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Oídio: como manejá-lo em sua cultura?

Oídio: como manejá-lo em sua cultura?

O oídio é um dos grandes problemas encontrados na agricultura, com isso muitos agricultores buscam o melhor manejo para combatê-los. Neste artigo vamos abordar as principais culturas que sofrem ataque dos oídios e qual melhor manejo para cada uma delas.

Venha Comigo!

 

Oídio: como manejá-lo em sua cultura?

 

Oídio é um parasita obrigatório que só se desenvolve nos tecidos vivos e suscetíveis da planta hospedeira, eles apresentam um micélio superficial que extrai nutrientes da planta hospedeira através de hifas que penetram nas células da epiderme do hospedeiro por meio de órgãos de absorção chamados haustórios.

Desenvolve-se na parte aérea da planta, sendo caracterizado pela presença de uma fina camada de micélio e esporos (conídios) pulverulentos do fungo, que podem evoluir de pequenos pontos brancos para a cobertura total das partes infectadas, impedindo a fotossíntese e provocando queda prematura das folhas, nas quais, a coloração branca do fungo pode se alterar para castanho acinzentada e, nas hastes, podem ocorrer rachaduras e cicatrizes superficiais.

O oídio é transmitido rapidamente com o vento e através de insetos vetores, como pulgões. Ele pode atingir diversas culturas, entre essas, as mais comumente afetadas são as soja, tomateiro, trigo, feijoeiro entre outras culturas.

 

Condições favoráveis ao ataque de oídio

O oídio ocorre em condição de umidade alta, sob clima frio ou quente, mas também pode ocorrer em condição seca sob clima quente.

Essa variedade de condições pode ser explicada pelo fato dos esporos serem liberados, germinarem e causarem infecção, mesmo quando a umidade relativa do ar é baixa, sem filme de água sobre a folha. Iniciada a infecção, o micélio continua a desenvolver-se sobre a superfície da planta, independente das condições de umidade na atmosfera.

A temperatura desempenha um papel maior no desenvolvimento da doença do que a umidade. A fonte inicial de inóculo mais provável é o micélio, que sobrevive durante o inverno nas gemas.

De maneira geral, os oídio se desenvolvem muito bem em condições de elevada umidade relativa e na faixa de temperatura compreendida entre 18 e 22 ºC.

 

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Oídio na cultura de trigo

O oídio do trigo é uma doença de ocorrência frequente nas lavouras de trigo estando presente em todos os locais onde cultivares suscetíveis são cultivados. Também denominada de cinza do trigo, pode causar danos de até 62%.

As condições climáticas, onde predominam temperaturas altas e precipitações pluviais frequentes, favorecem o desenvolvimento do oídio na cultura do trigo podendo ser responsáveis por perdas elevadas no rendimento e na qualidade dos grãos.

Se agitar as plantas doentes, você pode observar a liberação de um pó branco, que são estruturas do fungo.

 

Manejo no trigo

O vento é o principal agente de disseminação da doença, que ao atingirem a planta de trigo, conseguem germinar, infectar e colonizar o tecido foliar. Por isso é importante o importância do monitoramento, para que a doença não se espalhe. Algumas alternativa para reduzir os impactos da doença são;

 

Tratamento químico: 

Embora não seja veiculado pela semente, o fungo pode ser controlado, em cultivares vulneráveis, pelo tratamento de sementes com o triadimenol.

O controle químico do oídio de trigo em cultivares suscetíveis é mais econômico via tratamento de sementes do que por meio de aplicação de fungicidas nos órgãos aéreos.

Em planta adulta, o monitoramento da doença deve ser semanal, a partir do afilhamento, determinando-se a porcentagem de plantas com sintomas da doença. A primeira aplicação deve ocorrer quando o nível de doença atingir o limiar de ação.

