O milho é um dos mais importantes produtos do setor agrícola no Brasil e se destaca pela sua versatilidade e importância econômica em vários setores. Sendo na indústria, na alimentação humana e animal. México é a origem mais provável do milho, depois o grãose firmou na América do Sul, onde a origem do milho está mais precisamente no sul Peru.
O milho é pertencente a família Poaceae que é composta por várias espécies, sendo o milho (Zea mays) um dos principais. No cenário mundial o Brasil tem se destacado como terceiro maior produtor de milho.
No solo brasileiro o milho já era cultivado pelos povos indígenas, antes mesmo que os colonizadores adentrassem em nosso território.
Quer saber mais? Origem do milho no mundo e no Brasil, como cultivar, época de plantio e produtividade por área? Então vamos lá nessa viagem em uma das culturas com maior expressão econômica no agronegócio do país, o milho.
Origem do milho no mundo
O México é a origem mais provável do milho. Os primeiros registros de seu cultivo foram feitos em ilhas próximas ao litoral mexicano. Há pelo menos 7.300 anos o milho participa da história alimentar mundial. A família Poaceae reúne espécies de interesse agrícola de extrema importância para a alimentação humana, a produção animal, bem como, para a geração de bioenergia.
Uma vez difundido no México, o grão se firmou como produto em países da América Central com clima propício para seu cultivo, como o Panamá, e também pela América do Sul, segundo as informações da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
Na América do Sul, a origem do milho está mais precisamente no sul Peru.
Grânulos de milho foram encontrados há 4 mil anos, revelando que há cerca de 40 séculos, pelo menos, já se cultivava o alimento por essa região do continente.
No entanto, com o período de colonização do continente americano e as chamadas grandes navegações que ocorreram durante o século XVI. O milho se expandiu para outras partes do mundo. Se tornando um dos primeiros itens na cultura mundial.
Com a chegada de Colombo ao continente americano, o milho embarcou em direção a Europa e se consolidou como fonte alimentar das populações mais humildes.
Por esse motivo e também por ser utilizado como ração animal, o cereal, no entanto, era discriminado pela elite europeia.
Origem do milho no Brasil
No país o milho já era cultivado pelos índios antes mesmo da chegada dos portugueses. Já que eles utilizavam o grão como um dos principais itens de sua dieta.
Mas foi com a chegada dos colonizadores, há mais de 500 anos atrás, que o consumo do cereal no país aumentou consideravelmente. E passou a integrar o hábito alimentar da população.
De acordo com a Fundação Joaquim Nabuco, no período Brasil-Colônia, os escravos africanos tinham no milho, além da mandioca, como um de seus principais alimentos.
Produtividade x área
Por suas características fisiológicas, a cultura do milho tem alto potencial produtivo. Já tendo sido obtida produtividade superior a 17ton/ha em concursos de produtividade de milho conduzidos por órgãos de assistência técnica e extensão rural e por empresas produtoras de semente.
No entanto, o nível médio nacional de produtividade está por volta de 4.864 kg ha-1, ainda considerado baixo pelo potencial produtivo da cultura.
Demonstrando que o manejo cultural do milho deve ser ainda bastante aprimorado para se obter aumento na produtividade e na rentabilidade que a cultura pode proporcionar.
Métodos de plantio do milho
As mudanças que vêm ocorrendo nos sistemas de produção de milho no Brasil comprovam a profissionalização dos produtores.
Essas mudanças, associadas ao papel cada vez mais importante de técnicos, consultores e extensionistas das redes públicas e privadas. Além do maior fluxo de informações via medias especializadas. Têm levado o produtor a cada vez mais se profissionalizar no setor produtivo do agronegócio.
Além disso, várias tecnologias ligadas à cultura do milho foram implementadas. Ou ainda estão sendo implementadas no setor agrícola brasileiro. Dentre elas, destacam-se:
Espaçamento reduzido associado à maior densidade de plantio. Permitindo melhor controle de plantas daninhas, controle de erosão, melhor aproveitamento de água, luz e nutrientes. Além de permitir uma otimização das máquinasplantadoras.
Melhoria na qualidade das sementes associada ao tratamento dos grãos. Especialmente o tratamento industrial, máquinas e equipamentos de melhor qualidade. Que garante boa plantabilidade e boa distribuição das plantas emergidas, garantindo assim maior índice de sobrevivência do plantio à colheita.
Correção do solo baseando-se em dados de análise.E levando em consideração o sistema, e não a cultura individualmente.
