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Sistemas integrados garantem produção sustentável na Caatinga

Sistemas integrados garantem produção sustentável na Caatinga

Em Ibaretama (CE), o sistema ILPF garante reserva de alimento para rebanho

Além de aumentar renda do produtor, sistemas integrados podem combater desertificação no semiárido

Produtores do Semiárido encontraram no sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e nos sistemas agroflorestais um jeito eficiente de diversificar as atividades de suas propriedades. Com isso, conseguiram aumentar o faturamento da atividade, sem impactar o meio ambiente, adotando manejo mais sustentável. Com a ILPF é possível ainda recuperar áreas degradadas e combater a desertificação.

Na comunidade Sítio Areias, em Sobral (CE), desde 2012 alguns produtores já experimentam com sucesso a prática de sistemas de produção agroflorestais, com a criação de bovinos, caprinos, ovinos e suínos; a lavoura de milho e feijão; a produção agrícola de verduras e ervas medicinais.

Madeira garante renda na seca
Segundo o zootecnista Rafael Tonucci, pesquisador da área de Forragicultura e Pastagens da Embrapa Caprinos e Ovinos (CE) o sistema permite integrar a produção vegetal, animal e florestal na propriedade. Em anos de seca muito intensa, quando a lavoura produz pouco é possível obter renda com o corte e comercialização da madeira.

Na região de Sobral, a Embrapa desenvolve experimentos em áreas pequenas, com menos de dois hectares, combinando o cultivo de espécies de mata nativa com culturas agrícolas e gramíneas para formação de pasto, possibilitando a diversificação da produção.

“São exemplos de como o sistema ILPF pode ser viável no âmbito da agricultura familiar”, diz Tonucci. Em Ibaretama, município do Sertão Central do Ceará, por exemplo, em duas áreas de um hectare cada, foi registrada uma produção de 25 a 30 toneladas de matéria verde, suficiente para garantir alimento para o rebanho (silagem) para um período de dois anos. “Para isso, foi preciso apenas conhecer os princípios desses sistemas e adequá-los à realidade daquele local”, enfatiza o pesquisador.

Alguns agricultores estão obtendo produtividades maiores em suas lavouras mudando apenas uma prática baseada no uso do fogo para uma produção ambientalmente sustentável. “No meu quintal tudo dá. Já colhi abacaxi, verdura, tomate, pimentão. E já doei sacolas de verduras para a escola da cidade”, conta a agricultora Regina de Sousa.

http://materiais.agropos.com.br/webinar-recuperacao-de-areas-degradadas

ILPF recupera solos degradados
No experimento em Ibaretama, estão sendo usadas duas áreas cedidas por um produtor rural. Em uma delas, de 1,5 hectare, foram plantadas linhas de sabiá (árvore da Caatinga) para composição de floresta, além de feijão caupi, milheto, sorgo e girassol. Os resultados do plantio foram usados de forma diversificada: o feijão foi aproveitado para colheita, sorgo e girassol foram usados para silagem aos animais, o milheto serviu para compor a cobertura vegetal do solo (condição importante em áreas de solos menos férteis).

“Em uma área de solo pobre, onde não se produzia nada, conseguimos plantar floresta com sucesso, usando essas técnicas para recuperação de solo degradado, e já temos forragem disponibilizada para os animais na estação seca”, explica Rafael Tonucci. Em outra área, de um hectare, além do sorgo e milheto, foram introduzidas plantas leguminosas (leucena e gliricídea), entre outras espécies nativas, e também o capim Massai, na expectativa de compor pasto para os animais nos próximos anos.

Sistemas em base comunitária
Outra prática adotada por produtores da região é a de adequação dos sistemas de produção locais a uma perspectiva de base agroecológica, o chamado redesenho para compor sistemas agroflorestais. Na comunidade Sítio Areias, em Sobral, a Embrapa incentivou este trabalho em base comunitária: os produtores locais integram suas áreas de criação de animais para produção e lavoura às áreas de uso sustentável da caatinga nativa, inclusive com o intercâmbio de forragem ou esterco entre os agricultores.

