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Melhor época para o milho no RS e SC

Melhor época para o milho no RS e SC

A área de milho está estimada em 738 mil hectares no Rio Grande do Sul

A época que concentra a maioria das operações de semeadura do milho no Rio Grande do Sul e Santa Catarina é entre os meses de setembro e outubro, mas há grande variação em função do melhor ajuste no sistema de produção. Veja as orientações da pesquisadora da Embrapa Milho e Sorgo, Jane Machado, para identificar a melhor época na implantação do milho nas diferentes regiões do RS e SC.

A área de milho está estimada em 738 mil hectares no Rio Grande do Sul (Emater/RS, set 2018), indicando um possível aumento 5,53% em relação à safra anterior (CONAB, set 2018). Em Santa Catarina, o aumento é estimado entre 3 e 5% sobre os 319 mil hectares de milho registrados na safra 2017/18 (Epagri, set 2018).

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Apesar do zoneamento agrícola indicar uma ampla janela de semeadura, permitindo plantio do milho durante todos os meses do ano, a concentração das operações acontece no chamado “plantio do cedo”, realizado nos meses de agosto e setembro, como estratégia para evitar que a floração do milho ocorra no período de maior risco de déficit hídrico com os veranicos de dezembro e janeiro. Na região Noroeste do RS, por exemplo, o microclima diferenciado permite a semeadura do milho ainda em julho.

Por outro lado, visando o maior potencial produtivo das plantas, a melhor época de plantio vai da segunda quinzena de setembro até meados de outubro. Neste período as condições climáticas favorecem o desenvolvimento das plantas pela maior incidência de sol em dias mais longos. Contudo, a pesquisadora Jane Machado reconhece que o motivo mais importante para ajustar a semeadura do milho nesta época é a conservação do solo: o milho vai ficar cobrindo o solo até abril/maio, quando começam os trabalhos para a semeadura de inverno, garantindo palhada, controlando pragas e doenças até o próximo cultivo de verão. “É preciso planejar o sistema de produção com maior eficiência, definindo agora a cultura de inverno que virá após o milho e até o que vai plantar na área no verão subsequente. O planejamento da rotação permite ajustar tanto o calendário, quanto o manejo da lavoura, determinando o investimento em adução e a escolha das cultivares”, orienta Jane.

A partir do final de outubro, a semeadura do milho é chamada de “plantio do tarde”, época em que os genótipos de milho alcançam as maiores produtividades, porém, também é o período de maior risco pois o florescimento das plantas pode coincidir com as estiagens de verão. A prática é recomendada nas regiões mais frias do Estado, onde as colheitas de inverno ocorrem mais tarde e a temperatura noturna fica abaixo dos 15°C durante a primavera.

Escolha da cultivar

As cultivares de milho indicadas para o RS podem apresentar ciclo superprecoce, precoce ou normal. A maior diferença de ciclo entre elas ocorre no período emergência ao florescimento. As cultivares superprecoces e precoces toleram melhor temperaturas mais baixas, sendo indicadas para as regiões frias, tanto para semeadura do cedo quanto na semeadura do tarde. Para as semeaduras na época preferencial na primavera podem ser utilizadas cultivares com ciclo normal que vão garantir cobertura do solo até o inverno. “Em geral, quanto mais precoce a cultivar, menor a produção, porque a planta aproveita menos tempo de luz e calor para crescer”, alerta a pesquisadora Jane Machado, da Embrapa Milho e Sorgo.

Enfim, a escolha da cultivar deve considerar fatores como época de semeadura, diferenças regionais de clima e solo, histórico da incidência de pragas e doenças, culturas antecessoras e sucessoras ao milho, e previsões climáticas para o período. “O que eu fiz na lavoura no ano passado pode não funcionar neste ano. Não existe receita pronta no milho, é preciso planejar cada ano pensando em uma nova lavoura dentro de um sistema de produção a longo prazo”, conclui a pesquisadora.

Saiba mais ouvindo a entrevista com a pesquisadora Jane Machado, da Embrapa Milho e Sorgo.

