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Mosca branca: conhecendo o inimigo!

Mosca branca: conhecendo o inimigo!

A mosca branca é encontrada nas principais regiões agrícolas do mundo e é de grande importância por causar grandes perdas na produtividade em diversas culturas.

Esse inseto é altamente polífago e pode causar danos diretos às plantas, através da sucção de seiva, ou indiretos pela transmissão de viroses.

Neste artigo vamos aprender um pouco mais a respeito dessa importante praga.

Vem Comigo!

 

Mosca branca: conhecendo o inimigo!

 

O panorama da mosca branca

A mosca branca são insetos sugadores de seiva e têm como principal gênero Bemisia, e desse gênero Bemisia tabacci é a espécie mais importante e mais dispersa pelo mundo.

São descritos mais de 40 biótipos de B. tabaci, sendo, no Brasil, predominante o biótipo B.

A mosca branca, é um inseto polífago que tem causado perdas severas aos produtores de diversas culturas.

 

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Esse inseto possui mais de 750 plantas hospedeiros, como como feijão, soja, algodão, tomate, pimentão, batata e plantas ornamentais.

O plantio sucessivo de culturas hospedeiras e plantas daninhas presentes na área de cultivo tem facilitado a expansão dessa praga, principalmente nas regiões mais produtivas do Brasil.

Nos últimos anos foi registrado surtos dessa praga em praticamente todo o território nacional, tornando a praga de maior crescimento no Brasil.

A incidência da mosca branca é bem elevada no centro oeste, devido as condições climáticas adequadas ao desenvolvimento da praga e por ter uma agricultura com cultivos hospedeiros de forma contínua.

As principais culturas atacadas entre os anos de 2012 a 2016 foram a cultura da  soja, do algodão, do feijão, do tomate e da batata.

A mosca branca pode chegar a gerar perdas superiores a 50% em plantios de tomate. Já na cultura do algodão, esse inseto prejudica a comercialização da fibra, pois ao ingerir a seiva a mosca secreta uma substância que altera a composição dela.

 

Ciclo de vida

O ciclo de vida da B. tabaci pode durar entre 25 e 50 dias, dependendo das condições ambientais, sendo a temperatura e a umidade os fatores determinantes.

O ciclo biológico da mosca branca é dividido nas fases adulto, ovo, 3 instar da ninfa e pulpa.

Os adultos possuem de 1 a 2 mm de comprimento, sendo a fêmea um pouco maior que o macho. Apresentam coloração amarelo-pálido, aparelho bucal tipo sugador e dois pares de asas membranosas que são recobertas por uma substância pulverulenta de cor branca.

 

Tudo o que você precisa saber sobre a mosca branca (Bemisia tabaci)

 

Cada fêmea tem capacidade de fazer a postura de 100 a 300 ovos, durante todo seu ciclo de vida. Esses ovos são colocados na face abaxial das folhas jovens.

Os ovos apresentam aproximadamente 0,2 mm e um formato de periforme. A fase de ovo pode durar de 5 a 7 dias, quando começa a eclosão das ninfas.

A ninfa de 1º instar se locomove, por alguns minutos, até se fixarem nas folhas para succionar a seiva da planta.

Posteriormente, as ninfas passam por 3 instares imóveis. Sendo o último instar chamado de pulpa e, enfim, os adultos.

 

Danos

Devido à sua característica polífaga, alta capacidade reprodutiva e desenvolvimento de resistência a alguns inseticidas. Este inseto tem causado danos altamente significativos à agricultura.

Os danos causados pela mosca branca podem ser classificados como diretos ou indiretos.

Os danos diretos da mosca branca são causados pelas ninfas e adultos. Através da sucção de seiva e injeção de toxinas, quando se alimentam.

Esses danos podem causar alterações no desenvolvimento vegetativo e reprodutivos da planta, diminuindo à produção.

Como dano indireto, pode-se ocorrer a formação de fumagina sobre as folhas. B. tabacci secreta um líquido açucarado que favorece o crescimento de fungos formadores de fumagina. O que acarreta a perda de área fotossintética das folhas, prejudicando a produção.

No entanto, o dano indireto mais preocupante causado por essa praga é a transmissão de várias viroses.

Sabe- se que cerca de 120 espécies de vírus podem ser transmitidos por B. tabaci. Representando um grave problema fitossanitário em várias culturas agrícolas.

Entre estes estão o vírus do mosaico dourado do feijoeiro, o vírus do mosaico anão e o vírus do mosaico crespo em soja, o vírus do mosaico comum do algodoeiro e geminivírus em tomateiro, pimentão e batata.

 

Como controlar a mosca branca

Para o eficiente controle da mosca branca, diferentes práticas e estratégias podem ser adotadas pelo produtor.

Portanto, para o sucesso no manejo da mosca branca, é necessário o reconhecimento da praga associado à adoção do manejo integrado de pragas (MIP). E algumas práticas importantes do manejo integrado de mosca branca são:

 

Monitoramento da mosca branca

O monitoramento das lavouras é essencial para tomada de decisão de controle. Pois o controle pode ser mais eficaz quando feito no início da infestação.

Como a mosca branca pode ocorrer durante todo o ciclo da cultura. O monitoramento deve ser feito desde a emergência até o final do ciclo.

Esse monitoramento pode ser realizado por meio de inspeções e/ou o uso de armadilhas adesivas de coloração amarela.

 

Controle cultural

Medidas de controle cultural podem ser adotadas. Desde a escolha da área para plantio, como durante a condução da cultura.

Algumas dessas medidas são:

  • Evitar o plantio em locais com culturas vizinhas hospedeiras e com infestação da praga.
  • Destruição de plantas daninhas e restos culturais,
  • Rotação de culturas com o cultivo de espécies não hospedeiras da praga,
  • Uso de variedades resistentes, à mosca branca e/ou vírus que a ela é capaz de transmitir.

 

Controle biológico

Bem como para outras pragas o controle biológico tem evoluído para mosca branca. Há uma grande variedade de inimigos naturais da B. tabacci, como predadores, parasitoides e entomopatógenos.

Como exemplo de inimigos naturais importantes no controle da mosca branca podemos citar o parasitoide de ninfas Encarsia formosa, o ácaro predador Ambliseius tamatavensis e fungos entomopatogênicos do gênero Lecanicillium.

