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Brusone do trigo: aprenda a manejar essa doença!

Brusone do trigo: aprenda a manejar essa doença!

A brusone do trigo é uma doença fúngica que afeta as espigas do trigo e que, em anos epidêmicos, pode destruir lavouras inteiras. Com isso preparamos esse artigo para ajudar os agricultores, e a mostrar alguns métodos de manejo da doença.

Venha comigo!

 

Brusone do trigo: aprenda a manejar essa doença!

 

A Brusone caracteriza-se por ser uma doença policíclica de difícil controle e com grande ocorrência nas lavouras de trigo do Brasil. a Brusone caracteriza-se por ser uma doença policíclica de difícil controle e com grande ocorrência nas lavouras de trigo do Brasil.

Esta moléstia pode vir a causar até 72,5% de dano ao peso das espigas de acordo com o período de infecção e localização da região tritícola.

Uma vez infectados, os grãos tornam-se menores, deformados, enrugados e com baixo peso específico.

Em consequência, grande parte destes é eliminada nos processos de colheita e beneficiamento da produção, acarretando em perdas significativas de produtividade. Para que o produtor evite perdas preparamos esse artigo, onde iremos mostrar algumas formas de controle.

 

Pós-graduação Fitossanidade

 

Produção de trigo no Brasil

O trigo foi trazido para o Brasil pelos portugueses, que criaram as primeiras plantações desse cereal na região do estado de São Paulo.

A adaptação do trigo ao clima brasileiro foi tão rápida e eficiente, que outras regiões do país também começaram a desenvolver suas próprias culturas.

A princípio, o cultivo do trigo se limitava às regiões do Sul do Brasil. Contudo, os novos cultivares e as técnicas de manejo que foram desenvolvidas possibilitaram sua expansão para outras regiões.

Atualmente, a produção brasileira de trigo está concentrada, principalmente, na região Sul e Sudeste.

O potencial produtivo de trigo no Brasil é bem animador. Pois, dependendo do cultivar utilizado, da região produtora e dos manejos praticados, o rendimento pode chegar a 6.136 kg/ha.

 

Afinal, o que é brusone do trigo?

A brusone do trigo é uma doença fúngica que pode manifestar-se nas folhas, no caule e na espiga do trigo, onde promove os maiores danos econômicos nesta cultura. Atualmente, são reconhecidos os fungos Pyricularia oryzae e Pyricularia graminis-tritici como causadores da doença.

Estes fungos encontram condições ideais para o seu desenvolvimento em ambientes onde as temperaturas mínimas são superiores a 15ºC, umidade relativa do ar acima de 40% e período de molhamento das superfícies onde crescem superior a 10 horas.

A última epidemia de brusone no Brasil foi observada em 2012, quando danos acima de 40% comprometeram lavouras de trigo no norte PR, MS e sul de SP.

 

Fatores favoráveis à ocorrência da brusone

Temperatura e umidade são os principais fatores responsáveis pela ocorrência da brusone. As condições ambientais favoráveis são “temperaturas entre 25ºC e 28ºC e umidade relativa acima de 90%”.

Outro fator que reforça sua ocorrência é a inexistência de cultivares totalmente resistentes aos diferentes tipos do fungo.

O agente causal da brusone no trigo apresenta uma alta variabilidade genética, superando com facilidade e rapidez a resistência dos cultivares disponíveis no mercado.

 

Checklist agrícola

 

Danos da brusone do trigo

Sua sintomatologia baseia-se na exteriorização de sintomas por toda a parte aérea da planta, principalmente nas espigas.

Nestas ocorre o branqueamento do ráquis a partir do ponto de infecção, onde a lesão possui coloração escura-brilhante.

Esta mudança de coloração da espiga se dá em consequência da interrupção de translocação de água e nutrientes, prejudicando o enchimento de grãos e conferindo-lhes características não desejáveis para a sua comercialização.

 

Ciclo da doença

O fungo apresenta uma gama de hospedeiros, pertencentes, em sua maioria, à família Poaceae, dentre eles: o trigo, o arroz, a cevada e o milheto.

O ciclo da Brusone tem início com a propagação e disseminação de conídios gerados nas fontes de inóculo de P. oryzae, que podem ser:

  1. sementes, na forma de micélio dormente, atuando como veículos de disseminação passiva para a próxima safra;
  2. restos culturais, onde o cultivo de trigo, aliado a prática do plantio direto, favorece a sobrevivência do fungo;
  3. ocorrência de diferentes hospedeiros secundários; e
  4. presença de plantas voluntárias durante o período de entressafra.

A água da chuva e o vento são os principais agentes de disseminação e transporte de P. oryzae a curtas e longas distâncias, respectivamente. Uma vez em contato com o hospedeiro, o fungo necessita de água livre para sua germinação.

Por se tratar de uma doença com presença de ciclo secundário, o processo descrito acima se repete diversas vezes no decorrer da safra, de forma sequenciada, sem a existência de períodos de repouso.

Os esporos produzidos durante o ciclo da cultura são responsáveis pela propagação e aumento dos danos causados pela moléstia, onde poderá ocorrer elevado número de plantas infectadas, com várias lesões por planta.

 

Fungos causadores de doenças em plantas.

 

Manejo da brusone do trigo

Os danos causados pela Brusone podem ser minimizados com o emprego de medidas conjuntas de manejo cultural e de controle químico, principalmente relacionado com a prevenção da doença.

 

Planejamento e instalação

O uso de cultivares resistentes e rotação de culturas são medidas importantes para o controle da doença e de fácil implementação pelo produtor.

