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Entenda tudo sobre a fenologia da soja!

Entenda tudo sobre a fenologia da soja!

A soja pode ser considerada um dos grãos mais importantes da agricultura na atualidade, sendo a principal fonte de renda de muitas propriedades brasileiras. Mas você sabe sobre o estágios fenológico dessa cultura? Saber sobre o desenvolvimento da soja é algo indispensável para o planejamento da safra. Neste artigo vamos abordar tudo sobre a fenologia da soja.

Acompanhe!

 

Entenda tudo sobre a fenologia da soja!

 

cultura da soja certamente está entre a produção de grãos mais promissora que temos atualmente no país. Não é por menos que o Brasil tem sido o maior produtor mundial de soja há alguns anos.

Sendo que na safra 2020/21 o Brasil atingiu a produção de 135,861 mil toneladas de soja. O que representa um aumento de 8,8% do produzido na safra anterior.

Resultado diretamente relacionado com o aumento tanto da área total plantada de soja quanto dos índices de produtividade que cresceram entorno de 4%.

E tudo isso por sua vez, está diretamente associado as boas decisões e planejamento, mas para realizar um bom planejamento é preciso entender a fenologia da soja. Com isso preparamos esse artigo para auxiliar o agricultor.

 

 

História da soja

A soja é originária de uma região denominada Manchúria, localizada no nordeste da China. Entre o século XV e o começo do século XVII, os portugueses e espanhóis, seguidos por outros países europeus, exploraram o mundo de maneira intensiva em busca de rotas de comércio novas.

Foi então que, em XVII, eles descobriram e levaram a planta da China para o continente europeu. Durante quase dois séculos, a soja permaneceu apenas como uma curiosidade botânica, ficando exposta nos jardins da corte.

A sua chegada à América se deu por volta dos anos de 1890. Nos Estados Unidos, a princípio, ela foi cultivada como forrageira, sendo utilizada na alimentação animal.

No Brasil, a primeira notificação que se tem sobre a soja é de 1882, na Bahia, mas só em 1891 que novas cultivares foram introduzidas, visto que as primeiras não se adaptaram bem. Posteriormente, já nas décadas de 1940 e 1950, o cultivo se expandiu para o Paraguai, México e Argentina.

 

Fenologia da soja

O entendimento sobre a planta se dá, em parte, através do aprendizado da fenologia da soja, que compreende o estudo de como as plantas se desenvolvem.

Bom, você já sabe que quando falamos de fenologia da soja, as etapas de desenvolvimento são divididas em fase vegetativa e fase reprodutiva, certo? Mas agora vamos entender o que acontece exatamente em cada uma delas!

 

Checklist agrícola

 

Fase vegetativa

Nesta fase, é importante entender o critério para que uma folha seja considerada completamente desenvolvida. Uma folha é considerada completamente desenvolvida quando os bordos do trifólio superior (acima) a ele não estão mais se tocando.

Veja abaixo a representação esquemática dos estádios fenológicos vegetativos e reprodutivos do ciclo da soja

Representação esquemática dos estádios fenológicos

 (Fonte: Dekalb, 2021).

 

  • VE – Cuidado com patógenos, pragas do solo e com a presença de pombas na área;
  • VC – Período que pode durar de 3 a 10 dias, e é importante estar atento aos ataques de patógenos e pragas do solo novamente;
  • V1 – Caracterizado pelo primeiro nó. De novo, fique atento a ataques de patógenos do solo e pragas como coleópteros;
  • V2 – O segundo nó. Importante monitorar o ataque de pragas e doenças de solo. Nesse período, plantas daninhas também podem surgir e usar os recursos da soja;
  • V3 e V4 – No período dessas duas fases, devem ser observados, no mínimo, 10 nódulos por planta;
  • V5 – Período em que a planta apresenta cinco nós, e é o momento crucial para a definição do potencial da cultura;
  • Vn – Momento do enésimo nó, antes do surgimento de flores, e precede a fase reprodutiva.

 

Fase reprodutiva

Passando para a fase reprodutiva, veremos o período de florescimento e maturação da planta. Aqui, usamos a letra R para denominar as subdivisões, indo de R1 a R8.

A fase reprodutiva também está subdividida em 8 etapas que levam à tão aguardada colheita dos grãos. São:

  • R1 e R2 –R1 é marcado pelo início do florescimento, e R2 pelo florescimento completo. Nesse período, é fundamental monitorar o ataque de insetos e pragas, pois a planta está mais sensível a eles;
  • R3 –Quando começam a se desenvolver as vagens, momento sensível também às condições ambientais. Esse é o momento que define os componentes de rendimentos da planta;
  • R4 e R5 –Em R4, as vagens estão completamente desenvolvidas, e R5 marca o início da formação dos grãos. Fique atento, a fase R5 é subdividida em 5 pontos até o enchimento completo da vagem. Por isso, nesse momento, fique atento a ataques de sugadores, como percevejos. Um ataque nos pontos iniciais de R5 prejudica o desenvolvimento e pode afetar o tamanho e peso dos grãos;
  • R6 –Fase em que o grão ocupa toda a cavidade da vagem, e é o momento também em que se inicia o rápido amarelamento das folhas, até R8;
  • R7 –Fase em que se inicia a maturação fisiológica dos grãos, e estes apresentam cerca de 60% de umidade;
  • R8 –Momento de maturidade completa. Saiba que é importante esperar entre 5 e 10 dias para que a umidade atinja 15% ou menos, sendo 13% a umidade adequada para a colheita.

 

Fatores que afetam desenvolvimento da soja

Para obter bons resultados e garantir um desenvolvimento saudável da soja, é importante se atentar para alguns fatores importantes.

