(31) 9 8720 -3111 contato@agropos.com.br
Cigarrinha das pastagens: conheça tudo sobre essa praga!

Cigarrinha das pastagens: conheça tudo sobre essa praga!

Quando um produtor identifica em seu pasto uma espuma de origem estranha, a certeza é uma só, a forrageira está sofrendo ataque de cigarrinha das pastagens. A praga que mais ataca os pastos, principalmente as braquiárias, é um inseto conhecido como sugador. Quer saber mais sobre esse assunto?

Acompanhe!

 

Cigarrinha das pastagens: conheça tudo sobre essa praga!

 

Cigarrinha das pastagens, é uma das principais pragas que ameaçam as pastagens, capazes de reduzir a produção de pasto em 10 dias.

Pode ser encontrada em fazendas, ao longo de estradas e em prados. Saiba como controlar a presença desses animais, que são considerados pragas.

Esses insetos preferem áreas úmidas e podem causar muitos danos econômicos às suas plantações, principalmente de alfafa, milho, trigo e aveia. No entanto, eles foram apontados como consumidores de mais de 400 espécies de plantas.

A Deois flavopicta ocorre em toda a América Tropical. No Brasil, é encontrada especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.

 

Pós-graduação Fitossanidade

 

Afinal, o que é a cigarrinha das pastagens?

A cigarrinha das pastagens, Deois flavopicta, é um inseto sugador que causa grandes prejuízos às pastagens cultivadas no Brasil, reduzindo de forma acentuada sua capacidade produtiva, comprometendo a alimentação bovina e gerando queda no peso do animal, com prejuízos para os pecuaristas.

 

Característica da praga

O adulto da cigarrinha mede 8,7 a 11,1 mm de comprimento por 3,7 a 4,9 mm de largura. Apresenta coloração geral castanho-escuro a negra, com manchas creme. A cabeça, o pronoto e o escutelo são pretos.

As asas são pretas, com duas faixas transversais amarelas e uma faixa longitudinal também amarelada em cada asa anterior, havendo casos onde essas manchas são praticamente ausentes.

O abdome e as pernas são avermelhados. Ao longo da margem externa da tíbia da perna posterior apresenta dois espinhos proeminentes, e no seu ápice, uma ou duas coroas de espinhos menores.

O aparelho bucal inclui dois pares de estiletes: o par externo (mandíbulas modificadas), com pontas serrilhadas, que perfura o tecido vegetal, e o par interno (maxilas modificadas).

Os estiletes que compõem o par interno acoplam-se um ao outro de tal forma a originarem dois canais: um para a sucção da seiva e outro para a introdução de secreções salivares.

 

Ciclo reprodutivo

Durante seu desenvolvimento, ela passa por três fases: ovo; ninfa e adulta. Vamos explicar um pouco delas.

 

1ª fase: ovo

As fêmeas fazem a postura ao nível do solo ou sobre restos vegetais, bem próximas da base da planta hospedeira. O ovo tem uma forma alongada e o número de ovos por fêmea depende de cada espécie.

O período de incubação também muda de acordo com a espécie, mas pode chegar até 200 dias, que seria o caso dos ovos em diapausa, devido à baixa umidade para as ninfas desenvolverem.

 

2ª fase: ninfa

Essa fase é considerada muito característica do inseto. É quando, ao longo do desenvolvimento, a ninfa produz uma espuma ao se alimentar em raízes superficiais ou na base da planta, e passa a viver nela.

Segundo especialistas no assunto, a espuma se torna uma fonte de umidade e de proteção a alguns inimigos.

A duração dessa fase é relativa à espécie da cigarrinha e às condições climáticas do local. O que se sabe é que altas temperaturas e níveis de umidade aceleram esse desenvolvimento.

Durante esse período, o inseto passa por várias trocas de pele e permanece envolto pela espuma até alcançar a fase adulta.

 

3ª fase: adulta

A cigarrinha adulta explora a parte aérea da planta, ao contrário da ninfa que permanece na base. Sua movimentação é feita em voos baixos e curtos e pequenos saltos. Ao se alimentar, acaba por introduzir substâncias tóxicas.

Entre os prejuízos estão a grave redução do crescimento do pasto, afetando a produção e qualidade (aumento dos teores de fibras, menor digestibilidade) e as folhas atacadas ficam queimadas (amarelecimento, secamento e morte).

Esses danos afetam diretamente na capacidade de produção de carne e leite da propriedade, logo, o controle da cigarrinha é essencial.

 

Checklist agrícola

 

Prejuízos da cigarrinha das pastagens

Considerada o maior pesadelo para as pastagens, o inseto atinge todo território nacional. Devido aos seus hábitos alimentares, a cigarrinha se alimenta da planta sugando a seiva e injetando toxinas.

O ataque causa grandes prejuízos a planta, os sintomas iniciam com estrias cloróticas que evoluem para o total secamento das folhas, o que é facilmente reconhecido e chamado de “queima das pastagens”.

Com as folhas secando e morrendo, há uma menor disponibilidade e qualidade na forragem. Como consequência, as perdas na produtividade animal são enormes, e muitas vezes levam o produtor a reduzir a taxa de lotação.

 

Identificação dos principais gêneros de cigarrinha das pastagens

Os gêneros Deois, Zulia e Mahanarva são as cigarrinhas que causam mais danos em pastagens. Veja as principais espécies que você pode encontrar no seu pasto:

  • Deois flavopicta: O inseto apresenta coloração preta com duas faixas transversais amarelas nas asas. O abdômen e as pernas são vermelhos.
  • Deois schach: O inseto apresenta coloração preto-esverdeado com uma faixa transversal de cor alaranjada no terço da asa. O abdômen e pernas são vermelhos.
  • Zulia entreriana: O inseto apresenta coloração preta brilhante com uma faixa transversal no terço apical da asa e coloração branco-amarelada.
  • Mahanarva fimbriolata: O inseto apresenta coloração avermelhada nos machos e marrom avermelhado nas fêmeas. Esta espécie se tornou uma importante praga em canaviais e atualmente é uma ameaça às pastagens.

 

Monitoramento da área

O primeiro passo antes de se pensar no manejo integrado de pragas (MIP) é realizar o monitoramento. Este consiste em métodos de amostragens com o pano-de-batida, exame de plantas (danos) e exame de amostras de solos.

Em pastagens, a amostragem deve ser realizada semanalmente ou quinzenalmente. Para levantamento dos adultos a amostragem deve ser realizada por uma rede-entomológica através de dez “redadas” em forma de zig-zag.

O monitoramento de ninfas pode ser realizado demarcando 5 pontos de 1m² no pasto e fazer a contagem do número de espumas, ambas coletas devem ser realizadas a cada 1ha.

