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Produtos florestais não madeireiros: conheça agora a importância!

Produtos florestais não madeireiros: conheça agora a importância!

Os produtos florestais não madeireiros, como o próprio nome indica, são todos os produtos advindos da floresta que não sejam madeira, como: folhas, frutos, flores, sementes, plantas, castanhas, palmitos, raízes, bulbos, ramos, cascas, fibras, óleos essenciais, óleos fixos, látex, resinas e gomas.

Hoje no mundo todo, os recursos florestais não madeireiros consistem na principal fonte de renda e alimento de milhares de famílias que vivem da extração florestal e que são dependentes desses produtos.

A atividade extrativista assume um importante papel, econômico, social e cultural de várias populações.

Vamos conferir juntos um pouco mais sobre esse assunto?

 

Produtos florestais não madeireiros: conheça agora a importância!

 

Importância dos produtos florestais não madeireiros

Os produtos florestais não madeireiros PFNMs, são fundamentais para a subsistência de muitas pessoas em todo o mundo, especialmente para aquelas que vivem no interior ou próximo das florestas.

Além disso, os PFNMs são utilizados na alimentação, produção de medicamentos, usos cosméticos, construção de moradias, tecnologias tradicionais, produção de utensílios e tantos outros usos.

Tem uma significativa importância como alternativa econômica que pode diminuir o êxodo rural e as taxas de desmatamento, onde, em boa parte dos casos os produtos podem ser manejados de forma simples, alguns dentro da própria reserva extrativista que os povos e comunidades já conduzem.

De acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), cerca de 80% da população de países em desenvolvimento usam os PFNMs para suprir algumas de suas necessidades vitais.

Os produtos florestais não madeireiros, podem ser provenientes de florestas plantadas ou de florestas naturais, independentes de sua origem o manejo florestal é de suma importância para manutenção da atividade.

 

Por que fazer o manejo de produtos florestais não madeireiros?

Como já vimos a importância dos PFNMs, é importante também ter consciência dos riscos do aumento de sua escala de produção, aos anos devido a extração, passando do uso de subsistência para uma escala comercial e o que isso pode causar.

Portanto, é importante ressaltar que a atividade extrativista vegetal dos PFNM’s pode ser classificada em dois grupos, extrativismo de coleta:  extração do recurso que compreende à coleta sem danificar a matriz e o extrativismo de aniquilamento: atividade implica na destruição da planta.

Desse modo, torna-se fundamental o seu manejo, objetivando o controle e a diminuição do impacto de sua extração/coleta sobre a floresta.

O manejo consciente é importante também, porque, mantém a floresta praticamente sem alterações, pois não envolve a morte de seus componentes, promovendo a manutenção não só de sua estrutura e funções ecológicas, como também a integralidade de sua biodiversidade.

 

Principais fases do manejo de produtos florestais não madeireiros

O manejo dos PFNMs passa essencialmente por três fases distintas: pré-coleta, coleta e pós-coleta, cada uma em seu tempo e atividades.

Nem sempre essas fases seguem uma ordem linear, a necessidade da execução é que vai determinar o seu momento.

 A figura a seguir, apresenta como cada uma das fases de forma estruturada e ordenada.

 

Principais fases do manejo de produtos florestais não madeireiros

 

Os principais produtos florestais não madeireirios

Vamos listar abaixo os principais produtos florestais não madeireiros e como são encontrados na natureza.

 

Resina

A resina é uma secreção formada especialmente em canais de resina de algumas plantas como, por exemplo, árvores coníferas.

Sua obtenção é normalmente realizada através de um corte na casca da árvore.

O setor brasileiro de produção de goma-resina ocupa uma posição de destaque no mercado mundial, passando de importador para a de exportador destes produtos e de seus derivados.

Hoje o Brasil, é o segundo maior produtor mundial, tendo à frente apenas a China, onde, 73,7% da produção se concentra na região Sudeste.

 

Borracha natural

A borracha é extraída da Seringueira (Hevea brasiliensis), sendo uma das principais espécies florestais nativas do Brasil.

No início do século, o Brasil ocupava a primeira posição mundial na produção e exportação de borracha natural.

Porém, a partir de 1913, o Brasil perdeu mercado, disputando hoje com vários países.

 

Tanino

Taninos são polifenóis de origem vegetal.

Eles inibem o ataque às plantas por predadores, pois diminuem a palatabilidade, causa dificuldades na digestão, produz compostos tóxicos a partir da hidrólise dos taninos e também por microrganismos patogênicos.

