O reflorestamento é uma atividade de plantio de árvores para basicamente dois fins. Saiba mais sobre o que é reflorestamento e suas práticas. Neste artigo vamos abordar tudo que você precisa saber sobre esse assunto.
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Florestas, sustentabilidade e desmatamento sempre foram assuntos em pauta ao redor de todo o mundo. Cada dia mais nosso planeta perde sua matéria prima, de acordo com o estudo do Global Forest Watch, especialmente no Brasil foi o país que mais perdeu árvores no mundo.
Isso ocorre devido o interesse comercial por madeira tropical, este produto é bastante valioso e apreciado pelo mercado internacional e uma das formas de suprir este mercado é através do reflorestamento.
Mas afinal, o que é o reflorestamento?
O reflorestamento é a ação de recuperar uma área desmatada por meio do plantio de novas árvores. Essa ação pode ocorrer de forma natural ou intencional, ou seja, com a interferência humana para atingir determinados objetivos como realizar a manutenção de matas ciliares, restaurar ecossistemas, absorver os gases de efeito estufa (GEE) reduzindo o impacto do aquecimento global por meio do sequestro de carbono.
A importância do reflorestamento é uma das pautas mais frequentes em reuniões de alta cúpula como o G20 e a ONU, ressaltando a necessidade dos países se preocuparem cada vez mais com suas florestas e riquezas naturais. Entenda aqui quais são os principais benefícios do reflorestamento.
Florestamento x Reflorestamento
Você já deve ter ouvido falar muito sobre reflorestamento, mas você sabe o que é florestamento? Vamos explicar as diferenças:
- Florestamento: O florestamento acontece quando é realizado plantio em locais que não tiveram vegetação, ou seja, não eram florestas.
- Reflorestamento: Conforme já foi dito, o reflorestamento é a recuperação de espaços que já tiveram florestas.
6 benefícios do reflorestamento
1. Reposição de madeira dura tropical
A madeira dura tropical está em constante déficit no Brasil, uma vez que cada vez mais sua procura aumenta e por outro lado, não há a sua reposição.
O reflorestamento de espécies exóticas, como o Mogno Africano, ajuda no aumento da reserva destas madeiras, consequentemente diminuindo o déficit no mercado relacionado a sua venda.
2. Sinônimos de equilíbrio
As árvores armazenam em sua copa e troncos parte da água da chuva, fazendo com que a evapore, reiniciando o ciclo da chuva.
Essa função é de suma importância para regiões internas dos países que não ficam próximo ao oceano, pois sem as árvores para regular a quantidade de água, às regiões mais centrais dos continentes seriam, um verdadeiro deserto.
3. Aspirador de CO2
Segundo o engenheiro florestal alemão, Peter Wohlleben, “as árvores realizam fotossíntese e produzem hidrocarbonetos, que usam para o próprio crescimento, e ao longo da vida armazenam até 200 toneladas de CO2 no tronco, nos galhos e nas raízes (…). Quando ela morre, o CO2 afunda com ela na lama e forma ligações de carbono”, configurando assim um solo mais fértil.
4. Ar-condicionado de madeira
Pelo fato das florestas reterem parte do calor no tronco, nos galhos e nas raízes elas causam o resfriamento do ambiente, amenizando assim o calor.
5. Ar saudável e qualidade de vida
Cientistas coreanos, Jee-Yon Lee e Duk-Chul Lee, desenvolveram um experimento e constataram que caminhar em florestas (exceto em matas de coníferas e de carvalho) melhora a pressão arterial, a capacidade pulmonar e a elasticidade das artérias. Em contraste, os passeios na cidade não causam nenhuma alteração.
Os fitocidas, responsáveis por eliminar germes, promovem essa melhora ao fortalecer o sistema imunológico humano.