Agora que ficou claro como monitorar o seu pasto, ao longo dos anos pode-se criar um histórico da área e obtendo uma visão anual de quais serão os possíveis meses problemáticos da praga de acordo com o ciclo de vida da cigarrinha.

 

Medidas de controle da cigarrinha das pastagens

As medidas de controle da cigarrinha devem ser adotadas de maneira integrada e ecológica, visando a redução do nível populacional da praga, a preservação dos inimigos naturais e a proteção das gramíneas forrageiras na sua fase de maior suscetibilidade ao ataque, com o Manejo Integrado de Pragas (MIP). Como alternativas, são utilizados os controles cultural, biológico e químico:

 

Controle cultural

Diversificar as pastagens na propriedade com a inclusão de gramíneas resistentes às cigarrinhas-das-pastagens; manter o pasto bem nutrido, bem manejado e o solo fértil e descompactado; evitar a formação de um ambiente favorável à sobrevivência das cigarrinhas, ajustando a carga animal para evitar sobras e, consequentemente, o acúmulo de palha no nível do solo.

 

Controle biológico

Utilizar o fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae, que age parasitando a ninfa do inseto. Aplicado no momento certo e em condições ambientais adequadas, a eficiência do controle chega a 95%.

O melhor momento é quando a infestação atinge nível mediano que, embora varie conforme o capim adotado, em geral, fica em torno de 15 ninfas por m².

Quanto ao momento da aplicação, é indicado que se pulverize o produto no final do dia ou em dias nublados e com umidade relativa do ar superior a 65%.

 

 

Controle químico

Esse controle é voltado ao combate das cigarrinhas adultas, por estarem mais expostas nas folhas. A aplicação do inseticida deve ser feita no momento adequado, ou seja, por ocasião da emergência da cigarrinha adulta, para não desperdiçar o insumo.

Utilizar somente produtos inseticidas registrados para uso em pastagens. Ressalta-se que os animais deverão ser retirados das áreas a serem tratadas pelo período recomendado pelos respectivos fabricantes.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

O Brasil é atualmente o terceiro maior produtor mundial de leite e segundo maior produtor mundial de carne bovina.

A ocorrência cada vez mais generalizada e intensa de ataque das cigarrinhas nas pastagens brasileiras, nativas ou cultivadas, vem refletindo de maneira relevante na produtividade do rebanho bovino.

A cigarrinha-da-pastagem é um dos fatores mais limitantes na produção de carne e leite no Brasil, causando prejuízos que variam de dezenas a centenas de milhões de dólares anualmente. Com isso neste artigo abordamos tudo sobre essa praga, e mostramos a importância do monitoramento da praga e as diferentes formas de controle.

Pós-graduação Fitossanidade

Controle de plantas daninhas: conheça os métodos!

Controle de plantas daninhas: conheça os métodos!

Ter conhecimento sobre o que são plantas daninhas e como realizar o controle em sua lavoura é extremamente importante para uma boa produção. Neste post vamos abordar tudo que você precisa saber sobre esse assunto, não fique de fora.

Venha comigo!

 

Controle de Plantas Daninhas: Conheça os métodos!

 

Estudos indicam que as plantas daninhas apareceram junto com a agricultura, há cerca de 12 mil anos. Quando o homem começou a cultivar a terra, existia maior equilíbrio entre as diversas espécies. Mas, com a maior ação humana nos cultivos, houve um processo gradual de seleção.

A presença de plantas daninhas prejudica toda a produção. Isso porque elas competem com as plantações por água, luz, nutrientes e espaço, além de fazerem o produtor gastar tempo e dinheiro no seu controle.

Conhecer as plantas daninhas é o primeiro passo para identificá-las precocemente e começar o controle o quanto antes, evitando que se disseminem.

Há várias técnicas que podem ser aplicadas para fazer o controle de plantas daninhas. Neste post vamos abordar tudo que você precisa saber, para evitar essas perdas de produtividade.

 

Pós-graduação Fitossanidade

 

O que são as plantas daninhas?

Plantas daninhas são plantas indesejadas que atrapalham o crescimento das plantas já cultivadas. São, geralmente, plantas resistentes à pragas e doenças que podem diminuir a produção da lavoura em proporções consideráveis.

 

Plantas Daninhas: Aprenda tudo de uma vez!

 

Produtividade é uma das palavras mais importantes para o produtor rural. Pensando em aumentá-la, existem três pilares que podemos atacar:

  • Aumentar a produção
  • Diminuir o custo/desperdício
  • Diminuir os riscos

As plantas daninhas, porém, levam o produtor ao caminho contrário da tão desejada produtividade. Além de diminuir a produção por hectare por onde ela está, as plantas daninhas podem fazer com que o produtor pague caro para tratá-la no futuro.

A resistência das plantas daninhas também dificulta sua extinção com o uso de defensivos agrícolas, sendo sempre necessário o uso de diferentes táticas de manejo.

 

Prejuízos causados pelas plantas daninhas

As plantas daninhas são motivo de dor de cabeça pra qualquer produtor. Podem causar prejuízos direto e indireto:

 

Prejuízos indiretos

Usando se desenvolvem junto com a cultura, principalmente nos estágios iniciais, competindo diretamente por luz, água, nutrientes e espaço.

As daninhas disputam por elementos que a cultura agrícola também precisa para o seu desenvolvimento. É um dano direto que no final acarreta em perda de produtividade.

 

Manejo Integrado de Plantas Daninhas

 

Dano indireto

Das plantas invasoras ocorre, por exemplo, durante a colheita. Especificamente em soja, a infestação dificulta a operação.

A máquina acaba colhendo muita planta daninha junto com a cultura, o que causa problema de umidade de grão, de perda de grão na colheita, grãos danificados.

Outro problema importante, mas que não é muito citado, é que as plantas daninhas podem ser hospedeiras ou servir de alimento para pragas, que posteriormente podem atacar a própria lavoura de soja.

Estas plantas invasoras podem abrigar na cultura do milho, por exemplo, pragas como percevejo, cigarrinha e Spodoptera. Já em soja são hospedeiras de lagartas, de modo geral, como a Spodoptera, além do próprio percevejo.

 

Principais plantas daninhas

Tendo em vista a importância do controle das plantas daninhas para o produtor que se preze, separamos as principais espécies encontradas no Brasil:

 

Buva (Conyza bonariensis)

A Buva é uma planta invasora encontrada com muita frequência nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. É uma planta daninha bem comum nas lavouras de trigo, soja e milho.

É uma planta que produz sementes bem pequenas, mas em grande quantidade e de fácil dispersão, o que a faz ser considerada agressiva.

