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Pragas agrícolas que mais afetam a agricultura!

Pragas agrícolas que mais afetam a agricultura!

As pragas agrícolas são organismos que reduzem a produção das culturas, seja por atacá-las, por serem transmissores de doenças ou por reduzirem a qualidade dos produtos agrícolas. Neste post você irá conhecer as principais pragas agrícolas e diferentes métodos para seu controle.

Acompanhe, e não fique de fora!

 

Pragas agrícolas que mais afetam a agricultura!

 

Em meio a todo o esforço para manter a plantação saudável e produtiva, as pragas agrícolas surgem como um pesadelo na rotina dos agricultores. Silenciosas no começo, chegam sem despertar suspeita, e quando o produtor nota a presença, muitas vezes, já se espalharam pela plantação.

Conceitualmente, podemos dizer que um inseto se torna uma praga quando ele aumenta em população, ao ponto de ocasionar perturbações no desenvolvimento da lavoura, além de, prejuízos econômicos.

Impulsionados pelo cultivo de monoculturas em grandes extensões, os surtos de ataque de pragas estão cada vez mais frequentes, o que, consequentemente, exige a adoção de estratégias para o controle.

 

Fatores que favorecem o ataque de pragas

Veja os principais fatores que influencia no aparecimento de pragas nas diferentes culturas agrícolas

  • Descaso pelas medidas de controle.
  • Plantio de variedades suscetíveis ao ataque das pragas;
  • Falta de rotação de culturas nos agro ecossistemas;
  • Plantio em regiões ou estações favoráveis ao ataque de pragas;
  • Adoção de plantio direto (geralmente há um aumento de insetos que atacam o sistema radicular das plantas);
  • Adubação desequilibrada (as plantas mal nutridas são mais susceptíveis ao ataque de pragas);
  • Uso inadequado de praguicidas (uso de dosagem, produto, época de aplicação e metodologia inadequados).

 

Pós-graduação Fitossanidade

 

Métodos de controle de pragas

Os métodos devem ser selecionados com base em parâmetros técnicos (eficácia), econômicos, que preservam o ambiente. Os principais métodos usados no controle de pragas são:

  • Métodos culturais: emprego de práticas agrícolas normalmente utilizadas no cultivo das plantas objetivando o controle de pragas.
  • O controle biológico: ação de inimigos naturais na manutenção da densidade das pragas em nível inferior àquele que ocorreria na ausência desses inimigos naturais.
  • O controle químico: aplicação de substâncias químicas que causam mortalidade no controle de pragas.
  • Além do controle mecânico: uso de técnicas que possibilitem a eliminação direta das pragas.
  • E o controle físico: consiste no uso de métodos como fogo, drenagem, inundação, temperatura e radiação eletromagnética no controle de pragas.

 

Principais pragas agrícolas

O primeiro passo para proteger sua lavoura do ataque de pragas é conhecer esses agentes. Listamos a seguir os principais inimigos dos agricultores.

 

Lagarta helicoverpa (Helicoverpa armigera)

A lagarta helicoverpa é uma praga emergente, gerando um problema iminente no Brasil desde 2013, quando foram relatados ataques expressivos em soja e algodão.

Atualmente, está presente em todas regiões de cultivos e com potencial de danos em diversas culturas, como soja, algodão, feijão e até mesmo milho.

A identificação da lagarta no campo é dificultada devido à similaridade com outras espécies como Helicoverpa Zea e Heliothis Virescens.

 

Lagarta helicoverpa (Helicoverpa armigera)

 

Danos na cultura

As vias de ingresso da Helicoverpa armigera nas plantas são a parte aérea (flor, folha, gemas, fruto/vagem, estruturas reprodutivas e pontos de crescimento).

Os estágios imaturos alimentam-se em todos os estágios de desenvolvimento da planta, danificando todas as estruturas. As larvas atacam ramos, flores e cápsulas da semente.

 

Controle da praga

Realizar Manejo Integrado de Pragas, utilizar cultivares geneticamente modificadas expressando a toxina Bt, utilizar inseticidas biológicos e químicos, seletivos aos inimigos naturais.

 

Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)

É considerado a principal praga da cultura do milho no Brasil, ocorrendo em todas as regiões produtoras, tanto nos cultivos de verão como nos de segunda safra (“safrinha”). O inseto está sempre presente a cada ano de cultivo e ataca a planta desde sua emergência até a formação de espigas.

 

Lagarta do cartucho: como essa praga acomete a cultura do milho?

 

Danos na cultura

Folhas raspadas e perfuradas, cartucho destruído e espigas danificadas. Observam-se excreções das lagartas nas plantas, reduzindo a área foliar das plantas. Favorece o ataque de patógenos.

As lagartas perfuram a base da planta, causando o sintoma de “coração morto”. A lagarta ataca preferencialmente o cartucho, destruindo-o, principalmente na fase próxima do florescimento podem causar danos expressivos que se acentuam em períodos de seca.

Os danos são maiores quando o ataque ocorre em plantas com 8 a 10 folhas. As plantas são cortadas rente ao solo, causando falhas.

 

Controle da praga

O controle da lagarta-do-cartucho, quando o ataque é verificado na região da espiga, é difícil pela falta de equipamentos adequados.

Muitas vezes o agricultor é obrigado a utilizar a aplicação aérea ou a aplicação via água de irrigação. Mesmo através dessas modalidades a eficiência é baixa, com a praga instalada na espiga.

 

Pulgões ou afídeos (Hemiptera, Aphididae)

Os pulgões são insetos pequenos (1,5 a 3,0 mm), de corpo mole e piriforme, com antenas longas. O aparelho bucal é do tipo picador-sugador e o desenvolvimento paurometabólico. São altamente prolíficos e reproduzem-se por viviparidade e partenogênese telítoca.

