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“Ciência pode salvar biodiversidade”

"Ciência pode salvar biodiversidade"O uso da ciência por populações extrativistas e do degrau mais baixo da cadeia do agronegócio pode ajudar a salvar a biodiversidade, segundo diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Guy de Capdeville. Ele se reuniu com pesquisadores do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

“A ciência quer ir até as populações extrativistas, populações que vivem em extrema miséria e possibilitar que essas, por meio de tecnologias, possam se reunir e formar cooperativas e associações que promovam o desenvolvimento sustentável em suas regiões. É importante que essas populações que sobrevivem do extrativismo se reúnam, formem cooperativas, melhorem de vida e nós temos condições de fortalecer os agricultores familiares.

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Para o diretor é imprescindível que uma instituição de pesquisa como a Embrapa atue com as comunidades pobres dos diferentes biomas do Brasil. O embaixador da União Europeia (UE) no Brasil, Ignacio Ibañez, reforçou o comprometimento desse organismo com iniciativas estratégicas.

A Embrapa disse que essa parceria entre os órgãos é a porta de entrada da segunda etapa do projeto Diálogos Setoriais, promovido pela União Europeia, Ministério de Economia, Ministério de Relações Exteriores, Embrapa, PNUD e GEF (equipe do projeto Bem Diverso). “A ideia enriquecer os diálogos ocorridos com diferentes setores em uma primeira etapa, promovendo uma dinâmica de cooperação e discussão de temas relacionados ao uso sustentável e conservação da biodiversidade. A base disso são as experiências europeias e brasileiras”, completa.

FONTE: Agrolink

O cenário atual das Florestas plantadas no Brasil

O cenário atual das Florestas plantadas no BrasilAs Florestas Plantadas no Brasil começaram há mais de um século, quando em 1903, Navarro de Andrade trouxe mudas de Eucalipto com a finalidade de produzir madeira para dormentes das estradas de ferro. Já em 1947 foi a vez do Pinus.

Essas espécies se desenvolveram bem nas diversas regiões do nosso país, e a partir da década de 70, devido aos incentivos fiscais para o reflorestamento, foi ampliado consideravelmente as áreas de plantios florestais.

Desde então se investe muito em pesquisa sobre a silvicultura, e também na área de sistemas agroflorestais e silvipastoris que têm demonstrado resultados positivos nos aspectos econômicos, ambientais e sociais.

Com o avanço rápido das pesquisas e investimento de tecnologias o cenário de florestas plantadas muda anualmente. Vejamos a seguir qual é o atual cenário, com atenção especial voltada às áreas de plantios, principais espécies e mercado econômico.

Áreas de florestas plantadas em relação às regiões do Brasil

A área total de florestas plantadas no Brasil totalizou 7,83 milhões de hectares em 2018, mantendo-se praticamente estável em relação ao ano de 2017. Deste total, os plantios de eucalipto ocupam 5,7 milhões de hectares, enquanto as áreas com pinus somam 1,6 milhão de hectares. Já as outras espécies cultivadas, entre elas seringueira, acácia, teca e paricá, representam cerca de 590 mil hectares.

Com relação aos plantios de eucalipto estes estão localizados principalmente nos Estados de Minas Gerais (24%), São Paulo (17%) e Mato Grosso do Sul (16%). Nos últimos sete anos, o crescimento médio da área de eucalipto foi de 1,1% ao ano, com o Mato Grosso do Sul liderando, pois apresentou uma taxa média de crescimento de 7,4% ao ano.

Já os plantios de pinus ocupam 1,6 milhão de hectares e concentram-se no Paraná (42%) e em Santa Catarina (34%), seguidos de Rio Grande do Sul (12%) e São Paulo (8%). Nos últimos sete anos, a área plantada manteve-se estável e concentrando-se cada vez mais dentro destes quatro Estados.