 

Por Embrapa.

Pesquisa avança na seleção de clones de batata tolerantes à doença causada pela pinta preta em MG

Pesquisa avança na seleção de clones de batata tolerantes à doença causada pela pinta preta em MG

O programa de melhoramento genético de batata da Embrapa envolve várias vertentes, entre elas pesquisas voltadas ao desenvolvimento de materiais com resistência a determinadas doenças consideradas importantes na cultura. Esse é o caso, por exemplo, da avaliação relacionada à reação de clones avançados de batata à pinta preta, na região do Alto Paranaíba, em Minas Gerais, onde se concentra boa parte da produção no estado.

Iniciado em 2016, a partir do contrato de cooperação técnica firmado entre a Cooperativa Agropecuária do Alto Paranaíba (Coopadap) e a Embrapa Hortaliças (Brasília, DF) os resultados mostrados animaram o pesquisador Valdir Lourenço Júnior, que vem conduzindo os experimentos montados no município mineiro de Rio Paranaíba. “Verificamos que alguns desses clones apresentaram resistência parcial ou tolerância à pinta preta, o que representa um avanço significativo, tendo em vista que a variedade Ágata, desenvolvida na Europa e a mais cultivada no Brasil, é mais suscetível à doença”, explica o pesquisador.

O termo “resistência parcial” deve-se, segundo ele, ao fato de os clones não se mostrarem totalmente resistentes à pinta preta, mas o dano causado pela doença é menor quando comparado com a cultivar Ágata. “Em resumo, a principal vantagem no caso de os nossos clones se tornarem cultivares é a tendência à redução da necessidade de aplicação de fungicidas”, observa Valdir, que chama a atenção para outras ações que têm como pano de fundo o trabalho conjunto com a Coopadap.

Segundo ele, a parceria com a cooperativa não se limita aos experimentos para avaliar a reação de clones de batata à pinta preta. Ele lembra que há outro contrato de cooperação técnica assinado entre as duas instituições para o manejo da podridão-branca em alho e cebola, considerada a mais importante entre as doenças que atingem os cultivos de aliáceas. E do alho e cebola para os trabalhos com a batata, não foi preciso transpor fronteiras.

“As linhas de ação previstas no primeiro contrato foram ampliadas pela inclusão da área plantada com os clones de batata, devido à relevância de seu cultivo para a economia da região, se consideramos a alta produção – acima de 40 toneladas por hectare”.

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Dinâmica

Clones são materiais de batata geneticamente modificados, selecionados pelo programa de melhoramento de batata (coordenado pela Embrapa Clima Temperado) e avaliados em condições de campo e em casas de vegetação pela Embrapa Hortaliças e pelo Escritório da Embrapa em Canoinhas (SC), integrantes do programa.

Para a identificação de clones resistentes, são instalados experimentos em área disponibilizada por uma instituição parceira, a exemplo do trabalho desenvolvido na região do Alto Paranaíba com a Coopadap: ao se identificar a presença da pinta preta, é quantificada a incidência e severidade, e baseado nessas informações o pesquisador considera com maior resistência o clone que apresentou menores danos.

De acordo com Valdir, o trabalho continua na identificação de outros possíveis clones que podem apresentar a mesma resistência à pinta preta e também a outras doenças da batata como a requeima e a murcha bacteriana. “No caso de confirmação de seu potencial de resistência e características desejáveis para indústria ou mesa uma nova variedade pode ser lançada”.

 

Por Embrapa

Braquiária – a grande aliada das culturas de grãos no Nordeste

Braquiária – a grande aliada das culturas de grãos no Nordeste

À esq., braquiária com milho; à dir., cobertura morta com soja

A gramínea braquiária tem sido cada vez vista como um verdadeiro “capim-santo” para as
culturas de grãos na região dos Tabuleiros Costeiros e Agreste da nova região do
SEALBA – que compreende áreas de alto potencial em Sergipe, Alagoas e Bahia. Isso é o
que pesquisadores de Embrapa pretendem apresentar durante visita técnica dirigida
a produtores e representantes de bancos públicos.