No entanto, na prática, o mais utilizado no controle biológico da mosca branca é o fungo entomopatogênico Beauveria bassiana.

Ministério da Agricultura e Abastecimento estão registrados cerca de 20 produtos comerciais a base desse entomopatógeno para o controle de B. tabaci.

 

Controle químico

O controle químico tem sido o método de controle mais utilizado. No entanto, seu uso necessita de cuidados para prevenir riscos com resistência.

A rotação de produtos de grupos químicos e modo de ação diferentes deve ser adotado para evitar a evolução da resistência.

Para o controle da mosca branca existem 11 grupos químicos de modo de ação diferentes que podem ser utilizados na rotação de produtos e misturas.

Outras práticas como, momento de aplicação, doses, misturas e número de aplicações também são importantes para evitar a evolução da resistência.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

A mosca branca, Bemisia tabaci é uma praga que tem causado perdas cada vez maiores em diversas culturas de interesse econômico.

Além de causar danos diretos, também é vetor de vários vírus causadores de doenças em plantas.

O uso do manejo integrado de pragas, MIP, para o controle da mosca branca é de extrema importância como forma de integração e para evitar resistência à inseticidas.

Escrito por Pollyane Hermenegildo.

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Percevejo do milho: quais os danos e como manejar?

Percevejo do milho: quais os danos e como manejar?

O que você entende sobre percevejo do milho? Neste artigo você encontrara informações valiosas, como; principais percevejos do milho; quais os danos causados na cultura do milho, além de mostrar quais os procedimentos para o manejo e controle.

Venha comigo!

 

Percevejo do milho: quais os danos e como manejar?

 

A cultura do milho, durante o seu desenvolvimento, está sujeita ao ataque de pragas como o percevejo do milho. Antes considerada uma praga secundária na cultura do milho, os percevejos hoje podem ser considerados uma praga-chave para o sistema de produção, pois além de possuir várias espécies capazes de causar danos (que podem ser irreversíveis), os percevejos atacam também várias culturas além do milho.

Como o cultivo de milho na maioria das vezes é associado a sucessões e/ou rotações com culturas que também hospedam percevejos, você irá encontrar grande dificuldade em realizar um controle eficaz e até mesmo um controle preventivo.

Por isso, você irá notar que a incidência de percevejos na cultura exige uma atenção especial, pois com o ataque dos percevejos podem causar facilmente um nível de perdas atingindo diretamente o desenvolvimento da cultura

Dentre as espécies, existem os percevejos que atacam as raízes, o colmo e o grão na espiga do milho sendo elas;

 

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Percevejo-castanho (Scaptocoris castanea)

Os adultos têm corpo oval com cerca de 1 cm de comprimento e cor amarelada. As ninfas são mais claras e têm coloração esbranquiçada. Na parte aérea antenas laterais O ciclo biológico dura de 10 a 12 meses.

Vivem no solo, aproximadamente a 30 cm de profundidade, onde obtêm boas condições de umidade e temperatura. Em busca de tais condições, podem se aprofundar a mais de 1 m, o que geralmente ocorre durante a seca.

Deixam o solo apenas por alguns dias na estação chuvosa. Nessa ocasião, são observadas as revoadas de acasalamento dos adultos. A presença deles é facilmente notada pelo cheiro que liberam e o som estridente que produzem quando estão na superfície.

 

Danos causados

Injetam substâncias nocivas, o que prejudica ainda mais a cultura. Nas lavouras, os danos causados observados são reboleiras com plantas pouco desenvolvidas e com sintomas de deficiência nutricional e hídrica. As plantas enfraquecidas podem morrer. 

Os danos nas lavouras são observados em reboleiras. As plantas atacadas apresentam desenvolvimento inferior ao restante da cultura e alguns sintomas de deficiência nutricional e hídrica, que ocorrem em razão da sucção da seiva e da injeção de substâncias tóxicas dessa praga pois, as plantas enfraquecidas podem morrer.

 

Percevejo-barriga-verde (Dichelopsfurcatus e Dichelops melacanthus)

Percevejo com aproximadamente 1 cm de comprimento, coloração marrom no dorso e verde no abdome. Nas laterais do protórax, existe um par de espinhos com a mesma coloração da cabeça e do pronoto.

Seus ovos são verdes e encontrados em grupos no formato de pequenas placas. As ninfas na fase inicial de desenvolvimento, é bastante semelhantes aos adultos, são marrons com o abdome também verde e cabeça pontiaguda. O ciclo biológico, do ovo ao adulto, completa-se em aproximadamente 45 dias.

 

Danos causados

No milho, atacam principalmente a base do colmo, o que causa murcha, seca e perfilhamento. Também pode haver formação de manchas escuras nos locais da picada e as folhas centrais podem ficar enroladas, deformadas e descoloridas.

Era considerada praga apenas para a cultura da soja, no entanto, com o plantio em sucessão e em rotação de culturas, os insetos passaram a prejudicar também o milho, principalmente na safrinha e no plantio direto.

 

Percevejo-marrom (Euschistus heros)

O percevejo marrom, E. heros, espécie rara nos anos 70, é hoje o mais abundante. Tem a soja como seu hospedeiro principal. Adaptando-se às regiões mais quentes, é mais abundante do Norte do Estado do Paraná ao Centro Oeste, norte e nordeste Brasileiro.

O adulto apresenta dois prolongamentos laterais pontiagudos no pronoto (os espinhos). As ninfas têm coloração variada, desde o esverdeado ao marrom-escuro.

Os ovos, de cor amarelada, em pequeno número (5 a 8 por postura), são depositados nas folhas e vagens da planta. Prestes a eclodir, os ovos apresentam uma mancha rósea. A fase de ninfa dura de 15 a 20 dias.

 

Danos causados

Nos últimos anos, a cultura do milho safrinha teve aumento expressivo na área cultivada, sendo que a maioria das lavouras é plantada após a colheita da soja. Neste sistema, algumas pragas que eram consideradas importantes apenas na cultura da soja, hoje, também causam prejuízos significativos nas lavouras de milho

Esses insetos podem ser encontrados sob restos de cultura (palhada) nos horários mais quentes do dia, bem como em grãos após a colheita da soja e em plantas daninhas remanescentes da cultura anterior, preferindo os horários de temperaturas mais amenas para se alimentar.