Do total de 7,83 milhões de hectares de árvores plantadas no Brasil, 36% pertence às empresas do segmento de celulose e papel; 29% são de proprietários independentes, que investem em plantios florestais para comercialização da madeira em tora; 12% da área plantada pertence ao segmento de siderurgia a carvão vegetal; os investidores financeiros, em geral por meio de empresas de gestão de investimento florestal, chamadas de Timos pela sigla em inglês, detém 10% dos plantios de árvores no Brasil; as empresas de painéis de madeira e pisos laminados possuem 6% das áreas plantadas; os segmentos de produtos sólidos de madeira possuem 4% desta fatia; e outros 3% completam o quadro de proprietários de áreas com árvores plantadas no Brasil.

Florestas Plantadas - Mapa do Brasil com distribuição dos tipos por estado

Área Certificada

A certificação florestal, que atesta se o manejo florestal segue princípios e critérios de responsabilidade social, ambiental e econômica,  vem se consolidando no Brasil por ser um diferencial de sustentabilidade e exigência de alguns mercados consumidores. Em 2018, o Brasil contabilizou 6,3 milhões de hectares certificados na modalidade manejo florestal, incluindo área produtiva, áreas de conservação e áreas destinadas a outros usos existentes nos empreendimentos certificados.

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Se consideramos apenas a área de árvores plantadas, o total certificado é de 3,5 milhões de hectares, o que representa aumento de 9,4% na comparação com o total certificado em 2017. Essas certificações são atribuídas por organizações independentes, como o Forest Stewardship Council® (FSC) e o Programme for the Endorsement of Forest Certification Schemes (PEFC), representado no Brasil pelo Programa Nacional de Certificação Florestal (Cerflor).

Referência Mundial em produtividade

Podemos nos orgulhar sim! O Brasil é referência mundial pela tecnologia florestal, tendo a maior produtividade, considerando volume de madeira produzido por área ao ano, e uma das rotações mais curtas, considerando o tempo decorrido entre o plantio e a colheita das árvores do mundo. Em 2018, o Brasil apresentou uma produtividade média de 36,0 m³/ ha.ano para os plantios de eucalipto, e  30,1 m³/ha.ano para os plantios de pinus.

Mesmo com o impacto das alterações climáticas no crescimento das plantações, principalmente o desequilíbrio do regime de chuvas em várias partes do território nacional, a produtividade de eucalipto apresentou um aumento médio de 0,5% ao ano, relacionado com os investimentos em pesquisa e melhoramento genético e a busca pelos melhores métodos silviculturais que as empresas fazem todos os anos. Neste mesmo período, a produtividade média do pinus apresentou um decréscimo de 0,8% ao ano, resultado associado à conversão das áreas de pinus de grandes empresas para plantios de eucalipto.

Novos investimentos e Geração de Empregos

Em 2018, as empresas investiram R$ 6,3 bilhões em pesquisa e inovação, em florestas e na indústria. Com a perspectiva de contínuo crescimento, mais recursos estão previstos. Até 2022, o setor investirá mais R$ 22,2 bilhões, inclusive em novos projetos de empresas como Bracell, Duratex e Klabin.

Além disso,ocorreram importantes consolidações do setor, como a fusão da Suzano com a Fibria, criando a maior empresa de celulose de mercado do mundo; a nova etapa da RGE, Bahia Specialty Cellulose (BSC), com a Lwarcel; a Ahlstrom-Munksjö adquirindo a unidade MD Papéis Especiais; e a movimentação da Eldorado e Paper Excellence. Essas importantes mudanças fortalecem ainda mais a posição do Brasil no mercado global de florestas plantadas.

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O segmento de florestas plantadas tem ainda o importante papel de gerar oportunidades e transformar vidas ao abranger uma região de influência de cerca de 1000 municípios em 23 Estados. A geração de empregos diretos em 2018 cresceu quase 1%, para 513 mil, impactando 3,8 milhões pessoas direta e indiretamente, assim o setor de árvores plantadas contribui para o desenvolvimento socioeconômico e a dinamização de economias locais.

