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Picão-preto: entenda como controlar essa planta daninha e impedir que se torne um problema ainda maior na lavoura. Acompanhe!

O picão-preto, cientificamente conhecido como Bidens pilosa, é uma planta que desafia as fronteiras entre utilidade e incômodo. Originária das Américas, essa erva herbácea é dotada de sementes com ganchos adesivos, que lhe conferem o apelido peculiar de “picão-preto”.

Embora essa planta seja conhecida por suas possíveis propriedades medicinais em algumas culturas, ela também é reconhecida como uma praga na agricultura em diversas regiões tropicais e subtropicais ao redor do mundo.

Seu rápido crescimento e capacidade de competir com as culturas cultivadas por recursos essenciais fazem com que o controle do picão-preto seja uma tarefa desafiadora para os agricultores. Neste contexto, exploraremos a dualidade do picão-preto, discutindo tanto seu potencial valor medicinal como sua influência negativa nas práticas agrícolas.

 

Tudo que você precisa saber sobre o picão-preto!

 

O que é picão- preto?

Picão-preto é o nome popular de uma planta herbácea conhecida cientificamente como Bidens pilosa. Ela é originária das Américas e é encontrada em várias regiões tropicais e subtropicais ao redor do mundo.

O nome “picão-preto” refere-se às suas sementes, que têm pequenas estruturas semelhantes a ganchos que grudam facilmente em roupas e pelos de animais. Essa planta é utilizada na medicina tradicional em algumas culturas.

Acredita-se que o picão-preto tenha propriedades medicinais, como anti-inflamatórias e antimicrobianas, e pode ser usado para tratar uma variedade de condições de saúde, incluindo problemas gastrointestinais, feridas e inflamações.

No entanto, pode ser considerado uma praga na agricultura em algumas regiões. Essa planta daninha é conhecida por crescer rapidamente e competir por recursos, como água, nutrientes e luz solar, com as culturas cultivadas.

Sua capacidade de se espalhar facilmente e produzir sementes com estruturas adesivas que se prendem a roupas, equipamentos agrícolas e animais torna o controle do picão-preto desafiador.

 

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Contexto histórico

O picão-preto, também conhecido como Bidens pilosa, é uma planta daninha que tem uma história de resistência no contexto da agricultura brasileira.

Essa resistência refere-se à capacidade da planta de sobreviver e se adaptar a várias tentativas de controle por parte dos agricultores e dos métodos convencionais de manejo de plantas daninhas.

Historicamente, o picão-preto se estabeleceu em diferentes regiões do Brasil devido à sua alta capacidade de dispersão de sementes.

As sementes aderentes da planta são facilmente transportadas por animais, roupas e equipamentos agrícolas, o que contribuiu para a disseminação da planta em áreas de cultivo.

Uma das principais razões para a resistência do picão-preto é sua capacidade de desenvolver resistência a herbicidas comuns. O uso excessivo e inadequado de herbicidas levou ao desenvolvimento de populações de picão-preto resistentes a esses produtos químicos em algumas regiões do Brasil.

Isso representa um desafio significativo para os agricultores, pois as opções de controle químico se tornam limitadas quando as plantas desenvolvem resistência.

Além disso, o picão-preto compete com as culturas cultivadas por recursos essenciais, como água, nutrientes e luz solar, o que pode reduzir a produtividade das lavouras e aumentar os custos de produção.

 

Benefícios do picão-preto

O picão-preto (Bidens pilosa) tem sido tradicionalmente usado em algumas culturas para uma variedade de propósitos medicinais, e acredita-se que tenha vários benefícios potenciais para a saúde.

No entanto, é importante observar que a eficácia e segurança do picão-preto como planta medicinal não foram amplamente comprovadas por estudos científicos, e seu uso deve ser feito com cautela. Alguns dos benefícios tradicionalmente associados ao picão-preto incluem:

  • Propriedades anti-inflamatórias: acredita-se que o picão-preto contenha compostos que possuem propriedades anti-inflamatórias, o que pode ser útil no tratamento de condições inflamatórias, como artrite e doenças de pele.
  • Propriedades antimicrobianas: alguns estudos sugerem que o picão-preto pode ter propriedades antimicrobianas, o que significa que pode ajudar a combater bactérias e fungos. Isso levou ao seu uso tradicional no tratamento de infecções.
  • Auxílio digestivo: em algumas culturas, o picão-preto é usado para aliviar distúrbios gastrointestinais, como diarreia e cólicas, devido às suas propriedades antiespasmódicas e anti-inflamatórias.
  • Cicatrização de feridas: a planta é às vezes utilizada topicamente para promover a cicatrização de feridas e úlceras de pele.
  • Uso antiparasitário: em algumas regiões, o picão-preto é usado tradicionalmente para tratar infecções parasitárias, como vermes intestinais.
  • Potencial antioxidante: a planta contém compostos que têm propriedades antioxidantes, que podem ajudar a combater os danos causados pelos radicais livres no corpo.
  • Lembre-se de que, embora esses benefícios sejam mencionados na medicina tradicional, a falta de estudos clínicos rigorosos e evidências científicas sólidas torna importante ser cauteloso ao usar o picão-preto para tratar condições de saúde.

