Brevipalpus phoenicis e a mancha-anular do cafeeiro.

Brevipalpus phoenicis e a mancha-anular do cafeeiro.

O Brevipalpus phoenicis, ou ácaro-plano, é uma praga conhecida por causar prejuízos em diversas culturas como citros e café. Esse ácaro é o vetor de doenças viróticas como a mancha anular do cafeeiro. É dessa vilã que vamos tratar nesse post.

Venha comigo!

 

Brevipalpus phoenicis e a mancha-anular do cafeeiro.

 

Brevipalpus phoenicis é um ácaro cosmopolita e polífago, isso quer dizer que ele é apreciador de um cardápio variado, se alimentando de plantas de diversas famílias. Entre os seus hospedeiros encontram-se, inclusive, algumas plantas ornamentais.

Atualmente este ácaro é conhecido por transmitir o vírus causador de uma das principais doenças da citricultura, chamada leprose, mas não só.

Desde 1938, o B. phoenicis é relatado vivendo em cafeeiros no Brasil. Entretanto, apenas na década de 90 pesquisadores começaram a associar esta praga a uma intensa perda de folhas nas regiões produtoras de café do Brasil, em cafeeiros Arábica e Canéfora.

O ácaro em questão é o vetor de um vírus do grupo dos Rhabdovirus, o Coffee Ringspot Virus (CoRSV), causador da mancha anular do cafeeiro. Isso significa que ele é infectado pelo vírus e então transmite o agente infectante para a planta.

Mas como identificar a presença desse ácaro na sua plantação?

 

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Características do Brevipalpus phoenicis

O ácaro adulto possui coloração avermelhada e corpo muito achatado, por isso ele é conhecido como “ácaro-plano”. É mais comum a presença das fêmeas do aracnídeo nas plantas, elas possuem manchas escuras no dorso e medem entre 0,30 mm e 0,18 mm.

Além de saber identificar, é preciso ficar mais atento no período seco do ano, que vai de fevereiro ou março a outubro ou novembro, e possui temperaturas mais amenas. É nesse período em que a maior população de B. phoenicis pode ser encontrada nos cafeeiros.

 

Sintomas da mancha anular do cafeeiro

A doença da mancha anular do cafeeiro, especificamente, não possui outros hospedeiros. Isso significa que somente essa espécie de planta apresenta esses sintomas.

Tais sintomas podem aparecer tanto nas folhas quanto nos frutos do café, e consistem em: manchas cloróticas, com contorno bem delimitado e um ponto central de necrose. Os frutos podem apresentar irregularidades na forma, conforme mostra a imagem acima.

As manchas foliares podem acabar tomando grande parte do limbo, que é a parte principal da folha. Então, as folhas e os frutos podem apresentar diversas manchas em forma de anéis, por isso o nome “mancha anular”.

 

Danos causados pela mancha anular

Após serem infectados pela virose causada pelo B. phoenicis, os cafeeiros sofrem diversos danos, que resultam na queda da produção e, consequentemente, em prejuízos econômicos. A queda das folhas reduz a área fotossintética da planta e o grão perde a qualidade e apresenta maior teor de açúcar, o que facilita a incidência de outros fungos.

Além dos danos diretos, os ferimentos e o aumento no teor de açúcar no fruto, causados pelo ácaro facilitam a entrada de fungos fitopatogênicos como Fusarium, Penicillium, Cladosporium e Aspergillus, que estão entre os mais importantes patógenos de plantas.

Dentre os principais danos ao cafeeiro causados pela mancha anular identificam-se:

  • Queda antecipada e intensa de folhas;
  • Maturação e queda precoce de frutos;
  • Alteração na coloração dos frutos e
  • Perda na qualidade da bebida do café, que passa de mole para dura.

 

 

Manejo do Brevipalpus phoenicis

Em regiões muito afetadas pela mancha anular do cafeeiro, como cerrado de Minas Gerais, o controle do ácaro é feito sistematicamente, ou seja, respeita as regras de um sistema. Esse sistema consiste majoritariamente em aplicações anuais de acaricidas com frequência que varia de uma a duas vezes ao ano.

Apesar da incidência do B. phoenicis na maioria das lavouras de café brasileiras, ainda são poucas as opções de acaricidas registrados especificamente para o controle deste ácaro. Uma das opções é o uso de Hexythiazox, Espirodiclofeno e Propargite. Os métodos de aplicação também são escassos e recomenda-se uma pulverização lenta.

 

Controle

O controle não deve ser feito apenas com a identificação da presença do ácaro e sim quando é identificada a presença da doença da mancha anular do cafeeiro. Isso porque devemos evitar a ocorrência de resistência. A partir de então é que se aplica o acaricida seletivo ao ácaro predador.

 

Fungos causadores de doenças em plantas.

 

Aplicação

Para aplicar os produtos fitossanitários, é necessário levar em consideração o tamanho das plantas, formato do cafeeiro e o tipo de equipamento utilizado para a pulverização.

Como o Brevipalpus phoenicis é encontrado por toda a copa das plantas, na parte interna, a pulverização precisa ser feita com a cobertura mais uniforme possível do cafeeiro. Uma maneira de garantir essa pulverização uniforme tem sido utilizada:  os produtores têm aumentado o volume de calda aplicado, começando em 600 L/ha.

É importante ressaltar que, apesar dessa prática de aumento do volume de calda garantir a uniformização da cobertura, ela pode acabar aumentando os custos da produção. Dessa forma, é necessário calcular muito bem o prejuízo causado pela mancha anular e os custos de manejo, para que não fique desequilibrado.

 

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Conclusão

O Brevipalpus phoenicis é um ácaro capaz de transmitir viroses para diversas culturas. No caso do cafeeiro, é vetor do vírus que causa a mancha anular.

A mancha anular do cafeeiro causa prejuízos econômicos através de: desfolha precoce, maturação precoce e queda de frutos e redução da qualidade da bebida.

Ao identificar essa doença, é necessário fazer a aplicação de acaricidas seletivos uniformemente na plantação, para retardar a sua disseminação.

É importante que você consulte um especialista na área caso esteja tendo problemas com a mancha anular do cafeeiro.

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