(31) 9 8720 -3111 contato@agropos.com.br
O que é adubação verde? Como melhorar o solo!

O que é adubação verde? Como melhorar o solo!

O que é adubação verde? A adubação verde, traz múltiplos benefícios para o sistema produtivo, como principal, o incremento na fertilização dos solos agrícolas.

O que é adubação verde?

Adubação verde é uma técnica agrícola que promove a reciclagem de nutrientes do solo por meio do plantio de determinadas espécies de plantas. Preferencialmente espécies que pertencem à família das leguminosas e gramíneas, a fim de tornar o solo mais fértil.

A adubação do solo pode ser aprimorada com a utilização da adubação verde, quer ver como?

Primeiramente, vamos para a definição:

Bem como, visa recuperar solos degradados, melhorar solos pobres e conservar os que já são apresentam boa produtividade.

Essa técnica pode ser utilizada na agricultura em geral.

 

 

O que é adubação verde e a fertilidade do solo?

A adubação verde melhora a fertilidade do solo, porque mobiliza os nutrientes das camadas mais profundas, os deixando disponíveis para o próximo cultivo da cultura de interesse econômico.

Desse modo, os adubos verdes, ao absorverem os nutrientes do solo, contribuem para a redução das perdas por lixiviação.

Da mesma forma, o uso dessa adubação é uma forma viável de amenizar os impactos da agricultura. Trazendo maior fertilidade aos solos agrícolas e sustentabilidade ao sistema de produção.

Vejamos a seguir, as vantagens da utilização de adubos verdes e de como seus efeitos podem refletir positivamente na fertilidade do solo.

 

Vantagens da adubação verde

Com efeito, a adubação verde possui muitas vantagens nos sistemas agrícolas. Como, evita o desenvolvimento indesejado de ervas daninhas e diminui as perdas de água no solo.

Logo, a necessidade de se investir em adubos químicos, controle de plantas daninhas e o uso de manejo para descompactar o solo é reduzido consideravelmente.

Conheça as principais vantagens da adubação verde:

  • Aumento do teor de matéria orgânica;
  • Maior disponibilidade de nutrientes;
  • Maior capacidade de troca de cátions efetiva do solo;
  • O favorecimento da produção de ácidos orgânicos, de fundamental importância para a solubilização de minerais;
  • Descompactação do solo;
  • Diminuição dos teores de Al, com isso, aumento na absorção de fósforo nos solos;
  • Incremento da capacidade de ciclagem e mobilização de nutrientes lixiviados ou pouco solúveis que estejam nas camadas mais profundas do perfil do solo;
  • Redução de pragas e doenças;
  • Combate de nematoides;
  • Aumento da microbiota benéfica dos solos;
  • Controle das plantas daninhas.

Vejamos a seguir como a adubação age no solo.

 

Checklist agrícola

 

Mas como a adubação verde age no solo?

O processo de nutrição do solo por meio desta técnica, age como um arado biológico, uma vez que, com suas raízes criam galerias e macroporos, após sua decomposição.

Essas galerias favorecem o crescimento de microorganismos nas camadas mais profundas, rompendo as barreiras físicas do solo.

Algumas espécies de adubos verdes, possuem relação biótica ou associativa com os microorganismos benéficos do solo.

Um exemplo, é a adubação verde à partir de plantas leguminosas. Essas plantas favorecem a absorção de nitrogênio do solo, com auxílio das bactérias (rizóbio) alojadas em suas raízes.

Essas bactérias são especializadas em metabolizar o nitrogênio no solo, ou seja, elas têm a capacidade de absorver o nitrogênio presente na atmosfera e fixá-las no solo.

Dentro das plantas utilizadas para adubação verde, está presente também, as gramíneas, elas possuem alto poder de associação com fungos presentes no solo, formando as micorrizas.

Desse modo, com as hifas formadas à partir dessa associação, aumenta o sistema radicular da planta e consequentemente, o seu aumento da absorção de nutrientes e água do solo.

 

Escolha da adubação verde

Na escolha do adubo verde, é preciso estar atento quanto as condições que interferem diferentemente sobre o rendimento das espécies.

Estas é uma das razões por que há diferenças entre o comportamento das espécies para adubação, quando plantadas em diferentes locais.

Umas dessas condições, seria a do solo. A baixa fertilidade, por exemplo, é um diferencial na produtividade.

Desse modo, a escolha pode se dar devido à maior habilidade da espécie em capturar nutrientes que estejam numa condição menos disponível às plantas.

Em razão disso, o conhecimento sobre o comportamento dessas espécies deve ser regionalizado.

Isso para que seja feito a escolha com maior potencial de produção de biomassa, de reciclagem de nutrientes e que melhor se ajuste ao sistema agrícola adotado na produção de culturas comerciais.

Além disso, ainda deve ser considerada a taxa de decomposição do adubo verde, que irá regular a intensidade da liberação dos nutrientes imobilizados na biomassa e que serão absorvidos, na sequência, pela cultura já em crescimento ou cultivada na sucessão.

 

Quais espécies utilizar para a adubação ?

As principais espécies para adubação verde são:

  1. Crotalária (Crotalaria juncea)
  2. Guandu (CajanusCajan)
  3. Girassol (Helianthus Annuus)
  4. Feijão de Porco (Canavalia ensiformis)
  5. Macuna Anã (Macuna deeringiana)
  6. Macuna preta (Macuna aterrima)

 

Quais espécies utilizar para adubação verde?

Foto: RPAnews

 

Como visto acima, a escolha do adubo verde deve levar em conta alguns fatores, como a possibilidade de acréscimo de nitrogênio proveniente da fixação biológica nas leguminosas, bem como, a capacidade de fornecimento de biomassa.

