Os grãos do trigo têm cor e tamanho variáveis, mas geralmente, apresentam formato ovalado com extremidades arredondadas.
Sendo compostos basicamente por três partes: o gérmen, a casca e o endosperma.
Como os constituintes não se distribuem uniformemente no grão, isto leva a características e propriedades diferentes dos produtos derivados do trigo, em especial, da farinha.
Os subprodutos do seu beneficiamento podem ser oferecidos como ração animal, principalmente quando se trata do farelo de trigo.
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A cultivo do trigo
O trigo (Triticum aestivum L.) é uma gramínea de ciclo anual, consumido em forma de farinha ou ração animal.
No Brasil, a produção predomina nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, onde cerca de 90% da produção de grão de trigo está concentrada no Sul do Brasil.
O solo da área a ser cultivada deve ter boa fertilidade, com a acidez corrigida, livre de pragas, doenças e plantas daninhas antes do início do plantio da cultura.
Na escolha da cultivar adequada, deve ser levada em conta todas as suas próprias características e também caraterísticas da região.
A densidade de semeadura a ser adotada deverá considerar a indicação para a cultivar e para a região produtora, conforme indicação técnica.
O potencial produtivo de uma cultivar depende do seu estabelecimento e desenvolvimento inicial, desde sua germinação.
Por esta razão, é fundamental o controle das doenças, pragas e plantas daninhas no início de seu desenvolvimento, levando em consideração a sanidade das sementes e da área a ser cultivada.
Para evitar a introdução de fungos na lavoura, recomenda-se o tratamento de sementes para o plantio da cultura.
A semeadura anual de trigo na mesma área é considerada a principal causa da ocorrência de doenças, por isso a importância da rotação de culturas.
Culturas como a aveia e o nabo forrageiro, são consideradas as melhores opções de rotação de culturas.
Isso faz com que haja um melhor controle de doenças nos órgãos aéreos (como manchas foliares, oídio, ferrugem da folha e do colmo) e das demais doenças do trigo.
Utilização dos grãos de trigo
Os benefícios da utilização dos grãos de trigo são inúmeros.
O objetivo principal da moagem do grão do trigo é a obtenção da farinha. Na moagem, o endosperma é separado da casca e do gérmen.
No endosperma está o amido, que constituirá a farinha.
À proporção que se aumenta a taxa de extração da farinha, há um pequeno ganho em proteína e maior ganho em cálcio e ferro.
Para a substituição de alguns nutrientes perdidos na moagem, a farinha é com frequência, enriquecida pela adição de tiamina, riboflavina, niacina, ferro e ácido fólico.
Da produção da farinha de trigo para consumo humano resultam vários subprodutos, dentre eles o farelo, o gérmen e frações de aleurona do grão.
Todos estes subprodutos são adequados para a alimentação animal, porém apenas o farelo de trigo tem importância comercial no Brasil.
De cada tonelada de trigo processado, 70 a 75% é convertida em farinha e o restante, 25 a 30% é transformada em subproduto com uso potencial na alimentação animal.
Por causa da alta digestibilidade, o farelo de trigo tem sido usado principalmente para substituir grãos de cereais.
É comumente usado como fonte de energia e proteína em concentrados comerciais para vacas em lactação.
A energia contida no farelo de trigo é similar à contida nos grãos, entretanto, a energia está na forma de fibra digestível e não na forma de amido.
A sua proteína bruta é extensivamente degradada no rúmen e promove poucos aminoácidos para o abomaso do que outras fontes de subprodutos de alta energia.
Entretanto, a aparente baixa de energia contida no farelo de trigo comparado com o milho era contrabalanceada pela variação benéfica na ingestão de forragem.
Quando a palatabilidade, o farelo de trigo pode ser incorporado facilmente nas dietas de ruminantes, desde que seja viável economicamente.
Como manter a qualidade dos grãos de trigo
Abaixo será descrito os principais cuidados que deve ter para manutenção da qualidade dos grãos de trigo na colheita e pós-colheita.
- Colheita: ter cuidado com partículas presentes no lote e que não vêm da planta de trigo, como pedaços de plantas e sementes de outras espécies, pedras, terras, entre outros. Essas partículas são de grande importância no momento da comercialização, pois são valores descontados do peso do lote.
- Secagem: a secagem de trigo é uma operação crítica na sequência do processo de pós-colheita, na qual podem ocorrer alterações significativas na qualidade do grão. A secagem propicia um melhor planejamento da colheita e o emprego mais eficiente de equipamentos e de mão de obra, mantendo a qualidade do trigo colhido.
- Armazenamento: a estimativa de perdas quantitativas de grãos armazenados, corresponde a médias anuais de 10%, podendo atingir perda total em alguns armazéns. Também devem ser consideradas as perdas qualitativas, uma vez que comprometem a inocuidade e a aptidão tecnológica dos grãos armazenados.
- Controle da umidade e temperatura: na pós-colheita de trigo os principais fatores que contribuem para a deterioração e a contaminação são a alta umidade e a alta temperatura. Que favorecem a proliferação de contaminantes como insetos-praga e fungos toxigênicos, que podem produzir micotoxinas, prejudiciais à saúde de humanos e de animais.
- Manejo Integrado de Pragas – MIP: uma das soluções para o problema de perdas ocasionadas por insetos-praga na pós-colheita é a técnica do manejo integrado de pragas na unidade armazenadora de grãos. Essa técnica compreende várias etapas, tais como, medidas de limpeza e higienização da unidade armazenadora, evitar a mistura de lotes de grãos não infestados com outros já infestados, correta identificação de insetos-praga e conhecimento da resistência a inseticidas químicos, tratamento curativo, fazer o expurgo dos grãos, como também o tratamento preventivo de grãos.
A importância da qualidade dos grãos de trigo para o agro brasileiro
O manejo adequado dos grãos de trigo no pós-colheita, faz toda a diferença na qualidade na hora da comercialização.
Vimos nesse post que o grão de trigo assume um papel importante no agronegócio brasileiro seja pela alimentação humana, seja pela alimentação animal.
Dessa forma, a geração de informações sobre contaminantes, metodologias de monitoramento e a implantação de processos que reduzam as perdas. São fundamentais para a garantia da segurança do alimento.
A obtenção de resultados de análise de contaminantes através de métodos rápidos, econômicos e eficientes, torna possível a segregação de lotes conforme a exigência dos diferentes segmentos de mercado.
Também poderão ser adotadas estratégias de manejo diferenciadas na unidade armazenadora.
Estas estratégias, como a maior intensidade de cuidado nas etapas de pré-limpeza, limpeza e manejo de pragas. Garante maior qualidade do produto final ao consumidor assim também maior lucratividade para o produtor.