 

Semeadura

 As Semeaduras mais precoces também são capazes de diminuir os danos da doença, pois as plântulas ficam expostas a menores quantidades de inóculo, justamente em estádio de desenvolvimento de maior vulnerabilidade.

 

Oídio na cultura da soja

O oídio na cultura da soja é causado pelo fungo Microsphaera difusa, o agente causal do oídio na soja é um fungo ascomiceto obrigatório que tem sua sobrevivência dependente de plantas vivas do hospedeiro.

Os danos de oídio na soja são bastante variáveis entre as safras e entre regiões. Regiões que apresentam condições mais favoráveis e que os níveis de severidade são maiores são aquelas onde os danos reportados são maiores.

Em algumas regiões, devido as baixas severidades, o oídio acaba tendo uma importância secundária na soja.

 

Manejo na soja

Uma das formas de prevenção da doença é evitar o plantio de cultivares suscetíveis em épocas favoráveis à sua ocorrência, como semeaduras tardias ou safrinha, além de cultivos irrigados de inverno.

Sendo assim, a existência de cultivares com resistência genética ao oídio forneceria maior segurança e menores riscos de cultivo.

 

Uso de cultivares resistentes

O uso de cultivares resistentes é reconhecido como a prática de manejo mais eficiente para esta doença. Porém, diversas cultivares que eram resistentes tornaram-se suscetíveis, demonstrando a variabilidade do fungo.

Entretanto, não havendo disponibilidade de cultivares com essas características, ou no caso de quebra da resistência de uma cultivar, pode-se pensar em tratamento químico com fungicidas recomendados.

 

Controle químico com fungicidas

Controle químico é o método mais empregado. Fungicidas sistêmicos são os mais eficientes e recomendados, apresentando os melhores resultados.

O tratamento deve ser iniciado ao se constatar os primeiros sintomas. Fungicidas de contato à base de enxofre apresentam-se eficientes. Usar produtos registrados para as culturas.

 

Tudo o que você precisa saber sobre a mosca branca (Bemisia tabaci)

 

Oídio na cultura do feijoeiro

Oídio do feijoeiro, causado pelo fungo Oidium sp, pode afetar toda a parte aérea, causam perdas tanto na quantidade como na qualidade do produto. A doença pode atacar ramos e vagens, tornando estas malformadas e menores.

 

Manejo no feijoeiro

O manejo do oídio no feijoeiro é o mesmo realizado na cultura da soja, métodos como o Uso de cultivares resistente e Controle químico com fungicida.

 

Oídio na cultura do tomateiro

Oídio no tomateiro numa ampla faixa de temperatura, que pode variar de 10o C a 35o C. A doença ocorre em verões e invernos secos.

 Assim, a temperatura não é fator ambiental limitante à doença, que é favorecida por umidades baixas, menor que 60%. A curta e média distâncias, a disseminação ocorre principalmente pelo vento.

O oídio pode ser causado por O. neolycipersi, conhecido como Oídio adaxial, onde se localiza na superfície superior e inferior das folhas evidenciado a aparência de um pó branco e fino na folhagem. Tanto folhas novas quanto velhas são atacadas.

Quando a doença é causada pelo O. haolophylli ou seja Oídio abaxial, a massa pulverulenta normalmente não é tão facilmente observada. Neste caso formam-se manchas amareladas nas folhas, que evoluem para necrose.

 

Manejo no tomateiro

Controle Químico

A medida mais eficiente de controle tem sido o emprego de fungicidas aplicados preventivamente ou após o aparecimento dos primeiros sintomas.

 

Diferença entre oídio e míldio

O oídio e o míldio podem se confundir em relação aos sintomas semelhantes, algumas diferenças dessas principais doenças são:

  • Oídio tem seu maior desenvolvimento fora da planta diferentemente do míldio que se desenvolve no interior das plantas;
  • Os oídios apresentam sintomas na parte superior e inferior das folhas já os míldios se encontra mais na face inferior das folhas;
  • Os oídios é causados por fungos já os míldios por omiceto;

O recomendado em caso de dúvidas procure um especialista da área para melhores recomendações.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Neste artigo vimos o sintomas do oídio em diferentes culturas e o quanto podem afetar sua produtividade. Com isso é de extrema importância que o agricultor faça monitoramento pois quanto mais cedo identificar a doença melhor para realizar o diagnóstico correto e assim realizar medidas de manejo para o controle em sua lavoura.

