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A cultura de algodão tem um papel muito importante para a economia brasileira, mas o produtor que se dedica ao seu cultivo encontra diversos desafios. Entre eles estão o alto custo com a produção, problemas climáticos e a incidência de pragas e doenças. Hoje vamos falar do Bicudo do Algodoeiro, vamos conhecer alguns métodos de controle.

Venha comigo!

 

Bicudo do algodoeiro: saiba como lidar com essa praga!

 

A cultura de algodão tem um papel muito importante para a economia brasileira, mas o produtor que se dedica ao seu cultivo encontra diversos desafios.

Entre eles estão o alto custo com a produção, problemas climáticos e a incidência de pragas e doenças. Uma das pragas mais preocupantes é o bicudo-do-algodoeiro.

Esse inseto foi identificado nas lavouras de algodão do Brasil pela primeira vez em 1983 e causa muita preocupação porque prejudica a produção das plantas, podendo levar à perda de 100% da safra.

Neste artigo, apresentaremos os prejuízos que o bicudo traz para a lavoura de algodão, seu ciclo de vida e como o produtor deve agir para fazer o manejo dessa praga.

 

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A cultura de algodoeiro no Brasil

O algodoeiro (Gossypium hirsutum L.) é uma das principais culturas produtoras de óleo, proteínas e fibras no Brasil. Sendo assim, aprenderemos a seguir a importância do controle biológico de pragas no algodão para um bom cultivo.

O monocultivo do algodão tende a exercer uma grande pressão de seleção sobre os insetos, favorecendo a disseminação de pragas, uma vez que há grande disponibilidade de alimento. E o bicudo do algodoeiro vem sendo um grande inimigo dessa cultura.

O nome “bicudo” remete ao fato dos adultos do inseto possuírem a cabeça prolongada, formando um rostro ou “bico” característico, comum em muitos membros da família Curculionidae. O aparelho bucal do inseto, usado para danificar as estruturas reprodutivas, se localiza na extremidade desse “bico” ou rostro.

 

Histórico do bicudo do algodoeiro

O bicudo do algodoeiro é uma praga introduzida no Brasil, que em 30 anos se disseminou com sucesso para várias regiões se tornando a principal praga do algodoeiro no país.

A constatação do bicudo no Brasil ocorreu pela primeira vez em fevereiro de 1983, em cultivo de algodoeiro próximo ao aeroporto de Viracopos na região de Campinas, São Paulo.

Nessa região o inseto foi encontrado em grandes densidades populacionais, causou injúrias em botões florais e atingiu níveis de aproximadamente 90% de infestação.

De acordo com resultados de Confalonieri, obtidos a partir de um estudo de filo geográfico, o bicudo-do-algodoeiro do Brasil e do Paraguai foi introduzido a partir de insetos oriundos dos Estados Unidos.

 

Características gerais do inseto

O adulto do bicudo do algodoeiro é um besouro que mede de 4 a 9 mm de comprimento e 7 mm de envergadura, tem coloração que varia de pardo-acinzentado ao preto, com pelos dourados esparsos sobre os dois élitros, onde se observam estrias ou sulcos longitudinais.

A coloração varia conforme a idade e alimentação do inseto; o inseto possui um rostro (bico alongado) escuro, medindo cerca de metade do tamanho do resto do seu corpo, no qual na extremidade apical se encontram as peças bucais, e mais ou menos no centro do rostro situam-se as antenas.

A grandis possui, nos fêmures anteriores, um espinho grande dividido, sendo um acuminado e outro rombudo, por uma bifurcação, característica que o diferencia dos outros curculionídeos.

 

Ciclo de vida do bicudo do algodoeiro

O bicudo do algodoeiro é uma praga com reprodução exclusiva na planta de algodão. A fêmea põe apenas um ovo por orifício, feito nos botões florais, flores ou maçãs da planta, ou seja, em suas estruturas reprodutivas.

Em seguida, ela fecha esse orifício com uma secreção gelatinosa. Por dia, cada fêmea pode colocar até 6 ovos, mas o seu ciclo totaliza cerca de 100 a 300 ovos, cujo período de incubação é rápido, de 2 a 4 dias.

Depois, podemos notar a presença das lagartas no algodão. Seu comprimento é de 5 a 10mm, com coloração branca e cabeça marrom clara.

Durante um período de 7 a 12 dias essas lagartas se alimentam das estruturas internas do botão floral. Seu ciclo continua com a incubação em câmaras que elas constroem nas estruturas que atacaram.