 

Capim-amargoso (Digitaria insularis)

O Capim-amargoso (Digitaria insularis), é uma planta que afeta, principalmente, o cultivo de grãos no Brasil. Mas é na soja que traz maior preocupação aos produtores. De difícil controle, estima-se que cause perda significativa de cerca de 21% na produção do grão.

O capim-amargoso (Digitaria insularis) é uma planta daninha de ciclo perene, podendo durar mais de dois anos. Se reproduz através de sementes, além de produzir estruturas de reserva subterrâneas.

E isso, faz do capim-amargoso uma planta com grande capacidade de regenerar mesmo depois do corte mecânico ou ação de herbicidas.

 

Apaga fogo (Alternanthera ficoidea)

Essa planta daninha tem esse apelido por dificultar a progressão do fogo quando são feitas queimadas para renovação de pastagens. Ela é uma planta que pode ser anual ou perene, a depender das condições.

A planta apaga fogo pode ter de 0,5 a 1,2m de comprimento, é mais frequente na região central do Brasil e se alastra por enraizamento dos nós em contato com o solo. As principais culturas afetadas são cana-de-açúcar, milho, soja, arroz e algodão.

 

Tiririca (Cyperus haspan)

A tiririca é uma planta daninha muito comum no Brasil, presente em quase todos os tipos de solos e culturas com exceção do arroz inundado. A sua origem é indiana e ela está presente em mais de 90 países.

Ela tem crescimento em baixas temperaturas e é bastante sensível à sombra. Além de competir com as culturas por nutrientes, espaço, luz e água, a tiririca tem efeito inibidor, principalmente em plantas de cana de açúcar.

 

Caruru (Amaranthus viridis)

É uma daninha de grande importância, principalmente quando está presente em lavouras perenes (cafezais, pomares e canaviais), devido à condição de sombreamento e maior teor de matéria orgânica destes locais.

Tem de 30 a 50 cms de comprimento, se desenvolve bem da primaveira ao outono. Suas sementes são lisas e brilhantes.

 

Manejo de plantas daninhas

O manejo integrado se mostra como a melhor solução, já que utiliza de diferentes técnicas para controlar a evolução dessas plantas indesejadas.

O manejo integrado de pragas não consiste na eliminação de pragas da lavoura, mas, sim, na manutenção em níveis abaixo daqueles que causam danos econômicos.

Mas como isso é feito?

 

Avaliação prévia

Primeiramente, é importante conhecer o histórico da área e os locais de maior incidência de ataque de pragas e sua relação com a cultura plantada, as rotações de culturas utilizadas anteriormente e as cultivares escolhidas.

Assim, pode-se identificar as pragas-chave, ou seja, aquelas que estão presentes em maior quantidade durante o ciclo e causam injúrias que comprometem a produtividade e as pragas secundárias, que, em condições normais, não ocasionam danos preocupantes.

 

Monitoramento

Durante o ciclo, o acompanhamento da lavoura deve ser semanal para identificação das pragas existentes e/ou sinais de ataque.

O principal assessório para o monitoramento das pragas é a utilização de um pano de batida que é colocado na entrelinha da cultura, quando então, são realizadas uma série de batidas para extração dos insetos que estão presentes na planta.

Dessa forma, torna-se imprescindível a realização de diversas amostragens para extração confiável e que caracteriza bem a população de insetos.

 

Métodos de controle de plantas daninhas

Existem diversos métodos de manejo de plantas daninhas. A sua escolha vai depender do tipo de exploração agrícola, das espécies indesejadas, relevo e disponibilidade de mão de obra e equipamentos.

  • Preventivo: limpeza rigorosa de equipamentos para evitar que eles sejam vetores de sementes no campo de cultivo.
  • Físico: funciona com a exposição do solo à luz direta do sol, a inundação da área ou o uso do fogo.
  • Cultural: ligado aos métodos de plantio, atuando para que eles não sejam potencializa dores das ervas daninhas. Isso envolve a escolha de espécies adaptadas à região, rotação de culturas, espaçamento correto (para não dar espaço às daninhas) e plantio na época certa. O uso de adubo orgânico também merece atenção, pois ele pode trazer terra contaminada com sementes ou rizomas indesejados.
  • Mecânico: envolve o uso de enxadas e cultivadores (enxada fixa ou rotativa) e até mesmo o arranque manual das ervas daninhas.
  • Químico: o uso de herbicidas é bastante eficaz nesse controle, desde que se conheça exatamente como é a ação do químico nas plantas daninhas. A correta aplicação também conta muito para a efetividade do tratamento.

Você precisa considerar que não é necessário utilizar exatamente todos esses métodos de controle ao mesmo tempo.

Na verdade, é preciso selecionar os mais adequados para a cultura que você tem e aplicá-los da melhor maneira, conforme as características da sua área de plantio.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Portanto, As plantas daninhas são consideradas um dos maiores problemas da agricultura atual. Não somente por competirem com as plantas cultivadas, como também por serem hospedeiras de diversas pragas e doenças.

Além disso, por serem plantas consideradas pioneiras, as plantas daninhas possuem uma efetiva capacidade de propagação. Principalmente por meio de sementes. É preciso realizar uma identificação adequada e somente a partir daí, escolher o melhor de controle.

Pós-graduação Fitossanidade

Bicho mineiro do café: saiba tudo sobre essa praga!

Bicho mineiro do café: saiba tudo sobre essa praga!

O bicho mineiro do café, nome popular dado ao inseto Leucoptera coffeella, da família das mariposas, é considerado uma das pragas mais importantes do cafeeiro, devido ao grave dano que a sua larva causa às plantações. Preparamos esse artigo para falar tudo sobre essa praga, dos danos causados no café até o seu controle preventivo. Quer saber tudo sobre esse assunto?

Acompanhe!

 

Bicho mineiro do café: saiba tudo sobre essa praga!

 

A Leucoptera coffeella, conhecida popularmente como bicho-mineiro, está entre as três principais pragas do cafeeiro no Brasil. Identificado no país desde 1869 no Rio de Janeiro.

Se alastrando rapidamente por todo o território, até hoje, continua dando prejuízos a muitas lavouras de café. Na cafeicultura de clima quente, como a do Cerrado, o bicho-mineiro é considerado a principal praga, sendo o controle difícil e de alto custo.

 Como não há um cultivar resistente à praga, é evidente a importância do controle anual para se evitar grandes prejuízos. Abaixo vamos abordar tudo sobre essa praga que vem dando muita dor de cabeça aos agricultores.