O evento acontece na quinta-feira (11 de outubro) às 9h no Campo Experimental Jorge Sobral, mantido pela Embrapa Tabuleiros Costeiros em Nossa Senhora das Dores, no Médio Sertão Sergipano.

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No campo, onde os pesquisadores Edson Patto e Sérgio Procópio conduzem os experimentos, os visitantes verão de perto a diferença de resultados para a cultura da soja com e sem plantio de braquiária consorciada ao milho em rotação de cultura no ano anterior, bem como os benefícios do plantio direto associado ao sistema em relação ao modo convencional.

Nas dez parcelas experimentais plantadas com soja, será possível ver a notável diferença de tamanho das plantas e das vagens, bem como enchimento e peso médio de grãos – quesitos cruciais para os resultados de produção e ganho dos produtores.

No solo, os pesquisadores vão apresentar como a braquiária foi capaz, nos últimos anos de experimentos, de conservar a umidade num ano mais seco e evitar compactação do solo e encharcamentos quando as chuvas caem com maior intensidade. Essa qualidade da gramínea é fundamental para o maior sucesso no plantio de grãos nessa região, onde a irregularidade das chuvas é uma característica presente.

Por Embrapa

Técnicos de Moçambique aprendem como produzir alho livre de vírus

Técnicos de Moçambique aprendem como produzir alho livre de vírus

Ser autossuficiente na produção de alho livre de vírus. Com esse propósito técnicos da área de cultura de tecidos do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) foram treinados na metodologia de produção de alho-semente de alta qualidade fitossanitária através da cultura de ápices caulinares in vitro. A expectativa, a partir de agora, é que sejam recuperados o vigor das variedades de alho do país africano, aumentando a produtividade nacional e minimizando as importações do alho-semente livre de vírus.

Durante a segunda quinzena de agosto, os técnicos Jamisse Gonçalves e Suzana Fernandes aprenderam técnicas de limpeza viral, indexação e os processos de aclimatação e manutenção de plantas livres de vírus em casas de vegetação e telado. A capacitação ocorreu no âmbito de cooperação técnica com a Swisscontact, que desenvolve o projeto denominado Horti Sempre-Project, que visa intensificar a produção e produtividade de hortícolas como cebola e alho.

Por meio dessa cooperação, Moçambique importou, em 2017 e 2018, alho-semente livre de vírus do Brasil, sendo meia tonelada da cultivar BRS Hozan, desenvolvida pela Embrapa Hortaliças. De acordo com o pesquisador da Embrapa Hortaliças Francisco Vilela, essa capacitação deve fortalecer regiões produtoras de alho de norte a sul do país e minimizar as importações.

Gonçalves ressaltou a importância do treinamento. “Temos o cultivo de alho, mas não desenvolvemos a limpeza clonal. Obtivemos o componente técnico que faltava para instalarmos laboratório específico para essa atividade”, comenta. Suzana Fernandes acrescenta que algumas técnicas aprendidas podem ser usadas também para procedimentos diferentes em outras culturas.

O alho é uma espécie de propagação vegetativa, sendo essa a causa da disseminação de viroses. O uso de materiais de propagação sadios, como o alho-semente livres de vírus, é fundamental para assegura a qualidade dos novos plantios. Vilela explica que o controle químico não consegue reduzir a disseminação dos vírus porque ele atinge apenas os insetos vetores, que já podem ter transmitido os vírus pelas plantações.

Cooperação: A importação de alho-semente e a capacitação são decorrentes de projeto de Cooperação técnica Trilateral Estados Unidos-Moçambique-Brasil, realizado no período de 2012- 2015. A Embrapa Hortaliças foi a responsável pelo componente de produção “Variedades e Tratos Culturais em Hortaliças”, que testou mais de 100 cultivares brasileiras de várias espécies de hortaliças no país africano, entre elas alho. Os trabalhos realizados em Moçambique, no âmbito do projeto, foram copilados no livro Horticultura em Moçambique – Características, Tecnologias de Produção e de Pós-Colheita.