 

Como plantar os adubos verdes

Há duas formas de se plantar os adubos verdes, que seria por meio do plantio consorciado. Juntamente com a cultura de interesse ou o plantio no local, que seria antes da implantação da lavoura.

A adubação verde pode ser realizada com a deposição sobre o solo do material do adubo verde podado (mulch), bem como, o adubo verde pode ser incorporado ao solo.

A escolha da forma da inserção do adubação verde, pode influenciar na temperatura do solo e a melhor retenção da sua umidade com a cobertura, como também a proteção do solo e economia de trabalho.

A decomposição vai variar quanto o tamanho dos fragmentos dessas plantas, quando picadas no manejo ou quanto sua incorporação do solos.

 

Custo da implantação

Embora toda atividade agrícola exija um custo para implantação e condução. No cultivo de adubos verdes esse custo é relativamente baixo e promove aumentos significativos na produção agrícola.

O investimento nessa atividade pode ser facilmente diluído no seu sistema de produção. Se analisado os inúmeros benefícios que esta prática pode trazer para sua lavoura a longo prazo.

Porém, primeiro passo é o bom planejamento, você deve levar em conta todos os seus gastos com a adubação verde.

Para chegar em uma conta redonda dos custos com a implantação da adubação verde, você terá que pôr na ponta do lápis, as despesas com:

  • Preparo do solo;
  • Aquisição de sementes ou mudas;
  • Compra de insumos;
  • Maquinário;
  • Plantio e condução da adubação verde;
  • Incorporação ou depósito do adubo verde no solo.

Por fim, depois de tudo quantificado é hora de verificar se é viável economicamente a prática da adubação verde em sua propriedade.

Lembrando sempre que para alcançar as vantagens oferecidas pelas adubação verde, é necessário um bom planejamento.

 

Plataforma Agropós

 

Prática da adubação verde x sustentabilidade

A prática da adubação verde possibilita a recuperação, manutenção e melhoria dos atributos físicos, químicos e biológicos do solo. Trazendo produtividade e redução de custos com adubação química e controle de plantas daninhas.

Nesse artigo foi apresentado como a adoção da adubação verde pode colaborar com os sistemas produtivos aumentando a sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

Contudo, espero ter contribuído com uma prática consciente de cultivo, através da adubação verde.

Com características que promovem a reciclagem, recuperação, proteção, melhoramento da fertilidade do solo.

Escrito por Juliana Martins.

 

Manejo Integrado de Pragas: aprenda a atilizar!!!

Manejo Integrado de Pragas: aprenda a atilizar!!!

Você conhece o Manejo Integrado de Pragas?  Saiba mais sobre este sistema e como ele pode te ajudar a ter plantas mais saudáveis!

 

Manejo Integrado de Pragas: Por que adotá-lo na sua lavoura?

FONTE: Adaptado de Entomological Society of America’s

 

O que é o Manejo Integrado de Pragas (MIP)?

O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é essencialmente uma tomada de decisão e que se leva em conta não somente a eliminação da praga e o lucro, mas também os custos e benefícios a longo prazo para o meio ambiente e a sociedade em geral.

Mesmo se você fizer tudo certo ao implantar uma cultura, as pragas aparecerão inevitavelmente e causarão prejuízos ao final da safra. Mas o que são pragas?

No sentido amplo, pragas são organismos capaz de causar danos às plantas, seus produtos e subprodutos.

Podem ser microrganismos (como fungos, bactérias, nematoides, vírus), plantas daninhas, ou insetos. Juntos, eles chegam a causar 40% de perdas nos cultivos.

Estima-se que só os insetos considerados pragas causem perdas anuais de US$ 12 bilhões para a economia brasileira.

Assim, é necessário adotar medidas para diminuir estas perdas. Neste texto falaremos sobre os insetos-praga.

Durante muitos anos, as medidas adotadas para controle destes organismos eram baseadas exclusivamente na utilização de inseticidas.

O seu uso abusivo trouxe consequências negativas ao longo dos anos. Neste contexto, foi criado o conceito de manejo integrado de pragas.

Ao contrário do que muitos pensam, o manejo integrado de pragas não é algo novo.

Desde a década de 1920, entomologistas já recomendavam o controle do bicudo do algodoeiro através da combinação de plantas tolerantes e queima de restos da cultura.

Assim, o uso de inseticidas só era recomendado quando a população da praga atingia níveis insuportáveis.

De uma maneira mais ampla, pode-se conceituar o MIP como a combinação vantajosa de mais de um tipo de método para manter as pragas em nível aceitável.

 

Pós-graduação Fitossanidade

 

Componentes do Manejo Integrado de Pragas (MIP)

 

Avaliação do agroecossistema

De forma simplificada, a avaliação do agroecossistema consiste em se conhecer a lavoura e os principais insetos que ocorrem nela.

Isso inclui saber o estágio de desenvolvimento que as plantas se encontram, pois algumas pragas incidem em determinado estágio com maior intensidade.

As condições climáticas influenciam a incidência de pragas. Em temperaturas maiores, ocorrem mais ciclos do inseto durante a safra, fazendo com que sua população seja maior.

A maioria dos insetos presentes em um determinado campo de cultivo não causam dano algum àquela cultura, sendo assim não são considerados praga.

Inclusive podem ser benéficos, quando auxiliam no controle populacional das pragas – estes são os chamados inimigos naturais.

Espécies que raramente causam prejuízos à cultura são consideradas pragas secundárias.