O uso de sementes sadias e o tratamento químico de sementes ajudarão a evitar o estabelecimento da doença logo no início do ciclo da cultura.

Deve-se ainda respeitar a época de semeadura indicada para a região, evitando ao máximo a semeadura tardia.

A densidade de plantas adequada para a cultivar é outro cuidado que o produtor deve ter a fim de evitar o microclima favorável à doença que se forma em lavouras muito adensadas.

 

Boas práticas

O controle de plantas daninhas e de plantas de trigo voluntárias também ajuda no manejo da doença pois eliminam possíveis fontes de inóculo.

Propiciar um bom desenvolvimento radicular das plantas por meio da gessagem e calagem quando necessárias e a nutrição equilibrada ajudam a não predispor as plantas ao ataque do patógeno.

No sistema irrigado, o controle da irrigação é imprescindível no manejo da doença, já que a elevada umidade relativa e longos períodos de molhamento foliar favorecem o desenvolvimento de epidemias.

 

Controle químico e sua limitação

São poucos os ingredientes ativos registrados no Brasil para o controle da doença, e sua eficiência média de controle é de cerca de 50%.

Essa baixa eficiência está associada às dificuldades no atingimento do alvo, em decorrência das características inerentes ao sítio de infecção (espiguetas da planta), além da própria efetividade do princípio ativo do fungicida utilizado contra o patógeno.

Desta forma, evidencia-se a importância de se realizar manejo integrado para prevenir a entrada da doença, visto que, uma vez presente na lavoura em nível de dano econômico, o controle da Brusone não se mostra satisfatório e economicamente viável.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Portanto com a leitura desse artigo podemos concluir que brusone no trigo é uma doença causada pelo fungo Magnaporthe oryzae, que ataca a ráquis da espiga, produzindo grãos deformados e com baixo peso específico, implicando em perdas no rendimento.

Sendo uma doença de difícil controle o ideal é o controle preventivo, assim evitando dor de cabeça ao produtor rural. Se você gostou desse conteúdo e te ajudou e esclareceu suas dúvidas. Comente e compartilhe em suas redes sociais!

Pós-graduação Fitossanidade

Conheça todas as fases do trigo!

Conheça todas as fases do trigo!

trigo é uma cultura de grande importância econômica e alimentícia, pois faz parte da dieta de praticamente toda a população mundial. Tendo em vista essa importância, preparamos um artigo que irá abordar sobre as fases do trigo, permitindo que o agricultor entenda todo esse processo de desenvolvimento.

Acompanhe!

 

Conheça todas as fases do trigo!

 

trigo é um dos cereais mais consumidos do mundo, junto com o milho e o arroz, situação que torna esse alimento um ingrediente básico na mesa de várias famílias de diversos países.

Atrás apenas do milho, a produção mundial do cereal em 2020 foi de 773 milhões de toneladas, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês).

Por ser um alimento básico, utilizado na produção de diversos produtos, o trigo é visto como uma cultura rentável e economicamente estável.

Preparamos este artigo para te ajudar a entender melhor sobre as fases dessa cultura que tem uma grande importância mundial.

 

 

Origem do trigo

O trigo é uma gramínea (família Poaceae), herbácea com metabolismo C3. Seu centro de origem e domesticação é o chamado “Centro médio-oriental”, mais especificamente entre os rios Tigre e Eufrates, no crescente fértil” na antiga Mesopotâmia.

Assim, os primeiros relatos de domesticação do trigo datam de 9.500 a.C. Ele evoluiu de uma gramínea ancestral silvestre comum com outros cereais.

No Brasil, o trigo chegou provavelmente em 1534 com Martim Afonso de Souza, que o introduziu na capitania de São Vicente, no que seria parte de São Paulo hoje.

A adaptação do trigo ao clima brasileiro foi tão rápida e eficiente, que outras regiões do país também começaram a desenvolver suas próprias culturas.

 

Principais classificações do trigo

O trigo é uma cultura que pode ser classificada de acordo com algumas variáveis que são:

  • Espécie;
  • Época de plantio (trigo de inverno ou de primavera);
  • Dureza dos grãos;
  • Tipo de farinha a serem produzidas.

Quanto à espécie do grão, temos 3 espécies, sendo elas Trigo comum (Triticum aestivum L.); Trigo “Durum” (Triticum turgidum L.); Trigo Einkorn (Triticum monococcum L.). Vamos falar abaixo sobre cada uma delas.

 

Trigo comum (Triticum aestivum L.)

Essa é a espécie mais cultivada no mundo, sendo utilizada para a fabricação de pães. O trigo comum representa 80% da produção mundial, incluindo o Brasil.

Outra espécie bem semelhante ao trigo comum é o T. compactum – ou trigo clube – bastante usado na fabricação de bolos e bolachas não crocante, pois possui menos glúten.

 

Trigo “Durum” (Triticum turgidum L.)

Essa espécie tem alto conteúdo de glúten, conferindo maior firmeza após cozimento do grão.

O trigo “durum” dá origem à semolina (resultado da moagem incompleta de cereais), sendo por isso indicado para massas, triguilho e cuscuz, além de alguns tipos de pães.

 

Trigo Einkorn (Triticum monococcum L.)

Considerado como uma espécie ancestral, o Einkorn pode ter dado origem às espécies de trigo cultivadas atualmente.

Embora ainda seja cultivado em regiões específicas do mundo, essa espécie tem despertado interesse por produzir um glúten menos alergênico, sendo adotado para ser uma boa alternativa para os celíacos.