Segundo o zootecnista Éden Fernandes, analista da Área de Transferência de Tecnologia da Embrapa Caprinos e Ovinos, estas trocas são outro benefício para comunidades de agricultores familiares. “O produtor que optou por um componente mais agrícola acaba cedendo a forragem para outro produtor que já tem um sistema de natureza pastoril. “Ele colhe o milho por exemplo, para sua alimentação e cede a palhada como forragem para outro agricultor que cria caprinos ou bovinos. Esse outro produtor também faz a partilha, devolvendo leite produzido em sua propriedade”, detalha.

Busca da sustentabilidade
Uma das perspectivas das pesquisas em sistemas de produção integrados no semiárido brasileiro é contribuir para a sustentabilidade da produção agropecuária, em seus diversos aspectos. “As vantagens deste tipo de sistema para aquela região são de natureza biológica e socioeconômica. Biológica porque tem componentes diferentes no sistema, explorando luz, água e nutrientes, além da conservação do solo e da água. Nas questões socioeconômicas, temos a oportunidade do retorno de renda e a diversificação dos bens e serviços gerados”, destaca Fernandes.

Em sistemas dessa natureza, há diversas possibilidades para uso das árvores, desde sua utilização como um fator contribuinte para preservação do solo e como sombra para o bem-estar dos animais até a exploração da madeira de algumas espécies para incremento da renda dos agricultores.

“No Semiárido, é possível manter sempre a cobertura vegetal, mantendo assim, um pouco de água no solo. Além disso, as árvores também servem de barreira para um outro problema sério nesta região: a erosão eólica (provocada pelos ventos)”, acrescenta o pesquisador Rafael Tonucci.

Outra perspectiva é de que os experimentos mostrem a viabilidade de um arranjo espacial que, ao combinar lavoura, pecuária e florestas, otimizando e intensificando o uso das áreas produtivas, permita a futura introdução de máquinas agrícolas.

https://materiais.agropos.com.br/checklist-software-agricola

Sistemas de produção integrados 
Os sistemas de integração envolvem a produção de grãos, fibras, madeira, energia, leite ou carne na mesma área, em plantios em rotação, consorciação ou sucessão. O sistema funciona basicamente com o plantio, durante o verão, de culturas agrícolas anuais (arroz, feijão, milho, soja ou sorgo) e de árvores, associado a espécies forrageiras (braquiária ou panicum). Existem várias possibilidades de combinação entre os componentes agrícola, pecuário e florestal, considerando espaço e tempo disponível, resultando em diferentes sistemas integrados, como lavoura-pecuária-floresta (ILPF), lavoura-pecuária (ILP), silvipastoril (SSP) ou agroflorestais (SAF).

Adoção de ILPF no Nordeste brasileiro
Uma pesquisa realizada em 2016 pela empresa Kleffman Group, por solicitação da Rede ILPF [parceria público-privada formada por Embrapa, Cocamar, Bradesco, John Deere, Soesp e Syngenta, com objetivo de acelerar adoção das tecnologias de integração no país] apresentou alguns dados sobre a realidade dos sistemas de integração na região Nordeste. Dos 493 produtores rurais entrevistados (com bovinocultura como atividade predominante), 60% já conhece o conceito de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, embora a adoção do sistema na região ainda seja de 41% – alguns dos estados apresentam índices de adoção acima dessa média, como é o caso de Alagoas (51%) e Sergipe (44%).

Um fator positivo mostrado neste levantamento é que entre os produtores entrevistados que já adotam sistemas ILPF, 78% dizem estar satisfeitos ou muito satisfeitos. Os maiores índices de aprovação estão no Rio Grande do Norte (89%), Bahia (87%) e Ceará (85%). Entre aqueles que já adotam este tipo de sistema ou pretende adotar no futuro, as motivações apontadas com maior frequência pela pesquisa são: promover recuperação de pastagens, reduzir o impacto ambiental e fazer rotação de culturas agrícolas.

 

Por Embrapa.

Desafio de startups apresenta novas tecnologias para a pecuária de leite

Desafio de startups apresenta novas tecnologias para a pecuária de leite

Rubens Neiva - Equipe vitoriosa do Desafio de Startup.

