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Projeto de paisagismo: descubra a sua importância!

Projeto de paisagismo: descubra a sua importância!

Você já deve ter se perguntado o que é um Projeto de paisagismo? Elaboramos este artigo para você entender o que é e como é feito um projeto paisagístico.

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Projeto de Paisagismo

 

O contato com plantas diminui o stress e proporciona um maior relaxamento. Segundo dados das nações unidas, é recomendado que as cidades possuam no mínimo 16m2 de área verde por habitante, para diminuir o stress Urbano.

Um projeto de paisagismo possibilita esta relação mais estreita com o homem e a natureza, gerando um efeito tranquilizante e de bem-estar.

Mas afinal o que é paisagismo? É a arte de projetar, planejar, fazer a gestão e a preservação de espaços livres. Sendo eles públicos ou privados, urbanos e não-urbanos.

A arquitetura da paisagem ou paisagismo, é um complemento ao projeto arquitetônico, que visa harmonizar a paisagem.

 

Paisagismo e Arborização Urbana

 

Paisagismo ou jardinagem?

E usual as pessoas acreditarem que projeto de paisagismo e jardinagem são sinônimos. Embora o primeiro englobe o segundo são coisas distintas. Resumidamente, pode-se dizer que o paisagismo é a elaboração e planejamento da área verde e a jardinagem é a execução.

Ou seja, um projeto paisagístico cria espaços funcionais, úteis e tecnicamente viáveis. Considerando o projeto arquitetônico, o solo e o clima do local e espécies vegetais adequadas.

Já a jardinagem refere-se a parte do trabalho com a vegetação, como o cultivo das plantas e manutenção do jardim.

 

Paisagismo muito além da estética!

 

O que é um projeto de paisagismo?

Um projeto de paisagismo é uma representação gráfica Onde constam de forma detalhada todas as informações necessárias de como será executado o trabalho.  Que tem como objetivo gerar um ambiente cuja a arquitetura e a natureza estejam em plena harmonia.

Portanto, para elaborar um projeto de paisagismo é preciso ter conhecimento não só de botânica, mas também de arquitetura.

 

Como montar um projeto de paisagismo?

Para montar um projeto paisagístico o paisagista deve seguir três etapas essenciais, que são:

 

1. Estudo preliminar

Primeiramente o paisagista necessita conhecer as necessidades do cliente. Este passo pode ser um pouco complicado pelo fato das pessoas comumente confundirem paisagismo com jardinagem, o que pode dificultar a comunicação.

Neste momento o profissional precisa investir um bom tempo para entender as necessidades do cliente. Uma opção é pedir referências do que ele gosta e ir explicando o que pode ser feito ou não.

Após entender as necessidades do cliente o paisagista deve estudar a área. Buscando informações como o tipo de solo do local, orientação em relação ao sol e vegetação existente.

 

2. Anteprojeto

Nesta etapa, o paisagista vai utilizar todas as informações obtidas até o momento e iniciar a criação das plantas, detalhando os aspectos estéticos e funcionais.

Agora é a hora de usar toda a criatividade e explorar todas as possibilidades, sem esquecer do gosto do cliente. Após a aprovação do anteprojeto, passamos para a etapa seguinte.

 

3. Projeto executivo

Entramos na etapa final, que é o desenvolvimento detalhado do anteprojeto. Ou seja, o paisagista vai aprofundar em aspectos mais técnicos. É nesta etapa também que são integrados projetos complementares como de irrigação e iluminação.

É aqui que as informações de manutenção, orçamento, tempo de execução, espécies e materiais utilizados, adubação, tamanho de cova são apresentadas. Ou seja, tudo que é necessário para a execução e manutenção da obra.

 

Tipos de projeto de paisagismo

Um projeto de paisagismo pode ser elaborado para diferentes locais, como públicos ou privados. A seguir vamos ver alguns tipos de projetos de paisagismo que são mais comuns.

 

Paisagismo residencial

A confusão entre paisagismo e jardinagem geralmente ocorre no paisagismo residencial, pelo fato das pessoas a acharem que paisagismo envolve somente o cultivo das plantas e nós já vimos que não é bem assim né?

 

Paisagismo residencial

 

Este tipo de paisagismo consiste em transformar a paisagem residencial interna ou externa fazendo uma junção harmoniosa entre a natureza e decoração, além de transformar o local em um ambiente relaxante e confortável. Além disso, uma residência com um projeto de paisagismo bem feito é mais valorizada no mercado.