No entanto, algumas poucas espécies presentes na cultura estão em nível populacional alto e causam danos frequentemente, sendo então consideradas como pragas-chave.

Assim, a atenção deve ser voltada ao monitoramento dessas espécies, pois os dados deste monitoramento é que fornecerão a base para a estratégia de manejo a ser adotada.

 

Monitoramento

O monitoramento deve ser realizado periodicamente e permite estabelecer os níveis populacionais de equilíbrio, de controle e de dano econômico dos insetos.

Ou seja, devem ser realizadas frequentes amostragens com o objetivo de saber se a população é alta suficiente para causar nado.

O nível de equilíbrio é quando a população não sofre grandes variações ao longo do tempo.

Já o nível de controle é quando a população atinge um nível que é necessário adotar medidas de controle a fim de evitar prejuízos e o nível de dano econômico, que é a menor densidade populacional capaz de causar perdas econômicas significativas ao agricultor.

O nível de controle varia para diferentes pragas em uma mesma cultura ou mesmo para uma mesma praga incidindo em diferentes culturas.

As medidas de controle adotadas demoram um tempo até que surjam efeitos. Assim, o controle deve ser realizado antes do nível populacional alcançar o nível de dano econômico.

No gráfico abaixo, podemos observar que, quando medidas não são adotadas no momento correto a população da praga ultrapassa o nível de dano econômico, causando prejuízos.

 

Nível de controle no (MIP)

FONTE: AGROPÓS

 

Tomada de decisão e controle

No MIP, quando se utiliza dados de monitoramento das pragas, é possível efetuar a tomada de decisão, onde leva-se em consideração a relação custo/benefício do controle de pragas.

Como dito no início deste texto, o manejo integrado de pragas preconiza a adoção de mais de um método para controle de pragas em uma cultura.

Dentre estes métodos estão o controle cultural, controle biológico, resistência genética, controle legislativo, métodos genéticos e controle químico.

Vamos conhecer um pouco sobre cada um desses métodos?

 

Métodos de controle no Manejo Integrado de Pragas

 

Controle biológico

O controle biológico consiste em controlar as pragas por meio do uso de seus inimigos naturais e pode ser natural, clássico ou artificial.

No controle biológico natural são utilizados os inimigos naturais já existentes no ecossistema.

Isso pode ser feito pela preservação de matas nativas próximas aos cultivos ou pela utilização de inseticidas seletivos.

Nesse controle o foco é controlar pragas exóticas e para isso são introduzidos inimigos naturais por algumas vezes no local, como medida de controle a longo prazo.

O controle biológico artificial consiste da criação massal e aplicação de inimigos naturais em grande quantidade, ou seja o que faz com que este tipo de controle tenha ação mais rápida, semelhante a inseticidas químicos.

O controle biológico é uma técnica que apresenta diversas vantagens, como especificidade, fazendo com que um agente introduzido no agroecossistema não tenha efeitos danosos a outros insetos benéficos, controle duradouro.

o inimigo natural pode se estabelecer formando uma população estável naquele cultivo, não poluir o meio ambiente e alimentos, dentre outras.

A utilização comercial de produtos biológicos para o controle de insetos vem se tornando cada vez mais frequente, decorrente das exigências do mercado.

 

Controle cultural

O controle cultural ou manipulação do ambiente de cultivo é um método preventivo que deve ser considerado como a primeira linha de defesa contra as pragas e nada mais é do que a adoção de práticas culturais típicas da cultura, com o objetivo de desfavorecer o desenvolvimento de insetos-praga.

Diversas estratégias podem ser utilizadas na manipulação do ambiente de cultivo, dentre essas merecem destaque:

 

Destruição de restos culturais

Esta medida visa controlar pragas que sobreviveriam a entressafra em restos culturais, servindo como fonte de infestação para a safra seguinte. É muito adotada na cultura do algodoeiro, com o objetivo de manejar o bicudo.

 

Uso de sementes e mudas sadias

Esta medida visa evitar a introdução de insetos que se disseminam através de sementes e mudas, como ocorre com a lagarta rosada do algodoeiro.

 

Preparo do solo

O preparo do solo por meio da aração e gradagem promove o enterrio de pragas localizadas na superfície do solo ao mesmo tempo que favorece a exposição de insetos localizados a profundidades maiores à incidência de radiação solar e ao ataque de inimigos naturais, como pássaros.

 

Espaçamento entre plantas

Plantios mais adensados, com espaçamento menor entre plantas tendem a criar um microclima mais desfavoráveis a certos insetos, como por exemplo, o bicho-mineiro em café. Além disso, promovem facilitam a colonização de fungos entomopatogenicos, favorecendo a adoção do controle biológico.

 

Modificação da época de colheita

Na maioria das vezes não é viável modificar totalmente a época de colheita de uma cultura. No entanto, em alguns casos, como de infestação por broca do café, recomenda-se colher primeiro os talhões mais afetados.

 

Controle legislativo

As medidas de controle legislativos são leis, portarias e decretos, quer federais, estaduais ou mesmo municipais, que obrigam ao cumprimento de determinadas medidas de controle.

 

Quarentena

Tem o objetivo evitar a entrada de pragas exóticas e sua disseminação.

 

Medidas obrigatórias de controle

São medidas que tem execução determinada por legislação e o produtor deve adotar. Um exemplo é o estabelecimento de data limite para destruição dos restos culturais para controle do bicudo do algodoeiro.

 

Legislação do uso de agentes e métodos de controle

Neste exemplo estão enquadrados a obrigatoriedade do receituário agronômico e a lei dos agrotóxicos. Além da legislação acerca dos organismos transgênicos no Brasil.

