Aderr informou que continuam em quarentena os municípios de Uiramutã, Pacaraima, Normandia e Amajari. Praga conhecida como Mosca da Carambola impede a exportação de frutas desde 2010.
Onze municípios de Roraima estão liberados para comercializarem frutas como o caju e a manga para o Amazonas e demais estados do Brasil, informou a Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr) nessa quarta-feira (16). A praga conhecida como Mosca da Carambola impedia a exportação de frutas desde 2010.
A medida foi publicada por meio de resolução pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no Diário Oficial da União.
Segundo a Aderr, a comercialização de frutas foi permitida aos municípios de Alto Alegre, Boa Vista, Cantá, Caracaraí, Mucajaí, São João da Baliza, Caroebe, São Luís do Anauá, Rorainópolis, Bonfim e Iracema.
Com isso, os municípios de Uiramutã, Pacaraima, Normandia e Amajari permanecem em quarentena.
Segundo o coordenador de Defesa Vegetal da Aderr, Luiz Estrella, o estado estava impedido de exportar frutas passíveis de hospedar a praga desde 2010.
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“Durante estes oito anos em que ficamos impedidos de exportar esses frutos, deixamos de ganhar R$ 20 milhões mensais, que poderão ser retomados a partir de agora”, enfatizou.
Estrella lembrou que o município de Boa Vista já era considerado livre da praga por conta das propriedades da região estarem adequadas a Instrução Normativa 28, estabelecida pelo Mapa, que promove as regras para exportação de frutos.
O texto determina que o produtor crie uma unidade de produção para o acompanhamento de um responsável técnico que fará o monitoramento de armadilhas para pegar a mosca dentro da propriedade.
“Com base na análise desta propriedade, o profissional concede um selo declarando se aquela área está livre da praga. Muitos podem considerar uma burocracia, mas é necessário para garantir a rastreabilidade do produto para que assim se conheça sua origem, dando mais credibilidade”, disse.
Para garantir que a praga não volte a se espalhar, a Resolução 3 estabelece a capital de Roraima como zona tampão, exceto nas comunidades indígenas pertencentes à reserva São Marcos e ao município de Bonfim, até o limite com o município de Cantá.
“É uma área estabelecida com o objetivo de filtrar os impactos negativos das atividades que ocorrem fora dela, no caso a da mosca da carambola”, conclui Luiz Estrella.
Mosca da carambora
Segundo a Embrapa, a mosca da carambola é considerada a principal barreira fitossanitária nas exportações da fruticultura nacional devido aos países importadores estabelecerem restrições à aquisição de frutos hospedeiros da praga.
A origem do inseto é o Sudeste Asiático, sendo considerada espécie invasora no Brasil, Suriname, República da Guiana e Guiana Francesa. Os danos ocorrem em várias frentes.
O ataque da mosca da carambola ameaça a produção, pois os frutos infestados têm seu desenvolvimento afetado e caem precocemente, ou seja, o produtor tem perda direta.
Ainda de acordo com a Embrapa, as medidas para o controle da praga acabam aumentando os custos da produção e a depreciação do fruto infestado implica no menor valor comercial e frutos que se conservam por menos tempo nas prateleiras, porque apodrecem precocemente.
Fonte: G1