São geralmente divididos em dois tipos: hidrolisáveis e condensados.

 

Óleos essenciais

Os óleos essenciais são substâncias voláteis extraídas de plantas aromáticas, constituindo matérias-primas de grande importância para as indústrias cosmética, farmacêutica e alimentícia.

Essas substâncias orgânicas, puras e extremamente potentes são os principais componentes bioquímicos de ação terapêutica das plantas medicinais e aromáticas.

Os óleos essenciais estão presentes em várias partes das plantas como folhas, flores, madeiras, ramos, galhos, frutos e rizomas.

Alguns exemplos de óleos essenciais são, óleo de andiroba, óleo de açaí, óleo de Buriti e óleo de eucalipto.

 

Produtos vegetais

Vários tipos de frutos e castanhas são produzidos em árvores ou arbustos lenhosos. Fazendo parte de atividades extrativistas, movendo um mercado que cresce cada vez mais, o de produtos naturais advindos de fontes renováveis e sustentáveis.

O extrativismo vegetal não madeireiro, é regionalizado e abaixo podemos conferir a representatividade das regiões e sua produção nesse cenário:

  • Região Norte: Açaí 93,1% e a castanha-do-pará, que hoje denomina-se, castanha-do-brasil 94,9%.
  • Região Nordeste: Produção de amêndoas de babaçu 99,7%, fibras de piaçava 96,1% e pó de carnaúba 100,0%.
  • Já na Região Sul: Entra com a participação da erva-mate 99,9% e pinhão 85,5% e cascas de acácia-negra.
  • Por fim, na Região Sudeste: Com a produção de folhas de eucalipto 94,7%.

 

Os produtos florestais não madeireiros e as futuras gerações

Vimos nesse artigo que as florestas além de madeira elas oferecem os produtos florestais não-lenhosos de origem vegetal, tais como resina, óleos essenciais e dentre outros.

Os produtos florestais não madeireiros muitas das vezes são uma fonte de renda familiar, aumentando o bem estar de povos e comunidades da floresta e de seu entorno.

Estes recursos não madeireiros, beneficiam não só a pessoas que são envolvidas nos seus processos de extração, mas também é uma forma de acompanhar ou monitorar fatores relacionados com a sustentabilidade ambiental, social, cultural e econômica.

Alguns casos, o manejo sustentável é uma das premissas para o licenciamento da atividade pelos órgãos ambientais. Essa base de dados, também pode ser um requerimento para um possível processo de certificação e alcance de selos de qualidade para os produtos gerados.

Dessa forma, a sistematização de conhecimentos tradicionais, valorizando-os dentro e fora dos povos e comunidades florestais é uma maneira de garantir que as futuras gerações possam também usufruir dessa atividade.

[WEBINAR] Produtos madeireiros e não madeireiros: conheça quais são e sua importância.

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A doutora, mestre e engenheira florestal, Juliana Bianche, explica qual a importância dos produtos madeireiros e não madeireiros no mercado florestal. Nesse webinar foram abordados os principais tópicos relacionados a importância no setor florestal de adesivos para a colagem, painéis reconstituídos de madeira e PFNM (Produtos florestais não madeireiros). Clique e assista gratuitamente!

O crescimento da exportação de produtos florestais

O crescimento da exportação de produtos florestais

Os produtos florestais, como a celulose, painéis de madeira e papel, ganharam espaço na pauta de exportações do agronegócio do Brasil no primeiro semestre de 2018, tanto que acabaram atingindo a segunda posição entre os principais segmentos da balança comercial do setor superando setores como o de carnes. É o que mostram as estatísticas do Ministério da Agricultura (Mapa) referentes ao período, com base nos registros oficiais de comércio exterior.

Desde 2007, o setor de carnes se mantinha a frente dos produtos florestais, no entanto, a ascensão da celulose promoveu a troca de posições entre esses setores logo no primeiro semestre de 2018. As exportações de celulose somaram 7,96 milhões de toneladas nos primeiros seis meses de 2018, o que significou um aumento de 12,1% em relação ao mesmo período em 2017, quando o volume foi de 7,1 milhões. Ajudada também por uma alta nos preços médios, a receita foi 44% maior, passando de US$ 3,01 bilhões para US$ 4,433 bilhões no período.

Em 2016, o Brasil liderou o ranking global de produtividade florestal, com média de 35,7 m³ ha/ano no plantio de eucalipto e 30,5 m³ ha/ano no plantio de pinus, de acordo com a Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ). A China está em segundo lugar com 29 m³ ha/ano (eucalipto) e 20 m³ ha/ano (pinus) e Moçambique é o terceiro com 25 m³/ha ao ano (eucalipto) e 12 m³/ha (pinus).

