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O que é Manejo Integrado de Pragas?

O que é Manejo Integrado de Pragas?

Você conhece o Manejo Integrado de Pragas? Saiba mais sobre este sistema e como ele pode te ajudar a ter plantas mais saudáveis

Manejo Integrado de Pragas

Adaptado de Entomological Society of America’s

O que é o manejo Manejo Integrado de Pragas (MIP)?

Mesmo se você fizer tudo certo ao implantar uma cultura, as pragas aparecerão inevitavelmente e causarão prejuízos ao final da safra. Mas o que são pragas? No sentido amplo, pragas são organismos capaz de causar danos às plantas, seus produtos e subprodutos. Podem ser microrganismos (como fungos, bactérias, nematoides, vírus), plantas daninhas, ou insetos. Juntos, eles chegam a causar 40% de perdas nos cultivos. Estima-se que só os insetos considerados pragas causem perdas anuais de US$ 12 bilhões para a economia brasileira. Assim, é necessário adotar medidas para diminuir estas perdas. Neste texto falaremos sobre os insetos-praga.

Durante muitos anos, as medidas adotadas para controle destes organismos eram baseadas exclusivamente na utilização de inseticidas. O seu uso abusivo trouxe consequências negativas ao longo dos anos. Neste contexto, foi criado o conceito de manejo integrado de pragas. O Manejo Integrado de Pragas é essencialmente uma tomada de decisão e que se leva em conta não somente a eliminação da praga e o lucro, mas também os custos e benefícios a longo prazo para o meio ambiente e a sociedade em geral.

Ao contrário do que muitos pensam, o manejo integrado de pragas não é algo novo. Desde a década de 1920, entomologistas já recomendavam o controle do bicudo do algodoeiro através da combinação de plantas tolerantes e queima de restos da cultura. Assim, o uso de inseticidas só era recomendado quando a população da praga atingia níveis insuportáveis. De uma maneira mais ampla, pode-se conceituar o MIP como a combinação vantajosa de mais de um tipo de método para manter as pragas em nível aceitável.

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Componentes do Manejo Integrado de Pragas (MIP)

Avaliação do Agroecossistema

De forma simplificada, a avaliação do agroecossistema consiste em se conhecer a lavoura e os principais insetos que ocorrem nela.

Isso inclui saber o estágio de desenvolvimento que as plantas se encontram, pois algumas pragas incidem em determinado estágio com maior intensidade. As condições climáticas influenciam a incidência de pragas. Em temperaturas maiores, ocorrem mais ciclos do inseto durante a safra, fazendo com que sua população seja maior.

A maioria dos insetos presentes em um determinado campo de cultivo não causam dano algum àquela cultura, sendo assim não são considerados praga. Inclusive podem ser benéficos, quando auxiliam no controle populacional das pragas – estes são os chamados inimigos naturais.

Espécies que raramente causam prejuízos à cultura são consideradas pragas secundárias. No entanto, algumas poucas espécies presentes na cultura estão em nível populacional alto e causam danos frequentemente, sendo então consideradas como pragas-chave. Assim, a atenção deve ser voltada ao monitoramento dessas espécies, pois os dados deste monitoramento é que fornecerão a base para a estratégia de manejo a ser adotada.

Monitoramento

O monitoramento deve ser realizado periodicamente e permite estabelecer os níveis populacionais de equilíbrio, de controle e de dano econômico dos insetos. Ou seja, devem ser realizadas frequentes amostragens com o objetivo de saber se a população é alta suficiente para causar nado.

O nível de equilíbrio é quando a população não sofre grandes variações ao longo do tempo. Já o nível de controle é quando a população atinge um nível que é necessário adotar medidas de controle a fim de evitar prejuízos e o nível de dano econômico, que é a menor densidade populacional capaz de causar perdas econômicas significativas ao agricultor.

O nível de controle varia para diferentes pragas em uma mesma cultura ou mesmo para uma mesma praga incidindo em diferentes culturas. As medidas de controle adotadas demoram um tempo até que surjam efeitos. Assim, o controle deve ser realizado antes do nível populacional alcançar o nível de dano econômico. No gráfico abaixo, podemos observar que, quando medidas não são adotadas no momento correto a população da praga ultrapassa o nível de dano econômico, causando prejuízos.

O que é o manejo Manejo Integrado de Pragas (MIP)

Tomada de decisão e controle

Utilizando os dados de monitoramento das pragas, é possível efetuar a tomada de decisão, onde leva-se em consideração a relação custo/benefício do controle de pragas. Como dito no início deste texto, o manejo integrado de pragas preconiza a adoção de mais de um método para controle de pragas em uma cultura. Dentre estes métodos estão o controle cultural, controle biológico, resistência genética, controle legislativo, métodos genéticos e controle químico. Vamos conhecer um pouco sobre cada um desses métodos?

 

Métodos de Controle no Manejo Integrado de Pragas

Controle Biológico

O controle biológico consiste em controlar as pragas por meio do uso de seus inimigos naturais e pode ser natural, clássico ou artificial. No controle biológico natural são utilizados os inimigos naturais já existentes no ecossistema. Isso pode ser feito pela preservação de matas nativas próximas aos cultivos ou pela utilização de inseticidas seletivos.