O setor de florestas plantadas e sua contribuição para a economia

Comparando com o desempenho de grandes setores, como a indústria e a agropecuária, o segmento de árvores cultivadas para fins industriais cresceu muito mais. O setor impulsiona a economia nacional com um Produto Interno Bruto (PIB) setorial de R$ 86,6 bilhões, representando 1,3% do PIB brasileiro e 6,9% do PIB industrial. Este resultado foi 13,1% maior em relação ao ano de 2017.

O saldo da balança comercial foi recorde de US$ 11,4 bilhões. As exportações continuam impulsionando o crescimento do setor, com vendas de US$ 12,5 bilhões, aumento de 24,1% em comparação ao ano de 2017. Isso porque nunca antes vendeu-se tanta celulose no mercado mundial, com o Brasil conquistando a liderança na exportação desse produto. O bom momento vivenciado pelas indústrias do setor de celulose e papel foi impulsionado pela forte demanda no mercado externo, o que possibilitou o aumento nos níveis de produção e do preço de venda em real e em dólar.

FONTE: Mata Nativa

UFV inaugura núcleo de pesquisa em zoneamento produtivo

UFV inaugura núcleo de pesquisa em zoneamento produtivo

UFV inaugura núcleo de pesquisa em zoneamento produtivo

Foto: Divulgação Seapa

Instalado no campus da Universidade Federal de Viçosa, espaço será utilizado para difusão, capacitação e aprimoramento da ferramenta

A Secretária de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ana Valentini, inaugurou, na quinta-feira (20/2), o primeiro Núcleo de Estudos e Projetos do Zoneamento Ambiental e Produtivo (ZAP), instalado no Campus da Universidade Federal de Viçosa (UFV), no município de Rio Paranaíba.

A formação de núcleos da Metodologia ZAP nas instituições de ensino superior faz parte da estratégia da secretaria para aprimorar a metodologia.

O Zoneamento Ambiental e Produtivo é uma ferramenta que vem sendo aplicada para atender demandas da própria sociedade que tem buscado um maior conhecimento da situação geral das sub-bacias hidrográficas, com o objetivo de solucionar conflitos locais relacionados ao uso dos recursos hídricos ou implantar programas de desenvolvimento sustentável ou preservação ambiental. A ferramenta permite a realização de diagnóstico, viabilizando a sistematização das informações sobre seu potencial produtivo, levando em consideração as limitações do uso dos recursos naturais.

Segundo o assessor especial da Seapa, Luciano Baião Vieira, o trabalho de parceria com as instituições de ensino superior é uma forma de atender às necessidades de aprimoramento contínuo da ferramenta nos aspectos técnicos e ambientais, além de viabilizar a atualização das bases de dados que alimentam o programa de georreferenciamento. “Nossas investidas nessas instituições servem para que a metodologia possa ser abordada dentro das universidades nas áreas do ensino, pesquisa e também da extensão”, explica.

De acordo com a secretária, a sustentabilidade nos processos produtivos da agricultura é uma das grandes preocupações e prioridades no Governo. “Com este núcleo, essa ferramenta tão importante será mais difundida. Os alunos terão contato, aprenderão a trabalhar com ela e isso trará – não só para a região, mas para todos os locais onde estes alunos forem no futuro – essa percepção da importância de se aliar a preservação ambiental com a produção agropecuária”, destaca Ana Valentini.

Equipe

O Núcleo de Estudos e Projetos do ZAP em Rio Paranaíba é formado por uma equipe multidisciplinar com professores e estudantes de pós-graduação, treinados pela equipe da Seapa para aplicar a metodologia. Composto por seis módulos e com duração de aproximadamente quatro meses, o treinamento para aplicação do ZAP foi feito na Bacia Hidrográfica do Ribeirão Olhos D’Água.

