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Doenças do trigo: conheça as principais!

Doenças do trigo: conheça as principais!

A cultura do trigo sofre danos significativos devido às doenças causadas por fungos, bactérias e vírus. A diversidade de regiões produtoras de trigo no Brasil dificulta a padronização das estratégias de manejo das doenças do trigo que acometem à cultura.

Entre as principais doenças na cultura do trigo no Brasil, podemos destacar  9 delas, veja:

  1. Estria Bacteriana
  2. Brusone
  3. Mancha Amarela
  4. Mancha Marrom da Folha
  5. Nanismo-amarelo da Cevada
  6. Mosaico do Trigo
  7. Oídio
  8. Ferrugem da Folha
  9. Giberela.

Portanto, o sucesso no manejo das doenças requer sua correta diagnose. Entendimento das condições favoráveis para sua ocorrência e conhecimento das medidas de controle disponíveis.

Este texto irá te ajudar a identificar e manejar as principais doenças do trigo que ocorrem nas lavouras do Brasil

Confira!

 

Doenças do trigo: conheça as principais!

Período e região de ocorrência das doenças do trigo

As doenças podem ocorrer em todos os estágios de desenvolvimento da planta de trigo e os sintomas manifestam em diferentes órgãos como raízes, colmos, folhas e espigas.

 

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No entanto, a frequência que determinadas doenças ocorrem na cultura do trigo. Pode variar de acordo com as regiões tritícolas do Brasil.

Entre as principais doenças na cultura do trigo no Cerrado/ Centro do Brasil, podemos destacar:

  • estria bacteriana,
  • brusone,
  • mancha amarela e mancha marrom da folha.

Já na Região Sul, as doenças mais frequentes no trigo são:

  • nanismo-amarelo da cevada,
  • mosaico do trigo,
  • oídio,
  • ferrugem da folha e
  • giberela.

A seguir veremos mais detalhes de cada uma dessas doenças.

Período e região de ocorrência das doenças do trigo

Estria bacteriana

A estria bacteriana, é uma doença do trigo que é causada pela fitobactéria Xanthomonas translucens pv. ondulosa, e ocorre em todos os estágios e em todos os órgãos das plantas, sendo mais comum nas folhas.

Os sintomas nas folhas são manchas amarelas de aspecto encharcado que acompanham as estrias das folhas.

Quando a severidade da doença nas folhas é muito acentuada, é possível a visualização de sintomas nas espigas.

Logos períodos de molhamento foliar e temperaturas superior ou igual a 25ºC favorecem a ocorrência da doença.

A principal forma de disseminação da doença a longa distância é através de sementes infectadas.

As medidas de controle da estria bacteriana são principalmente de caráter preventivo, como o uso de sementes livre do patógeno, rotação de culturas e eliminação de plantas voluntárias na entressafra.

 

Brusone

A brusone do trigo é causada pelo fungo Pyricularia oryzae, e em lavouras de sequeiro no Cerrado brasileiro, a ocorrência dessa doença nas folhas pode causar perda total da produção.

Além do cerrado, também é de grande importância econômica no norte do Paraná.

Os sintomas de brusone do trigo nas folhas são manchas arredondadas com bordos marrom escuro e o centro acinzentado.

Já nas espigas, ocorre a descoloração de espiguetas acima do local de infecção do fungo no ráquis, onde nota se um ponto de escurecimento.

Quando a espiga é infectada pelo fungo logo no início de seu desenvolvimento, não ocorre a formação de grãos.

 

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As condições ideias para o desenvolvimento da doença são chuvas frequentes e temperaturas um pouco elevadas. Nessas condições o patógeno pode causar epidemias severas.

A medidas de controle da brusone envolve principalmente ações como a utilização de sementes sadias ou tratadas, uso de diferentes cultivares de trigo e aplicação de fungicidas.

Algumas cultivares disponibilizadas recentemente (BRS 404, ORS 1401, ORS 1403, TBIO Sossego, TBIO Sonic, TBIO Mestre e CD 116) apresentam nível significativo de resistência à brusone.

Para o controle químico da doença na parte área das plantas de trigo, é viável que se adote o princípio de que a espiga deve estar protegida antes da infecção do patógeno.

No entanto, se as condições climáticas não forem favoráveis para infecção e a área não tiver histórico da doença, não é necessário fazer a aplicação de fungicidas.

Mancha marrom e mancha amarela da folha

A mancha marrom das folhas é uma doença do trigo causada pelo fungo Bipolaris sorokinian. Já a mancha amarela é causada por Drechslera tritici-repentis.

Os sintomas da mancha marrom são pequenas manchas ovais, marrom-escuras, que podem coalescer e se tornarem maiores.