Vivem sobre a planta em colônias formadas por adultos (fêmeas) alados e ápteros e por ninfas de diferentes tamanhos. As formas de disseminação podem voar centenas de quilômetros com auxílio do vento.

 

Pulgão branco: saiba tudo sobre essa praga!

 

Danos na cultura                                                                         

Os pulgões causam declínio rápido da planta, seca dos galhos a partir das extremidades e folhas amareladas. As radicelas apodrecem, folhas e frutos ficam menores e surgem sintomas de deficiência nutricional.

A extensão dos prejuízos causados pelo pulgão às plantas depende da densidade populacional e do estágio de desenvolvimento, vigor e suprimento de água das plantas.

O inseto infesta a face inferior das folhas, mas também podem ser observadas manchas necrosadas na face superior. Devido à intensa sucção de seiva, eles produzem um volume significativo de excrementos que cobrem as folhas inferiores, deixando-as pegajosas ou cobertas com fumagina.

 

Controle da praga

Os pulgões são naturalmente controlados pela ação das chuvas e do inimigos naturais. Na ausência desses agentes, a população pode aumentar em até 10 vezes a cada semana.

Preventivamente, a infestação pode ser evitada por meio da aplicação de inseticidas sistêmicos via tronco ou drench (deve-se dar preferência a esta modalidade de aplicação, que é mais seletiva aos inimigos naturais).

 A pulverização só é recomendada quando ocorrer ataque muito intenso e não houver a presença de inimigos naturais.

 

Tudo o que você precisa saber sobre a mosca branca (Bemisia tabaci)

 

Mosca branca (Aleyrodidae)

É um inseto encontrado nas principais regiões agrícolas do mundo, adaptado especialmente às regiões de clima quente e umidade elevada.

É um inseto polífago, cujos hospedeiros preferenciais são: algodão, brócolis, couve-flor, repolho, abobrinha, melão, chuchu, melancia, pepino, berinjela, fumo, pimenta, tomate, pimentão, soja, uva e algumas plantas ornamentais como o bico-de-papagaio.

 

Mosca branca: conhecendo o inimigo!

 

Danos na cultura

Os danos causados pela mosca branca podem ser diretos ou indiretos. O processo alimentar do inseto se inicia com a penetração intercelular dos estiletes através de tecidos foliares do mesofilo até atingir o floema, onde ocorre a sucção de seiva elaborada, consistindo em um dano direto no vegetal.

Além disto, o inseto pode provocar fitotoxemias pelo seu processo alimentar, com alterações fisiológicas na planta.

 

Controle da praga

Tratamento de sementes com inseticidas carbamatos sistêmicos ou sistêmico granulado no sulco de plantio ou, ainda, pulverizar com fosforados sistêmicos. Uso de armadilhas de cor amarela ajudam a diminuir número de adultos na área.

 

Córos (larvas de besouro)

Corós são larvas de besouros de diversas espécies que atacam gramados e outras culturas em determinadas fases de desenvolvimento.

O padrão de elos na ponta do abdomem destas larvas ajudam na identificação, contudo, a análise dos adultos é necessária para uma identificação exata das espécies.

A irrigação noturna durante a época dos voos dos adultos pode atrair as fêmeas, especialmente se as áreas circunvizinhas estiverem secas. Os adultos também são atraídos para as luzes à noite, o que explica altos níveis de ataque próximos a postes de iluminações ou luminárias de jardins.

 

Córos (larvas de besouro)

 

Danos na cultura

Quando os corós se alimentam das raízes de gramíneas, estas gradualmente ficam mais fracas, amareladas, podendo até morrer, pois a lesão na raiz reduz a capacidade da grama de absorver água, nutrientes e resistir ao stress hídrico.

Na sequência aparecem manchas mais escuras, espalhadas e irregulares no gramado, que aumentam de tamanho ao longo do tempo. Quando o gramado está sofrendo com uma alta infestação ele solta-se facilmente do solo.

A intensidade dos danos depende da espécie e da saúde do gramado. Portanto, um bom programa de irrigação e de fertilidade do solo, entre outras operações de manutenção, ajudam a tolerar ou superar infestações moderadas.

 

Controle da praga

Devido às restrições no uso de inseticidas em áreas urbanas, o controle biológico passa se torna uma ótima opção. Com a utilização de nematoides, bactérias, fungos e parasitoides da ordem Díptera.

 

Percevejo marrom (Euschistus heros)

Os percevejos são uma praga‑chave da cultura de soja vem várias regiões do Brasil, principalmente nas de clima quente.

Predominante nas lavouras de soja no Estado de Mato Grosso, esse inseto pode ocasionar danos irreversíveis à cultura. Pois, para se alimentar, suga diretamente os grãos de soja, o que acarreta redução na produção e na qualidade das sementes.

Os prejuízos resultam da sucção de seiva dos ramos ou hastes e de vagens. Podendo causar prejuízos de até 30% do potencial produtivo. Também injetam toxinas, provocando a “retenção foliar”.

 

Percevejo Marrom

 

Danos na cultura

Atingem as sementes através da introdução do aparelho bucal nos legumes, tornando-os chochos e enrugados, afetando, consequentemente, a produção e a qualidade dos grãos.

Podem, ainda, abrir caminho para doenças fúngicas e causar distúrbios fisiológicos, como a retenção foliar da soja.

Os principais sintomas são produção limitada devido a sucção de seiva dos ramos, hastes e vagens, provavelmente, devido à toxinas que injetam. Vagens marrons e murchas. Queda e apodrecimento das estruturas florais e frutos.