“Durante o estudo nós mapeamos algumas áreas onde existia atividade do homem afetando alguns córregos. Foi muito importante, pois permitiu que estudássemos uma área próxima do nosso campus, onde faremos ações de melhoria de recomposição de mata e, também, por se tratar de uma área estratégica para o abastecimento do lençol freático de toda a região”, pontua Renato Ruas, diretor-geral do campus da UFV no município.

O estudo em questão já foi entregue ao Comitê Gestor do ZAP, que tem 30 dias para fazer a avaliação do material. Após a aprovação, as informações da bacia hidrográfica são disponibilizadas nos sites das secretarias de Agricultura e do Meio Ambiente. Além da equipe técnica, o Núcleo de Estudos e Projetos dispõe de escritório próprio, com infraestrutura necessária (computador, impressora, mobiliário) para a realização das pesquisas.

“Esse núcleo é muito importante pois representa uma parceria muito sólida com a Seapa. Nessa fase de crise e incertezas financeiras, estamos valorizando muito a consolidação desse núcleo, que vai se comunicar com todos os cursos que oferecemos”, acrescenta Ruas.

Este trabalho para o aprimoramento da metodologia ZAP também é desenvolvido em parceria com a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (Diamantina) e com a equipe da UFV do Campus de Viçosa. A equipe da Seapa também iniciou contatos com o Instituto Federal Sul de Minas (Machado).

A solenidade contou com a presença do reitor da UFV, professor Demetrius David da Silva; do prefeito de Rio Paranaíba, Valdemir Diógenes da Silva; de diretores, professores e alunos da universidade; dirigentes das empresas do sistema da Agricultura (Emater-MG, Epamig e Instituto Mineiro de Agropecuária – IMA) e autoridades locais.

Grupo Sekita

Cumprindo agenda na região do Alto Paranaíba, a secretária Ana Valentini também visitou a sede do grupo Sekita Agronegócio, no município de Rio Paranaíba.

A história do empreendimento se iniciou na década de 70, por meio do Programa de Assentamento Dirigido ao Alto Paranaíba (Padap), uma estratégia de governo que buscava expandir fronteiras agrícolas e integrar o cerrado ao processo produtivo.

Atualmente, o grupo Sekita é um dos principais produtores nacionais de cenoura, alho, beterraba e repolho. O empreendimento também se destaca na produção de leite, com mais de 1,7 mil vacas em lactação e produção diária de 70 mil litros.

Acompanhada pela diretoria do empreendimento, a secretária visitou a sala de ordenha mecanizada e conheceu o processo de aproveitamento dos resíduos da pecuária leiteira nas lavouras, como a produção de composto orgânico e o funcionamento do biodigestor. Além de sustentável, o processo de reaproveitamento de resíduos aumenta a rentabilidade de todo o negócio.

Fonte: EPAMIG

Pós-graduação ambiental: as 7 mais procuradas!

Pós-graduação ambiental: as 7 mais procuradas!

Devido ao aumento da preocupação com questões como as mudanças climáticas, a utilização e a preservação dos recursos naturais. E, ainda, o desenvolvimento das tecnologias limpas e de uma cultura de consumo consciente. A sustentabilidade ambiental tem se tornado o assunto da vez. Por isso hoje viemos te falar sobre pós-graduação ambiental para trabalhar com sustentabilidade .

Nesse cenário, cresce também a demanda por profissionais que sejam especialistas no tema. Abrindo portas para boas e diversificadas oportunidades de trabalho em diferentes tipos de empresa.

Pensando nisso, preparamos este post para que você conheça as possibilidades de carreira no segmento. Listamos os principais cursos de pós-graduação ambiental para quem quer se especializar e garantir um bom diferencial para o currículo. Confira!

 

Pós-graduação ambiental: as 7 mais procuradas!