 

Fases de desenvolvimento do trigo

O ciclo de desenvolvimento do trigo pode ser dividido em três fases: vegetativa, reprodutiva e enchimento de grãos.

Em cada uma das fases, estádios específicos determinam acontecimentos importantes na formação do rendimento de grãos, sob o ponto de vista tanto da quantidade quanto das características de qualidade tecnológica (classificação comercial dos grãos).

 

Ciclo de Desenvolvimento do Trigo

(Fonte: Sementes Webber,2019)

 

O ciclo da cultura de trigo é dividido em 5 fases:

  • Plântula: fase em que ocorre a germinação da semente, isto é, a emergência da plantinha na superfície (5 a 7 dias). A partir das emergências dá-se a fase de plântula com o aparecimento das 3 primeiras folhas verdadeiras (12 a 16 dias);
  • Perfilhamento: abrem-se as folhas e surgem os perfilhos (7 a 8 unidades). Esta fase dura 15 a 17 dias;
  • Alongamento: nessa fase há o aparecimento do primeiro nó do colmo, a planta cresce, aparece a folha – bandeira (última da planta). Esta fase dura 15 a 18 dias, sendo que no final dá-se o emborrachamento;
  • Espigamento: emergência completa da espiga, floração, frutificação e início de enchimento dos grãos. Dura entre 12 e 16 dias;
  • Maturação: término de enchimento dos grãos, maturação do grão, folhas e espiga secam. Esta fase dura 30 a 40 dias.

Fundamentalmente temperatura, luz e água condicionam a adaptação do trigo a diversas regiões. As variedades de trigo indicam as suas exigências de clima. Em linhas gerais as necessidades são:

  • Para emergência
  • Temperatura no solo em torno de 15ºC, umidade em torno de 120mm. (50-200mm.).
  • Até o perfilhamento
  • Temperatura entre 8 e 18ºC, umidade de 55mm./mês (30 a 80mm.).
  • Fim do perfilhamento ao espigamento
  • Temperatura entre 8ºC e 20ºC e chuvas mensais em 40mm

 

Fatores afetam o desenvolvimento do trigo

Entenda a seguir o que você precisa fazer para garantir o bom desenvolvimento, rendimento e produtividade da sua lavoura de trigo.

 

Solos no brasil

 

Época de semeadura

A época de semeadura do trigo pode variar conforme o município. Por isso, o recomendado é considerar o zoneamento para a cultura.

 

Arranjo das plantas

O arranjo da cultura de trigo consiste em como as plantas devem ser distribuídas, considerando a combinação de populações de plantas com o espaçamento entre linhas.

Nesse sentido, a área pode ser modificada pela variação desses dois fatores, o que define a área disponível para cada planta de trigo na lavoura.

 

Densidade de semeadura

A densidade a ser adotada na cultura de trigo deve considerar a indicação para cada cultivar e região produtora, conforme indicação técnica das instituições de pesquisa e/ou dos obtentores das cultivares.

 

Espaçamento e profundidade de semeadura

Em relação ao espaçamento, recomenda-se uma distância entre linhas de 17 cm. O máximo é de 20 cm. Já a profundidade de semeadura, por sua vez, deve variar de 2 cm a 5 cm.

 

Solo

Assim como os demais fatores, a escolha do solo utilizado no plantio também é fundamental. Sendo assim, considere locais com textura média (argiloso e arenosos), profundos, drenados, férteis, pH 6,0, saturação de bases entre 40 e 60%, em áreas planas ou com pouco declive.

Você também deve evitar solos cascalhentos e áreas sujeitas a encharca mento. Já em solos do cerrado, será necessário corrigir a acidez e praticar adubação.

 

Correção e adubação

Quando se trata de nutrição, o trigo é relativamente exigente.

Desse modo, a cultura necessita de elementos minerais como Nitrogênio (N), Fósforo (P²O²), Potássio (K²0), Cálcio (Ca), Magnésio (Mg), Enxofre (S), Boro (B), Cloro (CI), Cobre (Cu), Ferro (Fe), Manganês (Mn), Molibdênio (Mo) e Zinco (Zn). Dentre esses, os mais requeridos são o Nitrogênio e o Fósforo.

A partir dos resultados e recomendações da análise de solos, têm-se indicações para uso de corretivos de solo (calcário dolomítico ou magnesiano) e fertilizantes diversos.

 

Irrigação

Geralmente, a exigência de água pelo cultivo do trigo, ao longo do ciclo, depende do seu potencial de produção. Em média, produz-se 8 kg de grãos por milímetro de lâmina de água aplicado.

Dessa forma, para obter uma produtividade de 4.800 Kg/ha de grãos, por exemplo, será necessário uma lâmina de 600 mm de água ao longo do ciclo;

Agora, quanto aos métodos de irrigação para pequenas e médias áreas, as sugestões são:

  • Irrigação por aspersão: com conjunto motobomba, tubos e aspersores ou com mangueiras e aspersores;
  • Irrigação por superfície: com sulcos em contorno, paralelos às linhas (fileiras) de trigo, tubos janelados levam a água aos sulcos.

 

Controle de pragas e doenças

Normalmente, a praga mais comum na cultura de trigo é a Broca-do-colo, também conhecida como lagarta-elasmo ou por Elasmopalpus lignosellus, seu nome científico.