Nesse controle o foco é controlar pragas exóticas e para isso são introduzidos inimigos naturais por algumas vezes no local, como medida de controle a longo prazo.

O controle biológico artificial consiste da criação massal e aplicação de inimigos naturais em grande quantidade, o que faz com que este tipo de controle tenha ação mais rápida, semelhante a inseticidas químicos.

O controle biológico é uma técnica que apresenta diversas vantagens, como especificidade, fazendo com que um agente introduzido no agroecossistema não tenha efeitos danosos a outros insetos benéficos, controle duradouro, pois o inimigo natural pode se estabelecer formando uma população estável naquele cultivo, não poluir o meio ambiente e alimentos, dentre outras. A utilização comercial de produtos biológicos para o controle de insetos vem se tornando cada vez mais frequente, decorrente das exigências do mercado.

Controle biológico natural

Controle biológico natural: Percevejo predador atacando lagarta. Foto: Diones Krinski

Controle cultural

O controle cultural ou manipulação do ambiente de cultivo é um método preventivo que deve ser considerado como a primeira linha de defesa contra as pragas e nada mais é do que a adoção de práticas culturais típicas da cultura, com o objetivo de desfavorecer o desenvolvimento de insetos-praga. Diversas estratégias podem ser utilizadas na manipulação do ambiente de cultivo, dentre essas merecem destaque:

Destruição de restos culturais: Esta medida visa controlar pragas que sobreviveriam a entressafra em restos culturais, servindo como fonte de infestação para a safra seguinte. È muito adotada na cultura do algodoeiro, com o objetivo de manejar o bicudo.

Uso de sementes e mudas sadias: Esta medida visa evitar a introdução de insetos que se disseminam através de sementes e mudas, como ocorre com a lagarta rosada do algodoeiro.

Preparo do solo: O preparo do solo por meio da aração e gradagem promove o enterrio de pragas localizadas na superfície do solo ao mesmo tempo que favorece a exposição de insetos localizados a profundidades maiores à incidência de radiação solar e ao ataque de inimigos naturais, como pássaros.

Espaçamento entre plantas: Plantios mais adensados, com espaçamento menor entre plantas tendem a criar um microclima mais desfavoráveis a certos insetos, como por exemplo, o bicho-mineiro em café. Além disso, promovem facilitam a colonização de fungos entomopatogenicos, favorecendo a adoção do controle biológico.

Modificação da época de colheita: Na maioria das vezes não é viável modificar totalmente a época de colheita de uma cultura. No entanto, em alguns casos, como de infestação por broca do café, recomenda-se colher primeiro os talhões mais afetados.

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Controle legislativo

As medidas de controle legislativos são leis, portarias e decretos, quer federais, estaduais ou mesmo municipais, que obrigam ao cumprimento de determinadas medidas de controle.

Quarentena: Tem o objetivo evitar a entrada de pragas exóticas e sua disseminação.

Medidas obrigatórias de controle: São medidas que tem execução determinada por legislação e o produtor deve adotar. Um exemplo é o estabelecimento de data limite para destruição dos restos culturais para controle do bicudo do algodoeiro.

Legislação do uso de agentes e métodos de controle: Neste exemplo estão enquadrados a obrigatoriedade do receituário agronômico e a lei dos agrotóxicos. Além da legislação acerca dos organismos transgênicos no Brasil.

Resistência de plantas

Algumas plantas possuem a capacidade natural de impedir ou suportar e se recuperar de injurias causadas por insetos praga. Esta característica herdável é chamada de resistência genética. Pesquisadores trabalham na seleção e multiplicação destas plantas naturalmente resistentes por meio de métodos clássicos ou de engenharia genética, para obtenção de cultivares comerciais.

Dessa forma, atualmente estão disponíveis cultivares resistentes a diversas pragas que causam prejuízos. Sempre que for possível, a resistência genética deve ser um método adotado, pois possui vantagens como facilidade de adoção, especificidade, baixo custo, harmonia com o ambiente, além de ser compatível com outras medidas de controle.

Métodos químicos

Consiste na aplicação de substancias químicas para prevenir ou destruir pragas. São os conhecidos defensivos agrícolas, com ênfase nos inseticidas. O controle químico tem sido um método indispensável no manejo integrado de pragas (MIP), pois em algumas situações é a única medida pratica quando a população aproxima-se do NDE.

Quando aplica-se inseticidas com o mesmo mecanismo de ação por repetidas safras, há o risco de seleção de insetos resistentes, fazendo com que com o passar do tempo a praga não seja mais controlada pelo produto. Sendo assim, deve-se rotacionar inseticidas com diferentes mecanismos de ação.

Existem diversos produtos registrados para as principais pragas agrícolas. Ao utilizar esta medida, o produtor deve optar por inseticidas seletivos, que tenham pouco efeito sobre os inimigos naturais. Além disso, é importante estar atento à tecnologia de aplicação, para garantir a dose e cobertura correta.

