Você sabe quais são os 4 maiores motivos de mortalidade no inventário de qualidade. O plantio é o primeiro passo em campo para se estabelecer uma floresta, tanto de produção quanto de proteção ou recuperação de áreas degradadas, portanto, todos os cuidados devem ser dados a esta etapa para evitar futuros problemas e gastos desnecessários.
O inventário de qualidade, realizado de 7 a 15 dias após plantio, é o primeiro ponto de controle que o a floresta recebe. Nele busca-se avaliar a qualidade do plantio e quantificar o índice de mortalidade presente, visando estabelecer zonas necessárias de replantio, garantindo assim uma floresta homogênea no futuro.
O replantio é necessário quando o índice de mortalidade ultrapassa o critério de sobrevivência estabelecido, ou seja, o replantio será necessário caso o índice de mortalidade justifique a operação de replantio. Na prática se realiza replantio quando no período de 15 a 30 dias após o plantio, o índice de mortalidade ultrapassar 5%.
1 – Qualidade e sanidade das mudas
As mudas utilizadas devem possuir parâmetros morfológicos (altura; diâmetro; pares de folhas; raízes novas) adequados para que elas sobrevivam as condições adversas do campo, bem como capacidade de rápido estabelecimento.
As características morfológicas variam de acordo com as espécies, sendo necessário observar os parâmetros para cada espécie. Contudo, de forma geral utilizam-se os seguintes parâmetros, 20-30 cm de altura; 3-4 mm de diâmetro, pelo menos um par de folhas maduras e com raízes novas aparentes. É importante ressaltar que devem ser observadas as relações entre altura e diâmetro, evitando mudas muito altas e com diâmetro muito estreito, o que causa uma instabilidade da muda resultando no tombamento da mesma.
Outra característica fundamental é a escolha de mudas de saudáveis. Evitem mudas com murchas, manchas enegrecidas, pústulas amareladas, estreitamentos na base do coleto, pois estas podem estar com sintomas de doenças bióticas e/ou abióticas. A presença dessas doenças prejudica o potencial de sobrevivência em campo.
2 – Erros no plantio
São erros ocasionados por falta de perícia na hora de se executar o plantio. Os principais erros neste momento são:
Erros na abertura de covas: A cova (ou berço) é o local onde a muda será plantada. É utilizada como uma área de solo preparada, ou seja, revolvida e livre de impedimentos para o crescimento inicial das raízes da muda. Caso a cova seja muito rasa, não comportará a muda de maneira adequada.
Contato da raiz com o adubo: Quando se utiliza a adubação de plantio aplicada no fundo da cova e caso o adubo utilizado seja salino, se faz necessário evitar o contato direto do adubo com a raiz da muda. O contato do adubo com a raiz causa a murcha e seca da planta, pois o adubo por ser salino, cria uma zona de concentração de solutos que aliado com a permeabilidade da membrana plasmática das células faz com que a água presente na planta seja drenada pelo efeito de osmose. Logo o adubo em alta concentração em contato com a raiz das plantas causam morte por dessecação. Evita-se isso misturando o adubo com o solo presente na cova.
Plantar torto: A técnica correta de plantio requer que a muda seja colocada reta e no centro da cova, evitando assim deformações no sistema radicular e que ela encontre resistência de crescimento em qualquer direção. Outro erro comum é “afogar” o coleto (enterrar a parte entre o caule e o início das raízes). Essa região é muito ativa biologicamente e sensível a mudanças de temperatura, quando se enterra dificulta assim a troca gasosa e aumenta a temperatura no tecido causando prejuízos ao crescimento da muda.
3 – Seca
A melhor época para o plantio é durante as estações chuvosas e quentes, pois a irradiação do sol e a disponibilidade de água são fundamentais para realizar a fotossíntese e os processos fisiológicos. Outro componente ambiental que influencia na eficiência das reações químicas é a temperatura, quanto mais elevada, maior será a atividade enzimática. Logo o verão e a primavera do hemisfério Sul são as estações do ano que as plantas mais crescem. Entretanto, é comum ouvir na prática o termo “Veranico”, que significa uma estiagem (falta de chuvas) no meio das estações chuvosas.