 

1. Paisagismo e arborização urbana

A pós-graduação em Paisagismo e Arborização Urbana tem como objetivo desenvolver uma visão mais estratégica. E habilidades que permitam ao profissional gerir um município de forma eficaz e ambientalmente responsável. Além de apresentar e implementar propostas com foco na sustentabilidade.

Para isso, as disciplinas apresentam estudos de caso, conteúdos que englobam o conceito de sustentabilidade. Sua relação com a sociedade, perspectivas de mercado e mudanças globais. Além de oferecer ferramentas que permitem aplicar os conhecimentos adquiridos na gestão das cidades.

 

Paisagismo e Arborização Urbana

 

2. Licenciamento e gestão ambiental

A preocupação crescente com os impactos das empresas, no meio ambiente, as leis ambientais cada vez mais rígidas. Bem como a evolução da inquietação da sociedade a respeito da responsabilidade ambiental tem potencializado o número de processos de licenciamento ambiental no Brasil.

Atualmente, os procedimentos de licenciamento ambiental estão sendo descentralizados, o Estado e Município têm ingressado nessas atividades, criando forte demanda por profissionais qualificados.

 

3. Geoprocessamento e gestão ambiental

A necessidade humana em adquirir informações e conhecimentos sobre a distribuição geográfica dos recursos naturais sempre foi uma constante no desenvolvimento das diversas civilizações.

Com o desenvolvimento tecnológico, normal em todo processo de desenvolvimento, surge o geoprocessamento como importante ferramenta para auxiliar no tratamento das informações geográficas. E, assim, favorecer melhores análises e interpretações de dados ambientais que influenciam diretamente as tomadas de decisões em diversas áreas ligadas às ciências naturais e da Terra.

 

Geoprocessamento e Licenciamento Ambiental

 

4. Irrigação

Com foco especificamente voltado à questão hídrica na agronomia. A pós em Irrigação envolve disciplinas como irrigação, gestão de águas urbanas e recursos hídricos, barragens e reservatórios. Além de conhecimentos sobre a legislação específica da área.

Dessa forma, os profissionais estarão habilitados a desenvolver projetos ligados à qualidade da água utilizada na irrigação. Bem como o uso consciente e o reaproveitamento desse recurso na agroindústria.

 

Irrigação

 

5. Silvicultura

Como o próprio nome indica, a pós-graduação em silvicultura tem como objetivo preparar o profissional para atuar no manejo de florestais, além de garantir a sustentabilidade dos ecossistemas florestais.

Para isso, reúne disciplinas que apresentam conteúdos atuais sobre a situação das florestas, a legislação vigente para o segmento, bem como as estratégias para permitir um uso sustentável dos recursos por parte das indústrias.

 

6. Construções sustentáveis e ecourbanismo

Voltada aos profissionais de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo, o curso Construções Sustentáveis e Ecourbanismo tem o objetivo de promover o estudo e o desenvolvimento de projetos de construções sustentáveis — ecovilas, bairros e cidades ecológicas —, levando em consideração os novos contextos ambientais, econômicos e culturais.

Para isso, a grade curricular engloba conhecimentos de gestão de águas urbanas, resíduos e energias renováveis, assim como tecnologias sustentáveis em bioarquitetura e ecourbanismo.

 

7. Gestão ambiental de empresas

Com foco nos profissionais que atuam na área administrativa em grandes, médias e pequenas organizações, a pós-graduação em Gestão Ambiental de Empresas traz conhecimentos essenciais para o dia a dia dos empresários, como auditoria, certificação, legislação e responsabilidade corporativa.

Assim, é possível capacitar os alunos para ocupar cargos de liderança, implementando e acompanhando projetos de sustentabilidade com sucesso em suas companhias, independentemente de seu segmento de atuação no mercado.

Escrito por Josnei Moreira.