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Métodos comportamentais

Os insetos utilizam odores para sua defesa, seleção de plantas, acasalamento, entre outros processos. No controle comportamental, são utilizadas substancias ou organismos para alterar o comportamento da praga. Essas substancias podem ser feromônios, atraentes ou repelentes, por exemplo.

Os feromônios são substâncias utilizadas para comunicação entre indivíduos da mesma espécie e podem ser utilizados tanto para detecção e monitoramento de pragas, quanto para o controle. São utilizados para detectar os primeiros voos da mosca das frutas, por exemplo. No monitoramento, são distribuídas armadilhas contendo feromônios para verificar se uma praga atingiu o nível de controle, como no caso da mariposa Grapholita molesta em cultivos de pessegueiros.

No controle de pragas, são utilizadas armadilhas contendo feromônios para atração e posterior coleta dos insetos. Além disso, os feromônios podem ser utilizados para confundimento durante o período de acasalamento reduzindo o a probabilidade dos machos encontrarem as fêmeas.

Métodos comportamentais

Armadilha com feromônios para detecção de insetos. Fotos: Arquivo Idaron

Porque adotar o Manejo Integrado de Pragas (MIP)?

Otimização de recursos, conservação do ambiente e economia. Essas são as principais vantagens em adotar o manejo integrado de pragas na sua lavoura,

Ao diminuir o uso de inseticidas o MIP além de diminuir os custos, torna a lavoura mais saudável. O MIP, que preconiza a adoção de diversas medidas, permite que o agroecossistema esteja em equilíbrio. O resultado é: produtos de maior qualidade e maior produtividade.

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Conclusões

Num ecossistema artificial, como as lavouras agrícolas, não se deve esperar a ausência de pragas, elas ocorrerão.

O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é um sistema que visa controlar essas pragas utilizando-se de diferentes métodos aplicados nos momentos adequados. Dentre estes métodos estão os biológicos, comportamentais, culturais, de resistência, legislativos e químicos.

Para adoção do MIP não existe um pacote pronto. Cada caso deve ser analisado, através de um programa de monitoramento com amostragens periódicas. No entanto, se aplicado corretamente o MIP trará vantagens econômicas e ambientais para sua lavoura.

Gostou de saber mais sobre Manejo Integrado de Pragas? Acompanhe nossos posts e mantenha-se atualizado!

Embrapa amplia oferta de produtos biológicos para controle da principal praga do milho

Embrapa amplia oferta de produtos biológicos para controle da principal praga do milho

Agricultores contam, cada vez mais, com opções de inseticidas biológicos para controle de pragas nas lavouras. Os chamados biodefensivos reduzem a exposição dos trabalhadores, dos consumidores e do meio ambiente a resíduos químicos.  A Embrapa tem ampliado o leque de produtos para controle da lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), principal praga do milho, que acomete também outras culturas, como soja, sorgo, algodão e hortaliças. Neste ano, chega ao mercado mais uma novidade: o bioinseticida VirControl S.f., desenvolvido em parceria com a empresa Simbiose, que será lançado nesta quarta-feira, em Brasília, durante a solenidade do 46º aniversário da Embrapa.

O primeiro inseticida à base de Baculovirus spodoptera, o CartuchoVIT, foi lançado em 2017, como resultado da parceria entre a Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas, MG) e o Grupo Vitae Rural. Em 2018, esse produto foi comercializado em quantidade suficiente para tratar cerca de 15.300 hectares. Para a safra 2019/2020, também será comercializado o bioinseticida BaculoMIP-Sf, elaborado com uma outra cepa de baculovírus, em parceria entre a Embrapa e a empresa Promip.

Esses bioinseticidas têm como princípio ativo vírus de grande eficácia para controle da lagarta-do-cartucho. “Os baculovírus são agentes de controle biológico que não causam danos à saúde dos aplicadores, não matam inimigos naturais das pragas, não contaminam o meio ambiente, nem deixam resíduos nos produtos a serem vendidos nas gôndolas dos supermercados”, explica o pesquisador Fernando Valicente. Testes de biossegurança comprovaram que esses vírus são inofensivos a microrganismos, plantas, vertebrados e outros invertebrados que não sejam insetos.

“A partir da coleção de cepas de baculovírus da Embrapa Milho e Sorgo, nos últimos anos, têm sido desenvolvidos, juntamente com o setor privado, diferentes bioinseticidas voltados para o controle da lagarta-do-cartucho, que é capaz de reduzir a produção dessa cultura em mais de 50%. Cada empresa utiliza uma formulação própria. Esse fato, aliado ao uso de diferentes cepas, permite criar mais opções de bioprodutos para o agricultor”, explica Sidney Parentoni, chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Milho e Sorgo.

O pesquisador Fernando Valicente ressalta que a segurança dos inseticidas à base de baculovírus, aliada à facilidade de manuseio, faz desses produtos um dos melhores agentes de controle biológico disponíveis para os agricultores.

Como usar

CartuchoVIT, VirControlSf e BaculoMIP-Sf são disponíveis como pó molhável. Para utilizar os produtos, o agricultor dilui o pó em água e aplica no campo. Podem ser usados os mesmos equipamentos de aplicação de produtos químicos, fator que contribui para a redução de despesas dos agricultores.