Equipe vitoriosa do Desafio de Startup (Foto: Rubens Neiva)

Um kit de tecnológico para identificar as principais bactérias causadoras da mastite, na própria fazenda, com diagnóstico em 24 horas, foi a solução vencedora do Desafio de Startups, promovido pela Embrapa Gado de Leite. O kit é composto por material de consumo para a realização do teste de mastite, uma cabine de trabalho portátil (minilaboratório) e um app (aplicativo) que faz a gestão do controle da mastite, permitindo o monitoramento remoto e gerando indicadores de performance do controle da doença. A mastite é um problema grave na pecuária de leite. A incidência mensal média da fase crítica da doença é de 10% das vacas do rebanho. Deste índice, de 30% a 50% das vacas necessitam de tratamento com antibióticos.

Para Cristian Martins, diretor de operações da startup vencedora, que leva o nome de OnFarm, o diagnóstico da doença em 24 horas gera benefícios não somente para o produtor. “Além de reduzir a resistência bacteriana causada pelo uso indiscriminado de antibióticos, a solução possibilita melhores estratégias de controle da mastite subclínica, como segregação, interrupção da lactação e orientação de descarte do leite. Isso significa um alimento mais seguro”.

Como é comum entre as startups, a OnFarm é uma empresa jovem. Foi fundada há três meses em Uberlândia, durante o Interleite Brasil (congresso que discute os problemas da cadeia produtiva do leite). Segundo Cristian Martins, em apenas dois meses, a startup colocou mais de 30 unidades em operação, permitindo o monitoramento de 12 mil vacas. “Cerca de dois mil casos de mastite clinica foram avaliados. Desses, 540 casos que recebiam antibiótico no procedimento convencional puderam ficar sem tratamento, o que resultou no aproveitamento de 47 mil litros de leite e na economia de mil bisnagas de antibióticos”.

OnFarm foi uma das 70 startups que participaram o desafio, evento que faz parte do Ideas for Milk, encerrado na última sexta-feira, no Cubo Itaú, em São Paulo. Participaram da finalíssima, sete startups. Entre as três primeiras colocadas, estão:

– 2º Colocado – CowMed. Solução: coleira capaz de mensurar os principais parâmetros comportamentais das vacas, como tempo de ruminação, atividade e ócio.  Os dados são coletados por antenas e enviados para a “nuvem”, onde uma ferramenta de inteligência artificial analisa os animais e alerta os produtores sobre eventos de cio, melhor momento para inseminar, doenças em estágios inicial e alterações nos lotes de vacas.

– 3º Colocado – Z2S. Solução: conjunto automático para a limpeza de ordenhadeiras canalizadas. Compreende três sistemas que podem ser integrados ou utilizados separadamente. O processo de limpeza automático inclui o controle de temperatura do leite, dosagem precisa de produtos químicos e acionamento dos motores do equipamento. Segundo os idealizadores da solução, os sistemas proporcionam a melhoria da qualidade do leite, com redução de 87% da Contagem Bacteriana Total (CBT).

Revolução digital – O Ideas for Milk é parte de uma revolução silenciosa que está mudando os paradigmas no campo. Aos poucos, expressões como “inteligência artificial”, “cloud computing”, “API” e “IoT” começam a competir com “cocho”, “brete”, “curral” e “ordenhadeira” no vocabulário do produtor de leite. O setor rural brasileiro, que há pouco tempo convivia com problemas estruturais básicos (ainda convive, em muitos locais) está, cada vez mais, inserido no mundo da informática. “As empresas de Internet estão entrando no campo de forma absoluta”, diz Jaqueline Capeli, gerente do laboratório agrícola da Bovcontrol, empresa de “agtech”, cujo “app” faz a gestão econômica e zootécnica de uma unidade de produção pecuária. Aliás, “agtech” e “app” são, também, duas novas expressões desse universo digital.