 

Controle da praga

O controle desses insetos deve ser feito utilizando-se produtos em pulverização. Escolhendo-se aqueles mais seletivos aos inimigos naturais e menos tóxicos ao homem. Utilizar produtos de carência curta, principalmente se a produção for destinada ao consumo verde.

 

Manejo integrado de pragas (MIP)

O desafio do agronegócio brasileiro está na difusão de métodos sustentáveis para o manejo de pragas. Trazendo para o dia-a-dia do produtor as inovações tecnológicas e, assim, manter as cadeias produtivas competitivas no mercado.

O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é um conjunto de boas práticas agrícolas que implica no monitoramento da população de insetos e combina métodos e estratégias de controle como cultural, biológico, físico, legislativo, mecânico e químico, visando evitar o dano econômico.

Reconhecer cada tipo de inseto é muito importante para proteger aqueles que são úteis e controlar apenas os que são pragas, quando necessário.

A visita semanal à lavoura para reconhecer e monitorar a quantidade de pragas agrícolas. Em cada parte da planta, permite decidir sobre o controle no momento correto, evitando danos, perdas e prejuízos na produção.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

As pragas listadas aqui são altamente adaptadas ao sistema agrícola. De extrema importância econômica e quase sempre de difícil controle. Para isso é importante planejarmos e fazer o uso correto das ferramentas de MIP disponíveis.

Lembramos que é importante que você faça o MIP na sua lavoura para evitar problemas com relação ao abuso no uso de inseticidas. Para começar esse manejo é importante conhecer o histórico da área e fazer monitoramentos semanais.

Escrito por Michelly Moraes.

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Lagarta do cartucho: como essa praga acomete a cultura do milho?

Lagarta do cartucho: como essa praga acomete a cultura do milho?

A lagarta do cartucho, Spodoptera frugiperda, é a principal praga da cultura do milho no Brasil.

Ela apresenta ocorrência em todas as regiões produtoras, tanto nos cultivos de verão como nos cultivos safrinha.

A lagarta do cartucho apresenta um dano econômico muito significativo nas lavouras de milho, onde, é notável a importância do manejo fitossanitário adequado para seu controle.

Mais detalhes sobre a praga você confere nesse artigo.

Boa leitura!

 

Lagarta do cartucho: como essa praga acomete a cultura do milho?

 

Mas afinal o que é a lagarta do cartucho?

A lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda), é um inseto que ataca a planta desde sua emergência até a formação de espigas, porém nos últimos anos tem acometido outras culturas, como a cultura de algodão, causando grandes prejuízos.

Os danos econômicos causados na cultura do milho são estimados em mais de US$ 400 milhões, anualmente.

Especialmente na cultura do milho, os prejuízos contabilizados não estão relacionados à falta de tratamento fitossanitário, onde, vários fatores são considerados para explicar os danos crescentes na lavoura.

Um deles refere-se à aplicação de maneira incorreta, como a não utilização de jato dirigido de defensivos fitossanitários.

Porém, o que preocupa os produtores é o desenvolvimento de populações da lagarta resistentes a produtos químicos. Como também, já se nota em algumas regiões, a diminuição sensível da diversidade de agentes de controle biológico, em consequência do uso de maneira errada de agrotóxicos.

Por isso que, estabelecer o equilíbrio ecológico dentro do sistema de produção é muito importante, como também a adoção de um programa de manejo integrado de pragas, pensando no sistema como um todo.

 

Pós-graduação Fitossanidade

 

Identificação da lagarta do cartucho

A mariposa fêmea, apresenta coloração acinzentada, com cerca de 25 mm de tamanho, ela tem a capacidade de pôr cerca de cem ovos a cada vez.

Em temperaturas média de 25°C, as lagartas do cartucho eclodem em três dias. Os insetos recém-nascidos geralmente permanecem juntos nas primeiras horas de vida.

Sua primeira refeição são as cascas dos próprios ovos, posteriormente, raspam as folhas da planta hospedeira, causando um sintoma bem caraterístico da praga.

Quando as larvas atingem o segundo ínstar, começam a migrar para outras plantas.

Posteriormente, dirigem-se, em menor número, para a região do cartucho, onde se alimentam das partes mais novas da planta.

 

A importância e formas de controle da lagarta do cartucho

Segundo a Confederação Nacional de Agricultura (CNA), o monitoramento semanal à lavoura para reconhecer e controlar a quantidade de pragas, em cada parte da planta, permite decidir sobre o controle no momento correto, evitando danos, perdas e prejuízos na produção.

Para isso é muito importante conhecer o comportamento da praga e seu controle. Vejamos a seguir algumas maneiras de determinar o aumento e/ou redução da ocorrência de pragas na lavoura, dependendo das práticas agronômicas, como:

 

  • Plantio direto

Como já abordamos em outros momentos, o plantio direto traz muitos benefícios para a conservação do solo e retenção de umidade, mas, não revolver o solo favorece a sobrevivência dos insetos que passam pelo menos uma de suas fases nele.

Uma vez que, a lagarta do cartucho na fase de pupa, passa essa fase em galerias dentro do colmo das gramíneas.

Dessa forma, no sistema de plantio direto, o monitoramento das pragas deve ser constante.

 

  • Manejo das plantas daninhas

O manejo propício das plantas daninhas e a realização da dessecação controlada, reduz o potencialmente de infestação inicial, evitando a utilização precoce de inseticida na área, o que facilita o estabelecimento de inimigos naturais da praga na lavoura.

 

Manejo Integrado de Plantas Daninhas

 

  • Rotação de cultura

A rotação de culturas é outro assunto que sempre falamos aqui e já sabemos a sua importância, nesse tipo de manejo há uma formação de um mosaico com diferentes espécies, podendo diminuir a infestação, reduzindo o uso de inseticidas e o custo de produção.