 

Resistência de plantas

Algumas plantas possuem a capacidade natural de impedir ou suportar e se recuperar de injurias causadas por insetos praga. Esta característica herdável é chamada de resistência genética.

Pesquisadores trabalham na seleção e multiplicação destas plantas naturalmente resistentes por meio de métodos clássicos ou de engenharia genética, para obtenção de cultivares comerciais.

Dessa forma, atualmente estão disponíveis cultivares resistentes a diversas pragas que causam prejuízos.

Sempre que for possível, a resistência genética deve ser um método adotado, pois possui vantagens como facilidade de adoção, especificidade, baixo custo, harmonia com o ambiente, além de ser compatível com outras medidas de controle.

 

Métodos químicos

Consiste na aplicação de substancias químicas para prevenir ou destruir pragas. São os conhecidos defensivos agrícolas, com ênfase nos inseticidas.

O controle químico tem sido um método indispensável no manejo integrado de pragas (MIP), pois em algumas situações é a única medida pratica quando a população aproxima-se do NDE.

Quando aplica-se inseticidas com o mesmo mecanismo de ação por repetidas safras, há o risco de seleção de insetos resistentes, fazendo com que com o passar do tempo a praga não seja mais controlada pelo produto.

Sendo assim, deve-se rotacionar inseticidas com diferentes mecanismos de ação. Existem diversos produtos registrados para as principais pragas agrícolas.

Ao utilizar esta medida, o produtor deve optar por inseticidas seletivos, que tenham pouco efeito sobre os inimigos naturais.

Além disso, é importante estar atento à tecnologia de aplicação, para garantir a dose e cobertura correta.

 

Manejo Integrado de Plantas Daninhas

 

Métodos comportamentais

Os insetos utilizam odores para sua defesa, seleção de plantas, acasalamento, entre outros processos.

No controle comportamental, são utilizadas substancias ou organismos para alterar o comportamento da praga. Essas substancias podem ser feromônios, atraentes ou repelentes, por exemplo.

Os feromônios são substâncias utilizadas para comunicação entre indivíduos da mesma espécie e podem ser utilizados tanto para detecção e monitoramento de pragas, quanto para o controle.

São utilizados para detectar os primeiros voos da mosca das frutas, por exemplo.

No monitoramento, são distribuídas armadilhas contendo feromônios para verificar se uma praga atingiu o nível de controle, como no caso da mariposa Grapholita molesta em cultivos de pessegueiros.

No MIP, são utilizadas armadilhas contendo feromônios para atração e posterior coleta dos insetos.

Além disso, os feromônios podem ser utilizados para confundimento durante o período de acasalamento reduzindo o a probabilidade dos machos encontrarem as fêmeas.

 

Plataforma Agropós

 

Porque adotar o Manejo Integrado de Pragas (MIP)?

Otimização de recursos, conservação do ambiente e economia. Essas são as principais vantagens em adotar o manejo integrado de pragas na sua lavoura,

Ao diminuir o uso de inseticidas o MIP além de diminuir os custos, torna a lavoura mais saudável.

O MIP, que preconiza a adoção de diversas medidas, permite que o agroecossistema esteja em equilíbrio.

O resultado é: produtos de maior qualidade e maior produtividade.

 

Conclusão

Num ecossistema artificial, como as lavouras agrícolas, não se deve esperar a ausência de pragas, elas ocorrerão.

O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é um sistema que visa controlar essas pragas utilizando-se de diferentes métodos aplicados nos momentos adequados.

Dentre estes métodos estão os biológicos, comportamentais, culturais, de resistência, legislativos e químicos.

Para adoção do MIP não existe um pacote pronto. Cada caso deve ser analisado, através de um programa de monitoramento com amostragens periódicas.

No entanto, se aplicado corretamente o MIP trará vantagens econômicas e ambientais para sua lavoura. Gostou de saber mais sobre Manejo Integrado de Pragas? Acompanhe nossos posts e mantenha-se atualizado!

 

Pós-graduação Fitossanidade

Broca do café: aprenda como controlar para aumentar a produtividade!

Broca do café: aprenda como controlar para aumentar a produtividade!

A broca do café é considerada uma das pragas de maior impacto econômico para cafeicultura brasileira.

Algumas medidas simples podem ser adotadas pelo produtor para evitar prejuízos e impactos negativos na qualidade do café.

Vamos agora conhecer melhor essa praga e quais medidas podem ser tomadas para seu controle, evitando a queda da produtividade da sua lavoura.

 

Broca do café: aprenda como controlar para aumentar a produtividade!

 

O que é a broca do café?

A broca do café (Hypothenemus hampei) é um besouro, as fêmeas adultas medem aproximadamente 1,7mm de comprimento e 0,7mm de largura, são elas que atacam a coroa do fruto, perfuram os grãos e ali depositam seus ovos.

As larvas que nascem desses ovos se alimentam dos grãos do café, o que os danifica ou destrói completamente.

Essa praga tem sua origem na África, assim como o cultivo do café, sendo observada aqui no Brasil pela primeira vez em 1913 no estado de São Paulo.

Sua disseminação pela regiões cafeeiras do país se deu de maneira bem acelerada se tornando uma das principais pragas que acomete o lavoura de café.

 

Pós-graduação Fitossanidade

 

Broca do café: prejuízos na produção

De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), as perdas em peso podem chegar a 20% em momentos de alta infestação.

Assim como, havendo também, perda na qualidade devido ao aumento do número de grãos brocados, o que deprecia o produto durante a classificação física.

