No controle do plantio de melancia, você deve seguir o manejo integrado de pragas
O controle de predadores em plantio de melancia deve seguir o manejo integrado de pragas (MIP). No entanto, como as informações não existem ou são muito escassas para esse cultivo, a sugestão é adotar os indicadores do manejo integrado do melão, considerando-se que é a mesma família botânica da melancia. Para adoção do MIP, é fundamental o conhecimento da fenologia da cultura, a identificação e o monitoramento das populações de insetos-pragas, que tem entre as principais:
Pulgões – infestam folhas novas (face inferior), ramos, brotações e inflorescências e sugam a seiva dessas estruturas, normalmente provocam o encarquilhamento das folhas. São transmissores de viroses e podem ser associados à fumagina, fungo de cor preta que recobre as folhas e diminui a fotossíntese das plantas. A utilização de armadilhas pegajosas amarelas pode ajudar no monitoramento do pulgão;
Mosca-branca – inseto que suga a seiva da planta e ocorre, em geral, na face inferior das folhas. As formas jovens são inicialmente móveis e depois se tornam fixas. Os adultos são pequenos com asas brancas. O maior problema ocasionado pelas moscas-brancas é a transmissão de viroses, mas também é associada à fumagina, devido ao líquido açucarado liberado pelos insetos durante a alimentação;
Tripes – são insetos pequenos de corpo afilado que atacam folhas mais novas, assim como as flores e frutos. As folhas podem ficar prateadas, recurvadas e até ressecar. De difícil controle, também podem transmitir viroses;
Mosca-minadora – são moscas pequenas de coloração preta e amarela, que fazem postura no interior das folhas. O prejuízo é causado pelas larvas. Altas populações podem reduzir a produção e chegar a matar plantas menores;
Vaquinhas – são pequenos besouros que se alimentam das folhas. Suas larvas atacam as raízes, podendo causar a murcha da planta e até sua morte;
Lagartas desfolhadoras – há várias espécies de diferentes tamanhos e colorações. Quando menores, raspam a folha e, à medida que crescem, causam maiores danos. Dependendo da espécie, a pupa pode ocorrer no solo ou na própria folha.
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Pós-graduação lato sensu a distância em Avanços no Manejo Integrado de Pragas em Culturas Agrícolas e Florestais.
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Controle de pragas
Existem diversos inimigos naturais em cultivos agrícolas, como joaninha e bicho lixeiro, que são predadores com capacidade de controlar as pragas. Para não confundí-los com os insetos- pragas, é necessário conhecê-los e evitar o uso de produtos químicos que os eliminem da lavoura. Manipueira, extrato de fumo, solução de sabão e extrato de folhas de nim, são alguns produtos naturais que podem ser usados em conjunto com outras medidas de controle integrado, como cultivo consorciado da melancia com plantas aromáticas, manta agrotextil e cobertura do solo com mulching orgânico (coquetel de gramíneas mais leguminosas). Entretanto, é fundamental não exceder no uso de adubos, especialmente os nitrogenados, que favorece a exposição das plantas às pragas e doenças. Se a opção for por agrotóxicos, é importante a assistência de técnicos, como agente de extensão ou especialistas em fitossanidade, para obter ajuda na identificação correta das pragas e recomendação de uso de agroquímicos registrados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para a cultura de melancia. Ainda recomenda-se a rotação de produtos químicos, para garantir um controle eficaz e evitar o desenvolvimento da resistência aos agroquímicos utilizados.
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Manejo de praga diminuiu em 50% o uso de inseticida
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Controle de ervas daninhas
Por se tratar de uma cultura muito sensível, as capinas devem ser realizadas com cuidado para não danificar o sistema radicular e os ramos da melancia. O controle de plantas invasoras entre as linhas de cultivo pode ser feito utilizando-se tratores ou tração animal. Entre as plantas, deve ser manual, com o uso de enxada e até, aproximadamente, 50 dias após a germinação. Após esse período, o plantio de melancia já formado tem maior capacidade de competição e o desenvolvimento dos ramos impede o estabelecimento de plantas daninhas. Para adotar o controle manual com a aplicação de herbicidas seletivos em pré ou pós-emergência em áreas altamente infestadas por plantas daninhas, o agricultor deve procurar técnico especializado para fazer a indicação. A seleção e dosagem do herbicida é feita de acordo com as plantas daninhas presentes na área, o seu nível de incidência e o tipo de solo. A cobertura morta com palha de arroz, bagaço de coco ou palha seca é uma alternativa no manejo de plantas daninhas e manutenção da umidade do solo.
Fonte: Globo Rural