 

  • Tratamento de sementes

O tratamento de sementes, além de controlar as pragas que as danificam, controla várias espécies que atacam as plantas logo após a emergência.  Diminuindo a demanda por pulverização precoce na lavoura, consequentemente diminuindo os custos.

 

  • Controle biológico

Para o controle biológico dos ovos podem ser utilizadas as vespinhas Trichogramma. O seu uso, além da ação direta sobre a praga permite a interação de outros insetos benéficos como das espécies de parasitóides (Chelonus, Campoletis, Eiphosoma) e de predadores como as tesourinhas, joaninhas e percevejos, que atuam também no controle de outras pragas na cultura do milho.

Produtos microbianos, como o Bacillus thuringiensis e produtos à base de extratos de planta como o óleo de nim podem ser também utilizados para o controle da lagarta do cartucho.

 

  • Uso de feromônio:

Os feromônios são semioquímicos (sinalizadores químicos) de atuação entre indivíduos da mesma espécie.

Na agricultura os feromônios são utilizados no manejo de insetos-pragas, no monitoramento com armadilhas.

O monitoramento através da captura de insetos nas armadilhas com feromônios é possível determinar ausência, presença ou flutuação populacional de determinada espécie praga na área monitorada, o que auxilia o produtor na tomada de decisão sobre o manejo adequado.

 

  • Manejo Integrado de Pragas (MIP)

Por fim, o manejo integrado de pragas (MIP), quando utilizado de forma correta, evita a aplicação de agrotóxicos sem necessidade, preservando a produtividade e os inimigos naturais das pragas, fechando o ciclo cultural com menos aplicações.

 

Controle Biológico: como ter lavouras mais sustentáveis e rentáveis!

 

9 erros comuns no manejo de pragas na lavoura

Vou te apresentar agora, erros que você talvez anda cometendo e que aumentam a população ou favorecem a ocorrência de pragas na lavoura, são eles:

  1. Não utilizar o manejo integrado de pragas.
  2. Não adoção da rotação de culturas, ou seja, o plantio da mesma espécie, na mesma área, por vários anos consecutivos.
  3. O desrespeito ao vazio sanitário (período em que a lavoura deve ficar sem plantio).
  4. Aplicação de forma errada de produtos químicos.
  5. O uso de cultivares altamente suscetíveis a pragas.
  6. A presença de plantas hospedeiras na entressafra e nas proximidades da lavoura.
  7. O manejo inadequado de plantas daninhas.
  8. As aplicações de agrotóxicos sem antes realizar o monitoramento.
  9. A não realização do rodízio do princípio ativo do inseticida.

 

Mas afinal qual o ponto na tomada de decisão?

O ponto de decisão para qual método de controle da lagarta do cartucho utilizar, vai depender do nível do seu monitoramento da praga.

A aplicação de inseticidas não deve ser imediata e sim dez dias após a coleta das três primeiras mariposas nas armadilhas, por isso a importância do monitoramento da lavoura.

Nessa ocasião, a lagarta pode ser controlada antes de provocar danos irreversíveis e ainda estão bem suscetíveis aos inseticidas.

Também dentro do período considerável, os ovos e as lagartas de primeiros ínstares poderão ser reduzidos pelos principais inimigos naturais.

A utilização do método de amostragem baseado na infestação de lagartas pode confirmar a necessidade real da aplicação química. Obviamente a seletividade do produto químico deve ser sempre considerada.

Por fim, a atuação eficiente do controle biológico natural, aplicação de inseticida químico ou uso de todas as técnicas disponíveis pelo MIP, são de suma importância para controle da praga e consequentemente menos perda e maior lucratividade da lavoura.

 

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Sorgo: aprenda um pouco as características dessa cultura!

Sorgo: aprenda um pouco as características dessa cultura!

O sorgo é o quinto cereal mais produzido no mundo, depois do trigo, arroz, milho e cevada.

E nos últimos anos, a cultura tem tomado lugar de destaque no Brasil, principalmente no período da safrinha.

Sendo assim, para ampliar seu conhecimento acerca desse cereal, neste texto vamos focar em práticas para a implantação do sorgo, apresentando um pouco das características da cultura.

Confira!

 

Sorgo: aprenda um pouco as características dessa cultura!

 

O que é sorgo?

O sorgo (Sorghum bicolor L.) é um cereal originário da África, que foi domesticado entre 3 mil e 5 mil anos atrás.

A cultura é conhecida por sua utilização na alimentação animal, principalmente nos EUA, América do Sul e Austrália.

Ele também pode ser uma rica matéria-prima para alimento humano, como a farinha de sorgo. Principalmente por ser rico em fibras, ácidos fenólicos e taninos.

A cultura, nos últimos anos, tem apresentado uma expressiva expansão no Brasil, principalmente na sucessão às culturas de verão.

Atualmente o país é o 9º maior produtor mundial, sendo 65% para consumo interno e a maior parte destinada para alimentação animal.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de sorgo esperada nesta safra é de 2,174 milhões de toneladas, sendo os estados de Goiás e Minas Gerais os maiores produtores.

Agronomicamente, o cultivo pode ser classificado em quatro tipos, sorgo granífero, sorgo sacarino, sorgo vassoura e sorgo forrageiro.

 

 

Tipos de sorgo cultivados

 

Sorgo granífero

Esse tipo é constituído por plantas de porte baixo, de até 170cm, com uma panícula na sua extremidade superior, onde ficam os grãos, seu principal produto.

No entanto, após a colheita dos grãos o restante da planta pode ser usada como feno, pastejo ou incorporada ao solo.