 

Pós-graduação Fitossanidade

 

Importância do café

A cultura do café foi introduzida no Brasil no início do século XVIII. Inicialmente cultivada no Pará, a planta logo se espalhou para as demais regiões do país e começou a ganhar grande destaque na economia brasileira a partir de 1825.

Hoje, a plantação de café representa uma enorme importância para o agronegócio brasileiro e está à frente das grandes exportações do país.

O Brasil é o maior produtor e exportador de café, e o segundo maior consumidor, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.

Em Minas Gerais, o café é o principal produto da pauta de exportações do agronegócio, além de apresentar uma qualidade bastante elevada do produto final.

Com isso entendemos que o café tem uma grande importância socioeconômico. É importante estudarmos algumas pragas que atinge essa cultura trazendo grandes prejuízos para os agricultores e até mesmo afetando sua qualidade e hoje vamos falar um porquinho sobre o Bicho-Mineiro.

 

Bicho-mineiro (Leucoptera coffeella)

Bicho-mineiro, Leucoptera coffeella, é uma pequena mariposa de coloração branco-prateada, pertencente a ordem Lepidoptera, com hábitos noturnos, a mariposa desta praga se esconde nas folhagens durante o dia, e só realiza suas atividades ao entardecer.

Esse inseto é considerado uma das principais pragas do cafeeiro no Brasil, devido a sua generalizada ocorrência e devido ao fato de em algumas situações a perda de controle da praga implicam alto % de desfolha do cafeeiro, refletindo em grande perda de produtividade.

 

Características do adulto

O adulto do bicho-mineiro é uma mariposa que apresenta algumas características como:

  • 2 mm de comprimento e 6,5 mm de envergadura;
  • Cabeça com escamas brancas;
  • Antenas longas e filiformes, que atingem a extremidade do abdômen;
  • Peito branco-prateado;
  • Asas franjadas, de coloração branco-prateado com manchas circulares pretas, circundadas de amarelo, localizadas uma em cada ponta das asas anteriores;
  • e pernas cobertas com cerdas brancas.

 

Ciclo de vida

O ciclo de vida do bicho-mineiro inclui as etapas de ovo, larva, pupa e adultos alado. Os ovos do bicho-mineiro São achatados, brancos, com cerca de 0,3 mm de comprimento.

São postos na página superior das folhas, em média sete ovos por noite, em pontos isolados da mesma folha ou em folhas diferentes. Uma fêmea apresenta capacidade de oviposição de mais de 50 ovos durante sua vida.

Após a fase de ovo, eclode a lagartinha que atinge o comprimento de aproximadamente 3,5 mm. A infestação do bicho-mineiro manifesta-se quando a lagarta penetra na folha e aloja-se no seu interior começando a alimentar-se formando as minas, daí o nome popular bicho-mineiro.

 

Comportamento do bicho-mineiro

Como a maioria das pragas, o bicho-mineiro ataca principalmente as folhas mais novas. As pequenas mariposas de coloração branco prateada depositam seus ovos na face superior das folhas do café, que será a única fonte de alimento para as lagartas.

Ao eclodirem, as lagartas passam imediatamente para o interior das folhas, onde se alimentam do tecido existente entre as duas epidermes.

É aqui a fase em que causa danos à lavoura. Com a alimentação, vão se abrindo espaços dentro da folha, formando pequenas câmaras, de aspecto escuro que, ao se ressecar, tornam-se quebradiças.

Uma vez desenvolvida, a lagarta faz uma perfuração na parte inferior da folha e tece um casulo sustentado por uma fina teia branca, onde permanecerá por aproximadamente seis dias, até que atinja a fase adulta.

O resultado do ataque é que as folhas perdem área fotossintética, prejudicando a produtividade das plantas que precisam investir mais energia na emissão de novas folhas.

 Em casos de ataque severo, as plantas podem apresentar desfolha intensa no período de florada, o que irá prejudicar a produção na safra seguinte.

 

Controle preventivo do bicho mineiro no café

Realize 4 passos essenciais para o controle preventivo que todo cafeicultor precisa saber para manter o seu cafezal mais seguro. Confira:

 

Fungos causadores de doenças em plantas.

 

1º Passo – Realize o monitoramento constante da praga no cafezal

Depois de saber como identificar o bicho-mineiro, é preciso monitorar constantemente a praga no cafezal. Isso significa verificar na propriedade a presença de ovos, minas ativas (com lagarta viva dentro) ou ainda pequenas mariposas nas folhagens.

Essa verificação é essencial para definição ou não da necessidade da aplicação de um inseticida.

 

2º Passo – Intensifique a inspeção em épocas mais críticas

A baixa umidade e altas temperaturas favorecem o encurtamento do ciclo e um ataque severo do bicho-mineiro. Por isso, intensifique as inspeções até o início das chuvas mais frequentes, que darão início a à novas brotações nas plantas.

Nesse sentido, também é recomendado adotar o manejo integrado de pragas para manter a lavoura protegida contra os principais detratores da produtividade.

 

3º Passo – Realize o controle químico ao surgirem os primeiros adultos

Para que o controle do bicho-mineiro do café seja mais efetivo, a aplicação de inseticidas foliares deve ser feita preferencialmente assim que aparecerem os primeiros adultos.

O indicado é aplicar o inseticida quando a porcentagem de folhas atacadas nos terços médios e superior dos cafeeiros estiver entre 5% e 10%, em épocas chuvosas e regiões de baixa ocorrência e de 3% a 5% em épocas secas e regiões mais castigadas pela praga.

Quanto à aplicação de inseticidas de ação sistêmica via solo, a recomendação é utilizá-lo no início do período de chuvas, uma vez que necessitam da umidade para que as raízes das plantas o absorvam e tenha uma resposta mais efetiva no controle preventivo.

 

4º Passo – Tecnologia digital no manejo da praga

A tecnologia é uma aliada importante tanto para o monitoramento do bicho-mineiro quanto para o das demais pragas e doenças. Isso porque influencia em uma série de fatores.

 

Tecnologia digital no manejo da praga

Abaixo, são apresentados alguns deles.

  • Confiabilidade dos dados: acompanhar o desempenho da equipe técnica no campo, assegurando-se de que a quantidade e a distribuição de pontos amostrais são condizentes e suficientes para uma tomada de decisão assertiva.
  • Maior riqueza de detalhes: possibilidade de apontamento demais variáveis de forma simples e rápida, além da utilização de imagens e anotações que suportam ainda mais a decisão de aplicação.
  • Agilidade na tomada de decisão: disponibilidade das informações e índices calculados automaticamente, bem como de mapas de infestação que permitem identificar o comportamento da praga no campo.
  • Histórico de dados: com a digitalização dos dados de monitoramento, é possível formar um banco de dados que podem auxiliar nas avaliações históricas e nos processos de certificação, muito importantes para a cultura do café.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

A cafeicultura enfrenta diariamente vários desafios que limitam a produtividade e o retorno sobre o investimento. Dentre eles, podemos citar clima, mão de obra, logística, preço e, claro, doenças e pragas.