Esta produtividade justifica em parte o crescimento das exportações brasileiras. Também o fato de oferecermos produtos a preços mais competitivos no mercado mundial, aliado ao desempenho das empresas brasileiras com âmbito internacional de atuação e a melhora nos preços internacionais com a valorização do dólar em relação ao real favorecendo o exportador, nos garantiu que alcançássemos números de exportação bastante expressivos atualmente.

Hoje o Brasil é o 3º maior exportador mundial de celulose, principal produto florestal exportado, participando com 13,2% do mercado mundial. Do total da produção brasileira 69% destinam-se à exportação. As exportações de madeiras também aumentaram 16,3%, atingindo US$ 1,44 bilhão e as exportações de papel chegaram à casa dos US$ 803,34 milhões.

O gráfico a seguir mostra o desempenho das exportações de produtos florestais dos últimos 10 anos.

produtos florestais

Fonte: MDIC

Em 2017, o Brasil assumiu o oitavo lugar na produção mundial de painéis e as exportações brasileiras dos painéis reconstituídos somaram 1,42 milhão m³, o equivalente a US$ 328 milhões e em 2018, só no primeiro semestre, as exportações continuaram em alta de 2,5% em relação ao mesmo período de 2017.

Ao todo o segmento de produtos florestais embarcou 11,3% a mais em volume, passando de 11,15 milhões para 12,41 milhões de toneladas, sendo que os exportadores faturaram 30,1% a mais. Desta maneira, a receita passou de US$ 5,43 bilhões para US$ 7,07 bilhões comparando o primeiro semestre de 2018 com o de 2017.

Madeira reflorestada e exportação

A atividade de reflorestamento no Brasil possui uma importante dimensão econômica. Além de estarmos entre os 10 maiores produtores florestais do mundo, desenvolvemos tecnologia avançada para a exploração de florestas e para a transformação industrial da madeira, tanto que apresentamos o maior rendimento na produção de eucalipto e pinus do mundo, com custo inferior ao de importantes concorrentes, como Nova Zelândia, Chile e EUA. Portanto, estimular o plantio de madeira reflorestada e a exportação de produtos madeireiros é primordial para um setor que movimenta de maneira significativa o PIB nacional.

A previsão é de crescimento no setor em função das possibilidades existentes tanto no mercado externo quanto no mercado interno. Geradora de receitas e importante na pauta de exportações do Brasil, a indústria da madeira é fundamental para o desenvolvimento de nosso país. Portanto, é muito importante o apoio a esta atividade para a manutenção das vantagens competitivas do Brasil na cadeia produtiva da madeira e na balança de exportações.

Destino das Exportações

As mercadorias vendidas pelo país tiveram como destino em 2018 regiões que historicamente são grandes parceiras comerciais brasileiras. Os países latino-americanos permanecem como os principais mercados dos segmentos de papel e de painéis de madeira, nos primeiros oito meses do ano passado, com receitas de exportações de US$ 806 milhões (+11,2%) e US$ 100 milhões (+20,5%), respectivamente. A China ainda segue como principal destino da celulose produzida pelo Brasil com 40,2% de participação e representando uma receita de US$ 1,6 bilhão (+22,0%). O segundo maior destino da celulose é a Europa, que deteve neste período uma fatia de 31,5% das exportações, que corresponde a US$ 1,3 bilhão (+3,9%).

De acordo com a Ibá, só nos primeiros três meses de 2018, as cotações médias da celulose estavam em US$ 1.200 por tonelada nos Estados Unidos, US$ 1000 na Europa e entre US$ 800 e US$ 850 na China. Existe uma expectativa positiva para as exportações do produto nos próximos meses, embora haja incertezas vindas da política brasileira de comércio exterior, como mudanças no regime tributário. Apesar de haver novos players entrando no mercado o cenário é positivo e o ano de 2019 deve terminar com crescimento, assim como aconteceu em 2018.

Vimos que as exportações voltadas para a área florestal no Brasil cresceram consideravelmente no último ano. Dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) mostram que exportações como papel, painéis de madeira e celulose foram os materiais mais exportados em 2018. Assim, o setor de produtos florestais se destaca por seu crescimento continuado, que supera a tendência de diminuição das exportações nacionais e, assim, fortalece a economia brasileira.

Por:  Marina Stygar Lopes – Mata Nativa