Para que o leitor, que ainda não está completamente inserido na revolução digital, não tenha que recorrer ao “Google” para se informar sobre essas expressões e interrompa a leitura desta reportagem, vamos esclarecer alguns termos: “agtech” é o ambiente de empresas que promovem inovações no agronegócio por meio das novas tecnologias. Tais inovações costumam se apoiar em “IoT”, Internet of things (Internet das Coisas, em português), conectando pessoas com as coisas da vida cotidiana. A IoT utiliza as “API” como interface na programação dos “apps”, os aplicativos (softwares) que irão promover a conexão entre o mundo real e o virtual. Esses apps podem utilizar a cloud computing(ou computação em nuvem), servidores remotos com grande capacidade de armazenamento e processamento, que darão funcionalidade aos aplicativos.

Confuso? Uma revolução não se faz de forma simples, mas seus resultados podem, sim, simplificar a vida do produtor rural de forma tão intensa como está simplificando a vida da humanidade em todas as áreas. O problema é que os desenvolvedores dessas tecnologias, muitas vezes não estão no campo. São estudantes, professores e pesquisadores de universidades, distantes dos problemas do produtor rural.

Ideas for Milk, que em 2018 realizou a sua terceira edição, é uma tentativa de se promover essa aproximação“Nosso objetivo é fomentar o surgimento de um ecossistema, reunindo empresas, universidades, pesquisa agropecuária e o setor produtivo, capaz não apenas de apresentar soluções, mas de empreender, transformando as soluções em novas startups para a cadeia produtiva do leite”, diz o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins.

Além do “Desafio de Startups”, fez parte do Ideas for Milk o Vacathon, um hackathon que acrescentou a “vaca” para ter a cara da pecuária de leite. Aliás, “hackathon” é outro termo surgido com a revolução digital, que cabe explicar aqui: trata-se de uma maratona de programação computacional na qual especialistas em ferramentas digitais se reúnem (por horas, dias ou semanas) no intuito de discutir novas ideias e desenvolver projetos de softwares ou de hardwares. O analista de IoT da Microsoft, Alexandre Vasques Gonçalves diz que “coisas muito bacanas nascem em hackathons como esse”.

O Vacathon durou cinco dias (de seis a dez de novembro), nos quais cerca de 90 estudantes ficaram acampados na sede da Embrapa Gado de Leite, em Juiz de Fora – MG. Nesse período, Gonçalves, Jaqueline, e outros representantes de empresas de Tecnologia da Informação, juntamente com pesquisadores e analistas da Embrapa foram os mentores dos estudantes, que também visitaram o campo experimental da empresa, em Coronel Pacheco – MG e conheceram o laticínio da Epamig, no Instituto de Laticínios Candido Tostes, também em Juiz de Fora.

Os estudantes viraram noites estudando os problemas da cadeia produtiva do leite atrás de soluções. Mas o trabalho foi recompensado. O arquiteto de soluções da Cisco Innovation Center no Brasil, Edson Barbosa, que participa do Ideas for Milk desde o primeiro momento, diz que houve uma grande evolução nas ideias do Vacathon comparado ao ano passado. “As ideias vieram pré-formatadas e cresceram durante o evento com as mentorias”, afirma Barbosa. O especialista em inovação da TIM, Fabiano de Souza compartilha a impressão de Barbosa: “O Vacathon deste ano foi mais maduro, evoluindo das ideias para o protótipo”.

Resultado do Vacathon – Participaram do evento 16 instituições de ensino do Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Pernambuco. Os alunos se dividiram em 15 times.  As propostas foram avaliadas por 52 julgadores, entre pesquisadores e analistas da Embrapa, profissionais de TI, empresas ligadas ao agronegócio do leite e produtores. O projeto de aplicativo que os estudantes da PUC Minas, em Betim-MG, chamaram informalmente de Tinder Bovis, foi o primeiro colocado. A ferramenta leva o nome oficial de “I2A CONECT”. É um software de convergência de dados que pretende reunir, num único aplicativo, informações sobre as características dos touros cadastrados nas diferentes centrais de inseminação e nas associações de produtores. Por meio do app, voltado para dispositivos móveis (celular e tablet), o produtor insere informações sobre as fêmeas e identifica o sêmen ideal para as necessidades do seu empreendimento, ou seja, com melhor custo benefício para o padrão genético de seu rebanho.