Valicente explica que não se trata de um inseticida de contato. “A lagarta tem que raspar um pouco a folha que recebeu a aplicação do produto. Ela é infectada pelo vírus, diminui sua alimentação drasticamente e morre em cinco dias.”

Para garantir a eficácia dos bioinseticidas, o produtor deve seguir as orientações de uso. “É importante cuidar do preparo e da aplicação, respeitar a vazão, utilizar o bico correto, dar boa cobertura e entender o melhor posicionamento do produto, ou seja, a data em que se aplica”, comenta o pesquisador.

Processo de produção

O processo de desenvolvimento dos bioinseticidas foi longo e envolveu muitas pesquisas, conforme explica Fernando Valicente. “Foram feitos, nos anos de 1980 e 1990, levantamentos de lagartas. Você vai ao campo, coleta lagartas, observa em laboratório e aí detecta as doentes. As lagartas com sintomas típicos de vírus são trabalhadas. Você identifica o agente causador da doença e faz a caracterização dos vírus com experimentos ao longo do tempo. Analisa a eficiência de cada isolado de vírus e, após detectar os melhores isolados, é preciso testar fatores importantes: temperatura de incubação da lagarta depois de infectada, idade do inseto próprio para infecção e concentração de vírus a ser usada. Avaliam-se, então, os resultados para poder orientar a produção.”

Após todos os estudos, é possível obter parâmetros para a produção do bioinseticida. Lagartas sadias criadas em laboratório são usadas como hospedeiras para multiplicar os vírus e dar origem ao produto. “Você pega as lagartas mortas, processa, tritura, seca o material e coloca um agente inerte (pó básico)”, explica Valicente.

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Sidney Parentoni ressalta que esse trabalho demostra a atuação da Embrapa na chamada bioeconomia. “A Empresa transforma conhecimento tecnológico em inovação para a sociedade brasileira, via parcerias público-privadas”.

Fonte: Embrapa

Manejo Integrado de Pragas e Doenças: Descubra a Importância

Manejo Integrado de Pragas e Doenças: Descubra a Importância

Manejo Integrado de Pragas e Doenças

 

O Brasil é único país no mundo em localização tropical e subtropical com áreas extensas que permitem a intensificação da agricultura.

Isso faz com que nossa responsabilidade em alimentar o mundo seja maior. Sendo o Brasil o país com maior potencial agrícola mundial, como poderemos contribuir para o aumento na produção de alimentos?

Realizando o Manejo integrado de pragas e doenças.

A população mundial, no ano de 2050, será 29% maior que a atual, chegando a cerca de 10 bilhões de pessoas.

Para suprir as necessidades alimentares dessa população, as estimativas indicam que a produção agrícola deve aumentar 70%, principalmente nos países em desenvolvimento, onde haverá maior incremento populacional.

 

SERÁ PRECISO DESMATAR?

 

Segundo a EMBRAPA, cerca de 30% da superfície terrestre é ocupada por propriedades rurais.

Temos uma grande área de solo agricultável no Brasil, porém a produtividade é baixa. Isso indica que para um incremento na produção de alimentos não necessariamente precisamos expandir a área cultivada.

É importante aumentar o rendimento das culturas.

O aumento da produtividade é alcançado de várias maneiras, desde o uso de cultivares mais produtivas, passando pela adoção de melhores técnicas de manejo ou impedindo que pragas reduzam essa produtividade.

O manejo eficiente de pragas é conseguido pelo aumento da tecnologia na produção agrícola.

Estima-se que as pragas – plantas daninhas, patógenos, ácaros e insetos – levam, em conjunto, a perdas na produção de cerca de 42%.

Esse dano poderia ser ainda maior caso não houvesse a preocupação constante em manejar adequadamente o problema.

Sem o controle eficiente de pragas, o Brasil estaria longe desta posição no cenário mundial.

 

MANEJO DE PRAGAS E DOENÇAS NA CULTURA DA SOJA

 

Para se ter uma ideia da importância do manejo integrado de pragas e doenças, usaremos como exemplo a cultura da soja.

A soja pode ser utilizada tanto para alimentação humana quanto animal, produtos industriais ou matéria-prima para agroindústrias.

É a oleaginosa mais cultivada no mundo, sendo o Brasil o segundo maior produtor.

Nos últimos anos o país enfrentou grandes desafios para manter-se neste ranking.

 

Cultura da Soja

 

No ano de 2001, no estado do Paraná, foi relatada a primeira ocorrência do fungo Phakopsora pachyrhizi, que causa a ferrugem asiática da soja.

Em todas as ocorrências a doença se caracteriza por sua grande capacidade de adaptação e elevada agressividade, levando a perdas de até 90% se não manejada adequadamente.

Somente na safra de 2011/2012, foi registrado um prejuízo de mais de USD$ 1 bilhão.

Os esporos do fungo são facilmente disseminados pelo vento até distâncias continentais, fator que torna impossível a erradicação do patógeno uma vez introduzido em um local.

Assim, a estratégia inicial utilizada para manejar a doença foi a aplicação de fungicidas, que foram registrados em tempo recorde, em vista da emergência fitossanitária.

