximadamente 10 milhões de anos, quando começou a domesticação de plantas e a agricultura.
Desde de quando o homem deixou de ser nômade e tornou-se agricultor, ele inconscientemente deu início ao melhoramento através da seleção dos grãos de plantas aparentemente superiores.
Estes grãos selecionados eram utilizados para a produção de novas plantas, pois esperava- se que as plantas provenientes dessas sementes apresentassem características semelhantes às que as deram origem.
Somente no século 19, através dos estudos realizados pelo monge Gregor Mendel que a humanidade começou a entender os mecanismos envolvidos neste processo de seleção.
Mendel descobriu como as bases genéticas são passadas de uma geração para outra, e a partir de então foram possíveis os estudos da manipulação da hereditariedade, melhoramento e desenvolvimento de novas cultivares.
Como funciona o processo de melhoramento genético?
O melhoramento clássico consiste no cruzamento e desenvolvimento das plantas para saber se as características desejadas foram passadas para as próximas gerações.
Dentre os métodos utilizados no melhoramento clássico podemos utilizar métodos como o de linhas puras, multilinhas, método de retrocruzamento e outros.
Essas metodologias podem ser demoradas, uma vez que se necessita esperar completar o ciclo da cultura para saber se as características desejadas foram passadas para as outras gerações.
No entanto, com a biotecnologia e a engenharia genética as práticas de melhoramento genético tem se tornado mais rápidas e precisas.
Pois, os pesquisadores podem interferir diretamente no DNA das plantas e então manipular as características que desejam. Dessa maneira, são obtidos os chamados organismo geneticamente modificados (OGMs).
Entre as ferramentas de biotecnologia e engenharia genética mais utilizadas atualmente para obter os OGMs podemos citar a transgenia, o silenciamento gênico e a edição genética.
Os processos de melhoramento genético são complexos e, portanto, necessita-se de um planejamento antes de começarem a serem executados.
E como você pode ver, um programa de melhoramento envolve várias áreas, e, portanto, o trabalho em equipes multidisciplinares está diretamente ligado ao sucesso do melhoramento.
Quais são os principais objetivos?
Atualmente existem vários programas de melhoramento genético em andamento no Brasil, entre os quais estão soja, feijão, milho, algodão, e cada um destes programas possuem objetivos específicos.
Portanto, o melhorista necessita avaliar de forma criteriosa cada situação e otimizar os recursos disponíveis para alcançar os objetivos do seu programa de melhoramento.
Mas entre os principais objetivos dos programas de melhoramento genético de plantas podemos citar:
O aumento da produtividade,
A melhoria da qualidade nutricional dos alimentos (como por exemplo o aumento do teor de vitaminas e proteínas).
A melhoria das características agronômicas (como longevidade, uniformidade e precocidade da lavoura),
A obtenção de cultivares que facilitem a colheita mecanizada,
A resistência a alterações dos fatores ambientais (como clima e solo),
A domesticação de novas espécies, que possam ser uteis e rendáveis ao homem.
Quais os benefícios que trazem o melhoramento genético de plantas?
Os benefícios trazidos pelo melhoramento genético de plantas são tantos que se acredita que a maior parte das culturas cultivadas atualmente passaram por algum tipo de melhoramento.
Com o melhoramento é possível aumentar a produção de alimentos sem aumentar a área plantada, e assim atender a demanda de alimentos gerada pelo aumento da população.
O melhoramento genético também pode proporcionar melhor adaptação as mudanças climáticas e a diferentes regiões de plantios.
Através do melhoramento a ciência avança nas questões ambientais, pois a necessidade do uso de defensivos químicos para o combate de pragas e doenças é menor, uma vez que se utiliza variedades resistentes.
De forma geral, podemos falar que o melhoramento genético de plantas trouxe como benefício uma melhor produção, em uma menor área cultivada e como menor dano ao meio ambiente.
Conclusão
O melhoramento de plantas é a mais preciosa estratégia para o aumento da produção agrícola de forma mais sustentável e ecológica.
Com os avanços tecnológicos os processos de melhoramento vêm sendo otimizados e assim contribuindo para a garantia da alimentação da humanidade.
O mercado exige melhorista dinâmicos e multidisciplinares, por isso o melhorista atual necessita de uma formação sólida e amplo conhecimento cientifico.
Os cientistas descobriram que os micróbios do solo podem tornar as plantas mais resistentes a uma doença agressiva, abrindo novas possibilidades para a produção sustentável de alimentos. A doença bacteriana da murcha causada por Ralstonia solanacearum infecta várias plantas, incluindo tomates e batatas e causa enormes perdas econômicas em todo o mundo, especialmente na China, Indonésia e África.
Pesquisadores da Universidade de York, trabalhando com colegas da China e da Holanda, investigaram o efeito do microbioma do solo na interação planta-patógeno. As infecções geralmente são “irregulares” no campo, não afetando toda a safra e a causa disso é desconhecida.
O Dr. Ville Friman, do Departamento de Biologia, disse que “embora tenhamos descoberto que o patógeno está presente em todos os lugares nos campos de tomate, ele não é capaz de infectar todas as plantas. Queríamos entender se essa variação espacial poderia ser explicada por diferenças nas comunidades bacterianas do solo”.
Para estudar o efeito do microbioma do solo no desenvolvimento de doenças, os cientistas usaram um sistema experimental recém-desenvolvido que permitia amostragens repetidas de plantas individuais de maneira não destrutiva. Isso permitiu aos cientistas voltar no tempo e comparar microbiomas vegetais saudáveis e doentes muito antes dos sintomas visíveis da doença.
O método de amostragem permitiu comparar os microrganismos presentes nos solos das plantas que permaneceram saudáveis ou foram infectadas. Sua análise mostrou que os microbiomas das plantas sobreviventes estavam associados a certos táxons raros e às bactérias Pseudomonas e Bacillus supressoras de patógenos.
“Descobrimos que uma resistência melhorada à doença pode ser transferida para a próxima geração de plantas junto com os transplantes de solo análogos aos transplantes fecais usados na medicina”, conclui.