Umas das doenças mais comuns nessa cultura é a helmintosporiose (mancha-foliar do trigo), causada pelos fungos Bipolaris sorokiniana (Sacc.in Sorok) Schoem (forma assexuada) e Cochliobolus sativus (Ito e Kurib) Drechs.ex.Dast (forma sexuada).

A helmintosporiose pode aparecer em qualquer fase do ciclo do trigo. Geralmente, os fungos se estabelecem nas folhas, colmo, espigas, grãos e sistema radicular. Com isso é indispensável o monitoramento nas lavouras.

 

Colheita

A colheita do trigo deve ser feita entre 110 e 120 dias após o plantio. Para reconhecer o momento ideal, observe se a planta atende as seguintes características:

  • Coloração amarelada (típica de palha);
  • Espiga está começando a dobrar;
  • Grãos de trigo estão duros e resistentes à unha.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Como acompanhamos no artigo, a cultura do trigo vai além do prato do brasileiro. Embora não seja produzido em todo país, o trigo é consumido por quase todo território nacional, portanto, a demanda interna não é suprida pela produção. Assim, importamos metade do trigo consumido por aqui.

Neste artigo podemos observar a importância das fases de desenvolvimento do trigo, e os cuidados que precisamos tomar para não afetar essas fases.

E aí, conseguiu entender sobre as fases do trigo? Se você gostou desse conteúdo e te ajudou e esclareceu suas dúvidas. Comente e compartilhe em suas redes sociais!

Escrito por Michelly Moraes.

Grãos de trigo: 5 cuidados para manter a sua qualidade!

Grãos de trigo: 5 cuidados para manter a sua qualidade!

Os grãos do trigo têm cor e tamanho variáveis, mas geralmente, apresentam formato ovalado com extremidades arredondadas.

Sendo compostos basicamente por três partes: o gérmen, a casca e o endosperma.

Como os constituintes não se distribuem uniformemente no grão, isto leva a características e propriedades diferentes dos produtos derivados do trigo, em especial, da farinha.

Os subprodutos do seu beneficiamento podem ser oferecidos como ração animal, principalmente quando se trata do farelo de trigo.

Quer saber mais sobre este assunto?

Venha comigo!

 

Grãos de trigo: 5 cuidados para manter a sua qualidade!

 

A cultivo do trigo

O trigo (Triticum aestivum L.) é uma gramínea de ciclo anual, consumido em forma de farinha ou ração animal.

No Brasil, a produção predomina nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, onde cerca de 90% da produção de grão de trigo está concentrada no Sul do Brasil.

O solo da área a ser cultivada deve ter boa fertilidade, com a acidez corrigida, livre de pragas, doenças e plantas daninhas antes do início do plantio da cultura.

Na escolha da cultivar adequada, deve ser levada em conta todas as suas próprias características e também caraterísticas da região.

 

Pós-graduação Gestão e Economia do Agronegócio

 

A densidade de semeadura a ser adotada deverá considerar a indicação para a cultivar e para a região produtora, conforme indicação técnica.

O potencial produtivo de uma cultivar depende do seu estabelecimento e desenvolvimento inicial, desde sua germinação.

Por esta razão, é fundamental o controle das doenças, pragas e plantas daninhas no início de seu desenvolvimento, levando em consideração a sanidade das sementes e da área a ser cultivada.

Para evitar a introdução de fungos na lavoura, recomenda-se o tratamento de sementes para o plantio da cultura.

A semeadura anual de trigo na mesma área é considerada a principal causa da ocorrência de doenças, por isso a importância da rotação de culturas.

Culturas como a aveia e o nabo forrageiro, são consideradas as melhores opções de rotação de culturas.

Isso faz com que haja um melhor controle de doenças nos órgãos aéreos (como manchas foliares, oídio, ferrugem da folha e do colmo) e das demais doenças do trigo.

 

Utilização dos grãos de trigo

Os benefícios da utilização dos grãos de trigo são inúmeros.

O objetivo principal da moagem do grão do trigo é a obtenção da farinha. Na moagem, o endosperma é separado da casca e do gérmen.

No endosperma está o amido, que constituirá a farinha.

À proporção que se aumenta a taxa de extração da farinha, há um pequeno ganho em proteína e maior ganho em cálcio e ferro.

Para a substituição de alguns nutrientes perdidos na moagem, a farinha é com frequência, enriquecida pela adição de tiamina, riboflavina, niacina, ferro e ácido fólico.

Da produção da farinha de trigo para consumo humano resultam vários subprodutos, dentre eles o farelo, o gérmen e frações de aleurona do grão.

 

Checklist agrícola

 

Todos estes subprodutos são adequados para a alimentação animal, porém apenas o farelo de trigo tem importância comercial no Brasil.

De cada tonelada de trigo processado, 70 a 75% é convertida em farinha e o restante, 25 a 30% é transformada em subproduto com uso potencial na alimentação animal.

Por causa da alta digestibilidade, o farelo de trigo tem sido usado principalmente para substituir grãos de cereais.

É comumente usado como fonte de energia e proteína em concentrados comerciais para vacas em lactação.

A energia contida no farelo de trigo é similar à contida nos grãos, entretanto, a energia está na forma de fibra digestível e não na forma de amido.

A sua proteína bruta é extensivamente degradada no rúmen e promove poucos aminoácidos para o abomaso do que outras fontes de subprodutos de alta energia.

Entretanto, a aparente baixa de energia contida no farelo de trigo comparado com o milho era contrabalanceada pela variação benéfica na ingestão de forragem.