 

Paisagismo em edifícios privados

O paisagismo em um conjunto de edifícios residenciais ou corporativos deve ser projetado de maneira a organizar os espaços livres entre os blocos e criar áreas de lazer e relaxamento.

Já os edifícios comerciais podem se beneficiar ainda mais de um projeto de paisagismo, desde que este crie espaços que tenham o poder de convidar o usuário a frequentar o local.

 

Paisagismo em edifícios públicos

O paisagismo de edifício públicos não é muito diferente do paisagismo em edifícios privados.

No entanto, neste tipo de projeto o paisagista deve atentar-se a utilização de pisos, equipamentos e vegetação que não requerem muita manutenção pela administração do local, garantido assim, a funcionalidade e beleza do projeto.

 

Paisagismo em edifícios públicos

 

Paisagismo em espaços públicos

As cidades são dinâmicas, possuem pessoas circulando o tempo todo, para amenizar a correria do dia-dia elas precisam ser aconchegantes e nada melhor que um projeto paisagístico para fazer a junção do homem com a natureza.

O paisagismo urbano está presente não somente nas casas e prédios, mas também nas ruas, praças e parques.

Na hora de projetar uma rua fatores importantes devem ser considerados. Principalmente por ser um local de grande circulação de pessoas e veículos.

Deve-se prezar pela segurança, como por exemplo, evitando acidentes que podem ser causados por raízes expostas ou flores e frutos escorregadios no chão.

 

Paisagismo em espaços públicos

 

As praças e parques são locais destinados a atividades de lazer e convivência. Associados a ambientes seguros e relaxantes, por isso precisam ser bem projetadas.

O planejamento paisagístico destes locais deve considerar o perfil da comunidade, quais as atividades serão realizadas e as potencialidades do local.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Portanto, como você percebeu, um projeto de paisagismo vai muito além que somente escolher plantas e vasos. Ele é um convite à permanência no local e, portanto, deve ser um espaço funcional e relaxante.

Afinal ele é responsável por proporcionar uma qualidade de vida que só o contato com a natureza pode oferecer!

Escrito por Pollyane Hermenegildo.

Paisagismo e Arborização Urbana

Paisagismo: descubra o que você entende sobre o assunto!

Paisagismo: descubra o que você entende sobre o assunto!

O paisagismo vai muito além das plantas e organizar a paisagem urbana, em qualquer escala, com elementos funcionais e estéticos.

É uma arte que visa o projeto e a composição de um espaço livre com diversas espécies de vegetações e equipamentos, como piscinas, caminhos, pergolados, fontes e cercas.

Por envolver questões de composições do espaço está relacionado com a área de Arquitetura e Urbanismo. Além disso, cria diversas possibilidades de interação com a natureza.

Esta arte conjuga, neste esforço de recriação, planos, planificações, a administração e a manutenção de áreas livres, no interior das cidades ou à margem delas. Com o objetivo de organizar pequenas e vastas paisagens.

Não basta semear aqui e ali plantações decorativas. É necessário aliar recursos artesanais à percepção estética, sendo essencial, igualmente, saber combinar formatos e cores, para assim alcançar um resultado equilibrado e compatível.

 

paisagismo

 

O que é paisagismo?

O Paisagismo vai muito além da criação de jardins e praças. Trata-se de uma técnica bastante específica voltada também para a elaboração de projetos de criação ou substituição de espaços afetados por construções desordenadas.

Sua missão inclui recompor espaços geográficos e organizar a paisagem para criar condições de uso pelo público, utilizando não apenas conhecimentos de botânica e ecologia.

Mas também de arquitetura e dos costumes da região, combinando cores e formatos para gerar um resultado harmonioso e agradável de convivência.

Segundo recomendações da Organização das Nações Unidas, é necessário que as cidades contem com pelo menos 16 m² de área verde por habitante para diminuir o estresse urbano.

Levando isso em conta, a arquitetura paisagística se mostra uma atividade extremamente valorizada, com um amplo campo de atuação.

 

Paisagismo e Arborização Urbana

 

O paisagismo atualmente

Nos dias de hoje, o paisagismo é altamente qualificado, ou seja, é desenvolvido por profissionais competentes, como um arquiteto paisagista, biólogos, engenheiro agrônomo ou outro profissional especializado.