 

Malefício

O picão-preto, também conhecido como Bidens pilosa, é considerado uma planta daninha em muitas regiões agrícolas e, como tal, pode causar malefícios significativos para a agricultura.

Alguns dos principais malefícios do picão-preto para a agricultura incluem:

  • Competição por recursos: o picão-preto é altamente competitivo e pode competir com as culturas cultivadas por recursos essenciais, como água, nutrientes e luz solar. Isso pode resultar em uma redução significativa do rendimento das culturas, levando a perdas econômicas para os agricultores.
  • Interferência na colheita: as sementes adesivas do picão-preto podem se prender às colheitadeiras, tratores e outros equipamentos agrícolas, tornando o processo de colheita mais difícil e demorado. Isso pode aumentar os custos de produção e reduzir a eficiência da colheita.
  • Resistência a herbicidas: em algumas regiões, o picão-preto desenvolveu resistência a herbicidas comuns, o que torna o seu controle químico mais desafiador. Isso exige o uso de herbicidas mais caros e a aplicação de estratégias de manejo mais complexas.
  • Aumento nos custos de produção: o controle do picão-preto e de outras plantas daninhas pode representar um custo adicional para os agricultores, seja por meio da compra de herbicidas mais caros ou da implementação de práticas de manejo mais intensivas.
  • Redução da qualidade do produto: quando o picão-preto cresce em meio às culturas, pode contaminar os produtos colhidos, reduzindo a qualidade e o valor de mercado desses produtos.

Portanto, o picão-preto é amplamente considerado prejudicial para a agricultura devido à sua capacidade de competir com as culturas cultivadas e ao seu impacto negativo sobre a produção agrícola.

 

Manejo de picão- preto

O manejo eficaz do picão-preto (Bidens pilosa) em áreas agrícolas é fundamental para controlar o impacto negativo que essa planta daninha pode ter sobre as culturas cultivadas.

Aqui estão algumas estratégias e técnicas de manejo que os agricultores podem adotar para controlar o picão-preto:

 

Controle mecânico

O controle mecânico envolve a remoção física das plantas de picão-preto. Isso pode ser feito por meio de capina manual, uso de enxadas ou implementos de jardinagem para arrancar as plantas.

É importante realizar essa prática quando as plantas ainda estão jovens, antes de produzirem sementes.

 

Rotação de culturas

A rotação de culturas é uma estratégia eficaz para controlar o picão-preto. Ao alternar as culturas plantadas em uma área, você pode interromper o ciclo de vida da planta daninha e reduzir sua presença.

O cultivo de culturas diferentes a cada estação pode quebrar a continuidade do picão-preto.

 

Plantio direto

O plantio direto envolve a semeadura de culturas sem o preparo do solo. Essa prática pode reduzir a germinação do picão-preto, pois as sementes das plantas daninhas não são expostas à superfície do solo.

 

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Uso de cobertura morta

A cobertura morta, como palha, restos de culturas anteriores ou materiais orgânicos, pode ser espalhada sobre o solo após o plantio das culturas.

Isso ajuda a inibir o crescimento do picão-preto, bloqueando a luz solar e dificultando a germinação das sementes.

 

Uso de herbicidas

Herbicidas específicos podem ser usados para controlar o picão-preto. No entanto, é importante escolher herbicidas apropriados e seguir as instruções de aplicação para garantir a eficácia e minimizar o desenvolvimento de resistência.

 

Manejo integrado de plantas daninhas (MIPD)

O MIPD envolve a combinação de várias práticas de manejo, como o uso de herbicidas, rotação de culturas, controle mecânico e outras estratégias.

A abordagem varia de acordo com as condições específicas do local e a cultura cultivada.

 

Monitoramento constante

É importante monitorar regularmente as áreas de cultivo em busca de infestações de picão-preto e tomar medidas de controle assim que as plantas daninhas forem detectadas.

 

Prevenção da disseminação de semente

Reduza a disseminação do picão-preto retirando as plantas antes que elas produzam sementes. Além disso, limpe equipamentos agrícolas e roupas que possam estar contaminados com sementes aderentes.

 

 

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Conclusão

O picão-preto (Bidens pilosa) é uma planta que possui benefícios potenciais na medicina tradicional, mas é considerada uma praga na agricultura devido à sua capacidade de competir com as culturas cultivadas.

O manejo eficaz envolve estratégias como controle mecânico, rotação de culturas e uso de herbicidas. É essencial equilibrar seus possíveis benefícios medicinais com os impactos negativos na agricultura, adotando práticas de controle apropriadas.

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Escrito por Michelly Moraes.

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