Com os passar das safras, foi possível observar que, as medidas de manejo não poderiam ser baseadas apenas no controle químico.

Com maior conhecimento da epidemia e surgimento de resistência a alguns fungicidas utilizados, outras estratégias foram adotadas, como a adoção de cultivares resistentes ao fungo.

O conhecimento da biologia do fungo, que só sobrevive em seu hospedeiro, permitiu implementar medidas políticas que diminuíram consideravelmente a severidade da doença.

Desde o ano de 2005, em diversos estados do país, é obrigatório a manutenção por um período mínimo de 60 dias as áreas livres do cultivo de soja e de plantas voluntárias ou chamadas também de guaxas, que são aquelas plantas que crescem a partir de sementes caídas ao solo durante a colheita.

 

Pós-graduação Manejo integrado de pragas e doenças

 

Além disso, no ano de 2004 foi criado o Consórcio Antiferrugem, formado por produtores, pesquisadores e técnicos, para padronizar e disponibilizar informações sobre a doença.

Por meio do consórcio é possível monitorar e mapear os focos de ferrugem asiática em cada safra. Desde então, o manejo da doença tem sido realizado com uma integração de métodos que incluem medidas legislativas, controle químico e sistemas de previsão.

Poucos anos depois a sojicultura brasileira enfrentou outro grande desafio.

Na safra de 2012, foi identificada em lavouras de soja, milho e algodão de diversos estados a praga quarentenária Helicoverpa armigera, conhecida como lagarta-da-soja.

Pragas quarentenárias são aquelas que não ocorrem ainda e sua introdução ameaça a economia do país.

Por se tratar de uma lagarta exótica, não possui inimigos naturais no país e por isso sua população e extensão geográfica aumentaram rapidamente.

Além disso, é uma espécie polífaga, alimentando-se de plantas de diversas famílias, o que torna mais difícil seu controle, uma vez que sempre haverá disponibilidade de hospedeiros.

Na safra 2013/2014, as perdas na cultura da soja devido a Helicoverpa armigera foram de 30 a 40%.

Como essa lagarta é resistente a um grande número de inseticidas, foi fortemente recomendado o cultivo da soja transgênica resistente a insetos contendo gene proveniente da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt), que lhe confere essa característica. Porém, no ano de 2018 a lagarta surpreendeu mais uma vez, atacando lavouras de soja Bt.

 

Ferrugem Asiática

 

Tendências Futuras no Controle de Pragas e Doenças

 

Durante vários anos, o manejo integrado de pragas e doenças de uma lavoura era baseado majoritariamente na utilização de defensivos químicos com aplicações orientadas por um calendário regular.

Com os avanços na área de defesa vegetal, dependemos cada vez menos da aplicação de fungicidas, inseticidas e herbicidas para a produção de alimentos.

Atualmente, o manejo adequado baseia-se em diversas medidas, dentre estas a resistência genética, o controle por meio de outros organismos (controle biológico), sistemas de previsão, plantas transgênicas, dentre outros.

A experiência tem mostrado que o manejo integrado de pragas e doenças é de fundamental importância para a produção de alimentos.

Embora novas pragas devam ser introduzidas no país nos próximos anos, as perspectivas são boas: o manejo caminha para uma realidade cada vez mais sustentável e eficiente, mantendo o Brasil em sua posição privilegiada de potência agrícola mundial.

Manejo Integrado de Pragas poderia economizar R$4 bilhões na produção nacional de soja

Manejo Integrado de Pragas poderia economizar R$4 bilhões na produção nacional de soja

Foto: Ivana da Silva

Estudo realizado no sul de Mato Grosso do Sul demonstrou que controlar percevejos e lagartas da soja seguindo as orientações do Manejo Integrado de Pragas (MIP) aumenta a margem de lucro do produtor ao promover uma economia de pouco mais de R$ 125,00 por hectare. A pesquisa estimou ainda que se a prática fosse adotada em todas as lavouras de soja do Brasil – uma área de aproximadamente 33.228.400 hectares – poderia gerar um benefício econômico da ordem de R$ 4 bilhões, devido à economia com inseticidas e gastos com a aplicação dos produtos.

O entomologista Crébio José Ávila, pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste (MS), explica que apesar da eficiência do MIP-Soja na redução do uso de inseticidas nas lavouras, especialmente na última década, tem-se observado um retrocesso nos programas de manejo de pragas da soja. “Em alguns casos, houve um abandono dessa estratégia, que exige muita presença e atenção do produtor nos diversos estádios das lavouras, o que fez com que houvesse um aumento excessivo de aplicações de inseticidas nas plantações, com consequências indesejáveis do ponto de vista econômico, ecológico e ambiental”, explica.

Segundo o cientista, o uso do MIP pode contribuir indiretamente com melhorias na qualidade de vida da população, pois o emprego de estratégias limpas de manejo como o controle biológico natural no agroecossistema reduz a exposição ambiental aos químicos, uma vez que menos produtos são pulverizados anualmente. O pesquisador afirma que a prática contribui para a sustentabilidade social, econômica e ambiental.