É importante ressaltar que em caso de dúvidas o ideal é procurar um o profissional da área para realizar a identificação correta.

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Mosca branca: conhecendo o inimigo!

Mosca branca: conhecendo o inimigo!

A mosca branca é encontrada nas principais regiões agrícolas do mundo e é de grande importância por causar grandes perdas na produtividade em diversas culturas.

Esse inseto é altamente polífago e pode causar danos diretos às plantas, através da sucção de seiva, ou indiretos pela transmissão de viroses.

Neste artigo vamos aprender um pouco mais a respeito dessa importante praga.

Vem Comigo!

 

Mosca branca: conhecendo o inimigo!

 

O panorama da mosca branca

A mosca branca são insetos sugadores de seiva e têm como principal gênero Bemisia, e desse gênero Bemisia tabacci é a espécie mais importante e mais dispersa pelo mundo.

São descritos mais de 40 biótipos de B. tabaci, sendo, no Brasil, predominante o biótipo B.

A mosca branca, é um inseto polífago que tem causado perdas severas aos produtores de diversas culturas.

 

Pós-graduação Fitossanidade

 

Esse inseto possui mais de 750 plantas hospedeiros, como como feijão, soja, algodão, tomate, pimentão, batata e plantas ornamentais.

O plantio sucessivo de culturas hospedeiras e plantas daninhas presentes na área de cultivo tem facilitado a expansão dessa praga, principalmente nas regiões mais produtivas do Brasil.

Nos últimos anos foi registrado surtos dessa praga em praticamente todo o território nacional, tornando a praga de maior crescimento no Brasil.

A incidência da mosca branca é bem elevada no centro oeste, devido as condições climáticas adequadas ao desenvolvimento da praga e por ter uma agricultura com cultivos hospedeiros de forma contínua.

As principais culturas atacadas entre os anos de 2012 a 2016 foram a cultura da  soja, do algodão, do feijão, do tomate e da batata.

A mosca branca pode chegar a gerar perdas superiores a 50% em plantios de tomate. Já na cultura do algodão, esse inseto prejudica a comercialização da fibra, pois ao ingerir a seiva a mosca secreta uma substância que altera a composição dela.

 

Ciclo de vida

O ciclo de vida da B. tabaci pode durar entre 25 e 50 dias, dependendo das condições ambientais, sendo a temperatura e a umidade os fatores determinantes.

O ciclo biológico da mosca branca é dividido nas fases adulto, ovo, 3 instar da ninfa e pulpa.

Os adultos possuem de 1 a 2 mm de comprimento, sendo a fêmea um pouco maior que o macho. Apresentam coloração amarelo-pálido, aparelho bucal tipo sugador e dois pares de asas membranosas que são recobertas por uma substância pulverulenta de cor branca.

 

Tudo o que você precisa saber sobre a mosca branca (Bemisia tabaci)

 

Cada fêmea tem capacidade de fazer a postura de 100 a 300 ovos, durante todo seu ciclo de vida. Esses ovos são colocados na face abaxial das folhas jovens.

Os ovos apresentam aproximadamente 0,2 mm e um formato de periforme. A fase de ovo pode durar de 5 a 7 dias, quando começa a eclosão das ninfas.

A ninfa de 1º instar se locomove, por alguns minutos, até se fixarem nas folhas para succionar a seiva da planta.

Posteriormente, as ninfas passam por 3 instares imóveis. Sendo o último instar chamado de pulpa e, enfim, os adultos.

