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Nova espécie de planta é descrita em tese defendida na UFV

Nova espécie de planta é descrita em tese defendida na UFV. A espécie de planta, Calea diamantinensis, foi descrita na tese de Genilson Alves dos Reis, doutor em Botânica pela UFV. O trabalho, intitulado O gênero Calea L. (Neurolaeneae – Asteraceae) no estado de Minas Gerais, Brasil, sob orientação do professor Jimi Naoki Nakajima (UFU) e coorientação do professor Jefferson Nunes Fregonezi (UFV), resultou em um artigo publicado, nessa segunda-feira (10), na revista Phytotaxa, da Nova Zelândia.

artigo A new species of Calea (Neurolaeneae, Asteraceae) from the Espinhaço Range, Minas Gerais, Brazil apresenta a descrição detalhada da Calea diamantinensis, nomeada em homenagem à cidade histórica de Diamantina (MG), onde a espécie foi encontrada. O trabalho conta ainda com fotografias, ilustrações, mapa de ocorrência, estado de conservação e dados que comparam a nova espécie com as mais próximas já conhecidas pela ciência.

Para o pesquisador Genilson dos Reis, que é também coordenador do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do Instituto Federal do Piauí (IFPI), a descoberta “abre um leque de oportunidades, como a possibilidade de utilização da Calea diamantinensis para a pesquisa com novos medicamentos, envolvendo a geração de renda e utilização industrial do vegetal”.

Genilson recomenda que as autoridades competentes se atentem para a criação de uma área de preservação permanente para a nova espécie. Isso porque, de acordo com critérios internacionais, a Calea diamantinensis foi “enquadrada como criticamente ameaçada de extinção”, tendo em vista que “não há registros de ocorrência desta espécie em nenhum outro local de Minas Gerais”.

A planta agora será inserida no banco de dados do Flora do Brasil On Line (FBO), um projeto de pesquisadores do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, que tem o objetivo de, até o fim de 2020, listar toda a flora brasileira.

Fonte: UFV.

Pesquisadores da UFV descobrem mecanismo inédito de resistência entre vírus e bactérias que pode combater pragas na agricultura

Pesquisadores da UFV descobrem mecanismo inédito de resistência entre vírus e bactérias que pode combater pragas na agricultura

Pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em parceria com instituições estrangeiras, descobriram um mecanismo inédito de resistência cruzada entre vírus e bactérias em plantas. A descoberta pode gerar soluções de combate a doenças que causam prejuízos na agricultura.

A professora Elizabeth Pacheco Batista Fontes, do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da UFV, lidera a pesquisa e conversou com o G1 sobre a descoberta, publicada em uma revista científica em novembro.

Resistência cruzada

Segundo Elizabeth, o trabalho foi desenvolvido através da resistência ativada contra vírus em plantas pela exposição prévia a bactérias. Isso significa obter imunidade a doenças diferentes do agente patogênico no qual ele foi exposto.

Essa estratégia antiviral ativada pela imunidade antibacteriana, de acordo com a pesquisadora, era algo até então desconhecido no meio científico. A descoberta tem potencial para gerar soluções de combate a doenças que causam prejuízos milionários na agricultura.

A primeira planta que foi utilizada para entender o mecanismo de resistência cruzada foi o modelo Arabidopsis, um gênero da família de plantas como couves e a mostarda.

Os pesquisadores demonstraram que a infecção de plantas não hospedeiras com bactérias leva ao acionamento de um mecanismo molecular por um receptor conhecido como NIK1, uma proteína, que tem como efeito colateral o comprometimento da atuação de certos vírus, que foi descoberta pelo mesmo grupo em 2015 e publicado na revista Nature.

Atualmente, Fontes informou que os estudos estão sendo realizados em tomateiros para aplicação destes conhecimentos e para impedir a ação do begomovírus.

De acordo com estudos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), este tipo de vírus é transmitido por mosca-branca e causa danos devastadores em todo o mundo, principalmente em plantas de mandioca, algodão, tomate, pimentão e feijão. No Brasil, o combate ao begomovírus é especialmente importante em tomateiros e feijoeiros.

Árvore mais alta da Amazônia é descoberta por pesquisadores

Árvore mais alta da Amazônia é descoberta por pesquisadores

Um grupo de pesquisadores de instituições brasileiras e britânicas confirmou, através de uma expedição, a existência de um santuário de árvores gigantes na divisa do Pará com o Amapá.

O santuário, composto por árvores da espécie Dinizia excelsa, conhecida popularmente como Angelim Vermelho, está localizado na Floresta Estadual do Paru, na divisa entre os dois estados amazônicos. A maior árvore do grupo chega a medir 88 metros de altura e 5,5 metros de circunferência.

A descoberta das árvores gigantes na região foi feita por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), em Minas Gerais, coordenado pelo professor Eric Bastos Gorgens, em parceria com pesquisadores das universidades britânicas de Cambridge e Swansea.

Eles contaram com apoio logístico das secretarias de Meio Ambiente (Sema), Ciência e Tecnologia (Setec) e Diagro, além do auxílio do Corpo de Bombeiros do Amapá, no caso de haver necessidade de primeiros socorros.