Essa praga é considerada importante, uma vez que ela ataca os frutos em qualquer estágio de maturação, inclusive grão já seco, causando grandes prejuízos na produtividade da lavoura.

 

Comportamento da broca do café

Primeiramente, a broca sobrevive e se multiplica entre uma safra para outra, nos frutos que ficam na planta ou no solo.

Os machos da broca sobrevivem dentro dos frutos, tendo a função de apenas de fecundar as fêmeas. As fêmeas vivem em torno de 156 dias e ao serem fecundadas saem em busca dos frutos para colocar seus ovos.

 Porém, os frutos na fase que apresentam em torno de 86% de umidade não apresentam condições favoráveis para o desenvolvimento de suas larvas, pois as sementes encontram-se com elevada umidade.

Dessa forma, a fêmea apenas realiza uma marcação nos frutos e após 50 dias quando as condições já estão favoráveis para o desenvolvimento das larvas, as brocas voltam nesse mesmo fruto e realizam a postura.

 

Como monitorar broca do café

Para que o controle da broca seja eficiente, ele deve ser iniciado na época correta, devem ser efetuadas amostragens periódicas dos frutos, nos diversos talhões da lavoura, começando pelas partes mais baixas e úmidas.

Nesse sentido, é recomendável que o monitoramento da broca seja iniciado entre novembro a janeiro, aproximadamente três meses após a grande florada (outubro), quando forem observados nas rosetas os primeiros frutos broqueados.

Esse acompanhamento deve ser realizado até o mês de abril.

O monitoramento da broca pode ser feito por meio da contagem de frutos ou utilizando armadilhas.

É realizada a contagem dos frutos pela avaliação de 20 plantas/hectare, em “zigue-zague”, como demonstrado na figura abaixo.

 

Como monitorar broca-do-café

Fonte: Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)

 

Ao avaliar as plantas, deve-se coletar uma amostra de 100 frutos/planta e realizar a contagem dos grãos brocados e não brocados.

Já no monitoramento por armadilha, deve-se utilizar 1 armadilha/hectare com cairomônio (semioquímicos envolvidos nas interações interespecíficas dos insetos).

O controle será adotado se caso o percentual de frutos brocados exceda a 3%, para o método de contagem.

Já para o método de amostragem por armadilha, ele será feito caso seja verificada uma média de insetos adultos/armadilha superior a 100.

 

Condições que favorecem a praga

A ocorrência de chuva no inverno, os cultivos adensados, baixa incidência de luz e pouco arejamento são condições que favorecem o desenvolvimento dessa praga.

Qualquer manejo que visa à alteração dessas condições será benéfico no controle da broca do café.

Por isso que é de suma importância o conhecimento de um controle eficiente da praga. Agora veremos como realizar esse controle na sua lavoura de café.

 

Controle da broca do café

Atualmente, para o controle da broca do café, o mais utilizado é o controle químico, porém não tem apresentado boa eficiência e vem causando problemas de resistência e desequilíbrio do meio ambiente.

Por isso, a utilização do manejo integrado de pragas (MIP) se torna mais eficiente. Essa é uma estratégia de controle múltiplo que se fundamenta no monitoramento das populações para tomada de decisão adequada.

Dessa forma, a utilização do controle biológico, cultural e químico torna-se uma ferramenta eficaz no controle de pragas nas lavouras cafeeiras.

Vejamos cada uma das maneiras de controle da broca do café separadamente.

 

Manejo Integrado de Plantas Daninhas

 

Controle biológico

O controle biológico é um método de combater pragas agrícolas através da utilização de seus inimigos naturais, que podem ser insetos predadores, parasitoides e microrganismos (fungos, bactérias ou vírus).

Os fungos entomopatogênicos são agentes de controle de inúmeras pragas, como a broca do café.

Dentre os diferentes agentes de controle natural da broca está o fungo Beauveria bassiana, existem vários estudos descrevendo a eficiência desse fungo no combate da broca em campo.

Logo, uma imagem demonstra como o fungo infecta a broca do café.

 

Controle químico convencional

Como o ataque da broca não se distribui uniformemente, recomenda-se o controle apenas para os talhões em que a infestação da praga já tenha atingido 3 a 5%.

Agindo dessa forma, evitam-se gastos desnecessários com mão de obra e inseticida, como também, tem-se uma diminuição dos problemas relacionados ao uso do produto.

Mesmo após a aplicação do inseticida, o monitoramento deve continuar, e quando a infestação alcançar o nível de controle, pulverizar novamente, respeitando o período de carência do produto usado.

Para a execução do controle químico se deve obedecer alguns cuidados, são eles:

  • Usar equipamento de proteção individual (EPI);
  • Utilizar produtos registrados no MAPA;
  • Fazer rotação de princípio ativo;
  • Respeitar a dose recomendada e período de carência.

 

Controle cultural

Considerado o mais eficiente método de controle da broca do café, o controle cultural realizado de forma adequada, consegue alcançar resultado bastante positivo no controle da praga.

Onde podemos destacar as seguintes formas de manejo:

  1. Plantio do cafeeiro em espaçamentos que permitam maior arejamento e penetração de luz, condições essas que são desfavoráveis à praga, além de permitir a circulação de pulverizadores acoplados a tratores.
  2. Eliminação de cafezais velhos e abandonados, nos quais a broca encontra abrigo e se multiplica livremente.
  3. A colheita deve ser sempre iniciada nos talhões que apresentem os cafeeiros mais infestados, a fim de que sejam evitados maiores prejuízos.
  4. Por fim, deve ser realizada de uma colheita bem feita, evitando que fiquem frutos nas plantas e no chão, em que a broca poderá sobreviver na entressafra.