Economia de mais de R$ 300 mi só no MS

A pesquisa realizou o monitoramento e o manejo integrado dos insetos-praga e de seus inimigos naturais nas lavouras do estudo, ao longo de duas safras consecutivas: em 2014/2015, no município de Caarapó; e na safra 2015/2016, em Dourados, ambos em Mato Grosso do Sul.

Em Caarapó, o trabalho foi conduzido em uma área de aproximadamente 70 hectares, enquanto em Dourados a área foi de 25 hectares. Duas áreas comparativas também serviram como referência para a pesquisa, ambas manejadas segundo as orientações do produtor, sem nenhuma interferência da equipe do MIP.

A pesquisa contou com apoio financeiro da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), sendo o MIP conduzido pela bolsista do Programa de Desenvolvimento Científico Nacional (DCR), Viviane Santos, atualmente professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (IFMS/Campus Dourados).

Santos explica que a análise do custo das aplicações de inseticidas para o controle de lagartas e de percevejos, nos dois ambientes de controle de pragas, comprovou que na área do MIP conduzida em Dourados na safra 2015/2016, houve uma economia de R$ 125,58 por hectare. “Na área estudada, se o produtor tivesse seguido as orientações do MIP em todos os 360 hectares de soja de sua propriedade, ele teria uma economia total de cerca de R$ 45 mil. Extrapolando-se esse valor de redução de custo para todo o estado de Mato Grosso do Sul, que na safra 2015/2016 teve uma área cultivada com soja de 2.430.000 hectares, o benefício econômico seria de mais de R$ 300 milhões”, estima Viviane Santos.

Menos risco ambiental

O uso do MIP extrapola os resultados econômicos e contribui para o controle biológico natural no agroecossistema, bem como reduz o risco de contaminação ambiental, uma vez que menos produtos são pulverizados no ambiente. Porém, o sucesso desse tipo de manejo exige dedicação, acompanhamento e presença do agricultor na lavoura. Sua adoção deve ter início antes mesmo da instalação da cultura, por meio da realização de monitoramento do grupo de pragas presentes na área a ser manejada para o plantio.

“A adoção e o manejo devem ser realizados conforme as recomendações técnicas da Comissão de Pesquisa de Soja da Região Central do Brasil visando garantir um controle efetivo de pragas em todos os estádios da cultura”, recomenda Ávila. “O ponto central do MIP consiste em monitorar a base da população de pragas amostradas e que se encontram presentes nos estádios da lavoura, observando-se os níveis de ação preconizados pela pesquisa. Por isso, a realização de pulverizações programadas de inseticidas com base em calendários deve ser evitada”, salienta o pesquisador.

Ávila explica ainda que entre as tecnologias sugeridas pelo MIP, destacam-se a observação de pontos simples, tais como: os níveis de ação estabelecidos pela pesquisa, especialmente em relação a lagartas e os percevejos; os métodos efetivos de amostragens e de monitoramento das pragas e de inimigos naturais; o controle biológico natural e aplicado na cultura; e a disponibilidade de produtos químicos e biológicos seletivos para serem aplicados quando for realmente necessário. Ele acrescenta ainda que o MIP-Soja também preconiza o cultivo das plantas transgênicas Bt que expressam proteínas que afetam insetos desfolhadores, como lagartas da soja e a falsa-medideira.

Controle biológico

“Nesse estudo observamos a presença de diversos inimigos naturais, como as aranhas, especialmente na área em que se conduziu o MIP. Elas são muito importantes para as lavouras de soja, pois são predadoras naturais que se alimentam de insetos-praga”, explica Santos.

Além disso, na área do MIP, em comparação com a área do produtor, observou-se também maior incidência do fungo Nomureae rileyi durante o início do mês de fevereiro. “Esse, também inimigo natural, é um fungo que ataca as lagartas da soja e a falsa-medideira, causando uma doença nesses insetos desfolhadores. Sua presença nas lavouras é muito importante, pois ajuda a combater pragas”, acrescenta Ávila.

Experiência e dedicação

O produtor rural de Dourados Maicon André Zorzo é o proprietário da área em que a pesquisa com o MIP foi conduzida na safra 2015/2016. Filho de agricultor e criado na lida do campo, ele conta que desde criança já ouvia falar sobre MIP e, por isso, acredita que esse tipo de manejo é uma estratégia que possibilita a redução do custo de produção, contribui com a sustentabilidade e permite o uso de insumos de forma racional.

“O produto químico tem um custo elevado e todas as vezes que for possível evitar seu uso será ótimo. Dessa forma, preservamos o meio ambiente e temos um nível menor de interferência. Esses produtos, se forem tecnicamente bem posicionados e utilizados somente quando houver de fato uma necessidade, não geram transtornos à natureza”, acrescenta.

“Nós, produtores, percebemos que temos alguns paradigmas que ainda precisam ser quebrados. No meu caso, eu continuei fazendo o manejo do meu jeito, e observei que, especialmente em relação às lagartas, eu poderia ter economizado muito com insumos. A frequência e a maneira como se faz o monitoramento semanal das lavouras permite que as aplicações sejam feitas somente quando for necessário, não de forma preventiva ou por uma questão de conveniência operacional”, destaca Zorzo.