A descoberta

Os pesquisadores realizavam um estudo com sensor remoto aeroembarcado, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), na região, quando se depararam com dados que chamaram a atenção. Eram árvores com alturas superiores às comuns encontradas na Floresta Amazônica. O grupo decidiu, então, organizar a expedição para identificar as árvores.

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De acordo com Eric Bastos, a espécie do angelim é comum na região, mas, causou espanto a altura alcançada. “Geralmente, as árvores chegam a 60 metros. Temos aqui uma grande descoberta e, agora, um compromisso de preservar as maiores arvores da Amazônia”.

Foto: Rafael Aleixo

Foto: Rafael Aleixo

Pesquisadores do Amapá foram convidados para compor a equipe e colaborar na coleta de dados da descoberta. Participaram os pesquisadores Perseu Aparício e Robson Lima, do curso de engenharia florestal, da Universidade do Estado do Amapá (Ueap); Wegliane Campelo, do curso de ciências biológicas, da Universidade Federal do Amapá (Unifap) e; Diego Silva, do curso técnico em floresta, do Instituto Federal do Amapá (Ifap).

Para Perseu, a expedição mostrou a importância da cooperação entre as instituições participantes. “Realizamos em conjunto um inventário florestal e a coleta de amostras do solo e vegetação. Isso servirá para analisar se há uma relação das árvores gigantes com as demais que as circundam”, informou o professor.

Iniciada em 13 de agosto, a expedição partiu de Laranjal do Jari, no sul do Amapá, e percorreu 220 quilômetros no Rio Jari. Após a chegada da equipe, que teve a colaboração de moradores da comunidade de Iratapuru para chegar ao local, os trabalhos de entrada na floresta fechada e densa iniciaram.

O primeiro grupo de árvores foi localizado a cerca de um quilômetro da margem esquerda do Rio Jari. Foram constatadas a existência de 15 árvores no primeiro aglomerado. Além desses, outros grupos já haviam sido diagnosticados por um sistema remoto, entretanto, o relevo impossibilitou a chegada da equipe ao local. A maior árvore, que está a 10 quilômetros floresta a dentro, continua intocável.

Também participaram pesquisadores da Embrapa Acre, Universidade Federal de Alagoas (Ufal), e das universidades britânicas de Cambridge e Oxford. Para auxiliar, no caso da necessidade de primeiros socorros, uma equipe do Corpo de Bombeiros do Amapá, comandada pelo capitão Arel Gomes, também compôs a expedição. Nenhuma ocorrência grave ocorreu durante o percurso.

As informações são do Governo do Estado do Amapá.

Fonte: CicloVivo

Microrganismos compõem o sistema imunológico do solo e impactam a saúde das plantas

Microrganismos compõem o sistema imunológico do solo e impactam a saúde das plantas

Novas descobertas sobre a relação da composição e o funcionamento de comunidades microbianas complexas do solo durante a interação com a planta revelaram que os microrganismos do solo são fundamentais, uma vez que, dentre as diversas funções desempenhadas pelo microbioma – conjunto de microrganismo do solo, estão o efeito na fisiologia e metabolismo da planta, a aquisição de nutrientes, a tolerância contra estresses abióticos – tolerância ao frio ou a seca, além de proteção contra patógenos.

Conforme o chefe de P&D da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), Rodrigo Mendes, que estuda o uso de técnicas avançadas de biologia molecular no esclarecimento de mecanismos envolvidos na supressão específica de doenças do solo, “o conjunto desses benefícios resultam no crescimento e desenvolvimento de plantas de forma produtiva e saudável”.

A comunidade microbiana do solo interage com a planta, ajuda na aquisição de nutrientes para seu crescimento  – fixam nitrogênio, disponibilizam nutrientes do solo como fósforo, entre outros, age na tolerância contra a seca, presença de substâncias tóxicas entre outras, além de proteger contra o ataque de doenças.

Para o pesquisador, em busca de uma agricultura sustentável, os microbiomas podem desempenhar um papel importante, já que no caso da proteção de plantas contra doenças causadas por patógenos de solo, os solos supressivos, que suprimem o aparecimento de populações de patógenos, são um exemplo de como o entendimento dessa proteção representa uma possibilidade na redução do uso de pesticidas.

Se houver um surto de alguma doença na planta, a biota do solo pode desenvolver mecanismos que barrem essa doença, normalmente aumentando a população de determinados microrganismos antagônicos.

Se for implementado um cultivo de outras plantas que não sejam susceptíveis ao ataque daquela doença por várias safras, e depois voltar a cultivá-la, a proteção volta a se manifestar, agindo mesmo como se o solo tivesse desenvolvido uma “vacina” contra aquele patógeno.

Da mesma forma que o sistema imunológico humano é dividido em imunidade natural (resposta imune inata) e imunidade adaptativa (resposta imune adquirida), os solos supressivos compartilham de características semelhantes. Também existem dois tipos de supressão de doenças de solo – a supressão geral, baseada na atividade microbiológica e a competição do microbioma do solo, universal a todos os solos e a supressão específica, atribuída pela ação de microrganismos específicos do microbioma contra um determinado patógeno.