Os veranicos são especialmente prejudiciais para a sobrevivência das mudas em campo, pois com as elevadas temperaturas e solo seco, a planta atua como um “canudo”, pois com a atmosfera com baixa umidade cria um elevado potencial hídrico, retirando assim a umidade das plantas através da transpiração e evaporação, e a planta por consequência drena do solo a água disponível. Caso não chova, ou não haja irrigação, a planta pode chegar a um estado de murcha permanente, no qual é irreversível, pois foram rompidas estruturas importantes para a sobrevivência da planta.
Portanto, para se evitar a seca algumas medidas podem ser tomadas:
Plantar na estação chuvosa: Observar a previsão climática e plantar em dias que há uma elevada chance de precipitação.
Criar uma bacia: Criar uma pequena bacia de contenção de água ao redor das mudas, para aumentar a eficiência de percolação (entrada de água no solo) ao redor da muda.
Irrigação: Caso o clima não esteja favorável, ou o plantio passou por um veranico, é imperativo a irrigação a fim de se evitar altas taxas de mortalidade. Recomenda-se 5 litros de água por planta, sendo realizada a cada 2/3 dias.
Utilizar gel hidroretentor (hidrogel): O hidrogel, ou gel de plantio, possui a capacidade de aumentar a retenção de água próximo a raiz das plantas, sendo que esta fica mais facilmente disponível para o consumo da planta. Esta tecnologia facilitou muito o plantio em estações secas do ano, já que o uso do hidrogel reduz a frequência de irrigação.
É importante ressaltar que o uso do hidrogel sem as devidas irrigações não é recomendado, uma vez que ele possui somente a função de reter a água próximo do sistema radicular, logo é necessário fazer as irrigações.
4 – Ataque de insetos
A maior praga nos plantios florestais é a formiga cortadeira. Durante todo a ciclo das culturas florestais as formigas são constantemente uma ameaça de danos econômicos exigindo rondas e controles frequentes a esses insetos. Contudo é durante o plantio e o primeiro ano da cultura que os maiores danos podem ser observados, pois um pequeno formigueiro pode cortar (no ato de forragear as folhas) diversas mudas em questões de horas.
Esse ataque é mais voraz em mudas por duas grandes razões, o pequeno porte e por consequência um menor número de folhas, e por serem tenras e mais atrativas para as formigas. Portanto a recomendação é que o combate a formigas seja realizado antes do preparo da área e adote a politica de zero formigueiros durante o plantio e meses seguintes, a ponto de evitar que haja danos e mortalidade de mudas.
O combate pode ser realizado de diversas maneiras, sendo o mais usual a aplicação de iscas granuladas nos carreiros e olheiros de alimentação, sendo que este método é muito eficiente na eliminação de formigueiros todos os portes. É importante ressaltar que o combate é necessário nas áreas de entorno do plantio também.
Outro grande problema é o ataque de cupins, os quais causam danos no sistema radicular e no coleto das mudas, prejudicando a absorção de água e nutrientes, bem como seu transporte. O combate ativo é extremamente dificultado, uma vez que as espécies de cupins problemáticas normalmente constroem suas colônias no subterrâneo. Logo é recomendado que as mudas utilizadas para o plantio passem por um tratamento com cupinicida ainda em viveiro, sendo o sistema radicular tratado com a solução, dessa forma evitando o ataque as mudas.
Doenças causam erradicação de lavouras de mamão no Norte do ES (Foto: Raphael Verly/ TV Gazeta)
Pés de mamão em propriedades no Norte do Espírito Santo tiveram que ser erradicadas por causa das doenças mosaico e meleira. Elas são causadas por um inseto e prejudicam a venda da fruta para o mercado externo.
Para evitar que o problema se espalhe para outros pés, o Ministério da Agricultura recomenda fiscalizações frequentes nas lavouras.
O produtor que não seguir as orientações do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) pode pagar multa que varia de acordo com o número de lavouras e as dimensões da área de produção, podendo chegar a R$ 50 milhões. No Norte do estado, Linhares e Jaguaré foram os municípios com o maior número de plantas doentes.
“Eu tinha 5 mil pés de mamão aqui, com expectativa boa de produção. Aos poucos, com essa doença, eu tive que vir retalhando, cortando, por conta do controle que tinha que ser feito. É um prejuízo imenso, porque isso faz parte do meu salário e, praticamente, foi cortado”, falou o produtor rural Edmar Pretti.