Nada tira mais o sono do cafeicultor que o Bicho-mineiro. Principal praga do café, ela tem potencial de devastar a lavoura, comprometendo a produtividade.

O bicho-mineiro do café pode reduzir em até 72% a produtividade da lavoura. Neste artigo podemos conhecer melhor sobre essa praga, além de mostra o monitoramento preventivo do mesmo

Gostou de saber mais sobre o assunto?  Deixe seu comentário e acompanhe nosso blog e fique por dentro dos próximos artigo.

Pós-graduação Fitossanidade

As 8 principais doenças do arroz e como manejar!

As 8 principais doenças do arroz e como manejar!

Você sabe os principais aspectos das doenças que podem afetar a cultura do arroz? Veja, nesse texto como esses conhecimentos podem te auxiliar na construção do seu manejo integrado de doenças do arroz.

 

As 8 principais doenças do arroz e como manejar!

 

O arroz é um dos alimentos que são indispensáveis para a maioria dos brasileiros. O que o torna fundamental a questões relacionadas à segurança alimentar do Brasil.

Assim como na segurança alimentar de outros países que tem esse grão como base da dieta de sua população. Como por exemplo da China.

Ao analisar o 8º levantamento da safra de grãos realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Observa-se o aumentou de 3,9% da produção de arroz em relação a última safra (19/20), totalizando 11.6 mil toneladas produzidas.

Isso junto ao aumento tanto da área total produzida. Com pouco mais de 1,6 mil ha (1,3%), e da produtividade média do arroz em 6,88 kg/ha (2,6%).

Mas tais resultados só possível realmente quando adotado um bom plano de manejo integre diferentes áreas do conhecimento. O que envolve saber desde, as épocas adequadas para semeadura, as formas de cultivar, manejo de adubação, entre outros.

Para saber um pouco mais desses assuntos recomendo a leitura do seguinte texto: Plantação de Arroz: o que Você Precisa Saber!

Tendo escolhas de manejo influencia em um grau maior ou menor incidência e severidade de doenças do arroz. Você conhece ou já ouvi falar de quais dessa lista?

  1. Brusone;
  2. Escaldadura da folha;
  3. Queima das bainhas;
  4. Podridão do colmo;
  5. Mancha das bainhas;
  6. Manchas de glumas;
  7. Carvões do arroz;
  8. Vírus do enrolamento da folha.

Esses são alguns exemplos de doenças do arroz que podem afetar a cultura em maior ou menor escala de impacto como falaremos mais adiante.

 

Pós-graduação Fitossanidade

 

1. Brusone (Pyricularia oryzae / Magnaporhte oryza)

A brusone é a doença do arroz já considerada como sendo um clássico da cultura. Muito devido a sua ampla ocorrência e agressividade independente do sistema de cultivo.

O agente causal dessa doença foi por muito tempo o fungo classificado como Pyricularia oryzae. Porém seu nome cientifico mais atualizado é Magnaporhte oryza.

Suas condições de desenvolvimento ótimo ocorrem em temperaturas na faixa de 26 ºC a 28 ºC sob condições de umidade relativa do ar maior de 90%. Situação comum no início do dia com a formação de orvalho, neblinas e chuvas fracas.

Outro fator que reflete a agressividade dessa doença é devido ao fungo da brusone conseguir infectar e colonizar todas as partes da planta.

Porém os sintomas mais típicos são os de manchas foliares. Que vai se iniciar com pequenos pontos de coloração castanha. Passando a castanho avermelhado com halo amarelado.

Posteriormente, essas pequenas manchas evoluem para uma lesão alongada de bordas irregulares de coloração marrom, centro esbranquiçado onde surge os corpos de frutificação do fungo.

Esses corpos de frutificação são responsáveis por produzir esporos do fungo para serem dispersos. E assim atingir outras plantas sadias ou outras partes de uma planta já infectada.

Onde a infecção que ocorrer no nó logo abaixo da panícula é comumente conhecida por brusone do pescoço. Causando assim dano direto na produção do arroz.

 

2. Escaldadura da folha (Rhynchosporium oryzae)

A escaldadura da folha é outra doença fúngica tão importante e bem relatada afetando os cultivos de arroz.

O gente causa dessa doença é o fungo Rhynchosporium oryzae. E quando presente no arroz se expressa com sintomas típicos que se assemelha uma escaldadura.

Dizer que uma planta tem aspecto de escaldado, é o mesmo que dizer, que a planta sofreu injúrias que lembre os danos causados por água quente. O que resulta em um aspecto de esbranquiçado ou palhoso nas folhas.

Além da formação típica de áreas concêntricas que atribuem aparência de franjado às lesões da doença de escaldadura do arroz.

Suas condições climáticas favoráveis de desenvolvimento são em temperaturas entre 20 ºC e 27 ºC. Mas otimizado a temperaturas menores e nas fases finais do perfilhamento e emborrachamento do arroz.

A agressividade com que essa doença compromete a área foliar do arroz interfere diretamente no potencial fotossintético da cultura.

 

3. Queima das bainhas (Rhizoctonia solani)

A doença do arroz queima das bainhas é uma doença que tem ganhado importância. E preocupado devido ao aumento de sua incidência e consequentemente de seus danos.

Muito disso é devido as mudanças dos sistemas de cultivo de arroz junto ao uso de materiais com arquitetura de elevado perfilhamento o que favorece o microclima para a ocorrência da doença.

Seu gente causal é o fungo de solo, Rhizoctonia solani. O qual também afeta uma ampla gama de outras culturas de interesse a agricultura, causando sintomas típicos de tombamento.

No arroz esse patógeno pode desenvolver sintomas nas bainhas das folhas e nos colmos. Apresentando manchas irregulares com aspecto de queimado.

 

Fungos causadores de doenças em plantas.

 

Outro aspecto que dificulta o manejo dessa doença em diversos cultivos como o arroz é o fato desse fungo produzir estruturas de resistências.

Essas estruturas de resistências, também chamada de esclerócio, podem permanecer no solo por até dois anos.

O esclerócio além de contribuir diretamente com a sobrevivência e permanência dessa doença nas áreas de cultivo de arroz. Também pode ajudar na disseminação da doença seja por meio água da chuva ou irrigada. Ou com atividades de revolvimento do solo.

 

4. Podridão do colmo (Sclerotium oryzae)

A doença do arroz conhecida como podridão do colmo já presenta um caráter de importância secundária. Sendo mais expressiva quando associada a doença anterior, queima das bainhas.