Onde seus principais objetivos são: melhorar a estética, a funcionalidade, a segurança, o conforto e ainda a privacidade dos ambientes exteriores (e interiores quando for o caso).

O Paisagismo só ocorre de verdade quando cada elemento colocado é pensado como uma composição arquitetônica, e não apenas como um objeto ou espécie.

No entanto, é importante frisar que, ainda não sendo sinônimos, paisagismo e jardinagem podem ser ferramentas que atuam em conjunto, onde a jardinagem se torna parte integrante do projeto de paisagismo efetuado.

Também é importante pontuar que paisagismo não se trata apenas de elementos naturais, podendo mesclá-los com elementos construtivos, como estruturas e até as próprias edificações.

Que em conjunto, são capazes de formar composições interessantes e úteis para os usuários.

Dando uma relevância ainda maior para os que são pensados da maneira mais ecologicamente correta possível, para tornar o projeto vantajoso tanto para o homem quanto para todo o ambiente à sua volta.

E por falar em vantagens, o projeto paisagístico pode proporcionar inúmeros benefícios a partir de sua execução.

 

Tipos de paisagismo

  • O paisagismo rural, definido como um tipo de paisagismo que visa ações de preservação e conservação.
  • O paisagismo é urbano, ou seja, voltado para a criação de espaços de lazer, esportes, entretenimento e contemplação. Integrando a natureza ao ambiente das grandes metrópoles.
  • E o paisagismo de áreas internas que tem como principal missão complementar a decoração. Esse tipo de paisagismo é visto com frequência em jardins externos, jardins de inverno, varandas e terraços.

 

 

Técnicas mais comuns de paisagismo

  • Jardins verticais: um projeto criativo para decoração de casas e ideal para otimizar espaços pequenos.
  • Fazer caminhos: ideal para conectar os moradores com o jardim do ambiente.
  • Revestimentos e pisos: para separar e organizar espaços com plantas e grama.
  • Bancos e mesas: para transformar o ambiente em um espaço mais funcional.
  • Plantar em vasos: a grande vantagem é a mobilidade para o luar desejado e várias configurações.

 

Projeto paisagístico

O Projeto de Paisagismo é realizado por um profissional da área de Arquitetura e Urbanismo. O que vai  para muito além da beleza e do apelo estético trabalha com o uso das formas, volumes, dimensões e texturas. Incorporando ao mesmo tempo características físicas e abstratas ao cenário, sendo essas relacionadas ao comportamento e até mesmo à filosofia.

 

Benefícios do projeto de paisagismo

Um projeto que tem como principais pilares a ventilação, a estética e o clima, já se tornam mais claros os benefícios gerados pelo paisagismo. Já que são características capazes de elevar o bem estar e até a qualidade de vida, mesmo que momentaneamente (em espaços públicos, por exemplo), das pessoas que entram em contato com uma obra do tipo.

E quando se fala em obra, não se trata apenas de obras famosas, de renomados paisagistas, como é o caso do internacionalmente conhecido e referenciado Burle Marx. E sim de qualquer que seja o projeto paisagístico realizado por um profissional da área, como já citado, que tenha sido realmente pensado visando os três pilares mencionados.

Pontuando os benefícios, no que diz respeito ao bem estar, podem ser citados o relaxamento mental, a conexão com a natureza, e o fato de o ambiente se tornar muito mais agradável na presença de um paisagismo.

Tanto por ser esteticamente mais interessante, quanto por proporcionar maior conforto térmico, tanto em propostas externas, como uma praça pública, quanto internas, como um escritório.

Em uma escala de arborização urbana maior, é possível perceber que, quando há a presença de um projeto paisagístico bem pensado e executado, a cidade se torna mais bonita e agradável. O que minimiza, por exemplo, o calor, e até mesmo auxilia na drenagem natural em um período de chuva.

O que é um importante fator, especialmente nas grandes cidades, nas quais a ação antrópica desenfreada tende a tornar-se tudo cimentado e asfaltado. Muitas vezes, causando transtornos urbanos e muitas inclusive acidentes em detrimento do não escoamento natural.

 

Etapas de um projeto de paisagismo

O Projeto de Paisagismo se divide em algumas etapas, tendo início na fase de Pesquisa, a fim de construir o repertório teórico do profissional que o realizará. Antecedendo o momento da Conceituação, na qual surgem os primeiros esboços e versões do projeto, que depois vêm a se tornar a projeto final.