 

Sorgo sacarino

São plantas de porte alto, fracas em produção de sementes e com caules muito rico em açúcares, sendo apropriado para silagem e/ou para produção de açúcar e álcool.

Toda cultivar de sorgo sacarino pode também ser utilizada como forrageira.

 

Sorgo forrageiro

O sorgo forrageiro é um tipo de porte alto, com plantas superiores a dois metros, elevada produção de forragem e adaptado principalmente ao Agreste e Sertão de Alagoas e regiões similares.

Este tipo é utilizado principalmente para pastejo, complemento alimentar para gado, fenação e cobertura morta.

 

Sorgo vassoura

Como o nome sugere, esse sorgo é usado na fabricação de vassouras, principalmente na região do Rio Grande do Sul.

A sua principal característica é a panícula em forma de vassoura, mas as outras partes da planta podem ser utilizadas na alimentação animal.

 

Características para a implantação do sorgo

 

Clima

O sorgo possui um sistema radicular profundo e ramificado, o que aumenta a eficiência na extração de água da solução de solo, tornando a cultura bastantes tolerante à seca.

A quantidade de água exigida durante o ciclo da cultura varia de 450 a 500 mm e ocorrendo déficit hídrico a taxa de crescimento da cultura diminui.

A cultura também é resistente a altas temperaturas, possibilitando que se desenvolva em condições consideradas desaforáveis para o cultivo de outros cereais

Na fase de florescimento, o cultivo necessita de temperaturas médias diárias superiores a 18ºC, sendo as melhores condições térmicas entre 26 e 30ºC.

Devido as estas características a cultura se adapta facilmente a locais áridos e com escassez de chuva.

 

Cultivares

A escolha da cultivar é essencial para alcançar elevadas produtividades. Portanto, o produtor deve ser bem criterioso antes de tomar esta decisão.

Em primeiro lugar, deve-se levar em consideração a finalidade à qual o plantio se destina, se à produção de grãos, à produção de silagem ou ao pastejo dos animais.

Além disso, devem-se considerar também se as cultivares são adaptadas à região onde será realizado o plantio.

 

Plantio

A época de plantio do sorgo depende se o cultivo será de verão ou de safrinha.

No cultivo de verão, a semeadura é realizada no início do período chuvoso. Já no cultivo de safrinha, o mesmo é realizado logo em seguida à colheita da safra normal.

Ele pode ser plantado através de plantio convencional, quando o solo é arado, gradeado e nivelado. Ou através do plantio direto na palhada, com o mínimo de revolvimento do solo.

A semeadura da cultura pode ser feita com o mesmo maquinário usado para soja, arroz, trigo, ou outros grãos.

 

Adubação e nutrição

A adubação de plantio deve ser realizada conforme os resultados da análise do solo, que deve ser realiza antes da implementação da cultura.

A maior exigência nutricional do sorgo é o nitrogênio e potássio, seguindo-se cálcio, magnésio e fósforo.

O fósforo e o nitrogênio são quase todos translocados para os grãos. Portanto, a incorporação dos restos culturais da plantação pode devolver ao solo parte dos nutrientes contidos na palhada, como potássio, cálcio e magnésio.

Contudo, mesmo com a manutenção da palhada na lavoura, faz-se necessária a reposição desses nutrientes em cultivos seguinte.

 

Principais doenças do sorgo

O sorgo está sujeito à incidência de várias doenças, das quais podem ser limitantes à produção da cultura.

Dentre as principais doenças que afetam a cultura no Brasil, estão:

  • Antracnose (Colletotrichum graminicola),
  • Míldio (Peronosclerospora sorghi),
  • Helmintosporiose (Exserohilum turcicum),
  • Ferrugem (Puccinia purpurea),
  • Doença açucarada do Sorgo ou ergot (Claviceps africana),
  • Podridão seca (Macrophomina phaseolina).

 

Nutrição Mineral de Plantas: Macronutrientes.

 

Nos últimos anos, a antracnose tem sido a principal doença da cultura no Brasil, gerando perdas na produção que podem ser superiores a 70%.

Já a helmintosporiose tem chegado a causar perdas superiores a 50% da produção, quando ocorre antes da emergência da panícula.

O míldio e a ferrugem do sorgo são doenças que podem ser encontradas em todas as regiões de plantio da cultura no Brasil.

Medidas como rotação de culturas, eliminação de plantas doentes, eliminação de hospedeiros alternativos/invasoras e resistência genética, podem diminuir significativamente a população do patógeno na área de cultivo.

 

Principais pragas do sorgo

O produtor deve estar sempre atento a ocorrência de pragas na cultura do sorgo, pois elas podem ocorrer do plantio até a colheita.

Dentre as pragas que requerem maior atenção do produtor estão:

  • cupins subterrâneos (Heterotermes, Syntermes e Proconitermes),
  • lagarta elasmo (Elasmopalpus lignosellus),
  • lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda),
  • broca-da-cana (Diatraea saccharalis),
  • pulgão-verde (Schizaphis graminum)
  • lagarta da panícula (Helicoverpa armigera)

Deste modo, é importante visitar com frequência a lavoura para identificar as espécies que estão causando danos e adotar medidas de controle

 

Plantas daninhas do sorgo

O crescimento lento do sorgo nos estádios iniciais torna-o susceptível às plantas daninhas e um dos principais problemas na cultura tem sido o seu controle.

O período crítico para o controle das plantas daninhas na cultura está entre 20 e 42 dias após emergência da plântula.

Se não controladas no momento correto, as plantas daninhas podem ocasionar perdas na produtividade de 30 a 75%.