O professor da PUC Minas, Ilo Rivero, que acompanhou os alunos na formulação da ideia, diz que a solução surgiu durante o próprio evento, a partir dos problemas que eles identificaram na visita ao campo experimental da Embrapa e ao laticínio da Epamig. O estudante Bruno Guimarães, que integra a equipe vencedora, disse que, atualmente, as informações sobre os touros estão dispersas nos catálogos das centrais de inseminação e nos sumários dos programas de melhoramento genético das raças leiteiras, desenvolvidos pela Embrapa junto com as associações de criadores. “O I2ACONECT irá promover uma integração desses dados, ‘conectando touro e vaca’, auxiliando o produtor nas estratégias de reprodução do seu rebanho”. Segundo Guimarães, a ideia chamou a atenção de representantes da Microsoft, da Alta Genetics e de um grande produtor de leite presente no evento.

Além da equipe da PUC Minas, completam as cinco primeiras colocações:

– 2º colocado: Universidade Federal de Pernambuco – Solução apresentada: MOOVS – Identifica os movimentos da vaca por meio de câmeras, auxiliando na detecção de cio e na identificação de problemas de saúde no rebanho.

– 3º colocado: Universidade Federal de Lavras – MILKTHING – Por meio de imagens 3D, o aplicativo estima o consumo de alimento no cocho pelos animais, auxiliando no manejo alimentar do rebanho.

– 4º colocado: Universidade Federal de Viçosa – VOLUTECH – Sensor para medir com precisão o volume do leite nos tanques de resfriamento. A solução também medirá a temperatura do leite no tanque e enviará o dado para um aplicativo.

– 5º colocado: Instituto Metodista Granbery – Solução apresentada: –  MUUVOICE – Aplicativo de voz que auxilia no manejo do rebanho, permitindo o registro de dados sobre mastite clínica e outros problemas de saúde animal.

Martins comemora o sucesso do evento: “Estamos conseguindo criar um ecossistema que envolve empresas de TI, universidades e produtores de leite. Essa é a maior vitória do Ideas for Milk”. É certo que o setor rural ainda enfrenta muitos problemas de infraestrutura. Mauro Carrusca, CEO da Carrusca Innovation, diz que o Brasil chegou ao século XXI, convivendo com modelos do século passado. “Estamos no ponto de inflexão entre o modelo digital e o analógico”.  Mas é preciso enfrentar os desafios. Como diz o Barbosa, “o Brasil sempre terá grandes distâncias, mas as tecnologias estão se expandindo e o alcance da internet está aumentando, contribuindo para encurtar, virtualmente, essas distâncias”.

Como a máquina a vapor, grande propulsora da primeira revolução industrial, há 250 anos, a Internet surge transformando o mundo, tornando mais fácil a existência humana. “A primeira revolução industrial aumentou nossa força física. A quarta revolução industrial, pela qual estamos passando, está aumentando a nossa capacidade cognitiva”, diz Cézar Taurion, CEO da Litteris Consulting. O campo não está alheio a essa revolução.

Por Embrapa.

Jovem cria solução para captar água em Caculé e abre chance de reflexões sobre desenvolvimento local

Jovem cria solução para captar água em Caculé e abre chance de reflexões sobre desenvolvimento local

Sandro Lúcio Nascimento Rocha, 16 anos, foi um dos vencedores na categoria Ensino Médio do Prêmio Jovem Cientista — Foto: Arquivo Pessoal

Sandro Lúcio Nascimento Rocha, 16 anos, foi um dos vencedores na categoria Ensino Médio do Prêmio Jovem Cientista — Foto: Arquivo Pessoal

Filho dos agricultores Luciana e João e irmão de Henrique, o estudante Sandro Lúcio Nascimento Rocha, 16 anos, está se preparando para sair de sua cidade natal, Caculé, no interior da Bahia, e pegar um avião até Brasília. Será sua primeira viagem aérea. No Distrito Federal, ele vai ser recebido pela equipe da 28ª edição do Prêmio Jovem Cientista , pois foi um dos vencedores na categoria Ensino Médio.