Contudo, deve ser realizado um repasse na lavoura, se necessário, para evitar a sobrevivência dessa praga e que passe para os frutos novos da próxima safra.

 

Controle comportamental

Esse controle se dá por meio de armadilhas alternativas, podendo ser construídas com garrafas pet.

A substância que atrai os insetos pode ser feita com a mistura de 1:3 de etanol e metanol, acrescida de 1% de ácido benzoico.

Para o controle eficiente recomenda-se a utilização de 30 armadilhas por hectare. A substância atraente deve ser substituída a cada duas semanas.

Portanto, esse tipo de controle é mais eficaz a sua utilização em propriedades menores.

 

Plataforma Agropós

 

Importância do controle da broca do café

Nós vimos nesse artigo que a broca do café é considerada uma das pragas de maior impacto econômico para cafeicultura brasileira e de como é importante o manejo adequado da lavoura.

Atualmente, estudos relatam que a maneira mais eficaz de manter a praga da broca do café sob baixa incidência é a utilização de manejo integrado de pragas (MIP), ou seja, estratégia de controle múltiplo que se fundamenta no monitoramento das populações para tomada de decisão adequada.

Dessa forma, espero ter contribuído para aprimorar os resultados no manejo do sua lavoura, assim, conquistando resultados incríveis de produtividade e de qualidade do seu café.

Deixo abaixo um vídeo produzido pelo Sistema FAEMG com as principais informações sobre a broca do café que provoca perdas na produção cafeeira. Assista!

Escrito por Juliana Martins Medina.

Pós-graduação Fitossanidade

Soja: conheça mais sobre essa cultura e seu cultivo no Brasil!

Soja: conheça mais sobre essa cultura e seu cultivo no Brasil!

A soja é uma das principais culturas alimentares da humanidade. Na gastronomia oriental a soja é conhecida como o “grão sagrado” devido às suas características nutricionais e medicinais.

A soja é uma das fontes mais ricas e baratas de proteínas e é um alimento básico na dieta de pessoas e animais em várias partes do mundo.

 

soja

 

Origem e história da soja

Alguns relatos mais antigos deste grão datam do período compreendido entre 2883 e 2838 A.C. Nesta época, as plantas de soja eram bem diferentes das que conhecemos atualmente: eram rasteiras e cresciam ao longo de cursos de rios.

O processo de domesticação iniciou-se na China, a partir de cruzamentos naturais realizados por cientistas.

A introdução da soja no ocidente, ocorreu apenas no final do século XV, período que coincide com as grandes navegações.

 

 

Durante muitos anos, esta planta foi utilizada apenas de forma ornamental, até que, pesquisadores europeus iniciaram os estudos desta oleaginosa como fonte de nutrientes animal e para a produção de óleo, somente no século XVIII.

No entanto, as suas primeiras tentativas de cultivo em larga escala neste continente falharam. Isso aconteceu devido a fatores como inaptabilidade climática, falta de conhecimento sobre a cultura, dentre outros.

Nos EUA, atual maior produtor mundial, a soja foi introduzida em 1765 por Samuel Bowen. Ele recebeu sementes da China e se referiu à planta como ervilhaca chinesa em vez de soja.

Na década de 1870, a soja aumentou em popularidade entre os agricultores que começaram a plantá-los como forragem para o gado.

As plantas floresceram no clima quente e úmido do verão, característico da Carolina do Norte. Em 1919, foi fundada a “American Soybean Association”.

Na época, os agricultores usavam apenas 20 variedades de soja, porém 10 anos depois, após busca na China, os americanos já possuíam mais de 10.000 variedades.

Foi na década de 1940 que os EUA se consolidaram como grandes produtores dessa oleaginosa, depois da produção na China ter sido suspensa por causa da segunda guerra mundial.

 

Diversidade de uso da soja

No continente asiático, a soja é amplamente consumida nas formas de leite de soja, tofu, (uma coalhada que lembra um pouco o queijo cottage).

A soja também é germinada para uso como ingrediente de salada ou como vegetal e pode ser consumida assada como lanche.

O molho de soja, um líquido marrom salgado, é produzido a partir de soja e trigo triturados e fermentados; é um ingrediente onipresente na culinária asiática.

Outros alimentos fermentados de soja incluem tempeh, missô e pasta de soja fermentada.

No Ocidente, os dois principais produtos da soja são o óleo extraído da semente e suas proteínas. As sementes de soja contêm 18 a 23% de óleo e 38 a 44% de proteína.

O óleo é convertido em margarina, maionese, gordura e molhos para salada. Deste mesmo óleo vegetal, tem saído mais de 70% da matéria prima para produzir o biodiesel brasileiro.

A proteína de soja é usada principalmente para alimentação animal para a produção de carne de porco, aves, ovos, peixe, carne bovina e leite.

A proteína de soja também é usado na forma de concentrados e isolados de proteínas e proteínas texturizadas para consumo humano.

 

produtos soja

Produtos alimentares derivados da soja.

 

Como a soja veio para o Brasil

Em 1882, o D´Utra publicou o primeiro relatório confirmado a introdução da soja na América do Sul. A Escola de Agricultura da Bahia cultivou esta planta de forma experimental.

Porém, foi a partir da sua introdução no estado de São Paulo, na Estação Agropecuária de Campinas, que sementes foram distribuídas e espalhadas através dos imigrantes japoneses.

O estado que apresenta maior semelhança climática com a região onde os cultivares americanos eram produzidos, é o Rio Grande do Sul. E foi no ano de 1914 que a cultura foi introduzida lá.