 

Danos

Devido à sua característica polífaga, alta capacidade reprodutiva e desenvolvimento de resistência a alguns inseticidas. Este inseto tem causado danos altamente significativos à agricultura.

Os danos causados pela mosca branca podem ser classificados como diretos ou indiretos.

Os danos diretos da mosca branca são causados pelas ninfas e adultos. Através da sucção de seiva e injeção de toxinas, quando se alimentam.

Esses danos podem causar alterações no desenvolvimento vegetativo e reprodutivos da planta, diminuindo à produção.

Como dano indireto, pode-se ocorrer a formação de fumagina sobre as folhas. B. tabacci secreta um líquido açucarado que favorece o crescimento de fungos formadores de fumagina. O que acarreta a perda de área fotossintética das folhas, prejudicando a produção.

No entanto, o dano indireto mais preocupante causado por essa praga é a transmissão de várias viroses.

Sabe- se que cerca de 120 espécies de vírus podem ser transmitidos por B. tabaci. Representando um grave problema fitossanitário em várias culturas agrícolas.

Entre estes estão o vírus do mosaico dourado do feijoeiro, o vírus do mosaico anão e o vírus do mosaico crespo em soja, o vírus do mosaico comum do algodoeiro e geminivírus em tomateiro, pimentão e batata.

 

Como controlar a mosca branca

Para o eficiente controle da mosca branca, diferentes práticas e estratégias podem ser adotadas pelo produtor.

Portanto, para o sucesso no manejo da mosca branca, é necessário o reconhecimento da praga associado à adoção do manejo integrado de pragas (MIP). E algumas práticas importantes do manejo integrado de mosca branca são:

 

Monitoramento da mosca branca

O monitoramento das lavouras é essencial para tomada de decisão de controle. Pois o controle pode ser mais eficaz quando feito no início da infestação.

Como a mosca branca pode ocorrer durante todo o ciclo da cultura. O monitoramento deve ser feito desde a emergência até o final do ciclo.

Esse monitoramento pode ser realizado por meio de inspeções e/ou o uso de armadilhas adesivas de coloração amarela.

 

Controle cultural

Medidas de controle cultural podem ser adotadas. Desde a escolha da área para plantio, como durante a condução da cultura.

Algumas dessas medidas são:

  • Evitar o plantio em locais com culturas vizinhas hospedeiras e com infestação da praga.
  • Destruição de plantas daninhas e restos culturais,
  • Rotação de culturas com o cultivo de espécies não hospedeiras da praga,
  • Uso de variedades resistentes, à mosca branca e/ou vírus que a ela é capaz de transmitir.

 

Controle biológico

Bem como para outras pragas o controle biológico tem evoluído para mosca branca. Há uma grande variedade de inimigos naturais da B. tabacci, como predadores, parasitoides e entomopatógenos.

Como exemplo de inimigos naturais importantes no controle da mosca branca podemos citar o parasitoide de ninfas Encarsia formosa, o ácaro predador Ambliseius tamatavensis e fungos entomopatogênicos do gênero Lecanicillium.

No entanto, na prática, o mais utilizado no controle biológico da mosca branca é o fungo entomopatogênico Beauveria bassiana.

Ministério da Agricultura e Abastecimento estão registrados cerca de 20 produtos comerciais a base desse entomopatógeno para o controle de B. tabaci.

 

Controle químico

O controle químico tem sido o método de controle mais utilizado. No entanto, seu uso necessita de cuidados para prevenir riscos com resistência.

A rotação de produtos de grupos químicos e modo de ação diferentes deve ser adotado para evitar a evolução da resistência.

Para o controle da mosca branca existem 11 grupos químicos de modo de ação diferentes que podem ser utilizados na rotação de produtos e misturas.

Outras práticas como, momento de aplicação, doses, misturas e número de aplicações também são importantes para evitar a evolução da resistência.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

A mosca branca, Bemisia tabaci é uma praga que tem causado perdas cada vez maiores em diversas culturas de interesse econômico.