Em outra propriedade, o mamoeiro ainda está de pé, mas o prejuízo começou a se aproximar. “A gente tem outras lavouras de mamão. Então, a gente não quer passar dessa para outras. Assim, estamos fazendo o trabalho de erradicação”, disse o produtor Gilson Barros.
As duas doenças são quase imperceptíveis e podem causar problemas para quem já fez a derrubada e para outros produtores.
“O mosaico apresenta anéis nos frutos, como se fossem círculos. São sintomas bem característicos da doença e bem avançados. Há estrias compridas e oleosas na parte que liga a planta à folha. Na folha, ele forma um verde mais intenso com uma parte mais amarelada. Já a meleira começa com o látex mais aquoso. À medida que o sistema avança, ele tende a secar e nem sair mais látex ao picar a fruta”, detalhou o engenheiro agrônomo do Idaf Jacildo Ruy.
As doenças não afetam o sabor da fruta, mas alteram o desenvolvimento e a estética do mamão, o que atrapalha a venda. O mercado externo rejeita a fruta desse jeito.
“São pragas que não existem no território americano. Então, para conseguirmos vender nosso produto lá, precisamos fazer esse controle internamente”, explicou o diretor-executivo da Brapex, José Roberto Fontes.
Essas doenças são passadas para a árvore por um inseto chamado pulgão, e a única forma de controle é a derrubada do pé infectado.
“A doença não tem outro controle. É erradicar as plantas que apresentam sintomas, para impedir que a doença se alastre naquela lavoura e nas demais”, disse Ruy.
Por isso, o Idaf, sob orientação do Ministério da Agricultura, tem fiscalizado as propriedades e, se identifica o mosaico, recomenda o corte ao produtor.
“Nós damos um prazo para que o produtor faça a erradicação das plantas doentes. Nós retornamos ao local e, se não tiver feito a eliminação das plantas doentes, a gente parte para o corte compulsório e autuação do proprietário”, falou o engenheiro agrônomo do Idaf Rafael Braga.
Todo o rigor é para evitar que aconteça com o mamão o que aconteceu com o cacau anos atrás, quando praticamente toda lavoura da fruta no estado foi devastada por uma doença típica, a vassoura de bruxa.
“É importante lembrar que o estado de São Paulo, que era um dos maiores produtores de mamão, inviabilizou a cultura, justamente, por não controlar a virose lá”, destacou Fontes.
No entanto, se um pé estiver condenado, não significa que os outros também estejam. Numa fazenda, com meio milhão de pés, o controle é feito com frequência.
“Semanalmente, o controle é feito. Nós temos profissionais treinados, que passam nas lavouras duas vezes por semana, identificando os sintomas bem iniciais da virose, cortando e eliminando essas plantas das lavouras”, afirmou o diretor agrícola Geraldo Ferreguetti.
Ciclo do besouro metálico é estudado por pesquiadores da Prefeitura de Belo Horizonte. (Foto: Daniel Alves/PBH/Divulgação)
Começa a ser desvendado o problema com o besouro metálico (Euchroma gigantea) que foi responsável por contaminar mais de 500 árvores no ano passado em Belo Horizonte. Uma pesquisa feita pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) e Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZ) mostra que o ciclo do inseto, do ovo até o indivíduo adulto, pode durar mais de um ano e não cerca de 300 dias, como apontam estudos anteriores.
O besouro se alimenta do tronco e das raízes das árvores, principalmente as mungubas e paineiras, deixando-as ocas e com risco de cair em via pública. O inseto chega a ter 10 centímetros de comprimento, assim como suas larvas.
De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), a partir dos estudos sobre o ciclo do besouro metálico, será possível traçar estratégias para combater a praga.
A pesquisa começou em 2016. Mais de 70 besouros foram coletados para observação. Segundo a engenheira agrônoma e responsável pela pesquisa, Maria Aparecida Rocha Resende, a coleta foi necessária para descobrir se seria mais eficaz combater o inseto na fase adulta ou na fase larval.
Uma das descobertas foi que a fêmea do besouro quando se sente ameaçada pões todos os ovos de uma vez. Rapidamente, eles se aglutinam formando uma massa resistente, dura feito cimento.