Quando a palatabilidade, o farelo de trigo pode ser incorporado facilmente nas dietas de ruminantes, desde que seja viável economicamente.

 

Como manter a qualidade dos grãos de trigo

Abaixo será descrito os principais cuidados que deve ter para manutenção da qualidade dos grãos de trigo na colheita e pós-colheita.

  1. Colheita: ter cuidado com partículas presentes no lote e que não vêm da planta de trigo, como pedaços de plantas e sementes de outras espécies, pedras, terras, entre outros. Essas partículas são de grande importância no momento da comercialização, pois são valores descontados do peso do lote.
  2. Secagem: a secagem de trigo é uma operação crítica na sequência do processo de pós-colheita, na qual podem ocorrer alterações significativas na qualidade do grão. A secagem propicia um melhor planejamento da colheita e o emprego mais eficiente de equipamentos e de mão de obra, mantendo a qualidade do trigo colhido.
  3. Armazenamento: a estimativa de perdas quantitativas de grãos armazenados, corresponde a médias anuais de 10%, podendo atingir perda total em alguns armazéns. Também devem ser consideradas as perdas qualitativas, uma vez que comprometem a inocuidade e a aptidão tecnológica dos grãos armazenados.
  4. Controle da umidade e temperatura: na pós-colheita de trigo os principais fatores que contribuem para a deterioração e a contaminação são a alta umidade e a alta temperatura. Que favorecem a proliferação de contaminantes como insetos-praga e fungos toxigênicos, que podem produzir micotoxinas, prejudiciais à saúde de humanos e de animais.
  5. Manejo Integrado de Pragas – MIP: uma das soluções para o problema de perdas ocasionadas por insetos-praga na pós-colheita é a técnica do manejo integrado de pragas na unidade armazenadora de grãos. Essa técnica compreende várias etapas, tais como, medidas de limpeza e higienização da unidade armazenadora, evitar a mistura de lotes de grãos não infestados com outros já infestados, correta identificação de insetos-praga e conhecimento da resistência a inseticidas químicos, tratamento curativo, fazer o expurgo dos grãos, como também o tratamento preventivo de grãos.

 

Plataforma Agropós

 

A importância da qualidade dos grãos de trigo para o agro brasileiro

O manejo adequado dos grãos de trigo no pós-colheita, faz toda a diferença na qualidade na hora da comercialização.

Vimos nesse post que o grão de trigo assume um papel importante no agronegócio brasileiro seja pela alimentação humana, seja pela alimentação animal.

Dessa forma, a geração de informações sobre contaminantes, metodologias de monitoramento e a implantação de processos que reduzam as perdas. São fundamentais para a garantia da segurança do alimento.

A obtenção de resultados de análise de contaminantes através de métodos rápidos, econômicos e eficientes, torna possível a segregação de lotes conforme a exigência dos diferentes segmentos de mercado.

Também poderão ser adotadas estratégias de manejo diferenciadas na unidade armazenadora.

Estas estratégias, como a maior intensidade de cuidado nas etapas de pré-limpeza, limpeza e manejo de pragas. Garante maior qualidade do produto final ao consumidor assim também maior lucratividade para o produtor.

 

Pós-graduação Gestão e Economia do Agronegócio

Trigo: tudo sobre essa cultura!

Trigo: tudo sobre essa cultura!

trigo é uma cultura de grande importância econômica e alimentícia, pois faz parte da dieta de praticamente toda a população mundial. Neste artigo vamos abordar tudo sobre esse cereal, venha comigo, não fique de fora.

Acompanhe!

 

Trigo: tudo sobre essa cultura!

 

Origem do trigo

O trigo é um dos cereais mais consumidos do mundo, junto com o milho e o arroz, situação que torna esse alimento um ingrediente básico na mesa de várias famílias de diversos países.

Era inicialmente consumido em grãos, em forma de papa, misturado com peixes e frutas. Por volta de 4.000 a.C., os egípcios descobriram o processo de fermentação do cereal e, a partir dessa descoberta, produziram o pão.

O grão espalhou-se pelo mundo e, cerca de 2.000 a.C., os chineses o utilizavam também para elaborar farinha, macarrão e pastéis. Na Europa, o cultivo do trigo se expandiu nas regiões mais frias.

 

 

Trigo no Brasil

O trigo foi trazido para o Brasil pelos portugueses, que criaram as primeiras plantações desse cereal na região do estado de São Paulo.

A adaptação do trigo ao clima brasileiro foi tão rápida e eficiente, que outras regiões do país também começaram a desenvolver suas próprias culturas.

Hoje, o Brasil é um dos maiores produtores desse alimento, exatamente por essa identificação do cereal ao terreno e clima do país.

Os maiores estados produtores de trigo no país são o Rio Grande do Sul e o Paraná, tanto em área como volume de produção; São Paulo fica em terceiro lugar.

 

O trigo no agronegócio brasileiro

O trigo está presente em 133 mil propriedades rurais do país e movimenta uma cadeia produtiva que envolve quase 800 mil pessoas. Em 2020 O Brasil realizou a maior safra de grãos de toda a sua história.

Ao lado dos fertilizantes, é uma das principais pautas de importação do agronegócio brasileiro, onerando a balança comercial do País. O Brasil é um dos cinco maiores importadores de trigo do mundo.

Nosso consumo atual é de, aproximadamente, 12 milhões de toneladas, mas, na última safra, produzimos 5,3 milhões de toneladas. Se formos importar o mesmo volume do ano passado, o desembolso poderá chegar aos 10 bilhões de reais.