Qual a época ideal para o plantio?
A produção de milho no Brasil é caracterizada pelo plantio em duas épocas: primeira safra (ou safra de verão) e segunda safra (ou safrinha).
Os plantios de verão são realizados em todos os estados. Na época tradicional, durante o período chuvoso, que ocorre no final de agosto, na região Sul. Até os meses de outubro/novembro, no Sudeste e Centro-Oeste.
Na região Nordeste, esse período ocorre no início do ano.
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) classifica como segunda safra a safrinha propriamente dita e a safra de inverno plantada em Rondônia, Tocantins e em determinadas regiões da Bahia e de Sergipe.
A safrinha refere-se ao milho de sequeiro. Plantado extemporaneamente, geralmente de janeiro a março ou até, no máximo, meados de abril.
Quase sempre depois da soja precoce e predominantemente na região Centro-Oeste e nos estados do Paraná, São Paulo e Minas Gerais.
Tem–se verificado, nos últimos anos, decréscimo nas área plantadas da primeira safra. Mas compensado pelo aumento do plantio no período da safrinha e no aumento do rendimento de grãos das lavourasde milho. Tanto na primeira safra quanto na safrinha.
Apesar das condições desfavoráveis de clima, os sistemas de produção da safrinha têm sido aprimorados e adaptados a essas condições. O que tem contribuído para elevar os rendimentos das lavouras também nessa época.
Produção de milho no Brasil
A safra de milho 2019/2020 do Brasil foi estimada pela Safras & Mercado em 105,8 milhões de toneladas. Ante previsão de 104,75 milhões de toneladas divulgada no mês passado.
A consultoria elevou a projeção de colheita do milho cultivado na primeira safra, para 23,2 milhões de toneladas. Enquanto reduziu a perspectiva da segunda safra, a safrinha, para 73,8 milhões de toneladas.
O recuo nas projeções para a safrinha deve-se à ocorrência de estiagem nas lavouras de Mato Grosso do Sul e Paraná.
Portanto, a importância no cultivo da cultura do milho se dá na indústria, alimentação humana e animal. Sendo um vegetal de fácil propagação e um dos maiores impulsionadores da economia do país e do mundo.
Pelo pequeno, médio ou grande produtor, o milho, sempre foi e será um potencial de cultivo. Seja pelo apelo comercial, seja para subsistência.
Além do mais, deve ser enfatizada a utilização de tecnologias como o sistema de plantio direto, a integração lavoura-pecuária, a agricultura de precisão e melhores técnicas de irrigação. Que têm permitido uma melhoria do potencial produtivo das lavouras de milho.
O Paquistão declarou emergência nacional em fevereiro devido a nuvens gafanhotos que vêm destruindo plantações no leste do país. Um dia depois, a Somália anunciou o estado excepcional pelo mesmo motivo.
Pelo menos outros nove países do Oriente Médio, Ásia e da região do chifre africano também têm áreas tomadas pelos insetos, como Arábia Saudita, Irã, Etiópia, Sudão e Índia.
11,9 milhões é o número de pessoas em condição de severa insegurança alimentar na Somália, Etiópia e Quênia, de acordo com a FAO. Esses são três dos países mais atingidos pela infestação.
4.850 km² é a área atingida pelos gafanhotos na Somália, Etiópia e Quênia, de acordo com a FAO, até 29 de janeiro. A área equivale a mais de três cidades de São Paulo.
Localidades com nuvens de gafanhoto em janeiro de 2020
Por que o gafanhoto é tão destrutivo
Essas infestações não são novidade na região e em outros lugares do mundo. O temor com relação aos gafanhotos aparece em livros religiosos como o Corão e a Bíblia.
As nuvens que atingem os países desde 2019 são formadas por uma espécie conhecida como gafanhoto do deserto, encontrada geralmente nas regiões semi-áridas e áridas da África, Oriente Médio e Ásia. Durante surtos como o atual, os insetos avançam para áreas com mais diversidade vegetal.
Cada gafanhoto dessa espécie pode consumir o próprio peso de comida em um dia. Uma nuvem de 1 km² pode ter até 80 milhões de insetos, e os agrupamentos podem chegar a ter centenas de quilômetros quadrados, o que torna o estrago avassalador.
35 mil é o número de pessoas que poderiam ser alimentadas em um dia com o que uma nuvem de gafanhotos de 1 km² consome no mesmo período, de acordo com a FAO.