Agora, o estudo ganhou reforço de cientistas da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). O desafio é entender como os besouros metálicos se comunicam e copulam. Para isso, os feromônios, substâncias químicas que fazem com que os animais se atraiam, serão foco da pesquisa.
Os compostos exalados pelos besouros serão coletados e colocados em contato com os insetos por meio de solvetes para verificar qual será reação. Os pesquisadores também vão avaliar fungos e bactérias capazes de controlar a praga.
“Essa é uma etapa do processo de pesquisa do besouro, outras pesquisas também são necessárias. Queremos estudar um fungo ou bactéria para controlar o besouro, vamos pesquisar homeopatia pra acabar com o besouro, vamos tentar todas as alternativas para termos um resultado consistente”, concluiu Maria Aparecida.
Conheça empresas que faturam alto criando insetos para a “guerra agrícola”
Impulsionado pela adoção de novas tecnologias, o segmento de controle biológico de pragas cresce 15% ao ano no país. Empresas usam até drones para espalhar minivespas e ácaros sobre as lavouras
Abelha: inseto ajuda setor de agronegócios (Foto: Reprodução)
Nuvens de insetos sobrevoando plantações costumam significar tempos difíceis para produtores agrícolas. A não ser quando esses mesmos insetos são liberados por aviões para exterminar pragas em lavouras. Conhecida como controle biológico aplicado, a técnica tem crescido exponencialmente no Brasil. “A demanda por alimentos com menos resíduos químicos é a principal razão para a popularização do segmento”, afirma a engenheira agrônoma Amália Borsari.
Atualmente, existem cerca de 50 empresas que oferecem esse tipo de serviço no país. Entre elas, está a BUG. Fundada em 2005, a startup paulista possui uma carteira composta por mais de 300 clientes — a maioria deles agricultores de cana-de-açúcar. “Comecei a estudar o segmento enquanto fazia um mestrado em entomologia. Percebi que o mercado apresentava grande potencial comercial e ainda era pouco explorado por aqui”, afirma o sócio Diogo Carvalho, 47 anos. A startup deve fechar 2017 com um faturamento de R$ 18 milhões.
Baseadas no uso de insetos e ácaros que se alimentam de ovos e larvas de pragas, soluções de empresas como a BUG vêm sendo adotadas em conjunto com agrotóxicos. O objetivo é reduzir o uso de produtos químicos e os seus impactos sobre o solo e os lençóis freáticos, além de melhorar o grau de salubridade para agricultores e consumidores.
Em tempos de incerteza econômica, a diminuição de custos (agentes biológicos exigem menos aplicações do que defensivos tradicionais) é outra característica que tem ajudado a impulsionar o crescimento do setor.
Segundo Mateus Mondin, gestor da incubadora ESALQTec, especializada em tecnologias para o agronegócio, a popularização dos drones deve dar ainda mais fôlego para empresas da área. “Estamos alterando uma cultura de uso de veneno construída ao longo de cinco décadas. O aprimoramento e o acesso a novas tecnologias tende a derrubar custos e ajudar o mercado de agentes biológicos a crescer ainda mais rapidamente”, afirma Mondin.
Promip
Fundada em 2006 pelos engenheiros agrônomos Marcelo Poletti e Roberto Konno, a empresa paulista aposta em microvespas e ácaros para combater pragas em plantações de tomate, milho e hortaliças. Em 2014, recebeu um investimento de R$ 4 milhões do FIP (Fundo de Inovação Paulista ).
Stoller
A empresa americana opera no mercado brasileiro desde a década de 1970. No ano passado, a Stoller adquiriu a Rizoflora Biotecnologia, startup mineira especializada no controle natural de nematoides (parasitas de formato cilíndrico que atacam as raízes de plantas).
Gênica
Spin-off da FertiAgro, produtora goiana de fertilizantes especiais. A empresa é sediada em Rondonópolis e comercializa sete tipos de produtos.Compostos por fungos e bactérias, seus agentes combatem pragas que atacam lavouras de grãos (soja, milho e algodão).