Os sintomas característicos da mancha amarela são lesões pequenas, de formato oblongo ou ovalado, com um halo amarelo.

Ambos os patógenos são necrotróficos, ou seja, são capazes de sobreviver em restos da cultura de trigo.

Por tanto, a infecção inicial ocorre, frequentemente, pelo inóculo primário presente nos restos culturais deixados sobre o solo, entre as safras.

As medidas de controle indicadas são, rotação de culturas, uso de sementes sadias ou tratadas com fungicidas e aplicação de fungicida na parte área.

O controle químico deve ser realizado somente com fungicidas registrados para a cultura.

 

Nanismo amarelo da cevada

O nanismo amarelo é uma doença do trigo que é causado pelos vírus Barley yellow dwarf virus (BYDV) e o Cereal yellow dwarf virus (CYDV), que são transmitidas por afídeos.

Os principais afídeos vetores dos vírus são Rhopalosiphum padi, principalmente do outono à primavera, e o Sitobion avenae na primavera.

Dependendo da tolerância das cultivares e da incidência da doença, os danos à produção de trigo pode chegar em média a 20%.

No entanto, o dano pode ser maior em anos quentes e secos. Devido à multiplicação e dispersão dos afídeos vetores.

Os sintomas típicos dessa doença é o amarelecimento das folhas, que ocorre do seu ápice em direção à base e o enrolamento do limbo foliar, devido a seu enrijecimento.

O manejo inicial dessa doença está na escolha da cultivar. As cultivares variam em níveis de tolerância.

Outra medida de manejo eficiente é o controle da população dos vetores. Que pode ser com inimigos naturais e /ou inseticidas.

 

Mosaico do trigo

O mosaico do trigo é uma doença do trigo que é causado pelo vírus Soil-borne wheat mosaic vírus. Que é transmitido pelo fungo Polymyxa graminis, residente no solo e parasita obrigatório de raízes de plantas.

Essa doença ocorre principalmente no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no sul do Paraná.

Temperaturas baixas e solos encharcados favorecem a transmissão do vírus pelo vetor, podendo comprometer grandes áreas.

Os sintomas de mosaico nas folhas e colmos são caracterizados pela alternância de áreas amareladas e verdes, que pode ter um padrão em listras.

O longo período de sobrevivência do vetor no solo e a grande gama de plantas hospedeiras dificultam o controle desta virose. Tornando a principal medida de controle o uso de cultivares de trigo resistentes e tolerantes.

 

Oídio

O oídio do trigo é causado pelo fungo Blumeria graminis f. sp. Tritici, e tem gerado danos que podem atingir até 60% do rendimento de grãos se medidas de controle não forem realizadas.

A doença se caracteriza pela formação do micélio de aspecto cotonoso sobre toda superfície das plantas, principalmente a folha, que ficam amareladas e caem.

Por ser um fungo biotrófico, o inóculo primário mantém-se, na entressafra, em plantas voluntárias e restos culturais de trigo. Sendo disseminado pelo vento.

A doença é favorecida por temperaturas amenas e ausência de água livre na superfície da folha, nessas condições, o ciclo completo do fungo pode durar de 5 a 10 dias.

As medidas de manejo mais utilizadas e eficientes para o controle desta doença são o uso de cultivares resistentes e a aplicação de fungicidas. Em aplicações da parte aérea e em tratamento de sementes.

 

Ferrugem da folha

A ferrugem da folha, é uma doença do trigo causada pelo fungo Puccinia triticin, pode causar danos de até 80% na cultura do trigo, devido à alta severidade em algumas regiões e cultivares.

Essa doença caracteriza-se pelo aparecimento de pústulas. Com esporos de coloração amarelo escuro a marrom nas folhas.

Os sintomas podem aparecer na fase inicial de desenvolvimento da cultura até a maturação das plantas.

As condições climáticas favoráveis para o desenvolvimento da doença são temperaturas amenas (15º a 20ºC) e molhamento foliar continuo de no mínimo 3 horas.

Assim como o Oidio, o fungo causador da ferrugem também é biotrófico e, portanto, sobrevive em plantas voluntarias, sendo disseminado pelo vento.

Como medidas de controle da ferrugem da folha do trigo podemos citar o controle químico nas partes áreas das plantas e o uso de cultivares resistentes/tolerantes.

No entanto, a resistência à ferrugem da folha não é muito durável, devido à grande variabilidade genética do patógeno.

 

Giberela

A giberela é a doença que acomete espigas e grãos de trigo, é causada pelo fungo Gibberella zeae (forma sexuada) ou pelo Fusarium graminearum (forma assexuada).

Lavouras atacadas por giberela são reconhecidas principalmente pela descoloração precoce de espiguetas. Além disso, a doença induz à produção de grãos chochos e de coloração rosada.