Plataforma Agropós

Técnicas Nucleadoras: gatilhos ecológicos para recuperação de ecossistemas degradados

Técnicas Nucleadoras: gatilhos ecológicos para recuperação de ecossistemas degradados

A recuperação de ecossistemas degradados é fundamental para combate às mudanças climáticas e para o cumprimento à Lei Florestal Brasileira (Lei 12651/2012). Mas precisamos reconhecer que recuperar ecossistemas, com diferentes níveis de degradação, não é um trabalho simples. Ao mesmo tempo em que envolve diferentes procedimentos e metodologias, os projetos de recuperação devem contemplar os aspectos ecológico, social, econômico e legal.

Avaliar o estado inicial de degradação, traçar os resultados desejados, inferir o tempo necessário para que a recuperação ocorra, e analisar as restrições financeiras, são etapas fundamentais. Cada local requer diferentes estratégias e diagnósticos, pertencendo aos profissionais envolvidos, a responsabilidade por escolher a técnica mais adequada para cada situação.

 

As principais metodologias

Segundo Bechara et al. (2016), o plantio de espécies arbóreas é a metodologia mais empregada do Brasil e, apresenta como objetivo a formação de dossel na área em recuperação, buscando promover, consequentemente, a sucessão florestal nativa.

Por outro lado, os autores afirmam que, quando não executado corretamente, o plantio em área total pode prejudicar o processo de recuperação ou direcioná-lo para um estado não desejado.

Muitos dos plantios em área total podem resultar em ecossistemas homogêneos, com diâmetro e altura satisfatórios, porém com baixa diversidade de espécies e com um sub-bosque dominado por gramíneas invasoras, elevando os custos inerentes às etapas de implantação e manutenção das áreas em recuperação.

Sendo assim, direcionar os esforços para os processos ecológicos, como a sucessão ecológica e regeneração natural, ajudam na escolha de estratégias e métodos a serem utilizados de acordo com as características locais da área degradada, buscando sempre a formação de comunidades e ecossistemas com elevada biodiversidade e que se autoperpetuem.

Por combinar diferentes métodos, formando pequenos núcleos conjugados na área degradada, a nucleação pode agir em todos os níveis de diversidade nos processos sucessionais, envolvendo solo, produtores, consumidores e decompositores. A formação dos núcleos, ocupando de 10 a 30% da área, fomenta a redução dos custos, associados às etapas de implantação e manutenção das técnicas nucleadoras (Reis et al., 2014).

O que são as Técnicas Nucleadoras?

Proposta por Yarranton e Morrison (1974), a nucleação é uma técnica fundamentada na teoria sucessional e, visa formar microhabitats representados por núcleos, propícios à abertura de uma série de processos necessário para a regeneração natural, como a chegada de espécies vegetais, de todas as formas de vida e formação de uma rede de interações entre os organismos (Bechara, 2006).

Os autores também afirmam que a técnica cria pequenas manchas florestais com alta diversidade, fazendo com que, no decorrer do tempo, esses núcleos irradiem para toda a extensão da área.

A partir dos microhabitats são formadas condições mínimas de atratividade, como abrigo, alimentação e local de reprodução dos dispersores de propágulos, favorecendo o estabelecimento e desenvolvimento da vegetação pioneira envolvida no processo inicial de regeneração natural.

Exemplos de Técnicas Nucleadoras

São consideradas técnicas nucleadoras os seguintes métodos: Transposição do banco de sementes do solo; núcleos de chuvas de sementes; Poleiros artificiais; Núcleos de cobertura viva; Núcleos de bromélias; Abrigos artificias; Núcleos de árvores.

Transposição do banco de sementes do solo

A transposição do banco de sementes do solo consiste na retirada da superfície do solo juntamente com a serapilheira (0 a 10-20 cm), de áreas naturais conservadas e próximas à área que se deseja recuperar.

Por fim, este solo, somado à serapilheira, é disposto na área degradada. Essa transposição possibilita a reestruturação e fertilização do solo, pela presença de microrganismos responsáveis pela ciclagem de nutrientes e permite a revegetação da área degradada, apoiada pela germinação das sementes que compõe o banco de sementes presente no solo.