192 milhões de kg é quanto de vegetação uma nuvem de gafanhotos média pode destruir em um dia, de acordo com a National Geographic.
Os animais se reproduzem com muita facilidade, e levam duas semanas até um novo ovo chocar. Após isso, é preciso dois a quatro meses para atingir a fase adulta. Ao todo, os gafanhotos vivem até cinco meses. Nesse ritmo, estimativas da FAO apontam que o número de insetos pode crescer 500 vezes até junho de 2020.
Diferentemente de muitas outras pestes, que atingem tipos específicos de alimento, os gafanhotos não fazem distinção do que consomem. Quando não há mais comida, eles se tornam canibais.
Em busca de mais alimento, e com a ajuda do vento, eles podem percorrer de 5 a 130 km em um dia. Dessa forma, em pouco tempo os insetos poderão chegar à Uganda e ao Sudão do Sul, dois países vizinhos que estão entre os mais pobres do mundo.
Em infestações do passado, nuvens de gafanhotos com origem na África já chegaram até o Reino Unido e o Caribe.
A contribuição da mudança climática
Um dos principais fatores para a propagação dos gafanhotos é abundância de água, porque eles só põem ovos em solo úmido. Dessa forma, quando uma chuva forte atinge o deserto, os insetos se acasalam intensamente, desovando cerca de 1.000 ovos por metro quadrado de solo.
Com maior número, os insetos deixam de se deslocar e passam a se reunir em bandos, o que também gera uma mudança morfológica: ficam maiores e, assim, consomem mais alimento.
Em maio e outubro de 2018, chuvas fortes e ciclones assolaram a região sudeste da Península Arábica. Cientistas atribuem o fenômeno à crise climática. Segundo eles, a frequência das chuvas vem crescendo desde 2014 devido a alterações no sistema geofísico IOD (do inglês, Dipolo do Oceano Índico), que controla o transporte de calor na região do Oceano Índico.
Só em 2019, foram oito ciclones no leste da África. Se a tendência continuar, novos surtos de gafanhotos podem atingir a região no futuro. O impacto do IOD também teve reflexos nas queimadas que têm atingido a Austrália desde o segundo semestre de 2019.
Segundo um estudo publicado na Nature em 2014, com o crescimento das emissões de carbono na atmosfera, a frequência IODs com essas características passaria de 1 a cada 17,3 anos para 1 a cada 6,3 anos. O cientista climático Roxy Koll Mathew, do Instituto Indiano de Meteorologia Tropical, alerta que o aquecimento das águas do oceano é outro elemento que contribui para a maior frequência do fenômeno.
Chuvas no leste da África
Segundo Guleid Artan, do Centro de Previsão e Aplicações Climáticas, se a ameaça não for contida até o próximo plantio e estação de chuvas, que começa em março, safras recém-plantadas poderão ser destruídas antes mesmo que tenham chances de crescer.
Alguns dos países afetados ou vizinhos a eles passam por processos políticos conturbados, o que dificulta ainda mais o controle da praga. É o caso do Iêmen, que passa por uma guerra civil desde 2015, e da Somália, onde um conflito se estende desde 1991. O Sudão do Sul, que faz fronteira com a Etiópia, também enfrenta uma crise desde 2013.
O que pode ser feito para combater a infestação
Normalmente, é possível prever com um mês de antecedência a direção das nuvens de gafanhotos. Com esses dados, governos e organizações internacionais podem munir a população de pesticidas e estabelecer operações de controle aéreo, ao mesmo tempo em que estudam métodos para quebrar a densidade das nuvens.
A ONU já alocou cerca de US$ 10 milhões para o esforço, mas a FAO calcula que será preciso US$ 70 milhões para que a campanha tenha sucesso. Entre 2003 e 2005, outra invasão de gafanhotos custou mais de US$ 2,5 bilhões em perdas de colheita para 20 países do norte da África.
Um método de biocontrole a partir de um fungo também está sendo estudado. Segundo o oficial sênior de previsão de gafanhotos da FAO Keith Cressman, há uma espécie que atua apenas em determinados tipos de gafanhotos que pode ser mais efetiva e menos prejudicial à natureza do que pesticidas. A melhor prevenção, segundo cientistas, ainda é acompanhar os focos iniciais para combatê-los antes que cresçam e se alastrem.
O tradicional sistema agrícola dos apanhadores de sempre-vivas da Serra do Espinhaço (MG) receberá o reconhecimento internacional denominado Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (SIPAM) concedido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). Essa certificação reconhece patrimônios agrícolas desenvolvidos por povos e comunidades tradicionais em diversas partes do mundo.