 

Nutrição Mineral de Plantas Macronutrientes.

 

Características do trigo

Planta anual, composta de colmos eretos, produto de uma perfilhação sucessiva, que pode atingir até 1,5 m de altura. Folhas planas, compridas, um pouco ásperas, que possuem uma bainha invaginante.

O fruto, conhecido como grão de trigo, é do tipo cariopse, cuja forma é ovoide, entumecida, tenra e farinácea. Nem todas as flores transformam-se em frutos; geralmente encontram-se de 2 a 3 grãos em cada espigueta.

 

Características da flor

As flores não possuem cálice nem corola e estão dispostas em espiguetas alternas, em número de três a cinco, formando uma inflorescência terminal do tipo espiga composta.

 

Benefícios nutricionais do trigo

O trigo é amplamente utilizado na alimentação humana devido ao seu elevado valor nutricional.

 

Benefícios nutricionais do trigo

 

Os diferentes componentes do grão de trigo, com as suas variadas composições nutricionais, são empregados para cobrir as diferentes necessidades:

  • A farinha contém grande quantidade de hidratos de carbono e tem sido empregada como fonte de energia.
  • O germe de trigo é amplamente utilizado como fonte de vitaminas, contra a arteriosclerose e como hipo-lipemiante. É bom para a dermatite e outras afeções da pele. Também é essencial para a pituitária, tiroides e glândulas suprarrenais, controlando o crescimento e os órgãos reprodutores. É energético e dá vigor em casos de astenia física e intelectual, tendo também um grande poder afrodisíaco. Também ajuda na esterilidade e deficiência prostática. Devido à sua riqueza em vitamina E é muito recomendo para lutar contra a anemia ou o esgotamento em geral.
  • Farelo de trigo: pelo seu teor elevado em fibra é útil como laxante. De 2 a 3 colheres de sopa de farelo de trigo ao dia, consideram-se as quantidades apropriadas para combater a prisão de ventre.
  • As proteínas de trigo são ricas em glutamina, por isso têm-se utilizado hidrolisados de proteína de trigo como fonte de peptídeos.

 

Plantio

O cultivo de trigo requer alguns cuidados para garantir sucesso na produtividade. Por isso, é importante se planejar e entender as particularidades dessa cultura.

O recomendado é que a semeadura seja realizada no período indicado para cada município conforme o zoneamento agrícola para a cultura de trigo.

É importante ressaltar que para suas diferentes fases o trigo tem suas particularidades. Logo, na fase de emergência o ideal é que a temperatura do solo esteja em torno de 15ºC e umidade cerca de 120mm (50 – 200 mm).

Já no perfilhamento, o recomendado é a temperatura entre 8 e 18ºC e umidade 5mm/mês (30 a 80mm). Em seguida, no fim do perfilhamento ao espigamento, a temperatura deve estar entre 8ºC e 20ºC com chuvas mensais em 40mm.

Por fim, do espigamento à maturação a temperatura ideal é em torno de 18ºC, com chuvas até 60mm/mês, sendo que geadas e ventos fortes são danosos ao trigo.

 

Qual o ciclo da cultura do trigo?

Veja abaixo o ciclo reprodutivo do trigo, quando ao desenvolvimento e clima;

 

Desenvolvimento da planta

Ciclo de Desenvolvimento do Trigo

Ciclo de Desenvolvimento do Trigo

 

O ciclo da cultura de trigo é dividido em 5 fases:

  • Plântula: fase em que ocorre a germinação da semente, isto é, a emergência da plantinha na superfície (5 a 7 dias). A partir das emergências dá-se a fase de plântula com o aparecimento das 3 primeiras folhas verdadeiras (12 a 16 dias).
  • Perfilhamento: abrem-se as folhas e surgem os perfilhos (7 a 8 unidades). Esta fase dura 15 a 17 dias.
  • Alongamento: nessa fase há o aparecimento do primeiro nó do colmo, a planta cresce, aparece a folha – bandeira (última da planta). Esta fase dura 15 a 18 dias, sendo que no final dá-se o emborrachamento.
  • Espigamento: emergência completa da espiga, floração, frutificação e início de enchimento dos grãos. Dura entre 12 e 16 dias.
  • Maturação: término de enchimento dos grãos, maturação do grão, folhas e espiga secam. Esta fase dura 30 a 40 dias.

 

Clima

Fundamentalmente temperatura, luz e água condicionam a adaptação do trigo a diversas regiões. As variedades de trigo indicam as suas exigências de clima. Em linhas gerais as necessidades são:

  • Para emergência
  • Temperatura no solo em torno de 15ºC, umidade em torno de 120mm. (50-200mm.).
  • Até o perfilhamento
  • Temperatura entre 8 e 18ºC, umidade de 55mm./mês (30 a 80mm.).
  • Fim do perfilhamento ao espigamento
  • Temperatura entre 8ºC e 20ºC e chuvas mensais em 40mm

 

Colheita do trigo

A colheita da cultura deve ser realizada por meio de máquinas colheitadeiras que colhem e descascam os grãos ao mesmo tempo. Depois de colhidos, os grãos devem ser armazenados.

Na prática, o grão está preparado para a colheita após 110 a 120 dias do plantio. Isso ocorre quando a planta está com a coloração amarelada (típica de palha), a espiga dobrando e os grãos duros.