Cerca de uma semana depois o botão se solta da planta e ela não consegue produzir. A incubação das pupas do bicudo-do-algodoeiro é de 3 a 5 dias para se transformarem em besouros de coloração castanha ou cinza e rosto alongado. São insetos que atingem até 7mm de comprimento e vivem de 20 a 40 dias.

 

Danos causados

Os primeiros adultos migram para a cultura por ocasião do florescimento, atraídos pelo cheiro, e atacam inicialmente os botões florais que, após o ataque, apresentam as brácteas abertas e, posteriormente, caem.

As flores atacadas ficam com o aspecto de balão (“flor em balão”), devido à abertura anormal das pétalas.

As maçãs do algodão apresentam perfurações externas, decorrentes do hábito de alimentação e oviposição do inseto, sendo que, internamente, as fibras e sementes são destruídas pelas larvas, que impedem sua abertura normal (“carimã”), deixando-as enegrecidas.

As chuvas, ou os períodos chuvosos, favorecem o desenvolvimento desta praga, uma vez que a umidade existente conserva os botões atacados por um período maior.

 

Como fazer o manejo do bicudo do algodoeiro?

Diversos métodos de controle podem ser adotados no manejo do bicudo-do- algodoeiro. A escolha de tais métodos depende do nível tecnológico adotado pelo produtor e da extensão da área plantada.

Independente da dimensão da área plantada, o monitoramento da população inicial com armadilhas é crucial para a tomada de decisão.

Essas armadilhas devem ser instaladas 50 dias antes do início da semeadura, seguindo por 9 semanas e com intervalos de 200 m entre elas. Essa medida ajuda a determinar o índice BAS (bicudos/armadilha/semana).

 O BAS é uma referência para tomar as melhores decisões no controle do inseto. Esse índice indica o número de aplicações de defensivo e a abordagem é realizada da seguinte forma:

  • mais de dois BAS: três aplicações;
  • entre um e dois BAS: duas aplicações;
  • de zero a um BAS: uma aplicação;
  • zero BAS: nenhuma aplicação.

Veja, a seguir, quais são as iniciativas que permitem o controle populacional do bicudo-do-algodoeiro.

 

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Controle comportamental do bicudo do algodoeiro

Se para nós humanos a visão tende a ser o sentido mais importante, para o bicudo e para todos os outros insetos, o olfato se destaca como o sentido mais utilizado.

É através da percepção de sinais químicos (odores) que os bicudos conseguem localizar as plantas de algodoeiro e também seus pares.

As plantas de algodão emitem odores que são captados de longe pelas antenas e outros órgãos sensoriais do inseto, que por sua vez localiza outros indivíduos de sua espécie através de feromônios captados pelo olfato.

O conhecimento deste comportamento e de quais são os sinais químicos específicos destas relações permite a utilização de tecnologia que denominamos de controle comportamental.

 

Semeadura concentrada

A semeadura concentrada por fazenda, áreas vizinhas ou regiões próximas, dentro de 30-40 dias, faz com que haja maior uniformidade de plantio e, consequentemente, que a disponibilidade de botões florais e maçãs ocorra de forma simultânea. Essa medida evita que um talhão seja invadido por bicudos de lavouras vizinhas

 

Controle químico

Importância ter em mente que, é apenas durante a fase adulta que o inseto fica exposto a ação dos inseticidas. Visto que, durante as fases iniciais de desenvolvimento os insetos imaturos ficam protegidos dentro dos botões florais.

Os bicudos adultos localizam, frequentemente, no terço mediano das plantas, o que os torna difícil de serem combatidos pelas aplicações de inseticidas. Além disso, a maior exposição dos insetos ocorre nas horas mais quentes do dia, momento desfavorável para as aplicações, na maioria das vezes.

 

Controle cultural

A época de plantio é algo importante a que o produtor deve se atentar. Em uma mesma região, o ideal é que todos os produtores plantem na mesma época. Isso encurta o período com estruturas reprodutivas viáveis à praga.

O preparo antecipado do solo e o uso de variedade precoces vão contribuir muito para que o bicudo não atinja níveis populacionais altos.   Além dessas técnicas, é preciso fazer vazio sanitário de acordo com as recomendações da região produtora.

 

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Conclusão

Finalmente, é importante ressaltar que o manejo do bicudo do algodoeiro deve ser coletivo, regionalizado e organizado, com ações conjuntas executadas pelos produtores da região. A consciência coletiva é o ponto fundamental para o sucesso do combate ao bicudo.

É Muito importante que o produtor que os produtores fiquem atentos ao monitoramentos e métodos de combates da praga. E em caso de dúvidas o ideal é contratar um profissional da área para o diagnóstico.

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