6. Berço da biodiversidade
As árvores produzem frutos que servem de alimentos para diversas espécies de animais e suas raízes funcionam como moradia para fungos que retribuem auxiliando a fixação do nitrogênio. A copa pode ser casa de mais de 257 espécies diferentes de acordo com o estudo promovido por Martin Gobner.
O químico Katsuhiko Matsunga incentivou pescadores a plantar mais árvores perto de rios e riachos ao observar que as folhas que caem em rios e riachos, liberam um ácido que chega ao mar. Esse ácido estimula o crescimento de plâncton, a base da cadeia alimentar fazendo com que houvesse o aumento na produção de pescados e ostras na região.
Tipos de reflorestamento
Agora que já ficou evidente o quanto o reflorestamento é importante, precisamos explicar os tipos que existem. Há, em linhas gerais, dois tipos de reflorestamento: o de fins comerciais (florestas plantadas) e de fins ecológicos (mata nativa). Esses dois tipos geram debates há décadas.
Nessa discussão há o grupo que defende as monoculturas de eucalipto e quem apoia o reflorestamento com vegetação nativa. A seguir vamos explicar com mais detalhes os dois tipos para que fique mais claro porque existe esse embate.
Florestas plantadas com fins comerciais
Em 1934, o Brasil teve o seu primeiro Código Florestal. No entanto, foi somente em 1965, com o segundo Código Florestal, que houve mudanças no manejo das florestas. No período entre 1965 e 1988, houve estímulo do governo para o reflorestamento por meio de incentivos fiscais.
Foi um período repleto de fraudes e plantações malsucedidas. Cresceu consideravelmente as monoculturas de eucalipto e pinus.
O cenário atual continua bastante semelhante, sendo que 70% das florestas plantadas são de eucalipto e 22% são de pinus. Grande parte dos reflorestadores dessa categoria é de grandes companhias produtoras de papel e celulose.
Também há áreas de florestas plantadas com a finalidade de captação dos gases do efeito estufa, nesse caso, o comércio se dá no mercado de carbono. Em geral, os compradores desse tipo de floresta plantada são empresas e países desenvolvidos para alcançar os valores de emissão de gases de acordo com o Protocolo de Quioto.
Florestas para fins ecológicos
Nesse tipo de reflorestamento, o principal objetivo é a restauração ecológica. A recuperação do ecossistema ocorre por meio do plantio de árvores nativas. Essa medida desempenha um papel fundamental na restauração dos serviços ecossistêmicos de uma região. No entanto, os especialistas alertam que a recuperação total de um ecossistema idêntico ao original não é possível.
Além disso, o reflorestamento de recomposição florestal merece destaque. Essa prática consiste em plantar mata nativa para compensar o desmatamento ocorrido.
Geralmente, os responsáveis escolhem espécies alinhadas com a vegetação natural do local. Árvores frutíferas e com flores são selecionadas para atrair animais e insetos, favorecendo a dispersão das sementes.
Como o reflorestamento deve ser feito?
Para realmente alcançar os resultados desejados, o reflorestamento deve ser feito de maneira profissional, seguindo critérios específicos. Não basta apenas plantar algumas árvores, pois cada ecossistema possui exigências próprias.
O ideal é que uma empresa especializada analise a área e identifique as necessidades do local. Com esses dados, os profissionais selecionam as espécies nativas mais adequadas para garantir os melhores resultados.
Em seguida, a equipe prepara o solo e realiza o plantio das árvores. A partir desse momento, os responsáveis aplicam cuidados específicos para assegurar o sucesso da técnica.
Conclusão
Como dito acima o reflorestamento é um processo importante para que áreas sejam recuperadas. Feito da maneira correta, traz muitos benefícios, desde o atendimento de obrigações legais até a melhoria do cuidado com o planeta.
A atuação de especialistas no assunto não apenas ajuda a garantir o sucesso da iniciativa, como impede que ocorram prejuízos causados por alterações bruscas de sistemas.
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Escrito por Michelly Moraes.