Rodrigo explica que a supressão específica age como uma vacina. Ela é induzida após um surto da doença em campos cultivados sucessivamente por uma mesma cultura. Com o estabelecimento da supressão específica, mesmo se mantendo a planta hospedeira suscetível na presença do patógeno do solo, o nível da doença é drasticamente reduzido, já que quando a planta não tem imunidade para aquela doença, pode ser colocado um microrganismo ou um conjunto de microrganismos que tornarão este solo capaz de inibi-lo naquela cultura.

“É interessante notar que se em um novo ciclo for introduzida uma cultura que não é hospedeira da doença, a supressão específica pode se dissipar, mas retorna rapidamente quando a cultura hospedeira da doença é reintroduzida no mesmo campo”, diz o pesquisador. Assim, a supressão geral de solos (imunidade já existente) é uma resposta rápida e não específica que oferece a primeira linha de defesa do hospedeiro contra a invasão de um patógeno.

Por outro lado, a supressão específica de doenças do solo e a resposta imune adquirida em humanos precisam de uma exposição prévia ao patógeno, específica a um agente infeccioso e é ativado pelo contato com o patógeno despertando a memória do sistema de defesa. No caso das plantas, a defesa é mantida pelo enriquecimento e ativação de membros específicos do microbioma que antagonizam o patógeno.

O uso de técnicas avançadas de biologia molecular busca explicar mecanismos envolvidos na supressão específica de doenças de solo. No primeiro contato do patógeno com a planta, ocorre a liberação de metabólitos que provocam reações na planta e no microbioma que ocupa a rizosfera, que é a região onde o solo tem contato direto com o sistema radicular da planta.

A interação complexa entre o patógeno, a planta e o microbioma resulta na reestruturação do microbioma da rizosfera e na ativação de funções que blindam o sistema radicular contra a invasão do patógeno.

Esse fenômeno de supressão específica, descrito em várias regiões do mundo em diferentes culturas ,sugere que pode existir uma abordagem universal para engenheirar microbiomas de solos supressivos com a finalidade de diminuir a dependência de pesticidas.
Similarmente ao uso de vacinas em humanos, a resposta imune adquirida de solos pode ser explorada para o desenvolvimento de estratégias para manipular o microbioma dos solos em benefício da saúde das plantas. “Essa mudança de abordagem pode contribuir para a segurança alimentar”, acredita o pesquisador.

Cristina Tordin (MTB 28499)
Embrapa Meio Ambiente

Por: Embrapa

Brasil será palco de discussões sobre pesquisa florestal

Brasil será palco de discussões sobre pesquisa florestal

Tronco de Araucária – Araucaria angustifolia – Prudentópolis – PR

Congresso Mundial de Pesquisa Florestal acontece pela primeira vez na América Latina e vai discutir “Pesquisa Florestal e Cooperação para o Desenvolvimento Sustentável”

Nesta Dia Internacional das Florestas, a organização do XXV Congresso Mundial da União Internacional de Organizações de Pesquisa Florestal (IUFRO2019) comemora a submissão e aprovação de mais de 4.000 resumos, que serão apresentados entre sessões orais e pôsteres. Ao todo, 3.200 pesquisadores, de 114 países, submeteram trabalhos para o Congresso, que será realizado entre 29/09 e 05/10/2019, em Curitiba (PR).

O Congresso, considerado o maior evento de pesquisa florestal do mundo, terá como tema principal “Pesquisa Florestal e Cooperação para o Desenvolvimento Sustentável” e é a primeira vez que acontece na América Latina.

A expectativa em relação ao número de trabalhos submetidos foi amplamente superada. Para o presidente da Comissão Organizadora do Congresso, Joberto Veloso, do Serviço Florestal Brasileiro, “a quantidade submetida e a qualidade dos resumos nos indicam que teremos um Congresso marcado por altas discussões, o que nos deixa muito satisfeitos”.

O país que mais submeteu resumos foi o anfitrião Brasil, seguido por Estados Unidos, Índia, Nigéria, China, Alemanha, Colômbia, Suécia, Canadá e Japão. “Teremos certamente diversidade e, por consequência, uma troca de conhecimento muito rica entre os participantes, em um grande fórum de pesquisas sobre florestas”, completa Patricia Povoa de Mattos, da Embrapa Florestas e representante do Comitê Organizador do IUFRO2019 no Comitê Científico.

A seleção dos resumos levou em consideração o contexto das sessões técnicas do Congresso, delineadas em cinco temas estratégicos: “Florestas para as Pessoas”; “Florestas e Mudanças Climáticas”; “Florestas e Produtos Florestais para um Futuro Mais Verde”; “Biodiversidade, Serviços Ambientais e Invasões Biológicas”; e “Florestas e Interação com o Solo e Água”.

Para mais informações sobre o evento, acesse: www.iufro2019.com

Por: Embrapa