A década de 1970 foi marcante para a sojicultora nacional. A produção cresceu dez vezes no período compreendido entre 1970 e 1979.

Este crescimento foi atribuído, principalmente, ao aumento na produtividade, com a finalidade de atender o mercado externo. No entanto, a área de plantio de soja aumentou significativamente na região Sul, de maneira que não foi suficiente para comportar toda a demanda.

A solução então, foi buscar outras regiões para atender essa demanda.

 

Dano causado pela ferrugem da soja.

 

Produção no Brasil

Essa expansão foi possível graças a avanços tecnológicos. O principal avanço foi a obtenção de cultivares com a característica “período juvenil longo”, permitindo o cultivo da planta em qualquer latitude do território brasileiro. Com isso, a região do cerrado tornou-se a maior região produtora do país.

No ano de 1998, foi aprovada no país o plantio de soja transgênica, tolerante ao herbicida glifosato. Desde então, diversos cultivares resistentes a herbicidas e a insetos foram adotados e colaboraram para aumento na produtividade.

Hoje, o Brasil ocupa o posto de segundo maior produtor de soja do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos, com uma área de mais de 36 milhões de hectares e produção de 114,843 milhões de toneladas, na safra 2018/2019. O maior produtor brasileiro, é o estado do Mato Grosso, respondendo com quase 30% da produção nacional.

 

Métodos de plantio da soja

Outro fator que favoreceu a implementação da cultura da soja nos solos ácidos e poucos férteis do cerrado brasileiro foi a adoção do plantio direto. Esta técnica começou a ser adotada no Brasil, por produtores paranaenses na década de 1970 e ganhou um maior número de adeptos com a expansão da sojicultura para outras regiões do país.

 

plantação de soja

 

No sistema convencional, o solo é exposto até que a cultura seja plantada para ser submetido a técnicas de preparação como remoção da vegetação nativa, capinas (manual, por herbicidas ou mecânica), aração seguida de gradagem – com o objetivo de descompactar e nivelar o solo, aplicação de defensivos agrícolas e plantio realizado por semeadura manual ou mecanizada.

No plantio direto, o solo só é manuseado durante o plantio e restos vegetais de culturas são mantidos como uma maneira de proteger o solo.

Isso permite o aumento da matéria orgânica na área e a manutenção de características físicas do solo.  Geralmente o plantio direto vem acompanhado da rotação de culturas, com a finalidade de reduzir o inoculo de pragas e patógenos que é aumentado neste sistema.

Segundo a Embrapa, plantio direto aumenta a produtividade nas lavouras em 30%, quando comparado ao sistema convencional.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

A soja é a fonte alimentar de milhões de pessoas ao redor do mundo. Foi cultivada de maneira extensiva no Brasil na década de 1970 e hoje é uma das principais geradoras de riqueza da nossa agricultura.

Sua expansão para a região de cerrado foi um marco e se tornou fundamental para nos tornarmos os segundos maiores produtores mundiais. Seu uso inclui a alimentação humana, animal e produção de biodiesel.

Ela pode ser cultivada no plantio convencional, com aração e gradagem de solo ou no plantio direto, no qual o plantio ocorre direto sobre a palhada da cultura anterior.

Avanços tecnológicos estão sendo feitos para maior produtividade desta cultura. Projeta-se que o Brasil se torne brevemente o maior produtor mundial.

Gostou de saber mais sobre a soja? Acompanhe o blog da AgroPós e aproveite o nosso conteúdo.

 

Café: como essa cultura ganhou o mundo?

Café: como essa cultura ganhou o mundo?

O café (Coffea sp.) é uma planta originária do continente Africano, das regiões altas da Etiópia (Cafa e Enária), podendo ser a região de Cafa responsável pela origem do nome café. É uma planta de sub-bosque, no qual o nome também é dado ao fruto, à semente, à bebida e aos estabelecimentos que a comercializam.

Da Etiópia, o café foi levado para a Arábia por mercadores, onde a planta e o produto foram grandemente difundidos.

Logo depois passou a ser consumido outros países europeus e posteriormente todo o continente. Com a colonização, o grão chegou às Américas e assim em todo mundo.

 

café

 

História do café no Brasil

Após se difundir pela Europa, o café chegou em território brasileiro pelo estado do  Pará. Em Belém do Pará, a cultura não foi muito difundida, foi levada para o Maranhão e Bahia, posteriormente chegou ao Rio de Janeiro, espalhando-se pela Serra do Mar e Vale do Paraíba. De São Paulo, foi para Minas Gerais, Espírito Santo e Paraná.

No Brasil, o desenvolvimento da cultura confunde-se com a própria história do País devido a sua grande importância econômica e social.

No Brasil, até a política se rendeu ao café, com a chamada “política do café com leite”, onde, os estados mais poderosos política e economicamente eram São Paulo e Minas Gerais.

Esse fenômeno de alternância no poder logo recebeu a denominação de “política do café com leite”, exatamente porque o café representava a oligarquia paulista, e o leite, a mineira.

A partir do Século XIX, o Brasil passou a ser considerado exportador de café com exportações contínuas do produto, provenientes do Vale do Paraíba-SP, Araxá-MG e Goiás, o país chegou a ser responsável pela metade do abastecimento mundial.

 

 

Produção no Brasil

No Brasil, existem duas espécies de café que são comumente cultivadas, Arábica (Coffea arabica) e Robusta (Coffea canephora). Ambos apresentam inúmeras variações, todos com aromas e sabores especiais.

 

Café arábica

É a espécie mais difundida no Brasil, principalmente no que diz respeito às variedades de café especial, com maior sabor e qualidade.