Após realizar a colheita, é importante ficar atento em relação ao valor da saca de trigo que geralmente varia significativamente. Portanto, escolha o momento mais propício para realizar a venda do cereal.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Embora não seja produzido em todo país, o trigo é consumido por quase todo território nacional. No Brasil ele é um alimento extremamente popular. Ele está presente nos nossos pães, massas e até em bebidas, como a cerveja e outros produtos.

Por isso, sua produção é tão importante para o mercado alimentício brasileiro, ganhando espaço de destaque no setor econômico do país.

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Escrito por Michelly Moraes.

Doenças do trigo: conheça as principais!

Doenças do trigo: conheça as principais!

A cultura do trigo sofre danos significativos devido às doenças causadas por fungos, bactérias e vírus. A diversidade de regiões produtoras de trigo no Brasil dificulta a padronização das estratégias de manejo das doenças do trigo que acometem à cultura.

Entre as principais doenças na cultura do trigo no Brasil, podemos destacar  9 delas, veja:

  1. Estria Bacteriana
  2. Brusone
  3. Mancha Amarela
  4. Mancha Marrom da Folha
  5. Nanismo-amarelo da Cevada
  6. Mosaico do Trigo
  7. Oídio
  8. Ferrugem da Folha
  9. Giberela.

Portanto, o sucesso no manejo das doenças requer sua correta diagnose. Entendimento das condições favoráveis para sua ocorrência e conhecimento das medidas de controle disponíveis.

Este texto irá te ajudar a identificar e manejar as principais doenças do trigo que ocorrem nas lavouras do Brasil

Confira!

 

Doenças do trigo: conheça as principais!

Período e região de ocorrência das doenças do trigo

As doenças podem ocorrer em todos os estágios de desenvolvimento da planta de trigo e os sintomas manifestam em diferentes órgãos como raízes, colmos, folhas e espigas.

 

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No entanto, a frequência que determinadas doenças ocorrem na cultura do trigo. Pode variar de acordo com as regiões tritícolas do Brasil.

Entre as principais doenças na cultura do trigo no Cerrado/ Centro do Brasil, podemos destacar:

  • estria bacteriana,
  • brusone,
  • mancha amarela e mancha marrom da folha.

Já na Região Sul, as doenças mais frequentes no trigo são:

  • nanismo-amarelo da cevada,
  • mosaico do trigo,
  • oídio,
  • ferrugem da folha e
  • giberela.

A seguir veremos mais detalhes de cada uma dessas doenças.

Período e região de ocorrência das doenças do trigo

Estria bacteriana

A estria bacteriana, é uma doença do trigo que é causada pela fitobactéria Xanthomonas translucens pv. ondulosa, e ocorre em todos os estágios e em todos os órgãos das plantas, sendo mais comum nas folhas.

Os sintomas nas folhas são manchas amarelas de aspecto encharcado que acompanham as estrias das folhas.

Quando a severidade da doença nas folhas é muito acentuada, é possível a visualização de sintomas nas espigas.

Logos períodos de molhamento foliar e temperaturas superior ou igual a 25ºC favorecem a ocorrência da doença.

A principal forma de disseminação da doença a longa distância é através de sementes infectadas.

As medidas de controle da estria bacteriana são principalmente de caráter preventivo, como o uso de sementes livre do patógeno, rotação de culturas e eliminação de plantas voluntárias na entressafra.

 

Brusone

A brusone do trigo é causada pelo fungo Pyricularia oryzae, e em lavouras de sequeiro no Cerrado brasileiro, a ocorrência dessa doença nas folhas pode causar perda total da produção.

Além do cerrado, também é de grande importância econômica no norte do Paraná.

Os sintomas de brusone do trigo nas folhas são manchas arredondadas com bordos marrom escuro e o centro acinzentado.

Já nas espigas, ocorre a descoloração de espiguetas acima do local de infecção do fungo no ráquis, onde nota se um ponto de escurecimento.

Quando a espiga é infectada pelo fungo logo no início de seu desenvolvimento, não ocorre a formação de grãos.

 

Checklist agrícola

 

As condições ideias para o desenvolvimento da doença são chuvas frequentes e temperaturas um pouco elevadas. Nessas condições o patógeno pode causar epidemias severas.

A medidas de controle da brusone envolve principalmente ações como a utilização de sementes sadias ou tratadas, uso de diferentes cultivares de trigo e aplicação de fungicidas.

Algumas cultivares disponibilizadas recentemente (BRS 404, ORS 1401, ORS 1403, TBIO Sossego, TBIO Sonic, TBIO Mestre e CD 116) apresentam nível significativo de resistência à brusone.

Para o controle químico da doença na parte área das plantas de trigo, é viável que se adote o princípio de que a espiga deve estar protegida antes da infecção do patógeno.

No entanto, se as condições climáticas não forem favoráveis para infecção e a área não tiver histórico da doença, não é necessário fazer a aplicação de fungicidas.

Mancha marrom e mancha amarela da folha

A mancha marrom das folhas é uma doença do trigo causada pelo fungo Bipolaris sorokinian. Já a mancha amarela é causada por Drechslera tritici-repentis.

Os sintomas da mancha marrom são pequenas manchas ovais, marrom-escuras, que podem coalescer e se tornarem maiores.

Os sintomas característicos da mancha amarela são lesões pequenas, de formato oblongo ou ovalado, com um halo amarelo.

Ambos os patógenos são necrotróficos, ou seja, são capazes de sobreviver em restos da cultura de trigo.

Por tanto, a infecção inicial ocorre, frequentemente, pelo inóculo primário presente nos restos culturais deixados sobre o solo, entre as safras.