 

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Os danos causados pela giberela à lavoura de trigo decorre da formação de grãos menores e leves, além de comprometer a qualidades dos grãos com substâncias tóxicas produzidas pelo fungo, as chamadas micotoxinas.

As condições favoráveis para o desenvolvimento da doença são chuvas frequentes e temperaturas entre 20 °C e 25 °C.

A giberela, atualmente, é uma doença de difícil controle. Portanto, a integração de medidas de controle é a melhor estratégia para minimizar os prejuízos gerados por esta doença.

 

Conclusão

Os principais aspectos, como agente causal, sintomas, condições favoráveis, e controle das doenças mais comuns na cultura do trigo no Brasil foram abordados neste artigo.

A ocorrência e severidade dessas doenças no campo são influenciadas pela grande variedade de regiões tritícolas que caracteriza o nosso país. O que dificulta viabilização de sistemas padronizados de controle.

Considerando esta situação, o produtor deve atentar- se as doenças mais comuns em sua região. Assim como as medidas de controle indicadas para o local.

Escrito por Pollyane Hermenegildo.

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Oídio: como manejá-lo em sua cultura?

Oídio: como manejá-lo em sua cultura?

O oídio é um dos grandes problemas encontrados na agricultura, com isso muitos agricultores buscam o melhor manejo para combatê-los. Neste artigo vamos abordar as principais culturas que sofrem ataque dos oídios e qual melhor manejo para cada uma delas.

Venha Comigo!

 

Oídio: como manejá-lo em sua cultura?

 

Oídio é um parasita obrigatório que só se desenvolve nos tecidos vivos e suscetíveis da planta hospedeira, eles apresentam um micélio superficial que extrai nutrientes da planta hospedeira através de hifas que penetram nas células da epiderme do hospedeiro por meio de órgãos de absorção chamados haustórios.

Desenvolve-se na parte aérea da planta, sendo caracterizado pela presença de uma fina camada de micélio e esporos (conídios) pulverulentos do fungo, que podem evoluir de pequenos pontos brancos para a cobertura total das partes infectadas, impedindo a fotossíntese e provocando queda prematura das folhas, nas quais, a coloração branca do fungo pode se alterar para castanho acinzentada e, nas hastes, podem ocorrer rachaduras e cicatrizes superficiais.

O oídio é transmitido rapidamente com o vento e através de insetos vetores, como pulgões. Ele pode atingir diversas culturas, entre essas, as mais comumente afetadas são as soja, tomateiro, trigo, feijoeiro entre outras culturas.

 

Condições favoráveis ao ataque de oídio

O oídio ocorre em condição de umidade alta, sob clima frio ou quente, mas também pode ocorrer em condição seca sob clima quente.

Essa variedade de condições pode ser explicada pelo fato dos esporos serem liberados, germinarem e causarem infecção, mesmo quando a umidade relativa do ar é baixa, sem filme de água sobre a folha. Iniciada a infecção, o micélio continua a desenvolver-se sobre a superfície da planta, independente das condições de umidade na atmosfera.

A temperatura desempenha um papel maior no desenvolvimento da doença do que a umidade. A fonte inicial de inóculo mais provável é o micélio, que sobrevive durante o inverno nas gemas.

De maneira geral, os oídio se desenvolvem muito bem em condições de elevada umidade relativa e na faixa de temperatura compreendida entre 18 e 22 ºC.

 

Pós-graduação Fitossanidade

 

Oídio na cultura de trigo

O oídio do trigo é uma doença de ocorrência frequente nas lavouras de trigo estando presente em todos os locais onde cultivares suscetíveis são cultivados. Também denominada de cinza do trigo, pode causar danos de até 62%.

As condições climáticas, onde predominam temperaturas altas e precipitações pluviais frequentes, favorecem o desenvolvimento do oídio na cultura do trigo podendo ser responsáveis por perdas elevadas no rendimento e na qualidade dos grãos.

Se agitar as plantas doentes, você pode observar a liberação de um pó branco, que são estruturas do fungo.

 

Manejo no trigo

O vento é o principal agente de disseminação da doença, que ao atingirem a planta de trigo, conseguem germinar, infectar e colonizar o tecido foliar. Por isso é importante o importância do monitoramento, para que a doença não se espalhe. Algumas alternativa para reduzir os impactos da doença são;

 

Tratamento químico: 

Embora não seja veiculado pela semente, o fungo pode ser controlado, em cultivares vulneráveis, pelo tratamento de sementes com o triadimenol.

O controle químico do oídio de trigo em cultivares suscetíveis é mais econômico via tratamento de sementes do que por meio de aplicação de fungicidas nos órgãos aéreos.