É uma planta de altitude e, por isso, a maior parte do Café Arábica produzido no país se concentra nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Bahia e parte do Espírito Santo.

 

Café robusta

Cultivado principalmente no Espírito Santo e em Rondônia. É também mais resistente à pragas e doenças. Ele é muito utilizado para fabricar o café liofizado, o famoso café solúvel.

 

Estados produtores de café

Fonte: Agrobrasil Cofee

 

No Brasil a produtividade média fica em torno de 25 sacas/ha, sendo que o Brasil responsável por cerca de 30% do total da exportação mundial de café, ocupando o 1º lugar.

 

Pragas e doenças no café

O café fica sob risco de danos e perdas de produtividade devido ao grande número de pragas e doenças. O café arábica é particularmente suscetível comparado com espécies mais vigorosas de café robusta.

As folhas, troncos e galhos são atacadas por larvas minadoras, cochonilhas e ácaros. Brocas atacam troncos e também bagas, sendo que os nematoides danificam raízes. Outras doenças que causam perdas de produtividade incluem.

  • Hemileia vastatrix, ferrugem foliar, que leva a queda prematura de folhas, reduzindo significativamente a produtividade do ano seguinte.
  • Cercospora coffeicola, mancha de olho pardo (ou cercosporiose) que também ataca bagas, tornando-as não comercializáveis.
  • Outra importante doença fúngica no café é Mycena Citricolor (Olho de Galo), que é caracterizada pelo aparecimento nas folhas lesões circulares esbranquiçadas.

 

Nutrição do café

As maiores produtividades de café são obtidas em solos bem drenados, sem limitação hídrica, ricos em nutrientes e matéria orgânica. A adubação do solo é essencial para manter altos níveis de produtividade.

As necessidades de fertilizantes são menores durante a fase de crescimento, normalmente nos primeiros dois anos. Nesse estágio é importante evitar uso excessivo de N, pois pode haver um desequilíbrio entre o desenvolvimento da parte aérea e o radicular.

As taxas de aplicação de nutrientes são maiores durante o pico de produtividade dos frutos do café, normalmente do terceiro ano em diante. Nesse estágio, a exportação de nutrientes pela produtividade é maior.

Com muitas plantações sendo cultivadas em áreas montanhosas e sujeitas a alta precipitação, a erosão superficial e perdas de nutrientes podem se tornar grandes desafios.

O uso de resíduos vegetais, retornando a polpa e restos de poda, ajuda a reciclar nutrientes, porém a aplicação de fertilizantes ainda é necessária para suprir a exigência das plantas do café. Uma prática comum é o uso de aplicações frequentes de fertilizantes, principalmente nitrogênio e potássio, ao longo da safra, para manutenção do crescimento.

 

Produtividade

Algumas práticas simples aliadas com controle de pragas e doenças, juntamente com o solo equilibrado, são essências para uma maior produtividade do cafeeiro, podendo destacar também algumas práticas no manejo:

  • O retorno da palha do café ou composto produzido a partir da polpa e resíduos ao campo serve como cobertura para conservar a umidade do solo e também para fornecer matéria orgânica e ciclar nutrientes.
  • A manutenção de raízes fortes e crescimento vigoroso por meio de um bom manejo fitossanitário, garante também o máximo enchimento dos grãos e produtividade.
  • A poda regular é essencial para modelar a estrutura das plantas e promover o crescimento de novos ramos com grande número de frutos. Ao mesmo tempo, um barrado aberto é essencial para assegurar uma maturação homogênea.

 

Nutrição Mineral de Plantas Macronutrientes.

 

Cultivo

No Brasil, a principal modalidade de cultivo do café é a pleno sol. Porém, em algumas regiões o cultivo em Sistemas Agroflorestais (SAFs) vem tornando uma alternativa para aumentar a diversidade vegetal junto aos cafeeiros.

No SAFs, as espécies arbóreas promovem alterações no microclima que podem favorecer a produção do cafeeiro.

Em terrenos ou solos acidentados, é aconselhável fazer o plantio em curvas de nível, pelas vantagens que essa técnica apresenta. Quando for necessária a renovação da lavoura, podemos fazer a poda ou o seu arrancamento e substituição por mudas selecionadas e, quando possível, diminuindo o espaçamento entre as plantas.

Os espaçamentos entre as linhas de plantio de cafeeiros a pleno sol influenciam no seu crescimento quanto a altura e diâmetro da copa. O mesmo pode aplicar quando se tem uma lavoura cafeeira sombreada, causando os efeitos próximos ao adensamento das plantas em um cultivo “solteiro”.

Isso pode influenciar também na altura dos ramos, estes ficando maiores e o diâmetro da copa e número de nós dos ramos plagiotrópicos menores.

 

 

Conclusão

A cultura do café veio para o Brasil e sua adaptabilidade ao nosso clima garantiu que seu cultivo se tornasse um dos impulsionadores da exportação Brasileira e alavancando o agronegócio, assumindo o primeiro lugar.

O café é uma bebida é extremamente apreciada por todo mundo. Adentrando em casas de todas as classes sociais, gostos e formas de preparo.

O cultivo do café exige preparo do solo, controle de pragas e doenças e boas práticas no manejo para que a lavoura atinja todo o seu potencial produtivo.

Há dois principais sistemas de cultivos do café, podendo dentro deles ter outras variações, são eles a pleno sol (solteiro) ou consorciado com outras espécies vegetais, como árvores, formando o SAF, com principal objetivo de aumentar a diversidade vegetal dos sistemas e a renda do produtor.  Não existe a forma correta ou errada, mas sim um entendimento do que se busca com a produção da lavoura.