Esse que irá conter todos os elementos escolhidos e pensados de acordo com todas as características mencionadas anteriormente, além da problemática do projeto em si.

E por último, a etapa da Representação, onde são apresentados todos os detalhes técnicos e artísticos essenciais à compreensão do projeto.Tais como as alturas, larguras, volumes e materiais, através de plantas e cortes, em especial, para que a execução fiel e o projeto cumpra com todas as necessidades e especificidades observadas.

 

Tipos de projeto de paisagismo

Existem várias formas de se trabalhar projetos de paisagismo, tanto públicos como privados, como é o caso do Paisagismo Residencial, que tem caráter privado. E pode tornar melhor o cotidiano de toda uma família, a partir daquelas vantagens já citadas.

Para este tipo de paisagismo, ainda que de caráter privado, pode ainda auxiliar na integração da residência com o espaço público, como em relação à rua, por exemplo. Ou ainda ao condomínio ao qual faz parte, já que soma à própria edificação um aspecto mais agradável confortável e visualmente.

 

Projeto de Paisagismo

 

Já em relação ao paisagismo em obras de caráter público, podem ser citadas as Praça. Que com a presença do projeto, podem se tornar lugares agradáveis e servirem para todos os propósitos aos quais se propõem.

Como por exemplo, enquanto um local agradável e tranquilo de permanência, que pode ser proporcionado pelo uso da vegetação (como árvores) em conjunto ao mobiliário urbano (como bancos).

Neste mesmo contexto, podem ser ainda citadas as próprias Ruas, que para além de locais de circulação, podem se destacar por seu paisagismo, em meio ao cotidiano das pessoas na cidade.

Podendo ainda servir de ferramenta para diminuir a discrepância entre os ambientes destinados a veículos e pedestres, sendo estes últimos bastante prejudicados nos locais onde mal têm calçada.

O que torna ainda maior a necessidade de uma passagem mais agradável, mesmo que com um pequeno canteiro, mas que tenha sido de fato projetado para atender a este propósito.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Entende- se que o paisagismo é a integração do homem com a natureza, facultando-lhe melhores condições de vida pelo equilíbrio do meio ambiente. Ele abrange todas as áreas onde se registra a presença do ser humano.

Até mesmo nos desertos só é notada a presença dos seres humanos nos oásis, onde existe vegetação nativa ligada à água. Desde as áreas rurais até as regiões metropolitanas, o paisagismo deve atuar como fator de equilíbrio entre o homem e o ambiente.

Paisagismo e Arborização Urbana

Paisagismo no Brasil: Habilidades e Habilitação

Paisagismo no Brasil: Habilidades e Habilitação

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Foto: Pampulha

Há que se fazer distinção entre habilidades e habilitação. Habilidades são aptidões adquiridas e são associadas aos conhecimentos teóricos e práticos. Habilidades são aprendidas e desenvolvidas e são inerentes a qualquer pessoa que se disponha a adquiri-las por meio de cursos teóricos ou por meio de aprendizagens práticas. Habilidades estão diretamente relacionadas com artes e ofícios, não dependentes, necessariamente, de uma escola. Assim, como exemplo, podemos citar habilidades nos ofícios de pedreiro, marceneiro e motorista. Também podemos pensar em habilidades mais estruturadas como é o caso de computação e paisagismo.

Habilitações são credenciamentos fornecidos segundo demonstrações de habilidades. Embora as habilitações dependam das habilidades de quem as deseja, elas são dependentes, também, de terceiros que as fornecerão. Dizem respeito a um reconhecimento das habilidades, normalmente por meio de uma demonstração precisa das habilidades. Nesse caso, extrapolados os meros aspectos das artes e ofícios, pois saber fazer não é suficiente, tendo-se que comprová-lo. Assim, uma pessoa pode ser excelente motorista, mas só será habilitado após comprová-lo ao DETRAN que expedirá uma carta de habilitação para tal.

Deixando de lado os aspectos relacionados às artes e ofícios e adentrando os aspectos de profissionalismo liberal superior, observamos que habilidade se relaciona com capacidade e que habilitação se relaciona com competência. Assim é que as universidades capacitam os profissionais enquanto os conselhos regionais dão competência para a atuação profissional. É importante ressaltar que a competência nada tem a ver com o saber fazer, mas, apenas, com a regulamentação para fins de responsabilidade técnica. Por isso, podemos dizer que uma pessoa com habilidades paisagísticas, sem credenciamento, pode ter capacidade para desenvolver excelentes projetos, mas não poderá ser responsabilizada tecnicamente. Daí, para que se possa responsabilizar alguém, em juízo, inclusive, é preciso que haja competência e não apenas capacidade.