Ele destaca que participar do trabalho de pesquisa foi uma experiência muito útil, que enriqueceu seus conhecimentos e possibilitou a adoção correta do MIP em suas propriedades. “No final da história, foram menos aplicações, menos custo e a produtividade foi idêntica. Creio que o com o MIP é possível fazer o controle de pragas de forma segura e sem prejuízos. Porém, o método exige dedicação e monitoramento”, relata.

Saiba mais sobre esse assunto. Clique aqui e confira a publicação completa sobre os resultados desse estudo com gráficos e outras informações.

O que é MIP

O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é uma prática agrícola que envolve o ambiente e a população da praga. O pesquisador da Embrapa Crébio José Ávila explica que o MIP utiliza diversas técnicas apropriadas ao manejo das lavouras com a finalidade de manter a população da praga em níveis abaixo daqueles que poderiam provocar danos econômicos. “O ponto central do MIP não é eliminar completamente os insetos-praga das lavouras, e sim realizar monitoramentos utilizando metodologia e frequência adequadas, com o objetivo de controlar os insetos-praga corretamente e no momento certo, evitando o desperdício ou excesso no uso de inseticidas nas lavouras”, esclarece Ávila.

As pesquisas com MIP-Soja tiveram início no Brasil nos anos 1970, por meio de parceria envolvendo diferentes instituições de pesquisa, como a Embrapa, e de extensão rural. Na época, estudos estabeleceram os níveis de dano para as principais pragas desfolhadoras e sugadoras na cultura da soja e recomendaram o uso de inseticidas apenas quando fosse necessário, ou seja, quando as populações das pragas estivessem iguais ou acima do nível de controle. Esses estudos foram aprimorados ao longo dos anos 1980, quando foi desenvolvido o controle biológico da lagarta da soja com o uso do Baculovirus anticarsia. Nos anos 1990, uma nova tática de manejo foi também incluída no MIP: o controle biológico dos percevejos fitófagos por meio do uso de parasitoides de ovos. Todas essas estratégias reduziram em mais de 50% o uso de inseticidas nas lavouras, sem quebra no rendimento de grãos da cultura.

Por Embrapa.

Como reduzir os riscos de incêndios em florestas plantadas?

Como reduzir os riscos de incêndios em florestas plantadas?

O Brasil é um dos principais produtores de celulose, papel e painéis de madeira do mundo, com toda sua matéria prima oriunda das florestas plantadas. Tais florestas, exercem papel relevante nos aspectos econômicos, sociais e ambientais, por que contribui com a balança comercial brasileira, gera emprego e renda em todas as regiões do Brasil e, ainda proporciona a preservação e conservação ambiental, uma vez que as florestas plantadas minimizam a supressão de florestas nativas.

No entanto, para a obtenção destes benefícios para a sociedade, torna-se necessário um planejamento florestal estratégico, no intuito de reduzir os riscos de perda da matéria prima, prevendo-se a proteção dos povoamentos florestais através de planos contra o ataque de pragas e incêndios florestais. A figura do gestor florestal e proprietário de áreas com florestas plantadas deve-se atentar na elaboração e execução de planos de prevenção.

Os incêndios florestais representam um grande fator de risco para os plantios florestais brasileiro, principalmente pelas condições climáticas do País propensas ao início da combustão da biomassa vegetal. A prevenção dos incêndios podem ser uma grande ferramenta para o gestor florestal, tendo em vista que representa o trabalho mais importante de um sistema de controle de incêndios.

A prevenção de incêndios é um conjunto de medidas para a redução de incêndios em florestas plantadas, trazendo inúmeros benefícios para quem a adota.

A importância da gestão e ordenamento florestal

Os incêndios florestais, em sua maioria, podem ter suas causas associadas as condições ambientais adversas (altas temperaturas, baixa umidade do ar, relevo acidentado, dentre outros) e também provocadas pelo homem. Tais agentes apresentam ameaças ao planejamento florestal, diante disso, deve-se estabelecer estratégias no intuito de reduzir os riscos de incêndios, e consequentemente, prejuízos econômicos a produção florestal. Assim, torna-se necessário estabelecer uma série de medidas para prevenção dos incêndios em os povoamentos florestais.

redução de riscos de propagação de incêndios em áreas florestais pode ser conseguida através da implantação das seguintes técnicas preventivas pelo Gestor Florestal:

1) Zoneamento de risco de incêndio

Por mais que não seja entendida como uma técnica, pode contribuir na tomada de decisões e planejamento na prevenção e combate dos incêndios florestais. Tem por finalidade estabelecer zonas de riscos em toda propriedade, devendo ser examinados os seguintes fatores:  as características topográficas, o tipo de cobertura vegetal e a quantidade desta acumulada, a proximidade com povoamentos e estradas, o uso do solo com propriedades confrontantes, a existência de caminhos e aceiros, a disponibilidade de recursos hídricos e o histórico da ocorrência de incêndios no local.