Núcleos de chuvas de sementes

A chuva de sementes consiste no conjunto de sementes dispersadas em um determinado local, por diferentes formas de dispersão, como por exemplo, a dispersão pelo vento e por animais. A coleta da chuva de sementes de fragmentos próximos ao ecossistema degradado é uma forma de buscar a diversidade de espécies da região e com isso favorecer a conectividade entre a área conservada e área degradada.

Poleiros Artificiais

O uso dos Poleiros Artificiais, como técnica nucleadora, possui como principal objetivo a atração de aves e morcegos, que pousam nesses colocais e depositam sementes dos fragmentos das florestas próximos às áreas em recuperação.

Diferentes trabalhos recomendam o uso de estruturas altas, tipo torre de cipó, com 10 m de altura, formado por varas de eucalipto, nos quais é importante conduzir trepadeiras como maracujás nativos ou cipó-de-são-joão, promovendo desta maneira maior atração de animais.

Abrigos artificias

Os abrigos artificias, também conhecidos como transposição de galharia, são compostos por pilhas de lenha ou resíduo florestal, proveniente de árvores exóticas eliminadas, podas de árvores urbanas, desmatamentos para mineração e antes da inundação de florestas para hidrelétricas, bem como na limpeza de seus reservatórios artificiais após o alagamento.

Todo esse material pode ser enleirado na área a ser recuperada, formando assim uma técnica nucleadora inicial. Esta ação atende, principalmente, à formação de abrigos artificiais para a fauna, mas também promove a atuação de decompositores e possui grande potencial de recuperação de solos após a formação de húmus.

Núcleos de cobertura viva

Para formação dos núcleos de cobertura viva é recomendado o plantio de espécies rústicas herbáceas arbustivas, dentre as quais podem ser utilizadas, girassol, milheto e alguma leguminosa semi-perene para cobertura. Essas espécies devem apresentar, dentre outras características, ciclo de vida anual, florescimento precoce, o que vai atrair animais polinizadores, dispersores de sementes e consumidores.

Por apresentar ciclo curto, as plantas utilizadas vão servir de alimento aos decompositores, reciclando a matéria orgânica no solo. Ainda que o uso de espécies nativas seja o ideal, em algumas situações de falta de sementes nativas de ervas e arbustos no mercado, opta-se por determinadas plantas usadas tradicionalmente na adubação verde, que sejam exóticas, porém, não invasoras e não perenes, saindo naturalmente do ecossistema em pouco tempo.

Núcleos de árvores

O plantio de árvores nativas em núcleos, também conhecido por grupos de Anderson, é caracterizado pelo plantio em grupo de cinco a nove mudas, espaçadas a 0,5 m ou 1 m de distância entre elas, ou seja, altamente adensadas dentro do grupo, porém com espaçamento amplo entre os grupos da área a ser recuperada.

Trata- se de uma forma para ampliar o processo de nucleação, sendo que sua importância está na escolha das espécies que formarão a nova comunidade e que possibilitarão resgatar a biodiversidade local.

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Núcleos de bromélias

Buscando complementar as técnicas nucleadoras, o plantio em núcleos de bromélias terrestres também pode ser utilizado. Essa espécie apresenta como característica importante, a presença de tanque para armazenamento de água, responsável por atrair diversos animais para a área degradada.

Sendo assim, as ações nucleadoras representam um avanço em modelos de restauração. Os núcleos formados mostram que pequenas interferências a nível local, representam gatilhos ecológicos promotores de conectividade e de integração das áreas naturais e produtivas, ou seja, são uma força motriz do potencial de regeneração natural de áreas degradadas.

Os gatilhos ecológicos são mecanismos que disparam e aceleram a sucessão natural através de pequenas interferências a nível local, cabendo aos profissionais envolvidos promovê-los.

 

Fonte: Mata Nativa