Portanto, o manejo integrado de plantas daninhas deve ser empregado para permitir a obtenção de produção máxima.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

A cultura do sorgo vem ganhando importância em todo mundo nos últimos anos. Sua boa adaptação a ambientes secos, alta produção e sua versatilidade, são fatores que tem contribuído para o aumento da área plantada desta cultura.

No entanto, o planejamento e manejo adequado da cultura, são de grande importância para a obtenção de rendimentos elevados.

 

Principais doenças do café: diagnose e controle!

Principais doenças do café: diagnose e controle!

O café possui uma grande importância para o Brasil. Pois, além de sermos o maior produtor mundial, somos também o maior exportador e o segundo maior consumidor de café. No entanto, varias doenças do café podem acometer a cultura durante o seu ciclo de vida.

As principais doenças do café são:

  1. Ferrugem do cafeeiro (Hemileia vastatrix)
  2. Cercosporiose (Cercospora coffeicola)
  3. Manchas de phoma (Phoma spp.)
  4. Mancha aureolada (Pseudomonas syringae garcae)
  5. Nematoide das galhas (Meloidogyne)
  6. Mancha de Ascochyta (Ascochyta spp)
  7. Mancha anular do cafeeiro (Coffee ringspot virus – CoRSV)

Essas podem ser causadas por fungos, bactérias, nematoides e vírus.

As doenças do café podem reduzir em até 20 % a produção e serem limitantes para o cultivo da cultura. Por tanto, é necessária uma correta diagnose, para que um controle eficiente seja realizado.

A seguir, veremos como identificar e controlar as principais doenças do cafeeiro. Confira!

 

Principais doenças do café: diagnose e controle!

 

Ferrugem do cafeeiro (Hemileia vastatrix)

Causada pelo fungo Hemileia vastatrix, a ferrugem é considerada a doença do café mais importante do cafeeiro, no Brasil.

A doença está amplamente distribuída em todas as regiões produtoras de café no Brasil e pode comprometer até 35% da produção nacional.

O sinal característico do fungo é a presença de uma massa pulverulenta de esporos de cor amarela ou laranja, na face abaxial da folha. À qual corresponde uma mancha clorótica na face adaxial.

E a disseminação desses esporos ocorre principalmente pelo vento e respingos da água de chuva

A doença inicialmente ataca as folhas da saia do cafeeiro, evoluindo para o ápice da planta, causando desfolha.

 

Pós-graduação Fitossanidade

 

Os prejuízos além de ocorrem na produção atual, afeta também a produção do ano seguinte, pois prejudica o crescimento dos ramos.

O desenvolvimento da doença é favorecido por alta umidade, baixa luminosidade (condição típica de plantios adensados) e temperaturas amenas.

Devido ao alto potencial de dano causado pela doença. É aconselhável que sejam adotadas medidas preventivas de controle.

Uma das alternativas é a utilização de cultivares resistentes ou tolerantes, no momento da implementação do cafezal.

Como medidas de controle cultural podem ser adotados maiores espaçamentos, realização de podas e desbrotas, visando o maior arejamento da lavoura.

Já o controle químico deve ser adotado quando a ferrugem no cafezal atingir um nível de 5% de incidência. Para isso, é importante a realização do monitoramento da doença do café no campo.

 

Cercosporiose (Cercospora coffeicola)

Essa doença, dependendo da região, também é conhecida como olho pardo, mancha parda, mancha circular ou olho de pombo.

O seu agente causal é o fungo Cercospora coffeicola, que está presente em mudas nos viveiros e plantas no campo, atacando folhas e frutos.

Os sintomas nas folhas são manchas circulares de coloração castanha clara a escura, com o centro branco. Envolvido na maior parte das vezes por um halo amarelado, gerando um aspecto de olho.

Já nos frutos, os sintomas são lesões deprimidas e de cor escura que pode levar a maturação precoce dos grãos verdes.

 

Manejo Integrado de Plantas Daninhas

 

A cercosporiose gera a deterioração da bebida do café, por causar processos fermentativos indesejáveis devido a presença do fungo.

O desenvolvimento da doença é favorecido por alta umidade e luminosidade, nutrição desequilibrada (principalmente desequilíbrio nitrogênio/potássio), má formação do sistema radicular.

O controle da cercosporiose pode ser cultural ou químico ou, uma associação de ambos.

Já o controle cultural pode ser bastante eficiente, no entanto, deve ser adotado desde a fase de viveiro até o campo.

E pode ser realizado com a instalação do viveiro em local arejado e bem drenado, controle da irrigação, preparo do substrato com o teor de nutrientes bem equilibrados e controlar a insolação.

Já no campo as medidas envolvem fazer as correções de solo necessárias, utilização do espaçamento adequado (para evitar o excesso de insolação), evitar irrigação excessiva e manter a adubação equilibrada.

O controle químico pode ser realizado através de fungicidas sistêmicos ou protetores aplicados via foliar. Tanto nos viveiros como no campo.

 

Manchas de phoma (Phoma spp.)

Causada pelo fungo Phoma spp. essa doença do café ataca folhas, flores, frutos novos e ramos do cafeeiro.

Os sintomas são manchas escuras causando deformações nas bordas do limbo foliar. E nos ramos é possível observar lesões deprimidas e escuras, que levam a seca dos ramos produtivos, gerando o abortamento dos frutos novos.

Essa doença é de rápida disseminação e sua ocorrência se dá tanto em viveiros como no campo.

As condições favoráveis para o desenvolvimento da doença são longos períodos chuvosos, temperaturas amenas, altitude superior a 900 m e excesso de adubação nitrogenada,

Para o controle da Mancha de phoma recomenda-se, a implantação de quebra ventos na lavoura. Evitar o excesso de adubação nitrogenada. Controlar irrigação e espaçamento adequado.