Além de causar danos diretos, também é vetor de vários vírus causadores de doenças em plantas.

O uso do manejo integrado de pragas, MIP, para o controle da mosca branca é de extrema importância como forma de integração e para evitar resistência à inseticidas.

Escrito por Pollyane Hermenegildo.

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Percevejo do milho: quais os danos e como manejar?

Percevejo do milho: quais os danos e como manejar?

O que você entende sobre percevejo do milho? Neste artigo você encontrara informações valiosas, como; principais percevejos do milho; quais os danos causados na cultura do milho, além de mostrar quais os procedimentos para o manejo e controle.

Venha comigo!

 

Percevejo do milho: quais os danos e como manejar?

 

A cultura do milho, durante o seu desenvolvimento, está sujeita ao ataque de pragas como o percevejo do milho. Antes considerada uma praga secundária na cultura do milho, os percevejos hoje podem ser considerados uma praga-chave para o sistema de produção, pois além de possuir várias espécies capazes de causar danos (que podem ser irreversíveis), os percevejos atacam também várias culturas além do milho.

Como o cultivo de milho na maioria das vezes é associado a sucessões e/ou rotações com culturas que também hospedam percevejos, você irá encontrar grande dificuldade em realizar um controle eficaz e até mesmo um controle preventivo.

Por isso, você irá notar que a incidência de percevejos na cultura exige uma atenção especial, pois com o ataque dos percevejos podem causar facilmente um nível de perdas atingindo diretamente o desenvolvimento da cultura

Dentre as espécies, existem os percevejos que atacam as raízes, o colmo e o grão na espiga do milho sendo elas;

 

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Percevejo-castanho (Scaptocoris castanea)

Os adultos têm corpo oval com cerca de 1 cm de comprimento e cor amarelada. As ninfas são mais claras e têm coloração esbranquiçada. Na parte aérea antenas laterais O ciclo biológico dura de 10 a 12 meses.

Vivem no solo, aproximadamente a 30 cm de profundidade, onde obtêm boas condições de umidade e temperatura. Em busca de tais condições, podem se aprofundar a mais de 1 m, o que geralmente ocorre durante a seca.

Deixam o solo apenas por alguns dias na estação chuvosa. Nessa ocasião, são observadas as revoadas de acasalamento dos adultos. A presença deles é facilmente notada pelo cheiro que liberam e o som estridente que produzem quando estão na superfície.

 

Danos causados

Injetam substâncias nocivas, o que prejudica ainda mais a cultura. Nas lavouras, os danos causados observados são reboleiras com plantas pouco desenvolvidas e com sintomas de deficiência nutricional e hídrica. As plantas enfraquecidas podem morrer. 

Os danos nas lavouras são observados em reboleiras. As plantas atacadas apresentam desenvolvimento inferior ao restante da cultura e alguns sintomas de deficiência nutricional e hídrica, que ocorrem em razão da sucção da seiva e da injeção de substâncias tóxicas dessa praga pois, as plantas enfraquecidas podem morrer.

 

Percevejo-barriga-verde (Dichelopsfurcatus e Dichelops melacanthus)

Percevejo com aproximadamente 1 cm de comprimento, coloração marrom no dorso e verde no abdome. Nas laterais do protórax, existe um par de espinhos com a mesma coloração da cabeça e do pronoto.

Seus ovos são verdes e encontrados em grupos no formato de pequenas placas. As ninfas na fase inicial de desenvolvimento, é bastante semelhantes aos adultos, são marrons com o abdome também verde e cabeça pontiaguda. O ciclo biológico, do ovo ao adulto, completa-se em aproximadamente 45 dias.

 

Danos causados

No milho, atacam principalmente a base do colmo, o que causa murcha, seca e perfilhamento. Também pode haver formação de manchas escuras nos locais da picada e as folhas centrais podem ficar enroladas, deformadas e descoloridas.