Quando eu soube da premiação e li sobre o projeto defendido por Sandro, fiquei com vontade de conversar com o jovem e trazer aqui algumas de suas reflexões. Já me explico.

É que Sandro, que frequenta as aulas do Ensino Médio no Colégio Estadual Norberto Fernandes e foi orientado pela professora Edjane Alexandre Costa Soares, se deixou parar para pensar num jeito de solucionar o problema de escassez de água na região onde mora – Caculé fica no semiárido e cada vez chove menos por lá. E imaginou uma cisterna. Mas não uma cisterna parecida com as cisternas rurais que são construídas e distribuídas em parceria com o governo e a organização Articulação do Semiárido (ASA). Sandro pensou num jeito mais ecológico de construir um reservatório para reter a água da chuva e poder utilizá-la para plantas , banheiros, lavagem de louças.

Um segundo momento de observação fez Sandro perceber que em sua escola há um enorme uso e descarte de pets. Na área rural de Caculé, onde mora e estuda, o caminhão do lixo não recolhe os descartáveis. Para se livrar do problema, os cidadãos têm o péssimo hábito de juntá-las e queimá-las, o que provoca uma fumaça desagradável e polui o ambiente. Foi aí que Sandro imaginou fazer cisternas, substituindo os tijolos por garrafas pet. Um jeito de solucionar dois problemas de uma só tacada.

Ainda assim, o cimento que teria que ser usado para juntar e colar as pets, como se sabe, produz impactos ambientais relevantes em sua fabricação. Para fugir disso, o rapaz imaginou que poderia utilizar como “liga” em sua cisterna um cimento feito a partir da cinza da fibra de côco, fruto que abunda em sua região.

E dessa forma, juntando o útil ao ecologicamente correto, Sandro também puxou a esteira de outras questões muito relevantes que não devem ficar de fora dos debates sobre mudanças climáticas e a necessidade de se criar novos paradigmas de produção e consumo. O rapaz pensou e resolveu um problema de sua localidade, usando produtos da região. Claro que não pode ser feito em grande escala, mas se o poder público tivesse um olhar cuidadoso para a solução encontrada por Sandro, poderia viabilizar em outras frentes. Por conta da visibilidade que teve seu projeto, o diretor da escola disse que poderá viabilizá-lo. E Sandro sonha: quem sabe empresas também se interessam, ou mesmo algumas casas residenciais da região? São passos que podem ser dados para se conseguir o desenvolvimento local.

Minha conversa com Sandro teve que ser através do whatsapp porque estava chovendo bastante em Caculé, o que dificulta as comunicações por telefone. Sandro é um garoto que se preocupa com as questões ambientais e se ressente de que outros jovens de sua idade não tenham, como ele, foco nas mudanças do clima que, no fim das contas, vão tornar a vida deles mais complicada.

“Às vezes o jovem fica muito acomodado com o que está acontecendo e não tem senso crítico. Acho muito importante para a juventude, como um todo, se unir em prol do meio ambiente”, disse ele.

Quis saber dele como é viver numa cidade tão pequena, de 22 mil habitantes e tão distante dos grandes centros (a cidade fica a mais de 600 quilômetros da capital, Salvador). Sandro gosta de sua cidade, mas queria muito que ela tivesse um recolhimento de lixo adequado, menos poluição. E adoraria poder seguir carreira, continuar estudando perto dos pais e da avó. Mas em Caculé não existe a possibilidade de o rapaz cursar a faculdade de Medicina, como pretende.

“Quero poder estudar os impactos da poluição na saúde humana, fazer projetos paralelos sobre a questão do meio ambiente. Queria poder estudar aqui. Mas vou sempre voltar para as minhas raízes, para onde eu nasci”, disse ele.

Convidei Sandro para refletir e encontrar alguns sites que pensam sobre desenvolvimento local, uma espécie de mudança de paradigma necessária diante de tantas privações provocadas por um sistema econômico que implica diretamente em desigualdade. Há pessoas pensando a respeito, por exemplo, entre os membros da organização “New Economics Foundation”, que prega uma “economia para as pessoas, pelas pessoas”.

