O Ácaro Rajado nada mais é do que uma praga agrícola que vem causando muitos prejuízos em danos expressivos em muitas culturas. No conteúdo de hoje, vamos contar tudo sobre o que é, quais as principais características e claro, como fazer o controle.
Acompanhe!
O que é ácaro rajado?
O ácaro rajado (Tetranychus urticae) é uma das principais pragas das plantas cultivadas ao redor do mundo e ataca mais de 150 tipos de cultivo.
O Ácaro Rajado nada mais é do que uma praga agrícola que vem causando muitos prejuízos em danos expressivos em muitas culturas.
A seguir, vamos te explicar algumas das principais características desse ácaro!
Conheça as principais características
Pode ser que você não saiba, mas os ácaros não são insetos. Estão no mesmo filo, Arthropoda, mas são de classe distinta.
Os ácaros pertencem à classe Arachnida e subclasse Acari. E, dentre eles, está o ácaro-rajado, Tetranychus urticae, que é um ácaro tetraniquídeo (família Tetranychidae).
Há características muito particulares que irão te ajudar a identificá-lo melhor. Uma delas é a capacidade de formar teias, que têm a função de proteger contra ataques de predadores e cria um microclima ideal para o desenvolvimento da população.
As ninfas e os adultos produzem teias que podem encobrir a planta por completo. E, quando a infestação está muito alta, ocorre um aumento significativo, sinal de que a população está prestes a dispersar.
Ciclo de vida
Os ovos são esféricos, macios, esbranquiçados e translúcidos após a postura, e menores que 0,1 mm de diâmetro. A larva tem tamanho reduzido variando de incolor a amarelada e possui três pares de pernas.
Já a ninfa possui oito pares de pernas. Os adultos possuem cor amarelada com duas manchas verde-escuras, uma em cada lado do dorso. As fêmeas possuem 0,5 mm de comprimento, sendo os machos menores (0,3 mm) e mais delgados.
Seu ciclo de vida se completa em 14 dias e é favorecido por temperaturas altas e tempo seco. Possui alta capacidade reprodutiva, onde as fêmeas colocam até 100 ovos, cerca de 10 por dia.
Hábito alimentar/ danos
Tanto adultos quanto formas imaturas de T. urticae apresentam preferência por folhas mais velhas para alimentar-se. O processo de alimentação ocorre através da introdução dos estiletes nas células vegetais e ingestão do conteúdo intracelular extravasado.
Em altas infestações, as folhas mais jovens também são atacadas
A injúria causada pelo ácaro-rajado leva à formação de pontuações cloróticas nas folhas, evoluindo para manchas bronzeadas e secas; por fim, ocorre a queda dessas folhas.
Outros danos causados às plantas incluem redução de crescimento e formação de teias, cuja função é proteger os ácaros contra predadores e criar um microclima ideal para o seu desenvolvimento.
Tanto ninfas quanto adultos produzem teias, que em alguns casos podem encobrir a planta por completo. Em altas infestações, ocorre um aumento na produção de teia, indicando que a população está prestes a dispersar-se para outras plantas.
Dispersão
A dispersão pode ocorrer por meio de órgão vegetais transportados pelo homem, levando os ácaros para longas distâncias.
Outra maneira é pela migração de poucos metros por caminhamento dos ácaros. Quando há alta densidade populacional, abandonam as folhas muito danificadas e migram para outras menos atacadas da mesma planta ou de plantas diferentes.
A dispersão mais frequente ocorre pelo vento: as fêmeas procuram a periferia da planta hospedeira e deixam-se levar pela corrente de ar.
Manejo do ácaro-rajado
Estudos têm indicado que no Brasil, em culturas com intenso uso de produtos químicos, existem populações resistentes aos acaricidas:
- abamectina;
- clorfenapir;
- dimetoato;
- enxofre;
- fenpiroximato;
- milbemectina; e
- propargito.
Esse uso intenso ainda pode causar problemas de ressurgência da praga, devido à eliminação dos inimigos naturais da área.
Além disso, esse ácaro tem alta capacidade reprodutiva, ciclo curto, se aloja na parte inferior das folhas e tecem as teias que o auxiliam ainda mais para se manter no ambiente.
Por isso, é importante que o manejo deste ácaro seja realizado de forma integrada. Com o Manejo Integrado de Pragas (MIP) existe uma grande chance de evitar que esses problemas ocorram e controlar o ácaro-rajado de maneira eficiente.
Monitoramento/ tipos de controle
Para que o MIP seja realizado, é importante fazer o monitoramento constante. Isso mostrará se a população do ácaro-rajado está ou não no nível de controle.
Cada cultura requer pontos de amostragens diferentes, mas é necessário que esta ação seja feita.
A partir dos resultados, toma-se a decisão de controle que, atualmente, é o uso de produtos químicos e biológicos registrados pelo Mapa e o controle cultural.
Para uso de acaricidas, é muito importante a rotação com diferentes modos de ação para o manejo da resistência e manutenção da eficiência do controle.
Controle químico
Um ponto importante para realizar o controle químico é a preferência por produtos seletivos aos inimigos naturais. Como falado anteriormente, quanto mais seletivos, menor o risco de ocorrer pressão de seleção ao ácaro.
Controle biológico
E o uso de controle biológico pode conter 80% das infestações. Pode ser realizado com o uso de ácaros predadores da família Phytoseiidae. As espécies Neoseiulus californicus e Phytoseiulus macropilis têm registro no Mapa e são comercializadas por biofábricas.
Esses ácaros predadores devem ser liberados na cultura quando existe uma baixa população da praga para que o controle seja eficiente.
As liberações massais com essas espécies têm sido a melhor maneira de controle em diversas culturas.
Um outro produto biológico seria o entomopatógeno Beauveria bassiana, que é também comercializado por biofábricas, aplicado em temperaturas mais amenas e clima mais úmido. Outros inimigos naturais ocorrem de forma natural no ambiente.
Controle cultural
Você também pode realizar o controle cultural, com destruição de restos culturais e manejo de plantas invasoras, que podem servir de hospedeiras. Ou realizar a destruição das teias com jatos de água sobre as plantas.
Conclusão
O ácaro-rajado é uma praga altamente polífaga que ataca diversas culturas agrícolas de importância econômica, incluindo a soja.
Embora não seja um inseto e sim um aracnídeo, esse artrópode apresenta diversas fases de desenvolvimento e um ciclo de vida consideravelmente rápido, o que contribui para a disseminação nas lavouras.
Portanto, faz-se necessário o monitoramento constante das lavouras e, quando necessário, o controle eficaz das populações infestantes.