 

Manejo Integrado de Pragas (MIP)

O eficiente controle de percevejos está diretamente ligado ao programa de Manejo Integrado de Pragas (MIP) em que assistência técnica e produtores devem tomar ações conjuntas, visando reduzir o impacto desta praga dias após a emergência.

A base do MIP consiste em:

  • Identificação das pragas-chave;
  • Identificação dos seus inimigos naturais;
  • Elaboração dos níveis de controle;
  • Monitoramento para tomada de decisão;
  • Integração dos métodos de controle.

 

Essas premissas são indispensáveis para o manejo integrado de pragas sendo assim, alguns passos devem ser seguidos:

1º Passo: O primeiro passo consiste na identificação dos níveis da densidade populacional do inseto-praga, os quais são:

  • Nível de Dano Econômico (NDE): ocorre quando a densidade populacional da praga causa prejuízo econômico equivalente ao custo do controle a ser adotado.
  • Nível de Controle (NC): ocorre quando há necessidade de adotar medidas de controle para que não ocorra dano econômico.
  • Nível de Equilíbrio (NE): ocorre quando a densidade populacional média da praga fique por um longo período de tempo sem afetar a cultura, ou seja, sem a necessidade de tomar medidas de controle.

 

2º Passo: é o monitoramento.

É a partir dele que se toma qualquer atitude. Você deve realizá-lo até mesmo antes da semeadura, o monitoramento consiste em visitas frequentes ao campo para analisar qual o nível populacional da praga-chave na sua área.

O monitoramento dos percevejos no milho é realizado de forma a se contabilizar a quantidade de percevejos vivos por metro linear, metro quadrado, ou a cada 10 plantas em uma mesma linha.

A recomendação para o monitoramento de percevejos no milho é que seja realizado em todo o ciclo da cultura.

 

3º Passo é a tomada de decisão.

Pois é a partir dele que você saberá se há população de percevejos na sua lavoura e se houver, qual o nível dessa população.

É importante lembrar que, para um manejo eficiente dos percevejos, esses passos devem ser seguidos antes mesmo da implantação do milho, ou seja, devem ser iniciados na cultura anterior, se ela também for hospedeira, como ocorre no sistema de sucessão soja-milho.

 

 

Manejo de percevejo na cultura do milho

Existem vários métodos de controle sugeridos pelo Manejo Integrado de Pragas (MIP) como;

 

Tratamento de sementes

O uso de tratamento de sementes com inseticidas neonicotinoides é um eficiente método de proteção e controle de percevejos. Mas, tão importante quanto o produto aplicado, é a maneira que este produto está sendo aplicado.

A distribuição do produto utilizado na semente deve ser muito bem feita, assegurando assim a proteção de cada semente.

O Tratamento de Sementes Industrial é uma das melhores alternativas, uma vez que oferece uma melhor distribuição e garantia de dose de ingrediente ativo por semente, além disso é de maior segurança aos colaboradores na fazenda e meio ambiente.

 

Tudo o que você precisa saber sobre a mosca branca (Bemisia tabaci)

 

Aplicação de inseticidas

Este é um dos métodos mais utilizados no controle de percevejos após o estabelecimento da cultura do milho, quando o nível de controle é encontrado no monitoramento dos percevejos. Costuma ser muito eficiente, se praticado da maneira correta.

É importante salientar que o uso indiscriminado dos inseticidas pode resultar na seleção de percevejos resistentes. Como na maioria das vezes, somente uma aplicação não é o suficiente, é muito importante que você rotacione os princípios ativos dos inseticidas utilizados, utilizando mecanismos de ação diferentes.

Lembrando que, alguns dos grupos químicos de inseticidas recomendados para o controle de percevejos no milho são os piretroidesneonicotinoides e organofosforados.

Em função dos hábitos dos percevejos, que se alojam nos colmos das plantas ou ficam escondidos na palhada, há uma dificuldade em atingir o inseto, que muitas vezes acaba não sendo atingido pela aplicação. Por isso, a tecnologia de aplicação se torna imprescindível.

 

Controle biológico

O Controle Biológico Integrado em termos de sustentabilidade e preservação ambiental, o controle biológico é uma das opções que vem sendo adotadas em algumas regiões, com o uso de agentes biológicos, seja de forma natural ou aplicada.

É um processo coevolutivo com interação entre os percevejos alvos da cultura, organismos entomopatógenos e parasitóides visando equilíbrio do sistema.

Os principais agentes biológicos encontrados em lavouras são os parasitóides que atacam ovos de diversos percevejos. Entre estes agentes, as espécies mais abundantes são a Telenomus podisi (Ahsmead) e Trissolcus basalis (Wollaston).

 

Rotação de culturas

A rotação de culturas é fundamental para a quebra do ciclo dos percevejos. Se você fornece à praga uma planta na qual ela não se alimenta, ela deixará de se reproduzir e quando você voltar a cultivar milho, provavelmente a infestação de percevejos será menor.

Por isso, recomenda-se que a rotação seja realizada com culturas que não sejam hospedeiras dos percevejos. Para conseguir realizar um bom manejo de percevejos no milho, siga os passos propostos pelo MIP e escolha as técnicas de controle que estão à sua disposição.

Estratégias integradas como semeadura na época certa, escolha do híbrido mais adequado para as suas condições, utilização do tratamento de sementes, população de plantas adequada, monitoramento frequente, dentre outras, são fundamentais.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Os percevejos são pragas iniciais em milho. Os principais danos estão relacionados ao retardo no desenvolvimento de plantas, surgimento de plantas dominadas e a redução no número de plantas comprometendo o estande ideal. Esses danos afetam diretamente o estabelecimento da lavoura com reflexos na redução de produtividade e qualidade de grãos.

Para manter a sua cultura saudável, e minimizar as suas perdas por ataque de percevejos, é preciso ter muita atenção e estratégia para o controle da praga. Para um manejo eficiente de percevejos do milho é muito importante identificação correta das espécies e realizar o monitoramento das áreas para, assim, adotar a melhor estratégia para o controle.

Escrito por Michelly Moraes.

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Lagartas da soja: aprenda como identificar e manejar!

Lagartas da soja: aprenda como identificar e manejar!