As Nações Unidas também têm um programa específico para financiar desenvolvimento local, considerando que mais da metade da população dos 47 países menos desenvolvidos do mundo vive com menos de US $ 1,25 por dia e bilhões de pessoas ainda não têm os serviços e o emprego necessários para desfrutar de uma qualidade de vida decente. Mas ali há problemas de distribuição do financiamento.

O desafio está posto. As mudanças climáticas nos exigem esforços para buscar uma vida mais saudável diante de tantas ameaças, e jovens como Sandro podem transformar o risco em oportunidade. A chance de pensar meios para resistir é não negar o tamanho do problema, é fazer contato com uma realidade que se apresenta mais difícil, mas não impossível.

Espera-se dos líderes de nações uma visão sistêmica para o problema do aquecimento global, estratégias econômicas que visem a pensar o desenvolvimento com outras lentes, para se pavimentar o caminho da mudança para uma vida com menos dependência dos combustíveis fósseis. Espera-se dos líderes empresariais que acompanhem este ritmo e invistam, seriamente, em tecnologias que possam diminuir seu impacto, além de uma revisão dos limites de produção.

Mas se cada região puder ter um olhar mais cuidadoso no sentido de criar soluções para seus próprios problemas, já se conseguirá caminhar bastante no sentido de melhorar a qualidade de vida. Neste sentido, Sandro tem muito a colaborar.

Por G1 Natureza.

Paraná, São Paulo e Santa Catarina registram 14 focos de ferrugem da soja

Paraná, São Paulo e Santa Catarina registram 14 focos de ferrugem da soja

Maurício Meyer - Detalhe de folha com ferrugem da soja

Detalhe de folha com ferrugem da soja (Foto: Maurício Meyer)

O Consórcio Antiferrugem registra 14 focos de ferrugem-asiática da soja, em áreas comerciais, na safra 2018/2019, sendo um em Quilombo (SC), dois em São Paulo (São Miguel Arcanjo e Itapeva) e onze no Paraná (Mariópolis, São Pedro do Iguaçu, Marechal Cândido Rondon (Porto Mendes), Nova Santa Rosa, Nova Cantu, Ubiratã, Juranda, Campo Mourão, Peabiru, São João do Ivaí e Jaguariaíva).

Desde o primeiro foco registrado no último dia 31 de outubro, em Porto Mendes (PR), o número de focos vem crescendo rapidamente e em pontos bem distribuídos. De acordo com a pesquisadora Cláudia Godoy, da Embrapa Soja, a maioria das lavouras com ferrugem foram semeadas no início de setembro e encontram-se com o dossel fechado (12 lavouras estão em fase de desenvolvimento R1 e uma em V8). “O problema é que as chuvas atrasaram as semeaduras e temos soja em várias fases de desenvolvimento e, em algumas regiões, ainda estão semeando soja. Por isso, é preciso atenção para não perder o controle nessas primeiras áreas que podem gerar grande quantidade de inóculo para lavouras que ainda estão sendo semeadas”, alerta a pesquisadora.

Até agora, o ambiente tem sido favorável para a infecção do fungo, com presença de molhamento foliar. A orientação da pesquisadora da Embrapa Soja, Cláudia Godoy, é para que os produtores das regiões onde há registro da ferrugem que apresentam lavouras em fase de fechamento, iniciem o controle para proteger as lavouras.

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“As chuvas frequentes que favorecem a doença, muitas vezes, impedem a aplicação de fungicidas no momento ideal”, explica a pesquisadora da Embrapa. “E é importante manter a lavoura protegida, uma vez que a eficiência curativa dos fungicidas atualmente disponíveis é baixa”, alerta.

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Cláudia Godoy orienta os produtores a consultarem os resultados de eficiência dos fungicidas para o controle da ferrugem e utilizar os multissítios para aumentar a eficiência de controle.

 

Por Embrapa.

Motivos e curiosidades para se fazer uma pós-graduação a distância!

Motivos e curiosidades para se fazer uma pós-graduação a distância!

