A mancha aureolada, causada pela bactéria Pseudomonas syringae pv. garcae, tornou-se uma doença muito importante da cafeicultura, especialmente em algumas regiões, como o sul e o cerrado mineiro, além dos estados de São Paulo e Paraná. Neste post vamos abordar tudo que você precisa saber sobre essa doença que vem trazendo uma grande dor de cabeça os produtores rurais.
O que é mancha aureolada?
A Mancha aureolada é uma doença causada pelo ataque da bactéria Pseudomonas seryngae pv garcae, que causa sintomas sobre as folhas, rosetas, frutos novos, ramos laterais e, ainda, ramos do ponteiro das plantas, atacando tanto mudas no viveiro, como plantas novas no campo e, também, cafeeiros adultos.
Comum na região do Alto Paranaíba (MG) sendo os primeiros relatos da década de 1980 em São Gotardo, em épocas chuvosas, provocando intensa seca de ramos.
Possui esta denominação em decorrência da formação de um halo amarelo circundando as lesões é conhecida também como crestamento bacteriano ou mancha bacteriana. Neste artigo vamos abordar abaixo sobre essa bactéria na cultura de café.
Importância do café
A cafeicultura é uma das atividades mais representativas do agronegócio nacional, com grande relevância do ponto de vista social e econômico, nas regiões onde está instalada.
O Brasil lidera a produção e a exportação de café verde no mundo, além de ser um dos maiores consumidores da bebida.
No país, são cultivadas duas espécies de café: a arábica e a conilon. A maior produção é representada pela espécie arábica, com 76% da produção nacional.
O Brasil é o maior produtor de café do mundo. Os principais Estados produtores são Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rondônia, Espírito Santo, Bahia e Goiás.
Atualmente, o país tem registro de mais de 280 mil produtores de café. São mais de 2.720.520.000 quilos por ano.
Mancha aureolada no cafeeiro
As condições ideais para o desenvolvimento da mancha aureolada são umidades elevadas e temperaturas amenas entre 18-22-23°C. Lavouras situadas em locais de elevada altitude devem ser monitoradas com maior rigor, justamente por estarem sujeitas a mais vento e orvalho.
Ao contrário de que muitos pensam a doença não ocorre somente no período chuvoso, uma vez que a bactéria fica em estágio “latente” de desenvolvimento, sendo necessário seu monitoramento durante o ano todo.
Danos ocasionados
As folhas mais velhas apresentam manchas de coloração pardo escura, formato irregular, envolvidas por um anel amarelo (auréola), estas manchas estão distribuídas em toda a superfície das folhas sendo mais frequentes nas bordas.
Normalmente, as áreas necrosadas rompem-se, formando uma perfuração no centro da mancha. Nas folhas novas, as manchas são circulares e a aureola amarela característica não é facilmente visível, sendo possível somente observar a transparência das lesões contra a luz.
Com a evolução da doença, os halos amarelos coalescem formando grandes áreas necróticas, causando a queda prematura das folhas.
Quando ocorre nos ramos, a doença causa requeima. Frutos infectados na fase de chumbinho apresentam necrose. P. garcae ocorre principalmente em lavouras novas com 3 a 4 anos, causando desfolha, seca de ponteiros, superbrotamento e retardamento no desenvolvimento das plantas. Em viveiros P. garcae causa desfolha, morte de ponteiros e pode causar até a morte de mudas.
Forma de controle da doença é a prevenção
Os viveiros devem ser instalados em locais protegidos do vento e do frio. Quando a doença se manifestar, as mudas infectadas devem ser eliminadas para reduzir a fonte de inóculo na área, e também recomenda-se realizar aplicações de fungicidas cúpricos (0,3%) associados ou não a antibióticos na concentração de 0,2%.
No caso de ataques mais severos, deve-se realizada uma poda à altura do terceiro par de folhas, visando eliminar as pontas danificadas.
No campo, o controle deve ser preventivo através do plantio de barreiras quebra-vento ao redor da cultura, manter um maior espaçamento entre as plantas, evitando assim um acúmulo de umidade por longos períodos, e em áreas favoráveis à ocorrência da doença é recomendado a aplicação preventiva de fungicidas cúpricos, principalmente no período das chuvas.
Estas aplicações podem coincidir com o controle da ferrugem do cafeeiro e da mancha de olho pardo.
Diferenças entre mancha aureolada e cercosporiose
Os sintomas são parecidos e geram dúvidas até mesmo nos profissionais mais experientes. Mas esse erro gera grandes prejuízos para o bolso e para a produção com isso vamos esclarecer as diferenças entre elas.
Mancha aureolada
Causada por uma bactéria chamada Pseudomonas Syrigae.
Condições favoráveis: A mancha aureolada é favorecida por temperaturas de 25° a 30°C, pluviosidade elevada e alta umidade relativa, além disso, os ferimentos servem como porta de entrada para esse patógeno, podendo ser causado por áreas sujeitas a ação dos ventos (maiores altitudes), por chuva de granizo ou frio intenso que podem provocar essas lesões.
A mancha aureolada pode infectar desde mudas de café no viveiro, lavouras novas até lavouras adultas, causando manchas de cores pardas, circundadas por um grande halo amarelo, o que caracteriza o nome mancha-aureolada.
Para diferenciar a mancha aureolada da cercosporiose, pode-se observar a seca de ramos, que é um sintoma característico, em que os ramos secam e ficam inicialmente com as folhas murchas, caindo posteriormente as folhas, sintoma esse que não é observado pela incidência de Cercospora coffeicola.
Cescosporiose
Causada por um fungo chamado Cercospora coffeicola
Condições favoráveis: A cercosporiose é favorecida pela radiação solar, uma vez que locais mais expostos ao sol ativam a enzima cercosporina, aumentando assim a incidência da doença.
Outra condição favorável é o desequilíbrio nutricional principalmente entre potássio e cálcio, assim como temperaturas de 10° a 25°C e alta umidade relativa.
A Cercosporiose é uma doença que também pode infectar desde mudas no viveiro, até lavouras novas e adultas, e pode apresentar sintomas nas folhas e nos frutos.
As folhas apresentam manchas circulares de coloração castanho-clara a escura, com centro branco-acinzentado, que não é verificado no sintoma da mancha aureolada.
Essas manchas quase sempre são envolvidas por um halo amarelado, como o sintoma causada pela bactéria Pseudomonas Syrigae, porém com coloração amarelo menos acentuada.
Conclusão
Contudo a mancha aureolada é uma doença causada pelo ataque da bactéria Pseudomonas seryngae pv garcae, que causa sintomas sobre as folhas, rosetas, frutos novos, ramos laterais e, ainda, ramos do ponteiro das plantas, atacando tanto mudas no viveiro.
Neste post você pode observar como essa bactéria pode gerar grandes prejuízos a lavoura de café, e a importância do controle da doença. Em caso de dúvidas o ideal é contratar um especialista na área, para que não haja erros durante o processo.
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