Recursos permitirão trabalho da Embrapa e do IMamt durante cinco ano para combater a proliferação do inseto | Imagem: Sebastião Araujo/ Embrapa/Reprodução do Ministério da Agricultura , Pecuária e Abastecimento
A estimativa na Embrapa é de que a pesquisa, já em andamento, esteja concluída em dez anos, quando novas sementes ficarão disponíveis para o produtor
Um acordo de cooperação para o desenvolvimento de algodão transgênico resistente ao bicudo do algodoeiro (Anthonomus grandis), principal praga desse cultivo foi assinado nesta quarta-feira (6), na sede da Embrapa, em Brasília. A pesquisa envolverá duas unidades da Embrapa (Algodão e Recursos Genéticos e Biotecnologia), além do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt), com financiamento da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), por meio do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA).
A praga afeta todas as regiões produtoras do país e representa custo de US$ 250 por hectare, além de perdas de produtividade e impactos sobre a saúde humana e o meio ambiente. Em uma primeira fase do projeto, serão investidos pela Abrapa aproximadamente R$ 18 milhões durante cinco anos.
“A assinatura do acordo resultará em grandes benefícios ao setor algodoeiro e, por consequência, ao país. O ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) é um apoiador desse tipo de parceria”, disse Coaraci Castilho, chefe de gabinete do Mapa, que representou Maggi no evento.
O chefe-geral da Embrapa Algodão, Sebastião Barbosa, explicou que essa unidade já trabalha no desenvolvimento de plantas resistentes ao bicudo, mas que a injeção de recursos externos acelera as atividades do projeto.
“Trabalhamos na modificação de plantas do algodoeiro, introduzindo genes da bactéria Bacillus thuringiensis, que produz toxinas letais para alguns insetos. O trabalho vem sendo realizado em laboratórios e casas de vegetação, havendo ainda muitas etapas a serem percorridas até que uma planta resistente seja cultivada comercialmente. Nossa expectativa é de que em 10 anos teremos a semente desse algodão resistente ao bicudo disponível ao produtor”, prevê.
Denominado Plataforma do Algodão, o projeto tem componentes de curto, médio e longo prazos, possibilitando desenvolver tecnologias diversificadas para combate ao bicudo. Nessas etapas se incluem a prospecção de genes e de promotores moleculares, a transformação genética de plantas de algodão e estudos da eficiência de plantas transgênicas no controle do bicudo em laboratório, casa de vegetação e campo.
O chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Algodão, Liv Severino, disse que nos trabalhos prévios estão sendo obtidas plantas que impedem a sobrevivência do bicudo. “É apenas o primeiro passo, mas nos deixa otimistas de que conseguiremos desenvolver plantas que propiciem controle eficaz da praga. A Plataforma do Algodão será um trabalho continuado que desenvolverá novas opções, além da tecnologia Bt (bactéria do solo Bacillus thuringiensis) que está sendo considerada nessa primeira fase”, declara.
Segundo o coordenador da Plataforma do Algodão na Embrapa, Jaime Cavalcanti, as ações serão executadas em Campina Grande (PB) e em Goiânia, onde as plantas transformadas por todos os parceiros serão avaliadas quanto à transformação genética. “Inicialmente serão conduzidos bioensaios em casa de vegetação com as plantas que já haviam sido transformadas pela equipe da Embrapa Algodão e, posteriormente, com as novas desenvolvidas ao longo do projeto. As plantas selecionados serão avaliados por meio de diversas técnicas moleculares para confirmar a presença e a expressão de transgenes e suas toxicidades”.
Disseminação
Mais de três décadas após a sua chegada ao Brasil, o bicudo do algodoeiro permanece como o maior problema fitossanitário do cultivo e encontra-se disseminado por todas as regiões produtoras de algodão. “A grande disponibilidade de alimento e abrigo causada principalmente pela destruição ineficiente de restos de plantas da safra anterior permite ao bicudo alta capacidade de sobrevivência e de reprodução”, afirma o pesquisador da Embrapa Algodão, entomologista José Ednilson Miranda.
Castilho, lembrou, em seu discurso que a cultura do algodão tem crescido muito no Brasil. “Atualmente exportamos para 35 países. Na safra 2016/2017 conseguimos exportar 639 mil toneladas de pluma e, embora tenha sido 32% menor que na safra anterior, conseguimos manter a balança comercial positiva em 896 milhões de dólares”, afirmou.