Assim como a doença que falamos anteriormente, a podridão do colmo também é causada por um fungo de solo que produz esclerócios. Nomeado Sclerotium oryzae.

Que nos momentos iniciais da doença é característico por pequenas lesões escuras. De forma irregular, na bainha externa, próximo ao nível da água em sistemas de arroz irrigado.

Essas lesões vão evoluir até o apodrecimento da região da bainha. O que vai contribui significativamente para o acamamento das plantas de arroz.

 

5. Mancha das bainhas (Rhizoctonia oryzae)

Já a doença do arroz que vamos falar agora, a mancha das bainhas, apresenta um uma importância histórica em algumas regiões produtoras no Brasil. Dado a introdução de matérias susceptíveis a essa doença na época.

Seu agente causal é identificado como Rhizoctonia oryzae. O qual comumente pode ser confundido com patógeno causador da queima das bainhas, Rhizoctonia solani.

Mas os sintomas expressos pela doença em questão, são de manchas ovais bem delimitadas nas bainhas. E que com o passar do tempo, pode adquirir coloração branca acinzentada e bordas marrons.

Apesar das diferenças entre os sintomas das duas doenças, em uma situação pratica no campo diferenciá-las pode ser um pouco mais complicado do que parece.

Assim se for necessário uma identificação mais precisa da doença que está ocorrendo na área de cultivo. Recomendada se o envio amostra para laboratórios de diagnose de doenças de plantas.

 

6. Manchas de glumas

A doença do arroz manchas das glumas, diferente das doenças vista até o momento. Pode estar associada a mais de um patógeno fúngico ou bacteriano.

Os microrganismos causadores desse complexo irão variar em função do local de infeção na planta de arroz e as condições climáticas do ambiente.

Assim temos como possíveis agentes causais das manchas das glumas os fungos: Bipolaris sp., Pyricularia oryza, Alternaria padwickii, Phoma sp., Nigrospora spp, Epicocum spp., Curvularia lunata e Fusarium sp.

Em relação aos microrganismos patogênicos bacterianos temos: Ervinia sp. e Pseudomonas fuscovaginae.

Sendo as condições ambientais que favorecem a ocorrência dessa doença sob condições de temperaturas menores (15 – 20ºC) somado a umidade relativa elevada.

Outro fator agravante de severidade é se essas condições coincidirem com os períodos de emborrachamento e floração da planta de arroz.

Os sintomas causados nas glumas são característicos por manchas de tons marrom avermelhado. Podendo se limitar a parte superior ou inferior das glumas manchas esbranquiçadas.

Por se tratar de uma gama microrganismos causadores dessa doença os efeitos e sintomas podem ser do mais variados.

Desde afetar diretamente na qualidade do grão para a indústria até a sanidade e vigor das sementes utilizadas nos próximos cultivos.

 

7. Carvões do arroz

Apesar das doenças que iremos falar agora não serem tão expressivas por não afetar a planta de arroz em aspectos produtivo. Vai causar danos significativos em relação a qualidade dos grãos.

O agente causal da doença conhecida como carvão do grão ou cárie é o fungo de nome cientifico Telletia barclayana.

O nome carvão é devido ao aspecto da massa pulverulenta de esporos formada pelo fungo. A qual é produzida dentro do ovário durante a fase de maturação fisiológica da semente.

Seu esporo também é conhecido por teliósporo, a estrutura de resistência responsável pela sobrevivência do patógeno quando as condições do ambiente não estiverem favoráveis.

Outro sintoma que é caracteriza quando há a formação de massa preta dentro das glumas ou direto no grão. O que remete a um “dente com cárie”.

Outro fungo que afeta a qualidade dos grãos de arroz e que pode ser em algumas situações confundido com o carvão é a doença chamada falso carvão ou carvão verde.

Doença do arroz a qual tem ganhado importância nos últimos anos devido a introdução de cultivares hibridas de alto rendimento. Mas que se mostram susceptíveis a essa doença.

O falso carvão é causado pele fungo Ustilaginoidea virens. O qual é característico por afetar as glumas produzindo uma massa de esporos de forma globosa.

 

8. Vírus do Enrolamento da Folha (RSNV – Rice stripe necrosis vírus)

A última doença que iremos comentar antes de falar sobre o manejo integrado das doenças do arroz, é um patossistema que vem demonstrando potenciais de perda para a cultura do arroz.

Essa doença é causada por um vírus conhecido pela sigla RSNV.  Que vem do inglês Rice stripe necrosis vírus, pertencente ao grupo dos Benuvirus.

Assim como em outras viroses de planta essa doença vai se caracterizar pela presença de estrias cloróticas e retorcimento das folhas e das panículas até a morte de plântulas

As plantas de arroz também podem apresentar aspectos de nanismos, perfilhamento excessivo e esterilidade das glumas.

Todas essas características de sintomas são reflexo de toda a bagunça bioquímica. Causada pelo vírus desde a infecção, colonização e sua reprodução dentro da planta.

O que por sua vez impacta em importantes reduções no rendimento e qualidade dos grãos de arroz.

Uma parta muito importante do ciclo dessa doença é no momento da transmissão do vírus. Que apresenta um fungo conhecido por Polymyxa graminis como seu vetor.

Sua transmissão ocorre, pois, esse fungo é um parasita obrigatório que coloniza os tecidos das raízes da planta de arroz, sem causar doença.

Até por isso que a campo essa doença ocorrer em padrões de manchas espalhas pela área de cultivo. O chamado sintoma em reboleira.

 

Manejo integrado das doenças do arroz

A intenção aqui está longe de esgotar as informações desses oito patossistemas que afetam cultura do arroz.

Mas espero que tenha ficado claro a importância de se ter boas informações sobre a doença do arroz que se deseja manejar na área de cultivo.

Pois assim, conforme for o histórico de doenças do local, você já pode realizar ações que iram atrasar ou dificultar a ocorrência das doenças do arroz.

Por exemplo, se você deseja iniciar o cultivo de arroz em uma área que antes havia um plantio de tomate. E que teve ocorrência de podridão radicular. Obviamente nesse local haverá mais chances de se ter problemas com a queimas das bainhas do arroz.

Com isso você pode tentar buscar cultivares que tenham algum nível de resistência a esse patógeno, ou pensar em qual sistema de cultivo a doença será desfavorecida.

 

O clima

Outro fator que envolve a escolha do local de cultivo é o conhecimento dos climas prevalentes de cada região em cada época do ano.