Em planta adulta, o monitoramento da doença deve ser semanal, a partir do afilhamento, determinando-se a porcentagem de plantas com sintomas da doença. A primeira aplicação deve ocorrer quando o nível de doença atingir o limiar de ação.

 

Semeadura

 As Semeaduras mais precoces também são capazes de diminuir os danos da doença, pois as plântulas ficam expostas a menores quantidades de inóculo, justamente em estádio de desenvolvimento de maior vulnerabilidade.

 

Oídio na cultura da soja

O oídio na cultura da soja é causado pelo fungo Microsphaera difusa, o agente causal do oídio na soja é um fungo ascomiceto obrigatório que tem sua sobrevivência dependente de plantas vivas do hospedeiro.

Os danos de oídio na soja são bastante variáveis entre as safras e entre regiões. Regiões que apresentam condições mais favoráveis e que os níveis de severidade são maiores são aquelas onde os danos reportados são maiores.

Em algumas regiões, devido as baixas severidades, o oídio acaba tendo uma importância secundária na soja.

 

Manejo na soja

Uma das formas de prevenção da doença é evitar o plantio de cultivares suscetíveis em épocas favoráveis à sua ocorrência, como semeaduras tardias ou safrinha, além de cultivos irrigados de inverno.

Sendo assim, a existência de cultivares com resistência genética ao oídio forneceria maior segurança e menores riscos de cultivo.

 

Uso de cultivares resistentes

O uso de cultivares resistentes é reconhecido como a prática de manejo mais eficiente para esta doença. Porém, diversas cultivares que eram resistentes tornaram-se suscetíveis, demonstrando a variabilidade do fungo.

Entretanto, não havendo disponibilidade de cultivares com essas características, ou no caso de quebra da resistência de uma cultivar, pode-se pensar em tratamento químico com fungicidas recomendados.

 

Controle químico com fungicidas

Controle químico é o método mais empregado. Fungicidas sistêmicos são os mais eficientes e recomendados, apresentando os melhores resultados.

O tratamento deve ser iniciado ao se constatar os primeiros sintomas. Fungicidas de contato à base de enxofre apresentam-se eficientes. Usar produtos registrados para as culturas.

 

Tudo o que você precisa saber sobre a mosca branca (Bemisia tabaci)

 

Oídio na cultura do feijoeiro

Oídio do feijoeiro, causado pelo fungo Oidium sp, pode afetar toda a parte aérea, causam perdas tanto na quantidade como na qualidade do produto. A doença pode atacar ramos e vagens, tornando estas malformadas e menores.

 

Manejo no feijoeiro

O manejo do oídio no feijoeiro é o mesmo realizado na cultura da soja, métodos como o Uso de cultivares resistente e Controle químico com fungicida.

 

Oídio na cultura do tomateiro

Oídio no tomateiro numa ampla faixa de temperatura, que pode variar de 10o C a 35o C. A doença ocorre em verões e invernos secos.

 Assim, a temperatura não é fator ambiental limitante à doença, que é favorecida por umidades baixas, menor que 60%. A curta e média distâncias, a disseminação ocorre principalmente pelo vento.

O oídio pode ser causado por O. neolycipersi, conhecido como Oídio adaxial, onde se localiza na superfície superior e inferior das folhas evidenciado a aparência de um pó branco e fino na folhagem. Tanto folhas novas quanto velhas são atacadas.

Quando a doença é causada pelo O. haolophylli ou seja Oídio abaxial, a massa pulverulenta normalmente não é tão facilmente observada. Neste caso formam-se manchas amareladas nas folhas, que evoluem para necrose.

 

Manejo no tomateiro

Controle Químico

A medida mais eficiente de controle tem sido o emprego de fungicidas aplicados preventivamente ou após o aparecimento dos primeiros sintomas.

 

Diferença entre oídio e míldio

O oídio e o míldio podem se confundir em relação aos sintomas semelhantes, algumas diferenças dessas principais doenças são:

  • Oídio tem seu maior desenvolvimento fora da planta diferentemente do míldio que se desenvolve no interior das plantas;
  • Os oídios apresentam sintomas na parte superior e inferior das folhas já os míldios se encontra mais na face inferior das folhas;
  • Os oídios é causados por fungos já os míldios por omiceto;

O recomendado em caso de dúvidas procure um especialista da área para melhores recomendações.

 

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Conclusão

Neste artigo vimos o sintomas do oídio em diferentes culturas e o quanto podem afetar sua produtividade. Com isso é de extrema importância que o agricultor faça monitoramento pois quanto mais cedo identificar a doença melhor para realizar o diagnóstico correto e assim realizar medidas de manejo para o controle em sua lavoura.

É importante ressaltar que em caso de dúvidas o ideal é procurar um o profissional da área para realizar a identificação correta.

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