As medidas de controle indicadas são, rotação de culturas, uso de sementes sadias ou tratadas com fungicidas e aplicação de fungicida na parte área.

O controle químico deve ser realizado somente com fungicidas registrados para a cultura.

 

Nanismo amarelo da cevada

O nanismo amarelo é uma doença do trigo que é causado pelos vírus Barley yellow dwarf virus (BYDV) e o Cereal yellow dwarf virus (CYDV), que são transmitidas por afídeos.

Os principais afídeos vetores dos vírus são Rhopalosiphum padi, principalmente do outono à primavera, e o Sitobion avenae na primavera.

Dependendo da tolerância das cultivares e da incidência da doença, os danos à produção de trigo pode chegar em média a 20%.

No entanto, o dano pode ser maior em anos quentes e secos. Devido à multiplicação e dispersão dos afídeos vetores.

Os sintomas típicos dessa doença é o amarelecimento das folhas, que ocorre do seu ápice em direção à base e o enrolamento do limbo foliar, devido a seu enrijecimento.

O manejo inicial dessa doença está na escolha da cultivar. As cultivares variam em níveis de tolerância.

Outra medida de manejo eficiente é o controle da população dos vetores. Que pode ser com inimigos naturais e /ou inseticidas.

 

Mosaico do trigo

O mosaico do trigo é uma doença do trigo que é causado pelo vírus Soil-borne wheat mosaic vírus. Que é transmitido pelo fungo Polymyxa graminis, residente no solo e parasita obrigatório de raízes de plantas.

Essa doença ocorre principalmente no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no sul do Paraná.

Temperaturas baixas e solos encharcados favorecem a transmissão do vírus pelo vetor, podendo comprometer grandes áreas.

Os sintomas de mosaico nas folhas e colmos são caracterizados pela alternância de áreas amareladas e verdes, que pode ter um padrão em listras.

O longo período de sobrevivência do vetor no solo e a grande gama de plantas hospedeiras dificultam o controle desta virose. Tornando a principal medida de controle o uso de cultivares de trigo resistentes e tolerantes.

 

Oídio

O oídio do trigo é causado pelo fungo Blumeria graminis f. sp. Tritici, e tem gerado danos que podem atingir até 60% do rendimento de grãos se medidas de controle não forem realizadas.

A doença se caracteriza pela formação do micélio de aspecto cotonoso sobre toda superfície das plantas, principalmente a folha, que ficam amareladas e caem.

Por ser um fungo biotrófico, o inóculo primário mantém-se, na entressafra, em plantas voluntárias e restos culturais de trigo. Sendo disseminado pelo vento.

A doença é favorecida por temperaturas amenas e ausência de água livre na superfície da folha, nessas condições, o ciclo completo do fungo pode durar de 5 a 10 dias.

As medidas de manejo mais utilizadas e eficientes para o controle desta doença são o uso de cultivares resistentes e a aplicação de fungicidas. Em aplicações da parte aérea e em tratamento de sementes.

 

Ferrugem da folha

A ferrugem da folha, é uma doença do trigo causada pelo fungo Puccinia triticin, pode causar danos de até 80% na cultura do trigo, devido à alta severidade em algumas regiões e cultivares.

Essa doença caracteriza-se pelo aparecimento de pústulas. Com esporos de coloração amarelo escuro a marrom nas folhas.

Os sintomas podem aparecer na fase inicial de desenvolvimento da cultura até a maturação das plantas.

As condições climáticas favoráveis para o desenvolvimento da doença são temperaturas amenas (15º a 20ºC) e molhamento foliar continuo de no mínimo 3 horas.

Assim como o Oidio, o fungo causador da ferrugem também é biotrófico e, portanto, sobrevive em plantas voluntarias, sendo disseminado pelo vento.

Como medidas de controle da ferrugem da folha do trigo podemos citar o controle químico nas partes áreas das plantas e o uso de cultivares resistentes/tolerantes.

No entanto, a resistência à ferrugem da folha não é muito durável, devido à grande variabilidade genética do patógeno.

 

Giberela

A giberela é a doença que acomete espigas e grãos de trigo, é causada pelo fungo Gibberella zeae (forma sexuada) ou pelo Fusarium graminearum (forma assexuada).

Lavouras atacadas por giberela são reconhecidas principalmente pela descoloração precoce de espiguetas. Além disso, a doença induz à produção de grãos chochos e de coloração rosada.

 

Plataforma Agropós

 

Os danos causados pela giberela à lavoura de trigo decorre da formação de grãos menores e leves, além de comprometer a qualidades dos grãos com substâncias tóxicas produzidas pelo fungo, as chamadas micotoxinas.

As condições favoráveis para o desenvolvimento da doença são chuvas frequentes e temperaturas entre 20 °C e 25 °C.

A giberela, atualmente, é uma doença de difícil controle. Portanto, a integração de medidas de controle é a melhor estratégia para minimizar os prejuízos gerados por esta doença.

 

Conclusão

Os principais aspectos, como agente causal, sintomas, condições favoráveis, e controle das doenças mais comuns na cultura do trigo no Brasil foram abordados neste artigo.

A ocorrência e severidade dessas doenças no campo são influenciadas pela grande variedade de regiões tritícolas que caracteriza o nosso país. O que dificulta viabilização de sistemas padronizados de controle.

Considerando esta situação, o produtor deve atentar- se as doenças mais comuns em sua região. Assim como as medidas de controle indicadas para o local.

Escrito por Pollyane Hermenegildo.

Pós-graduação Fitossanidade