As lagartas se encontram entre as principais pragas da cultura da soja, ameaçando a sojicultura do Brasil.

Aprender a identificá-las e manejá-las, é a maneira mais eficaz de controlá-las e evitar prejuízos.

Portanto, neste artigo daremos destaque para as principais lagartas que atacam a cultura da soja e como manejá-las.

Identificar cada uma das espécies de lagartas e prever os prejuízos que podem causar na lavoura é uma tarefa de extrema importância e que exige um pouco mais de conhecimento.

As lagartas são a fase jovem das Mariposas e borboletas, que pertencem a ordem Lepidoptera, são elas as principais responsáveis por causar injurias na lavoura de soja.

 

Lagartas da soja: aprenda como identificar e manejar!

 

Desde a semeadura até a colheita a cultura da soja está sujeita ao ataque de diversas espécies de lagartas.

Algumas das lagartas que hoje estão entre as principais ameaças à produtividade da soja são:

  • Lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis),
  • Lagarta falsa-medideira (Chrysodeixis includens),
  • Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus),
  • Lagarta-rosca (Agrotis ipsilon),
  • Lagarta-das-maçãs (Heliothis virescens),
  • Lagarta-do-cartucho (Spodoptera),

Agora vamos conhecer melhor cada uma delas!

 

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Lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis)

É uma das espécies de lagarta desfolhadora mais comum no Brasil. Alimentam-se de toda a folha causando grandes áreas recortadas ou consumindo-as completamente.

Elas apresentam inicialmente coloração verde com três listras longitudinais brancas no dorso e as patas abdominais ainda não se desenvolveram completamente, fazendo-as serem confundidas com a lagarta falsa-medideira.

Quando maiores, as lagartas podem continuar verdes ou ficarem escuras, no entanto, as três linhas longitudinais claras no dorso permanecem.

 

Lagarta falsa-madeira (Chrysodeixis includens)

A falsa-medideira também é uma das principais lagartas desfolhadoras da cultura da soja. São chamadas assim porque andam em movimentos do tipo “mede-palmo”.

Apresentam coloração verde clara e listras longitudinais esbranquiçadas com pontuações pretas no dorso.

Essa lagarta alimenta-se de uma grande variedade de plantas, como por exemplo o algodão, o que facilita o seu crescimento populacional, sendo possível encontrá-la em vários estádios de desenvolvimento em uma mesma região.

Inicialmente, as lagartas apenas raspam as folhas. Com o seu crescimento, passam a se alimentar do limbo foliar, deixando as nervuras, o que causa um aspecto rendilhado nas folhas.

 

Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus)

A lagarta-elasmo ou Broca do colmo apresenta coloração marrom ou verde com listras e anéis vermelhos no corpo.

Elas alimentam-se e do caule e das folhas das plântulas, resultando no enfraquecimento, tombamento e até a morte da planta.

O ataque é mais prejudicial ocorre na fase inicial da cultura, uma vez que as plantas jovens são facilmente predadas e apresentam menor capacidade de recuperação

 

Lagarta-rosca (Agrotis ipsilon)

A lagarta-rosca é lisa, robusta, podendo atingir até 5 cm de comprimento e de coloração variável, porém com dominância do cinza escuro ou marrom.

Possuem esse nome por apresentarem como principal característica de se enrolar quando perturbada.

Ela possui hábito noturno, ficando escondida no solo durante o dia, normalmente próximo das plantas das quais vão alimentam.

As principais perdas causadas por essa lagarta ocorrem na fase inicial da cultura, pois ela pode se alimentar das sementes recém-germinadas e da haste das plantas.

Os danos que podem ser observados em campo são reboleiras, plantas murchas e tombadas.

 

Lagarta-das-maçãs (Heliothis virescens)

A lagarta-das-maçãs, é de grande importância na cultura do algodão, no entanto, se tornou muito polífaga, atacando também lavouras de soja.

Apresentam coloração que pode variar de creme, verde ou amarela, mas sempre com pintas escuras pelo corpo.

Em sua fase inicial de desenvolvimento elas ficam escondidas nas flores e vagens, dificultando o monitoramento.

O ataque ocorre principalmente nas fases finais do ciclo da cultura, gerando danos às flores, vagens e grãos.

 

Lagarta-do-cartucho (Spodoptera spp.)

A ocorrência de lagartas do gênero Spodoptera tem crescido na cultura da soja. As espécies mais comuns são S. cosmioides, S. eridania, S. frugiperda.

As espécies possuem características morfológicas distintas, o que pode dificultar a correta identificação.

S. frugiperda cortam plantas rentes ao solo com sintomas semelhantes ao ataque da lagarta-rosca (Agrotis ipsilon), ela também pode na fase vegetativa, causando uma desfolha acentuada.

As espécies S. eridania e S. cosmioides, causam danos diretos às vargens, além da desfolha.

As lagartas do gênero Spodoptera possuem grande importância econômica devido à sua voracidade.

 

Como manejar as lagartas na soja?

O Manejo Integrado de Pragas (MIP), é a maneira mais eficiente de controlar as lagartas da soja na lavoura e assim evitar prejuízos.

O MIP é composto de várias medidas de controle que aplicadas em conjunto atuam diretamente no controle das lagartas e também diminuem a resistência dos insetos.

O primeiro passo para iniciar o MIP é o monitoramento, a partir de então vem a tomada de decisão para o controle.

Vários métodos de controle podem ser utilizados como controle cultura, genético e químico.

Vamos aprender melhor cada um deles!

 

Controle cultural

A rotação de culturas é uma boa estratégia para o controle de várias pragas e doenças. No entanto, as lagartas são muito polífagas e esta medida pode não ser eficiente.

Apesar disso outras medidas como: eliminação de hospedeiros alternativos, destruição dos restos culturais, tratamento de sementes e plantio na época correta, podem ajudar na diminuição do ataque dessas pragas.

 

Fungos causadores de doenças em plantas.

 

Controle genético

A biotecnologia tem sido uma importante ferramenta no manejo de pragas, proporcionando variedades de soja modificadas geneticamente, como a soja Intacta RR2 PRO®.

As tecnologias com a proteína Bt (Bacillus thuringiensis) conferem proteção contra às principais lagartas da soja que atacam a cultura.