O anúncio de reconhecimento do primeiro Patrimônio Agrícola Mundial brasileiro pela FAO foi feito na última quarta-feira (11), às 11h, na sede do Ministério da Agricultura, em Brasília.
A candidatura do projeto brasileiro foi encabeçada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que coordenou, por meio da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo, o encaminhamento do dossiê e do Plano de Conservação Dinâmica do Sistema, em conjunto com o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e a FAO, para que o Sistema de Agricultura Tradicional da Serra do Espinhaço concorresse ao título de Patrimônio Agrícola Mundial, o primeiro dessa categoria conquistado pelo Brasil.
Com o reconhecimento das comunidades apanhadores de flores, o sistema de Minas Gerais passará a ser o quarto SIPAM da América Latina e o 59º patrimônio agrícola, envolvendo 22 países. Os outros três latino-americanos são o corredor Cuzco-Puno (Peru); o arquipélago de Chiloé (Chile) e o sistema de Chinampa no México. São sistemas ricos em biodiversidade agrícola e vida selvagem e importantes fontes de conhecimento indígena e culturas ancestrais.
Orgulho
O sistema agrícola da Serra do Espinhaço, praticado em seis comunidades nos municípios de Diamantina, Buenópolis e Presidente Kubitscheck formadas por camponesas e quilombolas, engloba a identidade cultural e a prática sociocultural de manejo e coleta das flores sempre-vivas, realizado há séculos naquela região.
Convivendo com as sempre-vivas desde os oito anos de idade, Maria de Fátima Alves fala do sentimento de orgulho e vitória, após anos de luta e persistência pelo reconhecimento do trabalho. “Essa decisão é muito importante, pois vai contribuir para manter o sistema vivo e dar maior força para a continuidade do trabalho”, avalia Tatinha como é conhecida. Ela faz parte da Comissão em Defesa dos Direitos das Comunidades Extrativistas – Apanhadoras de Flores Sempre-vivas (Codecex), que acaba de completar 10 anos de atuação.
Filha de pais de comunidades quilombolas, ela é um exemplo de que, de geração em geração, integrantes dessas comunidades transmitem seus conhecimentos no manejo das plantas e das atividades agrícolas, pastoris e extrativistas, cumprindo um importante papel de guardiãs da natureza. Ao mesmo tempo, garantem a autonomia alimentar por meio da produção agrícola de alimentos, como plantio de hortaliças, mandioca, arroz, entre outras culturas, e a criação de animais, com o pastoreio de gado curraleiro.
É um conjunto de práticas de convivência harmônica com o ambiente, mediante a preservação das tradições típicas da identidade cultural dessas comunidades, características que possibilitaram propor a candidatura do sistema mineiro à FAO. Com o reconhecimento, há agora, segundo Tatinha, as ações do plano de conservação a serem desenvolvidas, o que irá contribuir para dar sustentação à continuidade do trabalho de preservação, transmissão dos conhecimentos e acesso a novos mercados.
Biodiversidade
As seis comunidades que tiveram seus sistemas agrícolas reconhecidas pela FAO são Lavras, Pé-de-Serra, Macacos e as comunidades quilombolas de Raiz, Mata dos Crioulos e Vargem do Inhaí – estão numa área de aproximadamente 100 mil hectares e chegam a manejar mais de 400 espécies de plantas já catalogadas, incluindo as alimentares e as medicinais, cujos conhecimentos e práticas únicas são desenvolvidas ao longo de gerações para manter os recursos genéticos e melhorar a agrobiodiversidade.
Em relação às sempre-vivas – termo popularizado em virtude das características das flores, que depois de colhidas e secas, conservam sua forma e coloração – há cerca de 90 espécies manejadas de flores, com diversos formatos e cores.
No período de abril a outubro, apanhadores e suas famílias sobem a serra para a coleta, em áreas de campos rupestres do Cerrado, conhecida como Savana brasileira, que ocorrem a 1,4 mil metros de altitude. É nesses campos na Serra do Espinhaço que se encontram 80% das espécies de flores sempre-vivas no Brasil, de acordo com dados do dossiê enviado à FAO.
Os apanhadores permanecem por lá durante semanas. Para eles, é um momento de encontro entre as comunidades, promovendo a socialização. Além das flores são também coletados diversos tipos de folhas, frutos secos dentre outros produtos ornamentais, a depender da época do ano.