Esse tipo de informação somado aos conhecimentos das condições ideias de temperatura e humidade de cada um dos patógenos. Pode indicar as melhores épocas de plantio que te ajude a driblar os estádios críticos do arroz com a maior incidência de dada doença.

Isso também pode ser utilizado na construção de fermentas de sistemas de previsão e aviso que através do monitoramento do clima pode indicar o momento de se entrar com medidas do controle na área.

 

Ferramentas e métodos de monitoramento

Sendo assim, é inevitável falar de manejo integrado sem mencionar as ferramentas e métodos de monitoramento que podem ser aplicados nas mais divergentes áreas da agronomia.

A exemplo da importância inquestionável de se fornecer e manter um bom equilíbrio nutricional para a planta.

Uma vez que planta mais saudáveis conseguem se defender melhor do ataque de possíveis patógenos, assim como ocorre para os animais.

No caso da planta de arroz devemos nos atentar no balanço principalmente do macronutriente nitrogênio (N) pois em excesso vai prolongar a fase vegetativa.

O que vai acabar favorecendo a ocorrência de doença foliares como a brusone, escaldadura, queima e mancha das bainhas e carvão.

E quanto o assunto adubação nitrogenada logo devemos pensar no teor de matéria orgânica que temos no solo de cada área de cultivo.

Onde um solo com sua fase biológica bem estabelecida e equilibrada, ou seja, presença de uma matéria orgânica com seu processo de decomposição mais estável.

O que lhe confere naturalmente o fornecimento gradual de todos os nutrientes que a planta necessita assim como proporciona condições de elevada diversidade de microrganismo no solo.

Microrganismo como Trichoderma sp. que já são ampla mente utilizados como agentes de controle biológico. Devido a sua alta capacidade de colonizar o solo e parasitar as estruturas de resistências de outros fungos patogênicos que sobre vivem no solo.

Esse manejo biológico somado a técnica de rotação de cultura dentro de uma mesma área de cultivo favorece ainda mais o controle de patógenos que sobrevivem no solo ou resto de cultura.

Isso se feito um bom levantamento do histórico e diagnoses das doenças presentes na área. Pois assim fica mais fácil escolher espécies que não são hospedeira do mesmo agente causal de uma doença.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Espero que com a leitura desse artigo tenha te auxiliado a entender como é importante pensar nos mais diferentes aspectos da sua produção de maneira integrada.

Pois pensando dessa forma você conseguira evitar muitos problemas e danos que pode ter principalmente quando falamos de doenças do arroz.

Se quiser ler mais artigos como esse e de outros assuntos de seu interesse continue navegando em nosso blog. E deixe seu comentário abaixo sobre o que achou desse conteúdo.

Além de acompanhar todas as novidades através do perfil da Agropós do Instagram e outras redes sociais.

Escrito por João Verzutti.

Pós-graduação Fitossanidade

Doenças do trigo: conheça as principais!

Doenças do trigo: conheça as principais!

A cultura do trigo sofre danos significativos devido às doenças causadas por fungos, bactérias e vírus. A diversidade de regiões produtoras de trigo no Brasil dificulta a padronização das estratégias de manejo das doenças do trigo que acometem à cultura.

Entre as principais doenças na cultura do trigo no Brasil, podemos destacar  9 delas, veja:

  1. Estria Bacteriana
  2. Brusone
  3. Mancha Amarela
  4. Mancha Marrom da Folha
  5. Nanismo-amarelo da Cevada
  6. Mosaico do Trigo
  7. Oídio
  8. Ferrugem da Folha
  9. Giberela.

Portanto, o sucesso no manejo das doenças requer sua correta diagnose. Entendimento das condições favoráveis para sua ocorrência e conhecimento das medidas de controle disponíveis.

Este texto irá te ajudar a identificar e manejar as principais doenças do trigo que ocorrem nas lavouras do Brasil

Confira!

 

Doenças do trigo: conheça as principais!

Período e região de ocorrência das doenças do trigo

As doenças podem ocorrer em todos os estágios de desenvolvimento da planta de trigo e os sintomas manifestam em diferentes órgãos como raízes, colmos, folhas e espigas.

 

Pós-graduação Fitossanidade

 

No entanto, a frequência que determinadas doenças ocorrem na cultura do trigo. Pode variar de acordo com as regiões tritícolas do Brasil.

Entre as principais doenças na cultura do trigo no Cerrado/ Centro do Brasil, podemos destacar:

  • estria bacteriana,
  • brusone,
  • mancha amarela e mancha marrom da folha.

Já na Região Sul, as doenças mais frequentes no trigo são:

  • nanismo-amarelo da cevada,
  • mosaico do trigo,
  • oídio,
  • ferrugem da folha e
  • giberela.

A seguir veremos mais detalhes de cada uma dessas doenças.

Período e região de ocorrência das doenças do trigo

Estria bacteriana

A estria bacteriana, é uma doença do trigo que é causada pela fitobactéria Xanthomonas translucens pv. ondulosa, e ocorre em todos os estágios e em todos os órgãos das plantas, sendo mais comum nas folhas.

Os sintomas nas folhas são manchas amarelas de aspecto encharcado que acompanham as estrias das folhas.

Quando a severidade da doença nas folhas é muito acentuada, é possível a visualização de sintomas nas espigas.

Logos períodos de molhamento foliar e temperaturas superior ou igual a 25ºC favorecem a ocorrência da doença.

A principal forma de disseminação da doença a longa distância é através de sementes infectadas.

As medidas de controle da estria bacteriana são principalmente de caráter preventivo, como o uso de sementes livre do patógeno, rotação de culturas e eliminação de plantas voluntárias na entressafra.

 

Brusone

A brusone do trigo é causada pelo fungo Pyricularia oryzae, e em lavouras de sequeiro no Cerrado brasileiro, a ocorrência dessa doença nas folhas pode causar perda total da produção.

Além do cerrado, também é de grande importância econômica no norte do Paraná.

Os sintomas de brusone do trigo nas folhas são manchas arredondadas com bordos marrom escuro e o centro acinzentado.

Já nas espigas, ocorre a descoloração de espiguetas acima do local de infecção do fungo no ráquis, onde nota se um ponto de escurecimento.

Quando a espiga é infectada pelo fungo logo no início de seu desenvolvimento, não ocorre a formação de grãos.

 

Checklist agrícola

 

As condições ideias para o desenvolvimento da doença são chuvas frequentes e temperaturas um pouco elevadas. Nessas condições o patógeno pode causar epidemias severas.

A medidas de controle da brusone envolve principalmente ações como a utilização de sementes sadias ou tratadas, uso de diferentes cultivares de trigo e aplicação de fungicidas.