Para o melhor planejamento das ações preventivas, deve-se realizar o zoneamento de risco com base em informações cartográficas, em levantamentos de fisionomia, dados climáticos e históricos de ocorrência de incêndios.


2) Construção e manutenção de aceiros

Podem ser compreendidos como faixas de livre de vegetação, cujo objetivo é quebrar continuidade dos combustíveis é segregar os combustíveis disponíveis para combustão, onde o solo mineral é exposto, distribuídos através da área florestal, de acordo com as necessidades de proteção. Os aceiros podem ser de barreiras naturais, como estradas e curso d’agua, ou construções especificas para impedir ou dificultar a propagação dos incêndios.

Para a construções de aceiros, o gestor florestal deverá conhecer o tipo de material combustível predominante na área, a configuração do terreno da propriedade e as condições meteorológicas esperadas na época de ocorrência de incêndios, para assim, definir sua largura. Esta, não pode ser inferior a 5 m e, em locais de vulnerabilidade, podem chegar a 50 m. Em povoamentos florestais comerciais, uma rede de aceiros devem constituir os plantios, variando sua largura de acordo com a sua importância estratégica.

3) Redução do material combustível

Outra medida preventiva para redução de incêndios é a diminuição de materiais combustíveis nos plantios florestais. Tem por finalidade reduzir a intensidade do fogo e dificultar a sua propagação, reduzindo a disponibilidade do combustível. Dentre os métodos utilizados para a redução dos materiais combustíveis, estão: métodos químicos, mecânicos, pastoreio e a queima controlada. Dentre eles, o mais econômico, porém mais arriscado, é a queima controlada que pode ser realizada no interior na floresta, desde de que as espécies (s) sejam resistentes ao fogo.

4) Torres automatizadas de monitoramento florestal

Outra solução que pode ser adotada pelo gestor florestal no intuito de reduzir ou mesmo evitar a propagação do fogo é o uso de um conjunto de tecnologias integradas em torres automatizadas de monitoramento de incêndios florestais.

No Brasil, tem sido cada vez mais comum o uso desta tecnologia. A empresa brasileira COALTECH, desenvolveu um sistema conhecido por SYSFOREST, que dispensa o uso de torristas ou detecção manual de focos de fumaça/incêndios em florestas plantadas ou áreas nativas, de modo a poupar-se tempo e dinheiro.

A tecnologia oferece uma série de benéficos ao planejamento florestal a curto, médio e longo prazo.

Para quem busca soluções tecnológicas, inovadoras e sustentáveis para prevenção e combate a incêndios florestais em áreas de plantios comerciais florestais, o SYSFOREST é um ótimo produto oferecido atualmente no mercado brasileiro, trazendo um robusto conjunto de especificações técnicas. Trata-se de um sistema completo a bordo em uma torre de vigilância automatizada, contendo uma série de aparatos tecnológicos para identificação de focos de incêndios, como também discrimina as condições do tempo nas áreas florestais.

Dentre as tecnologias acopladas nas torres, destacam-se um conjunto de câmeras, as quais oferecem excelente qualidade de imagem independentemente das condições de iluminação e do tamanho das áreas monitoradas. Além disso, todo o sistema é abastecido por meio da energia solar, captada por uma série de painéis solares acoplado a torre de observação.

É uma ferramenta de grande contribuição para com o planejamento florestal, reduzindo os riscos de incêndios florestais, diminuindo custos operacionais e otimizando a gestão dos recursos florestais da propriedade.

5) Construção de açudes

Podem ser constituídos de simples barragens de terra ao longo de pequenos cursos d’agua, trazendo uma série de benefícios a propriedade florestal para redução de incêndios. Além de serem pontos estratégicos de captação de água para combate aos incêndios, influem beneficamente no microclima local, através do aumento da superfície de evaporação, e consequentemente, da umidade relativa do ar.     



6) Cortinas de segurança

São técnicas que alteram a inflamabilidade do material combustível. Áreas com grandes extensões plantadas com espécies altamente combustíveis, sujeitas a incêndios de copa, o estabelecimento de faixas de espécies menos inflamáveis para reduzir a propagação de possíveis incêndios.

A implantação de vegetação com folhagem menos inflamável, é uma prática eficiente para reduzir a propagação do incêndio, pois dificulta o acesso do fogo às copas, facilitando o combate.

7) Silvicultura preventiva

Trata-se do manejo das plantações de florestas nativas ou plantadas com o propósito de modificar a estrutura do material combustível disponível afim de satisfazer os objetivos da proteção contra incêndios, associando esta ao melhoramento da produção e a qualidade do ambiente.

silvicultura preventiva possui uma série de técnicas que podem ser adotadas a curto, médio e longo prazo. Dentre as técnicas de curto e longo prazo, podem–se mencionar:


– Operações de manejo;

– Ações de ruptura de continuidade interna nas massas florestais;

– Diversificação de espécies;

– Poda de arvores e retirada de vegetação de sub-bosque;

– Redução do material combustível.

As ações a longo prazo adotadas pela silvicultura preventiva devem estar alinhadas as atividades de proteção contra incêndios com as de manejo dos recursos florestais.

Por CentralFlorestal.