Por Embrapa

Gado em sistema integrado com floresta procura menos água

Gado em sistema integrado com floresta procura menos água

Resultados de pesquisa envolvendo o comportamento de bovinos revelam que animais criados em sistemas integrados com árvores frequentam menos os bebedouros em comparação com aqueles criados em sistemas convencionais, a pleno sol. A redução chega a 19%, de acordo com estudo desenvolvido na Embrapa Pecuária Sudeste (SP). Trata-se de uma das vantagens de sistemas de produção como a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), que vem sendo adotada gradativamente no País, chegando a quase 12 milhões de hectares.

Essa e outras vantagens da estratégia de produção ILPF são relatadas pelo pesquisador Alexandre Rossetto Garcia, que trabalha com biotecnologia da reprodução animal. Ele integra uma equipe multidisciplinar que vem comparando a criação de bovinos nos sistemas integrados e convencionais.

Rossetto é orientador da dissertação de mestrado de Alessandro Giro, da Universidade Federal do Pará (UFPA), médico veterinário que desenvolveu a pesquisa sobre o conforto térmico dos bovinos criados em ILPF. Durante a pesquisa, foram avaliados também o comportamento dos animais e a frequência de ida a bebedouros e cochos de sal mineral. O consumo de água em volume não foi diretamente medido. O trabalho de campo foi realizado de janeiro a junho de 2017 e a dissertação foi defendida em julho de 2018.

O trabalho foi feito por observação visual em campanhas mensais de dois dias consecutivos, ao longo de oito horas por dia. A equipe ficava a uma distância que não interferisse no comportamento dos animais. O estudo constatou que, no período da tarde, 87% dos animais que estavam expostos ao sol foram ao bebedouro. Na área sombreada, esse índice caiu para 63% no mesmo período. A diferença foi maior nos meses de janeiro a março, quando as temperaturas, em geral, são mais elevadas.

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Sistemas ILPF otimizam os recursos naturais

“Na área de ILPF, onde estão as árvores, buscamos também observar se os animais procuravam mais os espaços sombreados ou com sol. Medimos o tempo em minutos em que eles permaneceram no sol e na sombra. Constatamos que eles preferem a sombra, independentemente do turno”, afirmou Alessandro. Os animais que tiveram possibilidade de escolha entre sol e sombra passaram mais tempo pastejando, em ócio ou ruminando sob a copa das árvores.

O animal que sofre com o estresse pelo calor reduz a ingestão de alimentos. “Quando se abriga na sombra, a carga térmica sobre o animal diminui e ele tem menor necessidade de dissipar o calor para o meio. Isso reduz a ofegação e a transpiração, minimizando a demanda por ingestão de água”, explica Rossetto.

Quando precisa dissipar calor, o animal gasta energia em processos não relacionados à produção de leite e carne e à reprodução. Segundo o pesquisador da Embrapa, a ILPF permite o uso mais inteligente do recurso natural. O sombreamento reduz a temperatura ambiente em até 5ºC, o que é relevante para o conforto térmico e o bem-estar animal.

Precisão no monitoramento do gado

Rossetto explica ainda que a variação de 0,5 ºC na temperatura interna dos animais é bastante expressiva. Os termógrafos utilizados para medir as temperaturas de superfície dos bovinos são muito precisos, chegando a mensurar os centésimos de graus. Segundo ele, dois fatores influenciam o bem-estar animal: o microclima (conjunto de informações que pode ser avaliado com auxílio de estações meteorológicas) e as condições térmicas dos indivíduos nessas áreas.

Em estudos mais recentes, outros equipamentos têm ajudado a ciência a levantar dados para monitorar o gado. A Embrapa Pecuária Sudeste também consegue informações sobre comportamento animal graças a adaptações de técnicas disponíveis no mercado. Pesquisadores têm trabalhado em projetos de pecuária de precisão, utilizando um sistema computadorizado que identifica o deslocamento, o ócio e a ruminação a partir de colares com sensores acoplados.