É importante lembrar que com o plantio de cultivares de soja geneticamente modificadas, também é necessário o plantio de uma área de refúgio, para evitar a seleção de insetos resistentes.

 

Controle químico

A aplicação de inseticidas para combater as lagartas da soja pode se tornar necessária, no entanto deve ser utilizada de forma consciente.

Visando retardar o desenvolvimento de resistência de insetos aos inseticidas é recomendado que se utilize produtos com diferentes modos de ação.

Utilize sempre produtos registrados para a cultura, e de acordo com as recomendações da bula ou consulte um Engenheiro Agrônomo.

 

Controle biológico

O controle biológico pode ser natural, com organismos presentes na lavoura, ou aplicados de forma inundativa, com organismos adquiridos em empresas especializadas na produção desses inimigos naturais.

Podem ser utilizados por exemplo, insetos que se alimentam de ovos, ou fungos que parasitam as lagartas.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

O ataque de lagartas da soja pode causar grandes prejuízos ao produtor, no entanto a identificação e a correta utilização de um programa de Manejo Integrado de Pragas, pode auxiliar o produtor no controle das mesmas.

 

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Inseticidas: o uso e as técnicas corretas na agricultura!

Inseticidas: o uso e as técnicas corretas na agricultura!

Você sabe a importância dos inseticidas na agricultura? Neste artigo você irá encontrar tudo sobre o tema, além de conhecer algumas técnicas para o uso correto dos inseticidas agrícola.

Venha Comigo!

 

Inseticidas: o uso e as técnicas corretas na agricultura!

 

Os inseticidas são os defensivos agrícolas, que atuam na prevenção e controle de insetos e pragas, responsáveis por grande perda nas lavouras. Além de reduzir na produtividade, dependendo da intensidade da infestação e danos causados, os insetos podem matar a lavoura. Os inseticidas são substâncias químicas ou biológicas e são usados para controlar doenças e plantas daninhas que afetam as culturas.

Os principais modos de ação dos inseticidas são por contato direto do produto no alvo ou a ingestão de folhas que contenham o princípio ativo. Além disso, os produtos podem ser considerados fisiológicos ou de choque.

O uso excessivo dos produtos e a má utilização no manejo pode provocar contaminação tanto na produção agrícola quanto de mananciais próximos a área de aplicação. Devido a esses riscos existe uma fiscalização do órgão público com as empresas de defensivos agrícolas.

 

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Modo de ação dos inseticidas

Existem várias formas do inseticida afetar a praga. Os principais modos de ação, são por contato direto do produto no alvo ou a ingestão de folhas que contenham o princípio ativo.

 

Mecanismo de transferência do produto.

Modo de ação dos inseticidas

 

  • Ingestão: É absorvido pelo intestino médio, circula na hemolinfa e atinge o sistema nervoso. Inseticidas mais antigos possuíam este tipo de ação;
  • Contato: Sua ação se dá pelo contato com o corpo do inseto, penetrando na epicutícula e sendo conduzido através do tegumento, onde irá atuar sobre as terminações nervosas. Pode matar insetos-praga pelo simples contato com superfícies atingidas pelo inseticida;
  • Fumigação: O inseticida age pelas vias respiratórias, devendo ser inalado na forma de gás pelo inseto. O gás penetra através dos espiráculos e age sobre o sistema nervoso.
  • Profundidade: Inseticida capaz de atingir insetos através do tecido vegetal (ação translaminar), como sob uma folha ou dentro de um fruto;
  • Sistêmico: É aquele inseticida que, aplicado sobre folhas, troncos, ramos, raízes e sementes é capaz de ser absorvido e circular com a seiva para todas as partes da planta.

 

Grupos de inseticidas

Os inseticidas são comumente classificados de acordo com sua composição química. Como por exemplo;

 

Organoclorados

Constituem o grupo pioneiro dos praguicidas sintéticos. De largo uso agrícola e domiciliar, os organoclorados desempenharam papel marcante no combate a organismos nocivos ao homem, com repercussões sociais e econômicas importantes.

Beneficiado tanto o setor agrícola no sentido de aumentar a produtividade e produção de alimentos, estas moléculas matavam não somente os organismos alvo como também insetos neutros ou até mesmo benéficos ao homem.

As principais vias de absorção são as dérmicas, digestiva e respiratória, e devido a sua alta estabilidade química e alta solubilidade em gorduras, se acumula nos tecidos de animais e vegetais, e, por conseguinte na cadeia alimentar.

Também possuem alta estabilidade à ação da luz solar e temperatura ambiente. Assim, chegaram a contaminar também o homem. Sendo diversos casos de câncer atribuídos a este grupo de inseticidas.

 

Organofosforados

Os organofosforados podem ser utilizados para combater insetos sugadores, desfolhadores e alguns rizófagos. O modo de ação pode ser sistêmico ou de fumigação, mas a ação de contato é a mais importante. São biodegradáveis, com persistência curta no solo.

São biodegradáveis, sendo, portanto sua persistência curta no solo, 1 a 3 meses. O principal meio de degradação no ambiente parece ser a hidrólise sob condições de alcalinidade. Muitos inseticidas organofosforados são instáveis em pH menor que 2, sendo a maioria mais estável na faixa de pH do ambiente (pH 3-6).

É importante que estes compostos sejam estáveis em pH neutro, por causa de suas formulações em óleos concentrados, solventes miscíveis em água, grânulos inertes, para aplicação direta ou após dispersão em água.

O modo de ação é por contato e ingestão. Agem como inibidores das enzimas colinesterases, causando o aumento dos impulsos nervosos, assim podendo ocasionar a morte.

 

Carbamatos

Os carbamatos são derivados do ácido carbâmico, e tendem a ser de uso intradomiciliar em relação aos organofosforados, devido ao menor odor de algumas formulações inseticidas.

São praguicidas orgânicos derivados do ácido carbâmico. Três classes de carbamatos são conhecidos: carbamatos inseticidas (e nematicidas), carbamatos herbicidas e carbamatos fungicidas. Os carbamatos usados como inseticidas (e nematicidas) são derivados do éster de ácido carbâmico.