Comunidades guardiãs
Essas comunidades são consideradas guardiãs da biodiversidade, tanto de sementes agrícolas como de conhecimentos tradicionais associados às espécies silvestres conhecidas como sempre-vivas e, ainda, de outras plantas importantes na dieta e na medicina tradicional quilombola. Ainda hoje preservam modo de vida tradicional de seus descendentes. São cerca de 1,5 mil pessoas, descendentes de indígenas, europeus e africanos que viveram no Brasil colonial.
A peculiaridade da região é uma combinação de atividades agrícolas, de pastoreio e extrativismo que formam um sistema de manejo dinâmico da paisagem. Conhecimentos continuam sendo transmitidos entre gerações; as sementes são trocadas e o seu compartilhamento é conduzido pelas comunidades, contribuindo assim para conservar o recurso genético vegetal.
O manejo é baseado no conhecimento tradicional, estritamente relacionado aos ciclos naturais das espécies e à intensidade de coleta, a fim de garantir a renovação e manutenção de cada espécie.
De acordo com Codecex, a venda das flores é a principal fonte de geração de renda para as famílias, sendo que algumas delas, dos municípios de Presidente Kubitschek e Diamantina, já comercializam para os Programas de Compras Públicas (Programa Nacional de Alimentação Escolar –PNAE e o Programa de Aquisição de Alimentos – PAA).
Do total produzido, as exportações ultrapassam 80% das espécies ornamentais comercializadas (flores, botões, ramagens, frutos secos), sendo que 55% destas são as sempre-vivas ou margaridinhas.
Os principais importadores são os Estados Unidos, Países Baixos, Espanha e Itália (absorvem quase 90% das exportações). No Brasil, o destino comercial das flores é, principalmente, São Paulo, seguido por Minas Gerais, Paraná, Distrito federal e Ceará, segundo a comissão.
Além das flores e outras espécies ornamentais, a renda é proveniente também do artesanato, comercialização de leite e queijo, produtos da agroindústria caseira (farinha de mandioca, de milho, rapadura, frutas e hortaliças (pequenas quantidades). A maioria da produção é para consumo das famílias.
Atualmente, em 15 municípios há comunidades apanhadores de flores na Serra do espinhaço Meridional. A Codecex atua diretamente em oito e há demanda de mais quatro municípios.
Sistemas agrícolas ancestrais
Criado em 2002 pela FAO, o SIPAM (Globally Important Agricultural Heritage System – GIAHS, sigla em inglês) combina biodiversidade agrícola, ecossistemas resilientes e um patrimônio cultural valioso. São sistemas agrícolas ancestrais que constituem a base para inovações e tecnologias agrícolas contemporâneas e futuras. Sua diversidade cultural, ecológica e agrícola ainda é evidente em muitas partes do mundo, mantida como sistemas únicos de agricultura.
Para que o Sistema de Agricultura Tradicional da Serra do Espinhaço concorresse ao reconhecimento, ainda em 2018, as comunidades se organizaram e, com o apoio da Comissão em Defesa dos Direitos das Comunidades Extrativistas (Codecex), prepararam o dossiê de candidatura com o apoio de universidades parceiras.
Além disso, elaboraram o Plano de Conservação Dinâmica do Sistema Agrícola, em parceria com secretarias do governo de Minas Gerais e instituições públicas do estado como o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater), além das prefeituras de Diamantina, Presidente Kubitschek e Buenópolis. Estão previstas ações como de pesquisa e inovação, elaboração de maro legal e de políticas públicas.
O sistema brasileiro foi avaliado pelo comitê científico da FAO, passando por várias etapas seletivas que incluíram a análise do dossiê com dados históricos e a visita in loco dos especialistas das Nações Unidas.
Profissionais do agronegócio agora podem aperfeiçoar seus conhecimentos e aumentar a qualificação para um mercado cada vez mais competitivo. A AgroPós está com matrículas abertas para o curso de especialização a distância em solos e nutrição de plantas.
O curso possui modalidade de pós-graduação direcionado para profissionais graduados em engenharia agronômica e áreas correlatas que envolvam manejo do solo, nutrição e adubação de plantas.
O curso Solos e Nutrição de Plantas oferece a possibilidade dos profissionais reciclarem e ampliarem seus conhecimentos visando melhorar o desempenho das atividades no campo. A pós-graduação possui uma grade curricular diferenciada que fornece aos alunos conteúdos teóricos e práticos sobre o uso correto do solo, nutrição das plantas, aplicação de nutrientes no solo, bem como questões ambientais que envolvem a atividade.