1. INTERDISCIPLINARIDADE¹

O profissionalismo no Brasil é regulamentado, normalmente, por conselhos regionais segundo as aptidões de cada profissão e de conformidade com a área de conhecimento do profissional. Assim é que a arquitetura e a engenharia têm seu conselho, a biologia tem o seu conselho, a advocacia tem o seu conselho (ou a sua ordem), bem como as demais profissões. Essa compartimentalização funcionou até hoje dentro de uma visão mecanicista. Quando começamos a observar os conhecimentos holisticamente notamos que essa compartimentalização não faz nenhum sentido.

¹Algumas tentativas em nível de aprendizagem estão em Gonçalves (1995)

1.1 O NOVO CONCEITO DE PAISAGEM²

O paradigma holístico ou sistêmico tem-nos obrigado a enxergar o mundo de modo diferente e a paisagem, vista antigamente como mero cenário adquiriu conotações muito mais abrangentes quando os aspectos ambientais e a qualidade de vida passaram a ser os elementos norteadores do novo projeto, com o homem ocupando a posição principal. Modernamente, novas formas de lazer passivo como a televisão e a Internet e novas opções de lazer ativo como os shoppings têm subtraído as pessoas dos locais públicos e, do paisagista, exige-se, por conseguinte, um conhecimento muito mais acurado. Esse conhecimento transita por áreas diversas como psicologia, geografia, urbanismo, agronomia, engenharia e diversos outros. Então, como trabalhar a paisagem holisticamente?

²Outras experiências com aprendizagem interdisciplinar em Gonçalves (1998).

1.2 O INTERPROFISSIONALISMO

Uma das maneiras de trabalhar o paisagismo levando em consideração todos esses conhecimentos é buscar uma interdisciplinaridade profissional na projetação. Essa é a maneira como os profissionais vêm procurando resolver o problema. Escritórios de paisagismo e prefeituras de médio e grande porte procuram formar equipes multidisciplinares onde diversos profissionais se debruçam sobre o problema paisagístico, cada um contribuindo da melhor forma possível³ (Figura 1). Entretanto, pequenos escritórios, pequenas prefeituras ou profissionais liberais não conseguem essa forma de trabalho uma vez que o processo é por demais oneroso quando o projeto é de pequeno porte. No caso de prefeituras, então, podemos observar que as de pequeno porte são maioria. Então, para esses casos, há que se investir no profissional, isoladamente.

³Essa multidisciplinaridade foi fonte de trabalho de aluno que passou pela experiência didática (Carminatti, 1998).

Figura 1 – Interdisciplinaridade por meio do multiprofissionalismo

1.3 O PROFISSIONAL HOLÍSTICO

A outra maneira de trabalhar o paisagismo levando em consideração todos os conhecimentos é na formação de um profissional com visão global. Dessa forma, as universidades deveriam estar fornecendo habilidades em todas as áreas do conhecimento que de certa forma contribuem para o projeto paisagístico. Noções de psicologia, de geografia, de agronomia, de engenharia, de arquitetura e muitas outras, deveriam estar sendo fornecidas ao futuro paisagista para que possa trabalhar a paisagem holisticamente quando o profissional tiver de fazê-lo sozinho (Figura 2). É importante ressaltar que esse conhecimento não elimina a primeira opção de um trabalho multiprofissional.

Figura 2 – Interdisciplinaridade por meio do conhecimento sistêmico

 

2. HABILIDADES

Infelizmente não é o que vivenciamos. Quem capacita o profissional de paisagismo no Brasil? Embora todas as profissões mencionadas tenham muito a contribuir para a melhor concepção da paisagem, apenas três cursos capacitam, oficialmente, o nosso paisagista: a Arquitetura, a Agronomia e a Engenharia Florestal. Se analisarmos os programas dos três cursos (Quadro 1), podemos observar que o curso de Arquitetura prima pelo planejamento e pelo desenho com um enfoque todo especial para a paisagem urbana. O curso de Engenharia Florestal, embora tenha um programa mais abrangente, enfatiza sobremaneira a floresta urbana como um componente da paisagem citadina enfocando, de certa forma, a paisagem regional, principalmente por associação com os outros tipos de floresta. O curso de Agronomia, por sua vez, dedica grande parte de seu programa ao estudo da floricultura e do jardinismo, perdendo, assim, o enfoque mais globalizado da paisagem regional.