Com modo de ação semelhante aos organofosforados, ou seja, a inibição da enzima acetilcolinesterase, os carbamatos possuem as seguintes características:

  • Alta atividade inseticida;
  • Baixa ação residual;

 

Tecnologias que agregam qualidade à pulverização

 

Piretróides

Os piretróides foram descobertos a partir de estudos que procuravam modificar a estrutura química das piretrinas naturais, e, uma vez que apresentavam maior capacidade letal para os insetos, propriedades físicas e químicas muitos superiores, maior estabilidade à luz e calor e menor volatilidade.

Os piretróides possuem alta eficiência, sendo necessário menores quantidades de ingrediente ativo, com menor risco de contaminação nas aplicações. Com isso, foram tomando rapidamente o lugar dos organofosforados.

Outra vantagem destes praguicidas é que eles admitem a sinergia, ou seja, a potencialização de sua ação através da adição de um ingrediente sinergista, aumentando ainda mais a eficiência.

São os compostos de mais rápida ação na interferência da transmissão de impulsos nervosos. Podem possuir efeito repelente, espantando os insetos ao invés de eliminá-los.

 

Reguladores de Crescimento

Os produtos inibem e troca da ecdise e a produção de quitina, inibindo o desenvolvimento dos insetos estas combinações ainda estão limitadas por apresentarem ação lenta agindo em fases restritas do ciclo de vida dos insetos muitas vezes, não protegendo as culturas quando em níveis críticos do ataque.

Entretanto existe existem benefícios grandiosos que reforçam as qualidades, como:

  • Alta eficiência biológica;
  • Baixo nível de toxicidade para mamíferos, pássaros e peixes;
  • Seletividade para a fauna benéfica.

Vale ressaltar que nem sempre este tipo de praga causa danos significativos à plantação em alguns casos, os insetos benéficos podem ser até mesmo utilizados para fazer o controle biológico de outras pragas na lavoura. Porém, é necessário acompanhar atentamente para ter a dimensão do impacto dos insetos na produção.

 

Bioinseticidas – Bacillus thuringiensis

É utilizada no controle lepidópteros e coleópteros pragas, seja na forma de bioinseticida ou como plantas transformadas expressando toxinas esta bactéria.

Esta bactéria está presente em amostras de solos de áreas cultivadas com culturas anuais ou perenes, áreas desérticas, ambientes aquáticos, superfície e interior de plantas, restos vegetais, insetos e pequenos mamíferos mortos, teias de aranha, grãos armazenados e locais inabitados

Devido à sua adaptação a diferentes habitats, Bt produz uma grande gama de substâncias que podem ser utilizadas para diversos fins, como por exemplo, controle de doenças fúngicas em plantas.

 

Aplicação dos inseticidas

Na prática, antes de se tomar qualquer decisão, deve-se ter em mente três questões relativas à tecnologia de aplicação: o que aplicar (qualidade do produto), como aplicar (qualidade da aplicação) e quando aplicar (momento da aplicação).

Para se definir o que aplicar, antes se tem que fazer uma análise correta do problema a controlar e qual impacto econômico e ambiental que esse problema poderá causar, se não for devidamente controlado.

Uma vez definido que é necessário fazer uma intervenção, qual o melhor produto a ser aplicado e onde esse produto deve ser depositado, ou seja, qual alvo deverá ser atingido.

É necessário bom planejamento antes do plantio, para que tudo possa ser executado no momento necessário e de forma correta.

APLICAÇÃO DO INSETICIDA

(Fonte: AGROPÓS, 2020)

 

O sucesso de uma aplicação depende da capacidade operacional da fazenda, ou seja os equipamentos disponíveis devem permitir aplicar os defensivos de forma correta e no momento necessário.

 

Uso inadequado de inseticidas

Prejuízo à saúde humana

A saúde das pessoas também pode ser colocada em risco pelo uso de inseticidas. Pois para aplicação desses defensivos e necessário o traje de roupas adequados, para que não haja uma contaminação. Além do excesso de agrotóxicos nas plantas comestíveis pode acarretar em diversos problemas de saúde.

 

Resistência das pragas

O uso excessivo ou inadequado de inseticidas na lavoura pode ter como consequência o efeito contrário do desejado. Em vez de aniquilar as pragas que prejudicam a plantação, o inseticida acaba fortalecendo os parasitas.

Esse problema pode ocorrer por uma série de motivos. Entre os principais, podemos citar os seguintes como por exemplo aplicação de doses acima ou abaixo das recomendadas pelo fabricante ou até mesmo erro no manejo.

Prejuízo à cultura

A aplicação de inseticidas deve, necessariamente, seguir normas que garantam a proteção do meio ambiente. Caso contrário, os prejuízos podem ser muito grandes. Isso pode estar relacionado à quantidade ou à forma de aplicação e prejudicar diversos aspectos do meio ambiente como;

  • Poluição do solo
  • Poluição da água
  • Desequilíbrio Biológico

 

Manejo integrado de pragas (MIP)

O uso das técnicas de Manejo Integrado de Pragas garante mais economia para os agricultores, que passam a gastar muito menos com defensivos agrícolas. Com uma programação baseada na análise de dados e no monitoramento das plantações, é possível reduzir o número de aplicações e ainda minimizar os estragos.

Dessa maneira, os trabalhadores também são menos expostos a esses produtos, diminuindo os riscos à saúde decorrentes da manipulação desse tipo de material. Paralelamente, o MIP ajuda na manutenção do ambiente de produção e reduz as chances de contaminação ambiental.

Outra vantagem é o baixo investimento para a realização desse manejo e, claro, a estabilidade dos índices de produtividade da lavoura.

Além disso, essas práticas podem ser implementadas em propriedades de qualquer tamanho. Porém, é preciso lembrar que os profissionais devem ser capacitados para executar o monitoramento, as análises e as aplicações de maneira segura e objetiva.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Portanto, os inseticidas agrícolas são os grandes responsáveis pelo controle de pragas nas lavouras e consequentemente pela qualidade dos alimentos. Porém, deve haver muito cuidado na hora de se utilizar esses recursos na plantação. Isso porque, se forem usados de forma inadequada, podem gerar consequências para os trabalhadores, para a lavoura, para o consumidor e até mesmo para o meio ambiente.

Com isso o manejo integrado pragas (MIP) é possível a aplicação de técnicas apropriadas e métodos de forma tão compatível quanto possível e mantém a população da praga em níveis abaixo daqueles capazes de causar danos econômicos.