Algumas cultivares disponibilizadas recentemente (BRS 404, ORS 1401, ORS 1403, TBIO Sossego, TBIO Sonic, TBIO Mestre e CD 116) apresentam nível significativo de resistência à brusone.

Para o controle químico da doença na parte área das plantas de trigo, é viável que se adote o princípio de que a espiga deve estar protegida antes da infecção do patógeno.

No entanto, se as condições climáticas não forem favoráveis para infecção e a área não tiver histórico da doença, não é necessário fazer a aplicação de fungicidas.

Mancha marrom e mancha amarela da folha

A mancha marrom das folhas é uma doença do trigo causada pelo fungo Bipolaris sorokinian. Já a mancha amarela é causada por Drechslera tritici-repentis.

Os sintomas da mancha marrom são pequenas manchas ovais, marrom-escuras, que podem coalescer e se tornarem maiores.

Os sintomas característicos da mancha amarela são lesões pequenas, de formato oblongo ou ovalado, com um halo amarelo.

Ambos os patógenos são necrotróficos, ou seja, são capazes de sobreviver em restos da cultura de trigo.

Por tanto, a infecção inicial ocorre, frequentemente, pelo inóculo primário presente nos restos culturais deixados sobre o solo, entre as safras.

As medidas de controle indicadas são, rotação de culturas, uso de sementes sadias ou tratadas com fungicidas e aplicação de fungicida na parte área.

O controle químico deve ser realizado somente com fungicidas registrados para a cultura.

 

Nanismo amarelo da cevada

O nanismo amarelo é uma doença do trigo que é causado pelos vírus Barley yellow dwarf virus (BYDV) e o Cereal yellow dwarf virus (CYDV), que são transmitidas por afídeos.

Os principais afídeos vetores dos vírus são Rhopalosiphum padi, principalmente do outono à primavera, e o Sitobion avenae na primavera.

Dependendo da tolerância das cultivares e da incidência da doença, os danos à produção de trigo pode chegar em média a 20%.

No entanto, o dano pode ser maior em anos quentes e secos. Devido à multiplicação e dispersão dos afídeos vetores.

Os sintomas típicos dessa doença é o amarelecimento das folhas, que ocorre do seu ápice em direção à base e o enrolamento do limbo foliar, devido a seu enrijecimento.

O manejo inicial dessa doença está na escolha da cultivar. As cultivares variam em níveis de tolerância.

Outra medida de manejo eficiente é o controle da população dos vetores. Que pode ser com inimigos naturais e /ou inseticidas.

 

Mosaico do trigo

O mosaico do trigo é uma doença do trigo que é causado pelo vírus Soil-borne wheat mosaic vírus. Que é transmitido pelo fungo Polymyxa graminis, residente no solo e parasita obrigatório de raízes de plantas.

Essa doença ocorre principalmente no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no sul do Paraná.

Temperaturas baixas e solos encharcados favorecem a transmissão do vírus pelo vetor, podendo comprometer grandes áreas.

Os sintomas de mosaico nas folhas e colmos são caracterizados pela alternância de áreas amareladas e verdes, que pode ter um padrão em listras.

O longo período de sobrevivência do vetor no solo e a grande gama de plantas hospedeiras dificultam o controle desta virose. Tornando a principal medida de controle o uso de cultivares de trigo resistentes e tolerantes.

 

Oídio

O oídio do trigo é causado pelo fungo Blumeria graminis f. sp. Tritici, e tem gerado danos que podem atingir até 60% do rendimento de grãos se medidas de controle não forem realizadas.

A doença se caracteriza pela formação do micélio de aspecto cotonoso sobre toda superfície das plantas, principalmente a folha, que ficam amareladas e caem.

Por ser um fungo biotrófico, o inóculo primário mantém-se, na entressafra, em plantas voluntárias e restos culturais de trigo. Sendo disseminado pelo vento.

A doença é favorecida por temperaturas amenas e ausência de água livre na superfície da folha, nessas condições, o ciclo completo do fungo pode durar de 5 a 10 dias.

As medidas de manejo mais utilizadas e eficientes para o controle desta doença são o uso de cultivares resistentes e a aplicação de fungicidas. Em aplicações da parte aérea e em tratamento de sementes.

 

Ferrugem da folha

A ferrugem da folha, é uma doença do trigo causada pelo fungo Puccinia triticin, pode causar danos de até 80% na cultura do trigo, devido à alta severidade em algumas regiões e cultivares.

Essa doença caracteriza-se pelo aparecimento de pústulas. Com esporos de coloração amarelo escuro a marrom nas folhas.

Os sintomas podem aparecer na fase inicial de desenvolvimento da cultura até a maturação das plantas.

As condições climáticas favoráveis para o desenvolvimento da doença são temperaturas amenas (15º a 20ºC) e molhamento foliar continuo de no mínimo 3 horas.

Assim como o Oidio, o fungo causador da ferrugem também é biotrófico e, portanto, sobrevive em plantas voluntarias, sendo disseminado pelo vento.

Como medidas de controle da ferrugem da folha do trigo podemos citar o controle químico nas partes áreas das plantas e o uso de cultivares resistentes/tolerantes.

No entanto, a resistência à ferrugem da folha não é muito durável, devido à grande variabilidade genética do patógeno.

 

Giberela

A giberela é a doença que acomete espigas e grãos de trigo, é causada pelo fungo Gibberella zeae (forma sexuada) ou pelo Fusarium graminearum (forma assexuada).

Lavouras atacadas por giberela são reconhecidas principalmente pela descoloração precoce de espiguetas. Além disso, a doença induz à produção de grãos chochos e de coloração rosada.

 

Plataforma Agropós

 

Os danos causados pela giberela à lavoura de trigo decorre da formação de grãos menores e leves, além de comprometer a qualidades dos grãos com substâncias tóxicas produzidas pelo fungo, as chamadas micotoxinas.

As condições favoráveis para o desenvolvimento da doença são chuvas frequentes e temperaturas entre 20 °C e 25 °C.

A giberela, atualmente, é uma doença de difícil controle. Portanto, a integração de medidas de controle é a melhor estratégia para minimizar os prejuízos gerados por esta doença.

 

Conclusão

Os principais aspectos, como agente causal, sintomas, condições favoráveis, e controle das doenças mais comuns na cultura do trigo no Brasil foram abordados neste artigo.

A ocorrência e severidade dessas doenças no campo são influenciadas pela grande variedade de regiões tritícolas que caracteriza o nosso país. O que dificulta viabilização de sistemas padronizados de controle.

Considerando esta situação, o produtor deve atentar- se as doenças mais comuns em sua região. Assim como as medidas de controle indicadas para o local.

Escrito por Pollyane Hermenegildo.

Pós-graduação Fitossanidade