Era considerada praga apenas para a cultura da soja, no entanto, com o plantio em sucessão e em rotação de culturas, os insetos passaram a prejudicar também o milho, principalmente na safrinha e no plantio direto.

 

Percevejo-marrom (Euschistus heros)

O percevejo marrom, E. heros, espécie rara nos anos 70, é hoje o mais abundante. Tem a soja como seu hospedeiro principal. Adaptando-se às regiões mais quentes, é mais abundante do Norte do Estado do Paraná ao Centro Oeste, norte e nordeste Brasileiro.

O adulto apresenta dois prolongamentos laterais pontiagudos no pronoto (os espinhos). As ninfas têm coloração variada, desde o esverdeado ao marrom-escuro.

Os ovos, de cor amarelada, em pequeno número (5 a 8 por postura), são depositados nas folhas e vagens da planta. Prestes a eclodir, os ovos apresentam uma mancha rósea. A fase de ninfa dura de 15 a 20 dias.

 

Danos causados

Nos últimos anos, a cultura do milho safrinha teve aumento expressivo na área cultivada, sendo que a maioria das lavouras é plantada após a colheita da soja. Neste sistema, algumas pragas que eram consideradas importantes apenas na cultura da soja, hoje, também causam prejuízos significativos nas lavouras de milho

Esses insetos podem ser encontrados sob restos de cultura (palhada) nos horários mais quentes do dia, bem como em grãos após a colheita da soja e em plantas daninhas remanescentes da cultura anterior, preferindo os horários de temperaturas mais amenas para se alimentar.

 

Manejo Integrado de Pragas (MIP)

O eficiente controle de percevejos está diretamente ligado ao programa de Manejo Integrado de Pragas (MIP) em que assistência técnica e produtores devem tomar ações conjuntas, visando reduzir o impacto desta praga dias após a emergência.

A base do MIP consiste em:

  • Identificação das pragas-chave;
  • Identificação dos seus inimigos naturais;
  • Elaboração dos níveis de controle;
  • Monitoramento para tomada de decisão;
  • Integração dos métodos de controle.

 

Essas premissas são indispensáveis para o manejo integrado de pragas sendo assim, alguns passos devem ser seguidos:

1º Passo: O primeiro passo consiste na identificação dos níveis da densidade populacional do inseto-praga, os quais são:

  • Nível de Dano Econômico (NDE): ocorre quando a densidade populacional da praga causa prejuízo econômico equivalente ao custo do controle a ser adotado.
  • Nível de Controle (NC): ocorre quando há necessidade de adotar medidas de controle para que não ocorra dano econômico.
  • Nível de Equilíbrio (NE): ocorre quando a densidade populacional média da praga fique por um longo período de tempo sem afetar a cultura, ou seja, sem a necessidade de tomar medidas de controle.

 

2º Passo: é o monitoramento.

É a partir dele que se toma qualquer atitude. Você deve realizá-lo até mesmo antes da semeadura, o monitoramento consiste em visitas frequentes ao campo para analisar qual o nível populacional da praga-chave na sua área.

O monitoramento dos percevejos no milho é realizado de forma a se contabilizar a quantidade de percevejos vivos por metro linear, metro quadrado, ou a cada 10 plantas em uma mesma linha.

A recomendação para o monitoramento de percevejos no milho é que seja realizado em todo o ciclo da cultura.

 

3º Passo é a tomada de decisão.

Pois é a partir dele que você saberá se há população de percevejos na sua lavoura e se houver, qual o nível dessa população.

É importante lembrar que, para um manejo eficiente dos percevejos, esses passos devem ser seguidos antes mesmo da implantação do milho, ou seja, devem ser iniciados na cultura anterior, se ela também for hospedeira, como ocorre no sistema de sucessão soja-milho.