Além das práticas culturais, o controle químico também pode ser realizado de forma curativa ou preventiva. Principalmente durante a formação dos frutos.

 

Mancha aureolada (Pseudomonas syringae pv. garcae)

A mancha aureolada ou crestamento bacteriano do cafeeiro, é causada pela fitobactéria Pseudomonas syringae pv. garcae, e sua ocorrência se dá tanto em viveiros quanto no campo.

Os sintomas típicos da bacteriose são lesões de coloração parda, circundada por um halo amarelado. Ocorre, ainda, a queima e morte dos ramos de cafeeiros jovens.

As condições que favorecem o aparecimento da mancha aureolada são, clima frio e úmido, ventos constantes e danos mecânicos que podem ser causados pela colheita, chuva de granizo e pelo ataque de insetos.

A infecção da bactéria causadora da mancha aureolada na planta ocorre por meio de aberturas naturais ou causadas por ferimentos.

As medidas de controle devem ter caráter preventivo, devido a inexistência de produtos químicos eficientes no controle de bacterioses de plantas.

Portanto, as medidas de controle mais indicadas são, aquisição de mudas sadias, instalação de quebra ventos e maior espaçamento entre as plantas, para se evitar acumulo de umidade por longos períodos.

 

Nematoide das galhas (Meloidogyne spp.)

O gênero de nematoides de maior importância para a cafeicultura é o Meloidogyne spp., atualmente 17 espécies de Meloidogyne já foram descritas infectando cafeeiro.

A espécie Meloidogyne exigua, não é a mais agressiva, no entanto é a responsável pelos maiores prejuízos aos cafezais brasileiros, devido a sua grande disseminação.

Por outo lado, as espécies M. incognita e M. paranaensis, apesar de ocorrem com menor frequência, são mais agressivas.

A reprodução dos fitonematoides no cafeeiro pode ocorrer durante todo o período da lavoura no campo, no entanto, no período de chuvas, a taxa de reprodução do nematoide é maior.

Meloidogyne spp. são conhecidos pela formação de galhas nas raízes. O que causa deficiência na absorção e translocação de nutrientes para o resto da planta. Provocando sintomas como amarelecimento e nanismo das plantas.

Uma vez instalada em uma área, a erradicação do nematoide é praticamente impossível. Portanto, o ideal é evitar a sua entrada na área de cultivo.

Para isso medidas como, obtenção de mudas sadias, limpeza de máquinas e implementos, controle de plantas invasoras e utilização de cultivares resistes, deve ser adotadas.

 

Mancha de ascochyta (Ascochyta spp)

A mancha de Ascochyta é causada pelo o fungo Phoma tarda e apresenta como sintomas manchas de cor marrom com anéis concêntricos nas folhas.

Temperaturas amenas (entre 15 a 25° C) são ideias para o desenvolvimento da doença.

As formas de controle recomendadas para a mancha de Ascochyta são as mesmas utilizadas para o controle da mancha de phoma.

 

Mancha anular do cafeeiro (Coffee ringspot virus – CoRSV)

A mancha anular do cafeeiro é uma das doenças do café causada pelo vírus Coffee ringspot vírus (CoRSV) que tem como vetor o ácaro Brevipalpus phoenicus.

Essa doença já foi relatada nas principais regiões produtoras de café no Brasil e pode ocorrer tanto em folhas como em frutos do cafeeiro.

Os sintomas típicos da doença são manchas cloróticas nas folhas, em forma de anéis concêntricos. E nos frutos, principalmente no estagio de cereja, ocorrem manchas cloróticas, salientes e irregulares.

Os fatores responsáveis pelo aumento desta virose no campo. São períodos prologados de estiagem e aumento da população do ácaro vetor.

Por tanto, o manejo integrado da mancha anular baseia-se principalmente no monitoramento e controle do ácaro B. phoenicus.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Neste artigo conhecemos as principais doenças do café, os sintomas e formas de controle.

No entanto, dependendo da região de cultivo, outras doenças do café podem ser consideradas como principais, devido a frequência em que ocorrem.

Por tanto, é fundamental realizar o monitoramento constante da lavoura. E consultar um profissional qualificado para identificar corretamente a doença.

Escrito por Pollyane Hermenegildo.

Pós-graduação Fitossanidade

Antracnose: como identificar e combater a doença!

Antracnose: como identificar e combater a doença!

A antracnose é uma doença causada por fungos do gênero Colletotrichum, que causa danos não só as folhas. Mas em diferentes partes de várias espécies de plantas. Ela ainda causa danos expressivos e irreversíveis a diversas culturas, como a soja a, feijão, milho e sorgo.

As doenças são um dos fatores que podem limitar a produção e causar muitos prejuízos.

A seguir aprenderemos como identificar a doença nessas culturas, assim como as medidas de controle mais eficazes. Confira!

 

Antracnose: como identificar e combater a doença!

 

Importância da antracnose

A antracnose é uma doença causada por fungos do gênero Colletotrichum, que causa danos não só as folhas, mas em diferentes partes de várias espécies de plantas.

A antracnose é de grande importância para as culturas de grãos, por causar perdas quantitativas (diminuição da produção) e qualitativas. Como manchas nos grãos ou sementes, o que diminui o valor de comercialização do produto.

Nos últimos anos, essa doença vem ganhando força em culturas em que ela era considerada segundaria, como na soja, onde hoje é considerada em algumas regiões a segunda doença mais importante.

Em plantios de soja essa doença pode causar perdas que variam entre 10% e 20% da produtividade.