Atualmente, tempo para se dedicar a frequentar um curso de pós-graduação e questões financeiras são alguns dos principais dificultadores para um possível aluno, porém, se encontram no mercado oportunidades mais práticas como os cursos a distância. Além de conseguir se conectar de qualquer lugar que estiver, preços em conta e flexíveis também se encontram mais disponíveis.

Confira abaixo alguns pontos a serem levados em conta quando o assunto é uma pós-graduação.

 

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Flexibilidade para Estudar

Hoje em dia, temos a opção de fazer cursos a distância que, muitas vezes, encaixam melhor na nossa rotina de tempo, no nosso dia-a-dia, já que, não precisamos sair de casa para assistir às aulas. Além disso, na educação a distância, você faz o seu horário de estudo, adequando-o ao seu tempo disponível. Com isso, o profissional continua a aperfeiçoar os conhecimentos por ele adquiridos, conseguindo conciliar estudo e trabalho.

 

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Autonomia do aluno

O aluno não precisa de pressa e tem mais controle sob seu processo de aprendizado, podendo destacar seus pontos fortes, ou seja, agilizar as partes que tem mais facilidade, e ir com mais calma naquelas em que se tem mais dificuldade.

Os cursos possuem equipes muito bem preparadas, com professores de alta qualidade e aulas ao vivo, dessa forma o aluno consegue interagir e tirar dúvidas sem sair de casa (uns com os outros, com os professores e tutores) ou até, assistindo as gravações das mesmas posteriormente, quantas vezes quiser e julgar necessário.

 

Possibilidade de ascensão profissional

Como Especialista, você consegue se realocar no mercado encontrando melhores oportunidades de emprego ou posição comercial, fortalecendo seu currículo. Você consegue se capacitar mais e melhor em funções e/ou atuações da sua formação/cargo.

Além de mais portas se abrirem, as ofertas salariais podem ser melhores, ou, até mesmo, no emprego vigente um aumento pode acontecer.

Algumas pessoas solicitam cursos de pós-graduação com a intenção de conseguir melhorias de salário, que muitas empresas oferecem àqueles que possuem.

Ao participar de concursos, possuir uma especialização contribui diretamente na pontuação para vagas com exigência de nível médio e superior, com a avaliação de títulos.

Títulos de pós-graduação também podem ser utilizados como critério de desempate.

 

Você sabe qual é o perfil de profissional mais procurado pelas empresas?

 

Estar bem capacitado para as necessidades do mercado

Não podemos deixar de lado o aprendizado, não é mesmo? Estar preparado para as necessidades do mercado pode mudar sua vida.

Alcançar um bom desemprenho no mercado de trabalho é a chave para o sucesso. E o conhecimento está alinhado com tudo isso.

É preciso se preparar, tem um ensino de qualidade e, muitas vezes, apenas com a graduação, não nos sentimos tão aptos a desempenhar certas funções.

Os cursos de pós-graduação a distância buscam solucionar esses problemas e ajuda você a se tornar um profissional competente e altamente capacitado.

 

Conteúdo sempre disponível e atualizado

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Os cursos de pós-graduação a distância são realizados através de plataformas virtuais, nas quais o conteúdo é armazenado e criando constantemente e o aluno pode acessar a qualquer hora, de qualquer lugar.

Além disso, os cursos ficam antenados nas novidades do mercado e, até mesmo, do ensino, para atualizar o aluno de conhecimentos arcaicos e deixa-lo a par das melhores técnicas e aprendizados para o mercado de trabalho.

 

Rede de contatos

Os cursos online permitem um intercâmbio de conhecimento muito grande entre os alunos que podem estar em diversos lugares do mundo, além da possibilidade de aumento de sua rede de contatos e conhecimento sobre profissões de suas áreas de interesse, que só tem a nos acrescentar.

networking é de suma importância nos dias atuais, devido à alta concorrência, pois traz muitas vantagens para os profissionais, como oportunidades de indicações para vagas de emprego e ofertas de parcerias.

 

Importância e reconhecimento

Os cursos de pós-graduação hoje em dia conseguem ter o mesmo reconhecimento que cursos presenciais, sendo, inclusive, suas instituições avaliadas pelo MEC.

 

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