 

 

Manejo de percevejo na cultura do milho

Existem vários métodos de controle sugeridos pelo Manejo Integrado de Pragas (MIP) como;

 

Tratamento de sementes

O uso de tratamento de sementes com inseticidas neonicotinoides é um eficiente método de proteção e controle de percevejos. Mas, tão importante quanto o produto aplicado, é a maneira que este produto está sendo aplicado.

A distribuição do produto utilizado na semente deve ser muito bem feita, assegurando assim a proteção de cada semente.

O Tratamento de Sementes Industrial é uma das melhores alternativas, uma vez que oferece uma melhor distribuição e garantia de dose de ingrediente ativo por semente, além disso é de maior segurança aos colaboradores na fazenda e meio ambiente.

 

Tudo o que você precisa saber sobre a mosca branca (Bemisia tabaci)

 

Aplicação de inseticidas

Este é um dos métodos mais utilizados no controle de percevejos após o estabelecimento da cultura do milho, quando o nível de controle é encontrado no monitoramento dos percevejos. Costuma ser muito eficiente, se praticado da maneira correta.

É importante salientar que o uso indiscriminado dos inseticidas pode resultar na seleção de percevejos resistentes. Como na maioria das vezes, somente uma aplicação não é o suficiente, é muito importante que você rotacione os princípios ativos dos inseticidas utilizados, utilizando mecanismos de ação diferentes.

Lembrando que, alguns dos grupos químicos de inseticidas recomendados para o controle de percevejos no milho são os piretroidesneonicotinoides e organofosforados.

Em função dos hábitos dos percevejos, que se alojam nos colmos das plantas ou ficam escondidos na palhada, há uma dificuldade em atingir o inseto, que muitas vezes acaba não sendo atingido pela aplicação. Por isso, a tecnologia de aplicação se torna imprescindível.

 

Controle biológico

O Controle Biológico Integrado em termos de sustentabilidade e preservação ambiental, o controle biológico é uma das opções que vem sendo adotadas em algumas regiões, com o uso de agentes biológicos, seja de forma natural ou aplicada.

É um processo coevolutivo com interação entre os percevejos alvos da cultura, organismos entomopatógenos e parasitóides visando equilíbrio do sistema.

Os principais agentes biológicos encontrados em lavouras são os parasitóides que atacam ovos de diversos percevejos. Entre estes agentes, as espécies mais abundantes são a Telenomus podisi (Ahsmead) e Trissolcus basalis (Wollaston).

 

Rotação de culturas

A rotação de culturas é fundamental para a quebra do ciclo dos percevejos. Se você fornece à praga uma planta na qual ela não se alimenta, ela deixará de se reproduzir e quando você voltar a cultivar milho, provavelmente a infestação de percevejos será menor.

Por isso, recomenda-se que a rotação seja realizada com culturas que não sejam hospedeiras dos percevejos. Para conseguir realizar um bom manejo de percevejos no milho, siga os passos propostos pelo MIP e escolha as técnicas de controle que estão à sua disposição.

Estratégias integradas como semeadura na época certa, escolha do híbrido mais adequado para as suas condições, utilização do tratamento de sementes, população de plantas adequada, monitoramento frequente, dentre outras, são fundamentais.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Os percevejos são pragas iniciais em milho. Os principais danos estão relacionados ao retardo no desenvolvimento de plantas, surgimento de plantas dominadas e a redução no número de plantas comprometendo o estande ideal. Esses danos afetam diretamente o estabelecimento da lavoura com reflexos na redução de produtividade e qualidade de grãos.

Para manter a sua cultura saudável, e minimizar as suas perdas por ataque de percevejos, é preciso ter muita atenção e estratégia para o controle da praga. Para um manejo eficiente de percevejos do milho é muito importante identificação correta das espécies e realizar o monitoramento das áreas para, assim, adotar a melhor estratégia para o controle.

Escrito por Michelly Moraes.

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