Quadro 1 – Programas de paisagismo por cursos: ENEPEAs. Consultados o do Rio de janeiro (1994) e o de São Paulo (1995) | UFV (2000) Conforme ementas dos cursos de engenharia florestal e agronomia | GONÇALVES (1995)

Para completar, podemos observar que em termos de tempo de dedicação todos os cursos deixam a desejar (Quadro 2). Na Arquitetura, embora os ENEPEAs (Encontros Nacionais sobre o Ensino de Paisagismo nas Escolas de Arquitetura) tenham sugerido uma carga horária de 180 horas, podemos ver que a disciplina de paisagismo tem, normalmente, 60 horas, valendo apenas 3 créditos. A sugestão proposta por diversas escolas é que se use de “pontes temáticas” que é a abordagem de paisagismo em outras disciplinas do curso, na forma de exemplos, quando o assunto assim o permitir. Na Engenharia Florestal a disciplina tem normalmente 60 horas, valendo 3 créditos, embora possa-se chegar, em alguns casos a 72 horas semestrais. Aqui não existem pontes temáticas, mas, algum outro conhecimento é dado por disciplinas afins, principalmente as tidas como pré-requisito. É importante salientar, no entanto, que parte do tempo é normalmente dedicada à arborização urbana. No curso de Agronomia a disciplina  também é de 60 horas com 3 créditos e o tempo total é dividido entre paisagismo, floricultura e jardinocultura, com um peso bem maior para floricultura.

Quadro 2 – ENEPEAs | UFV (2000) | GONÇALVES (2000) OP. CIT.

Então, a pergunta que fica no ar é essa: podemos chamar de paisagista um profissional que está sendo capacitado com menos de 60 horas em uma profissão com tamanha exigência interdisciplinar?

Leia também: Arborização e Áreas Verdes Urbanas: entenda como funcionam as análises através de índices

3. HABILITAÇÃO

Mais crítico que a capacitação é o fato de se estar dando habilitação (competência) para esse profissional. A visão mecanicista tem permitido essa competência uma vez que o nosso paisagista é formado por um dos três cursos citados,  que pertencem (pertenciam)* a um mesmo Conselho. Na visão holística, entretanto, defendemos um profissional com conhecimentos mais abrangentes, inclusive em outras áreas. Aí, como ficará a questão da competência quando a geografia, a psicologia e a biologia, por exemplo, extrapolam os limites de atuação do atual Conselho?

3.1 ROTULAÇÕES

Resvala-se, nesse caso, para posições mais conflitantes e mais difíceis quando o corporativismo começa a forçar posições contraditórias; quando a visão mecanicista manda que se atue pela competição enquanto a visão holística manda que se atue pela cooperação.

Nos Estados Unidos da América a Associação de Arquitetos Paisagistas – ASLA congrega esses profissionais, mas possa ser que se justifique pela existência dessa profissão com uma formação apropriada. No Brasil, a Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas – ABAP tenta congregar os profissionais que não existem nem por tempo de formação nem por conteúdo programático.

Para se defender a profissão de “Arquiteto Paisagista” será necessário um programa mais abrangente na formação desse profissional e não meramente pelo fato de haver uma disciplina dentro do curso de Arquitetura. A prevalecer essa ideia, poderemos reivindicar, também, o “Engenheiro Agrônomo Paisagista” ou o “Engenheiro Florestal Paisagista”.

Na verdade, o que se observa é que a profissão requer uma gama tão grande de conhecimentos que ela não deveria estar rotulada (vinculada) a nenhuma das profissões existentes, mas, sim, constituir-se de uma profissão inteiramente nova e independente.

3.2 QUEM TRABALHA O PAISAGISMO NO BRASIL?

Enquanto discussões sobre a capacitação e sobre a competência estão acontecendo, enquanto posições corporativistas estão sendo tomadas e enquanto apenas um Conselho* credencia profissionais, com conhecimentos fora dos seus limites, quem vem trabalhando a paisagem brasileira, principalmente a urbana?