Em casos mais severos da antracnose, essa doença pode causar perdas maiores que 50% na produção de grãos de sorgo. E pode também causar perdas significantes para o sorgo cultivado para pastagem e silagem.

Já na cultura do feijão essa doença pode causar perdas muito maiores, podendo comprometer até 100% da produção.

 

Fitossanidade

 

Desenvolvimento da doença

Para que a doença ocorra é necessário que seja formado o triângulo da doença. Ou seja, é necessário a presença do patógeno, um hospedeiro suscetível e o ambiente favorável.

As condições favoráveis para o desenvolvimento da doença são alta umidade e temperatura moderada a alta.

Essas condições podem ser favorecidas com altas populações de plantas, uma vez que plantios muito adensados proporciona alta umidade.

O inóculo inicial pode ser oriundo da semente ou restos culturais contaminados. A chuva e o vento ajudam na disseminação de esporos presentes em tecidos já infectados.

O patógeno pode sobreviver em sementes, restos culturais e hospedeiros alternativos (outras plantas que são hospedeiras do fungo e estão presentes na lavoura).

 

Desenvolvimento da antracnose

 

Antracnose na soja

A antracnose da soja, umas das principais doenças da cultura, é causada principalmente pelo fungo Colletotrichum dematium.

A doença afeta todas as fases de desenvolvimento da soja, desde o estabelecimento da lavoura até o enchimento de grãos.

A antracnose causa desfolha, abortamento de vargens e morte prematura de plântulas, reduzindo o potencial produtivo.

Além disso, a antracnose causa manchas castanho-escuros em folhas, pecíolos hastes, vargens e grãos.

 

Antracnose no milho

A antracnose no milho é causada pelo fungo Colletotrichum graminicola, que pode atacar folhas e os colmos.

Essa doença é favorecida pela falta de rotação de culturas, ou seja, plantio de milho após milho.

A doença pode causar acamamento e quebramento de plantas, baixo rendimento operacional da colheita e redução do potencial produtivo e qualidade dos grãos.

Os sintomas observados no colmo são manchas escuras ao longo da parte externa do colmo e descoloração interne dos nós.

Já nas folhas, os sintomas da antracnose são lesões necróticas de coloração castanha, que acompanham as estrias foliares.

 

Antracnose no feijão

A antracnose do feijoeiro é causada pelo fungo Colletotrichum lindemuthianum e apresenta extensa distribuição no Brasil.

Como mencionado anteriormente, é uma das principais doenças da cultura, por causar enormes perdas na produção, além de comprometer a qualidade dos grãos.

Os sintomas típicos da doença nas folhas são lesões necróticas de coloração marrom escura nas nervuras na face abaxial (face inferior das folhas).

Lesões alongadas e escuras, às vezes apresentando depressões, podem ser observadas no caule e nos pecíolos.

Já nas vagens, os sintomas encontrados são lesões circulares, de coloração marrom, que dependendo do grau da infecção podem apresentar depressões no seu centro.

 

Antracnose no sorgo

Uma das mais importantes doenças da cultura do sorgo é a antracnose, causada pelo fungo Colletotrichum graminicola.

Essa doença está presente em todas as áreas de plantios de sorgo no Brasil causando grandes danos à cultura.

 

Fungos causadores de doenças em plantas.

 

A antracnose pode afetar folhas, colmo, pedúnculo, panícula e grãos do sorgo, sendo a fase foliar da doença é a mais comum.

Os sintomas típicos da antracnose nas folhas são lesões elípticas a circulares, com pequenos centros circulares de coloração palha a cinza.

A infecção da panícula e dos grãos, auxilia na disseminação da doença para novas áreas, devido ao transporte do grão contaminados.

 

Medidas de manejo

O primeiro passo para o controle da antracnose é evitar a entrada do patógeno na área de plantio. Essa medida pode ser realizada utilizando sementes sadias e o tratamento de sementes com fungicidas.

Uma vez que a doença já está estabelecida na área a melhor alternativa para minimizar os danos causados pela antracnose é o manejo integrado da doença, ou seja, utilizar mais de uma medida de controle.

 

 

Como aprendemos ao longo do texto, o Colletotrichum spp. é capaz de sobreviver em restos de cultura, por tanto uma medida de controle efetiva, quando o patógeno já está instalado na área, é a rotação de culturas.

Mas lembre-se de utilizar espécies de plantas não hospedeiras da espécie de Colletotrichum que você deseja controlar. Caso não realize esta prática corretamente, a população do patógeno pode aumentar.

Outra medida de controle recomendada para manter a taxa de inoculo baixa é a adequação da população das plantas, ou seja, utilizar o espaçamento indicado para a cultura. Já que altas populações de plantas favorecem a alta umidade e consequentemente a proliferação do patógeno.

Existem no mercado algumas cultivares resistentes a antracnose, portanto, é indicado o uso dessas cultivares, como medida de controle genético.

O controle químico além de ser utilizado no tratamento de sementes, também pode ser utilizado em pulverizações da parte aérea das plantas. Mas lembre-se de utilizar somente produtos registrados para a cultura.

O produto indicado para cara cultura e a época adequada para aplicação você encontra no Agrofit. Procure sempre um Engenheiro agrônomo pra te orientar na aplicação desses produtos.

E lembre-se, o controle químico não é único tipo de manejo, você deve utilizar outras técnicas para obter um controle mais efetivo da doença.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Como vimos a antracnose pode causar grandes perdas na produção de grãos, portanto é essencial conhecer o patógeno e as condições favoráveis para o desenvolvimento da doença, para que medidas de controle eficientes sejam adotadas, reduzindo as perdas provocadas por esta doença.

Escrito por Pollyane Hermenegildo.

 

Fitossanidade