O que é Fertilidade do solo?
O conceito de fertilidade do solo não é consenso entre os estudiosos, mas, de modo geral, pode ser definida como a capacidade que o solo tem de fornecer nutrientes as plantas em quantidades suficientes para auxiliar o seu desenvolvimento. A fertilidade do solo se subdivide em fertilidade natural, fertilidade atual, fertilidade potencial e fertilidade operacional.
A importância da fertilidade do solo envolve a produtividade e garantia de bons resultados na safra. A deficiência de minerais, que é o alimento das plantas, podem ocasionar o aparecimento de pragas e doenças que prejudicam o cultivo. A nutrição mineral das plantas corresponde aos macronutrientes e micronutrientes considerados essenciais para o correto desenvolvimento das plantas. Esses nutrientes, em sua maioria, são retirados do solo.
Na ausência desses elementos, as plantas não crescem normalmente e não completam seu ciclo de vida, pois o seu desenvolvimento fica comprometido e a planta não se reproduz.
Pós-Graduação | Solos e Nutrição de Plantas
Voltada para profissionais que almejam capacitação técnica na área de produção agrícola, a pós-graduação tem duração 12 meses e está disponível nas modalidades a distância. A metodologia de ensino é focada nas atividades realizadas no dia a dia no campo, levando os alunos a desenvolverem habilidades para solucionarem problemas na rotina de trabalho. Entre as disciplinas que compõem a grade curricular, estão:
– Fertilidade do Solo
– Nutrição Mineral de Plantas
– Mineralogia e química do solo
– Sensoriamento Remoto e Vants
– Entre outas (confira a grade curricular completa clicando aqui)
Logo após o término do curso de especialização, o profissional estará capacitado para chegar ao campo, realizar uma amostragem correta de solo, fazer uma interpretação adequada dos resultados das análises e, evidentemente, manejar corretamente o solo em função da região e do tipo de cultura.
As aulas à distância ocorrem semanalmente e são transmitidas ao vivo e online em horário agendado. O conteúdo fica disponível para acesso posterior, via plataforma de educação EaD. O curso tem duração de 12 meses, podendo ser estendido para 15 meses para os alunos que optarem por realizar o Trabalho de Conclusão de Curso, que hoje, não é mais obrigatório segundo portaria publicada no próprio site do Ministério da Educação.
MP recomenda imediata suspensão do plantio da soja por meio de notificação enviada na semana passada ao secretário de estadual Desenvolvimento Econômico, Cezar Miranda, e para o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea) recomendando a suspensão imediata de toda e qualquer autorização de plantio excepcional de soja a partir de fevereiro.
A recomendação também foi endereçada ao presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja) Antonio Galvan, para que suspenda imediatamente o experimento “análise comparativa de severidade foliar da ferrugem asiática em lavouras de soja semeadas em dezembro e fevereiro na safra 2019/20”.
“A notificação busca evitar a disseminação da ferrugem asiática, considerada a pior praga da cultura da soja. A propagação dessa doença poderá implicar em prejuízos consideráveis à produção de soja e ao Estado de Mato Grosso. Além disso poderá representar graves consequências ao meio ambiente, com o aumento considerável de aplicações de agrotóxicos, com a poluição do ar, água, solo e risco de contaminação da população”, explica o MP.
A promotoria acrescenta que a autorização para o plantio da soja fora do período estabelecido na Instrução Normativa 02/2015, que estabelece as medidas fitossanitárias para prevenção e controle da praga, foi viabilizada por meio de um acordo firmado entre o Indea e a Aprosoja perante a Câmara de Mediação e Arbitragem (AMIS) para o desenvolvimento de experimento pela Fundação de Experimento e Desenvolvimento Tecnológico Rio Verde, apoiado pelo Instituto AGRIS. O Ministério Público questiona a validade desse acordo e as consequências que a mudança na data de plantio proporcionará.
O período obrigatório de ausência total de plantas vivas de soja, denominado Vazio Sanitário, tem por objetivo reduzir a sobrevivência do fungo causador da ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi) durante a entressafra e assim atrasar a ocorrência da doença na safa. A definição de data específica para plantio busca diminuir o número de aplicações de fungicidas ao longo da safra e com isso reduzir a pressão de seleção de resistência do fungo aos fungicidas.
Mato Grosso é campeão nacional em produção de soja e também maior exportador da oleaginosa.