 

Pós-graduação Fitossanidade

Manejo Integrado de Pragas: aprenda a atilizar!!!

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Você conhece o Manejo Integrado de Pragas?  Saiba mais sobre este sistema e como ele pode te ajudar a ter plantas mais saudáveis!

 

Manejo Integrado de Pragas: Por que adotá-lo na sua lavoura?

FONTE: Adaptado de Entomological Society of America’s

 

O que é o Manejo Integrado de Pragas (MIP)?

O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é essencialmente uma tomada de decisão e que se leva em conta não somente a eliminação da praga e o lucro, mas também os custos e benefícios a longo prazo para o meio ambiente e a sociedade em geral.

Mesmo se você fizer tudo certo ao implantar uma cultura, as pragas aparecerão inevitavelmente e causarão prejuízos ao final da safra. Mas o que são pragas?

No sentido amplo, pragas são organismos capaz de causar danos às plantas, seus produtos e subprodutos.

Podem ser microrganismos (como fungos, bactérias, nematoides, vírus), plantas daninhas, ou insetos. Juntos, eles chegam a causar 40% de perdas nos cultivos.

Estima-se que só os insetos considerados pragas causem perdas anuais de US$ 12 bilhões para a economia brasileira.

Assim, é necessário adotar medidas para diminuir estas perdas. Neste texto falaremos sobre os insetos-praga.

Durante muitos anos, as medidas adotadas para controle destes organismos eram baseadas exclusivamente na utilização de inseticidas.

O seu uso abusivo trouxe consequências negativas ao longo dos anos. Neste contexto, foi criado o conceito de manejo integrado de pragas.

Ao contrário do que muitos pensam, o manejo integrado de pragas não é algo novo.

Desde a década de 1920, entomologistas já recomendavam o controle do bicudo do algodoeiro através da combinação de plantas tolerantes e queima de restos da cultura.

Assim, o uso de inseticidas só era recomendado quando a população da praga atingia níveis insuportáveis.

De uma maneira mais ampla, pode-se conceituar o MIP como a combinação vantajosa de mais de um tipo de método para manter as pragas em nível aceitável.

 

Pós-graduação Fitossanidade

 

Componentes do Manejo Integrado de Pragas (MIP)

 

Avaliação do agroecossistema

De forma simplificada, a avaliação do agroecossistema consiste em se conhecer a lavoura e os principais insetos que ocorrem nela.

Isso inclui saber o estágio de desenvolvimento que as plantas se encontram, pois algumas pragas incidem em determinado estágio com maior intensidade.

As condições climáticas influenciam a incidência de pragas. Em temperaturas maiores, ocorrem mais ciclos do inseto durante a safra, fazendo com que sua população seja maior.

A maioria dos insetos presentes em um determinado campo de cultivo não causam dano algum àquela cultura, sendo assim não são considerados praga.

Inclusive podem ser benéficos, quando auxiliam no controle populacional das pragas – estes são os chamados inimigos naturais.

Espécies que raramente causam prejuízos à cultura são consideradas pragas secundárias.

No entanto, algumas poucas espécies presentes na cultura estão em nível populacional alto e causam danos frequentemente, sendo então consideradas como pragas-chave.

Assim, a atenção deve ser voltada ao monitoramento dessas espécies, pois os dados deste monitoramento é que fornecerão a base para a estratégia de manejo a ser adotada.

 

Monitoramento

O monitoramento deve ser realizado periodicamente e permite estabelecer os níveis populacionais de equilíbrio, de controle e de dano econômico dos insetos.

Ou seja, devem ser realizadas frequentes amostragens com o objetivo de saber se a população é alta suficiente para causar nado.

O nível de equilíbrio é quando a população não sofre grandes variações ao longo do tempo.

Já o nível de controle é quando a população atinge um nível que é necessário adotar medidas de controle a fim de evitar prejuízos e o nível de dano econômico, que é a menor densidade populacional capaz de causar perdas econômicas significativas ao agricultor.

O nível de controle varia para diferentes pragas em uma mesma cultura ou mesmo para uma mesma praga incidindo em diferentes culturas.

As medidas de controle adotadas demoram um tempo até que surjam efeitos. Assim, o controle deve ser realizado antes do nível populacional alcançar o nível de dano econômico.

No gráfico abaixo, podemos observar que, quando medidas não são adotadas no momento correto a população da praga ultrapassa o nível de dano econômico, causando prejuízos.

 

Nível de controle no (MIP)

FONTE: AGROPÓS

 

Tomada de decisão e controle

No MIP, quando se utiliza dados de monitoramento das pragas, é possível efetuar a tomada de decisão, onde leva-se em consideração a relação custo/benefício do controle de pragas.

Como dito no início deste texto, o manejo integrado de pragas preconiza a adoção de mais de um método para controle de pragas em uma cultura.

Dentre estes métodos estão o controle cultural, controle biológico, resistência genética, controle legislativo, métodos genéticos e controle químico.

Vamos conhecer um pouco sobre cada um desses métodos?

 

Métodos de controle no Manejo Integrado de Pragas

 

Controle biológico

O controle biológico consiste em controlar as pragas por meio do uso de seus inimigos naturais e pode ser natural, clássico ou artificial.

No controle biológico natural são utilizados os inimigos naturais já existentes no ecossistema.

Isso pode ser feito pela preservação de matas nativas próximas aos cultivos ou pela utilização de inseticidas seletivos.

Nesse controle o foco é controlar pragas exóticas e para isso são introduzidos inimigos naturais por algumas vezes no local, como medida de controle a longo prazo.

O controle biológico artificial consiste da criação massal e aplicação de inimigos naturais em grande quantidade, ou seja o que faz com que este tipo de controle tenha ação mais rápida, semelhante a inseticidas químicos.

O controle biológico é uma técnica que apresenta diversas vantagens, como especificidade, fazendo com que um agente introduzido no agroecossistema não tenha efeitos danosos a outros insetos benéficos, controle duradouro.

o inimigo natural pode se estabelecer formando uma população estável naquele cultivo, não poluir o meio ambiente e alimentos, dentre outras.

A utilização comercial de produtos biológicos para o controle de insetos vem se tornando cada vez mais frequente, decorrente das exigências do mercado.