Se fizermos uma análise das estruturas das prefeituras brasileiras em termos de paisagismo vamos encontrar os mais diversos profissionais atuando nessa área (quadro 3). A análise do quadro mostra que o paisagismo se liga a secretarias diferentes conforme o tamanho da cidade: nas cidades de médio porte o paisagismo se liga à Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente e aí há um predomínio do profissional de Ciências Agrárias; nas de grande porte o paisagismo se liga à Secretaria de Planejamento e aí predominam os profissionais de Ciências Exatas. Nas de pequeno porte, na maioria das vezes, o paisagismo está ligado a um setor de Meio Ambiente onde o responsável sequer tem formação superior. Nada se tem contra um cargo meramente político, desde que ele se valha de uma consultoria competente, mas, sabemos, não é o que normalmente acontece.

Quadro 3

*Na verdade hoje existem dois conselhos, já que a Arquitetura se desmembrou do CREA, criando o seu próprio conselho, o CBAU – Conselho Brasileiro de Arquitetura e Urbanismo.

4. UM NOVO PROFISSIONAL

Apontadas as falhas do sistema, o que fazer? Impedir que os profissionais fracamente capacitados atuem no mercado? Abrir competência para todos quantos queiram trabalhar? Difícil é responder a estas questões, mas podemos e devemos defender a formação de um profissional melhor qualificado reivindicando um programa mais abrangente, com uma carga horária mais apropriada. Por programa mais abrangente devemos pensar em um conhecimento mais profundo da vegetação e não apenas o conhecimento de nomes vulgares, de nomes científicos e de famílias botânicas; um conhecimento mais profundo de planejamento e não apenas distribuição de elementos naturais e construídos; um conhecimento mais profundo de espaços e não apenas o físico, mas o social, o psicológico e o político; um conhecimento mais profundo das necessidades, mas não apenas as fisiológicas e pessoais, mas também as psicológicas e as coletivas; um conhecimento mais profundo dos outros tipos de vida, não apenas da humana. É fácil ver que nem a Arquitetura, nem a Engenharia Florestal, nem a Agronomia, sozinhas, podem fornecer esses conhecimentos. Teremos que buscá-los na Geografia, na Psicologia, na Engenharia, na Biologia, dentre outras áreas do conhecimento. Para isso, precisamos de mais tempo. Quatro créditos não são suficientes. Precisamos de, no mínimo, quatro anos. Enquanto isso não acontece devemos estar trabalhando de modo cooperativo e interdisciplinar. Devemos, no entanto, perseguir a formação de um profissional holístico que traga noções de todas essas áreas, sem prejuízo, no entanto, de trabalhos com equipes multiprofissionais.

5. BIBLIOGRAFIA

1 – GONÇALVES, Wantuelfer. Interdisciplinaridade no paisagismo: uma experiência universitária. Viçosa: UFV, 1995. 6p.

2 – GONÇALVES, Wantuelfer. Interdisciplinaridade no paisagis mo: uma experiência universitária. Terceiro Encontro Interdisciplinar sobre o Estudo da Paisagem. Rio Claro: UNESP. 11 a 13 de maio de 1998.

3 – CARMINATTI. Nelson Fábio Ribeiro. Interdisciplinaridade             no paisagismo: uma experiência acadêmica. Viçosa: UFV. 1998. 33p. (monografia de graduação).

4 – GONÇALVES, Wantuelfer. O ensino da arborização urbana no Brasil. Seminário de Florestas Urbanas. Belo Horizonte: CEMIG/SIF. 25 e 26 de outubro de 2000.

5 – Anais dos Encontros Nacionais sobre o Ensino de Paisagismo nas Escolas de Arquitetura (ENEPEAs).

6 – Catálogo de graduação da Universidade Federal de Viçosa, 2000.

7 – GONÇALVES, Wantuelfer.  O ensino da arborização urbana na universidade.  En-contro Nacional de Arborização Urbana, IV. Londrina: SBAU. 11 a 15 de dezembro de 1995.

Este trabalho, originalmente, foi uma palestra apresentada no Primeiro Seminário de Paisagismo Aplicado, promovido pela AMIFLOR – Associação Mineira de Floricultura, em Belo Horizonte nos dias 9 e 10 de dezembro de 2000. Posteriormente ele foi incorporado ao livro de minha autoria intitulado Urbana Paisagem, publicado em 2003, como um dos capítulos. A permanência das situações descritas nesse trabalho justifica a discussão na atualidade.