Para que os equipamentos funcionem em áreas de pastagens para gado de corte, inclusive em ILPF, foi preciso instalar antenas para emitir os sinais sem fio e placas de energia solar para alimentar o sistema. As placas solares para captação de energia foram desenvolvidas pelo centro de pesquisa como forma de reduzir custos e viabilizar o uso de equipamentos a campo. Originalmente, a empresa privada que produziu o sistema computadorizado direcionou os equipamentos para monitorar gado de leite, que tem movimentações diárias mais previsíveis, como o momento das ordenhas.

De acordo com Edilson da Silva Guimarães, supervisor do Núcleo de Tecnologia da Informação, a Embrapa Pecuária Sudeste indicou a essa empresa adaptações para os sistemas de energia e de comunicação. “A transmissão de dados é feita de uma antena a outra, como se fosse uma malha. Sugerimos que mudassem o tipo de antena para melhorar a comunicação entre elas”, afirmou. Os dados coletados pelos sensores são enviados para uma central e podem ser acessados a distância, em computadores. Esses equipamentos foram adquiridos com recursos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) com contrapartida da Embrapa.

O trabalho avaliou comportamento de fêmeas bovinas de corte em pastagens sem árvores com o sistema wireless de monitoramento e foi apresentado no III Workshop Internacional de Ambiência de Precisão, em 2017, em Campinas.

Pesquisas multidisciplinares

A equipe multidisciplinar da Embrapa Pecuária Sudeste estuda na ILPF, além do comportamento animal, a disponibilidade e qualidade de forrageiras, a fertilidade do solo, o desenvolvimento do componente arbóreo, a produtividade agrícola, o desempenho e eficiência reprodutiva do componente animal, além de algumas ações que investigam a emissão de metano e a microbiota do solo.

De acordo com Rossetto, o comportamento dos bovinos está muito relacionado à interação entre eles e à ocupação do espaço. Perguntas como “os animais aproveitam a sombra?” e “em que momentos do dia preferem as áreas sombreadas?” ajudam a ciência a entender melhor as diferenças entre os sistemas integrados com árvores e a criação exclusiva no sol.

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Conforto térmico e capacidade reprodutiva

A fertilidade de bovinos também pode ser afetada pela exposição a temperaturas elevadas e à radiação solar intensa. Sempre que a temperatura corpórea dos bovinos de corte ou de leite aumenta, uma série de consequências negativas se desencadeia. Quando um animal sente desconforto devido ao calor, ele passa a produzir uma quantidade maior de cortisol, hormônio diretamente ligado ao estresse. De acordo com Rossetto, o aumento da concentração desse hormônio faz com que os animais se alimentem menos, o que prejudica significativamente a produção. Em um animal de corte, o crescimento é menor e, consequentemente, a produtividade.

Do ponto de vista reprodutivo, os altos índices termocorpóreos representam prejuízos ao produtor. Por exemplo, quando a temperatura corpórea de um touro aumenta, a temperatura interna dos testículos também sobe. Isso faz com que a qualidade do sêmen reduza. Na fêmea, o processo é similar. Quando sua temperatura interna aumenta, os ovócitos produzidos são de baixa qualidade, impedindo, muitas vezes, a fecundação.

Caso ela ocorra, o embrião exige condições favoráveis para seu desenvolvimento e a temperatura ideal é uma delas. O feto é altamente sensível às oscilações térmicas e pode até morrer precocemente, sem que os profissionais que acompanham a gestação percebam. Ainda assim, em situações de estresse durante a fase gestacional, o desenvolvimento e a funcionalidade da placenta são prejudicados e o feto pode apresentar malformações.

As pesquisas sobre conforto térmico e eficiência reprodutiva foram feitas com novilhas e fêmeas adultas de corte em projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Rossetto está planejando a continuidade de pesquisas nessa linha com machos em idade reprodutiva, orçamento de mudança.

Por Embrapa