 

Controle cultural

O controle cultural ou manipulação do ambiente de cultivo é um método preventivo que deve ser considerado como a primeira linha de defesa contra as pragas e nada mais é do que a adoção de práticas culturais típicas da cultura, com o objetivo de desfavorecer o desenvolvimento de insetos-praga.

Diversas estratégias podem ser utilizadas na manipulação do ambiente de cultivo, dentre essas merecem destaque:

 

Destruição de restos culturais

Esta medida visa controlar pragas que sobreviveriam a entressafra em restos culturais, servindo como fonte de infestação para a safra seguinte. É muito adotada na cultura do algodoeiro, com o objetivo de manejar o bicudo.

 

Uso de sementes e mudas sadias

Esta medida visa evitar a introdução de insetos que se disseminam através de sementes e mudas, como ocorre com a lagarta rosada do algodoeiro.

 

Preparo do solo

O preparo do solo por meio da aração e gradagem promove o enterrio de pragas localizadas na superfície do solo ao mesmo tempo que favorece a exposição de insetos localizados a profundidades maiores à incidência de radiação solar e ao ataque de inimigos naturais, como pássaros.

 

Espaçamento entre plantas

Plantios mais adensados, com espaçamento menor entre plantas tendem a criar um microclima mais desfavoráveis a certos insetos, como por exemplo, o bicho-mineiro em café. Além disso, promovem facilitam a colonização de fungos entomopatogenicos, favorecendo a adoção do controle biológico.

 

Modificação da época de colheita

Na maioria das vezes não é viável modificar totalmente a época de colheita de uma cultura. No entanto, em alguns casos, como de infestação por broca do café, recomenda-se colher primeiro os talhões mais afetados.

 

Controle legislativo

As medidas de controle legislativos são leis, portarias e decretos, quer federais, estaduais ou mesmo municipais, que obrigam ao cumprimento de determinadas medidas de controle.

 

Quarentena

Tem o objetivo evitar a entrada de pragas exóticas e sua disseminação.

 

Medidas obrigatórias de controle

São medidas que tem execução determinada por legislação e o produtor deve adotar. Um exemplo é o estabelecimento de data limite para destruição dos restos culturais para controle do bicudo do algodoeiro.

 

Legislação do uso de agentes e métodos de controle

Neste exemplo estão enquadrados a obrigatoriedade do receituário agronômico e a lei dos agrotóxicos. Além da legislação acerca dos organismos transgênicos no Brasil.

 

Resistência de plantas

Algumas plantas possuem a capacidade natural de impedir ou suportar e se recuperar de injurias causadas por insetos praga. Esta característica herdável é chamada de resistência genética.

Pesquisadores trabalham na seleção e multiplicação destas plantas naturalmente resistentes por meio de métodos clássicos ou de engenharia genética, para obtenção de cultivares comerciais.

Dessa forma, atualmente estão disponíveis cultivares resistentes a diversas pragas que causam prejuízos.

Sempre que for possível, a resistência genética deve ser um método adotado, pois possui vantagens como facilidade de adoção, especificidade, baixo custo, harmonia com o ambiente, além de ser compatível com outras medidas de controle.

 

Métodos químicos

Consiste na aplicação de substancias químicas para prevenir ou destruir pragas. São os conhecidos defensivos agrícolas, com ênfase nos inseticidas.

O controle químico tem sido um método indispensável no manejo integrado de pragas (MIP), pois em algumas situações é a única medida pratica quando a população aproxima-se do NDE.

Quando aplica-se inseticidas com o mesmo mecanismo de ação por repetidas safras, há o risco de seleção de insetos resistentes, fazendo com que com o passar do tempo a praga não seja mais controlada pelo produto.

Sendo assim, deve-se rotacionar inseticidas com diferentes mecanismos de ação. Existem diversos produtos registrados para as principais pragas agrícolas.

Ao utilizar esta medida, o produtor deve optar por inseticidas seletivos, que tenham pouco efeito sobre os inimigos naturais.

Além disso, é importante estar atento à tecnologia de aplicação, para garantir a dose e cobertura correta.

 

Manejo Integrado de Plantas Daninhas

 

Métodos comportamentais

Os insetos utilizam odores para sua defesa, seleção de plantas, acasalamento, entre outros processos.

No controle comportamental, são utilizadas substancias ou organismos para alterar o comportamento da praga. Essas substancias podem ser feromônios, atraentes ou repelentes, por exemplo.

Os feromônios são substâncias utilizadas para comunicação entre indivíduos da mesma espécie e podem ser utilizados tanto para detecção e monitoramento de pragas, quanto para o controle.

São utilizados para detectar os primeiros voos da mosca das frutas, por exemplo.

No monitoramento, são distribuídas armadilhas contendo feromônios para verificar se uma praga atingiu o nível de controle, como no caso da mariposa Grapholita molesta em cultivos de pessegueiros.

No MIP, são utilizadas armadilhas contendo feromônios para atração e posterior coleta dos insetos.

Além disso, os feromônios podem ser utilizados para confundimento durante o período de acasalamento reduzindo o a probabilidade dos machos encontrarem as fêmeas.

 

Plataforma Agropós

 

Porque adotar o Manejo Integrado de Pragas (MIP)?

Otimização de recursos, conservação do ambiente e economia. Essas são as principais vantagens em adotar o manejo integrado de pragas na sua lavoura,

Ao diminuir o uso de inseticidas o MIP além de diminuir os custos, torna a lavoura mais saudável.

O MIP, que preconiza a adoção de diversas medidas, permite que o agroecossistema esteja em equilíbrio.

O resultado é: produtos de maior qualidade e maior produtividade.

 

Conclusão

Num ecossistema artificial, como as lavouras agrícolas, não se deve esperar a ausência de pragas, elas ocorrerão.

O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é um sistema que visa controlar essas pragas utilizando-se de diferentes métodos aplicados nos momentos adequados.

Dentre estes métodos estão os biológicos, comportamentais, culturais, de resistência, legislativos e químicos.

Para adoção do MIP não existe um pacote pronto. Cada caso deve ser analisado, através de um programa de monitoramento com amostragens periódicas.

No entanto, se aplicado corretamente o MIP trará vantagens econômicas e ambientais para sua lavoura. Gostou de saber mais sobre Manejo Integrado de Pragas? Acompanhe nossos posts e mantenha-se atualizado!

 

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