 

Época de semeadura

O ciclo da soja em questões de duração é importante ser pontuado que tal característica é resultante do balanço da interação genótipo-ambiente.

Mas de modo geral a soja se desenvolver bem em ambientes de temperaturas mais elevadas, na faixa de 20ºC a 30ºC, sendo o ideal mais próximo de 30ºC.

 

Adoção do plantio direto

Existem vários formas de plantio. No entanto, para a cultura da soja, recomenda-se a adoção do plantio direto, que além de proteger a qualidade do solo, fornece maneiras de maximizar o uso de adubos e protege as plantas dos efeitos da estiagem e do calor.

Outras vantagens do plantio direto é que ele também aumenta o teor de matéria orgânica, controla as plantas daninhas da soja e condiciona o ambiente para que se tenha um ciclo normal.

Segundo o conceito desta forma de plantio, após a colheita, a palhada deve permanecer intacta sobre o sol.

 

Preparo profundo do solo

De acordo com pesquisas, o preparo profundo do solo contribui de forma significativa para o aumento da produtividade da soja.

A técnica visa solucionar problemas práticos e tem como base a integração de diversas funções em uma única operação na lavoura.

Logo, o preparo do solo requer um planejamento integrado, levando em consideração o manejo de pragas da soja, doenças, plantas daninhas, fertilidade do solo e outros.

 

Semeadura

Depois de preparar o solo, é o momento de fazer a semeadura dos grãos de soja, de acordo com o calendário definido pelo Mapa. Para isso, faça as covas e as preencha com até três sementes de soja.

Em plantios de grande porte, há fileiras de trinta sementes por metro linear, sendo que o máximo que uma fileira pode comportar é de vinte e cinco plantas por metro linear.

 

Ajuste da adubação

Para atingir o potencial produtivo esperado, é necessário definir a quantidade e os tipos de adubos que serão utilizados a partir da análise e interpretação do solo.

Nesse sentido, pode-se realizar cálculo de adubação antes de realizar a reposição de nutrientes.

 

Controle de pragas, plantas daninhas e doenças

A presença de pragas, doenças e plantas daninhas podem minar a produtividade na soja. Sendo assim, é importante aplicar técnicas para combater esse tipo de problema.

No geral, agricultores utilizam o Manejo Integrado de Pragas (MIP), rotação de culturas e o uso de tecnologias.

O controle de pragas, plantas daninhas e doenças é importante para manter a produtividade e evitar danos, perdas e prejuízos financeiros.

 

 

Investimento em tecnologia

Hoje em dia, não faltam opções de recursos tecnológicos para auxiliar o produtor rural. Nesse sentido, é possível encontrar sistemas e softwares que ajudam otimizar os processos no campo bem como resolver problemas de produtividade da soja.

O ideal é que antes de começar utilizar qualquer solução tecnológica, o produtor consiga entender os problemas da sua propriedade e o que ele, de fato, necessita para solucioná-los.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

cultura da soja certamente está entre a produção de grãos mais promissora que temos atualmente no país. Não é por menos que o Brasil tem sido o maior produtor mundial de soja há alguns anos.

Saber sobre a fenologia da soja é algo indispensável para o planejamento da safra, assim como estar ciente dos principais fatores que podem afetar seus ciclo.

Espero que após a leitura desse artigo ficou mais esclarecido que para saber e entender o ciclo da soja vai depender da soma de vários fatores.

Se você gostou desse conteúdo e te ajudou e esclareceu suas dúvidas. Comente e compartilhe em suas redes sociais!

 

Ferrugem da soja: aprenda a controlar!

Ferrugem da soja: aprenda a controlar!

Existem várias pragas e doenças de importância econômica que ocorrem na soja como nematoides, lagartas, no entanto a ferrugem ainda é a mais temida devido à sua agressividade e potencial destrutivo.

A doença pode causar danos de até 90% na produção e possui um custo médio de US$ 2,8 bilhões por safra no Brasil

Neste texto iremos discutir sobre ferrugem asiática da soja, o panorama da doença nesta safra, os principais locais de ocorrência e medidas de manejo integrado dessa doença.

Confira!

 

Ferrugem da soja: aprenda a controlar!

 

Ferrugem da soja na safra 2020/2021

A ferrugem asiática no Brasil teve as suas primeiras ocorrências registradas na safra 2001/2002. Na Safra 2020/2021 o primeiro registro da doença ocorreu na cidade de Ubiratã – Paraná no fim de 2020.

O Brasil registrou 212 casos de ferrugem asiática em lavouras de soja comerciais nesta safra (2020/2021), número menor do que registrado na safra anterior.

O atraso das chuvas e, por conseguinte, da semeadura da soja, prolongou o período de vazio sanitário, o que contribuiu positivamente para a diminuição do inóculo da doença.

Portanto, não houve a combinação de longo período de molhamento foliar e quantidade suficiente de inoculo que causasse uma forte pressão da doença.

No entanto, as chuvas do início de 2020 podem proporcionar as condições favoráveis da doença nas próximas safras, por isso, o produtor deve cuidar do monitoramento e aplicar corretamente as medidas de manejo.

 

 

Ciclo da ferrugem da soja

A ferrugem da soja é causada pelo fungo biotrófico Phakopsora pachyrhizi, que sobrevive e se reproduz somente em plantas vivas.

P. pachyrhizi possui uma ampla gama de espécies hospedeiras, incluindo plantas de cobertura e plantas daninhas, onde o fungo também pode sobreviver e se multiplicar.

Os esporos do fungo, chamados de urediniósporos, são disseminados facilmente pelo vento de um local para outro podendo atingir longas distâncias.

Uma vez depositados nas folhas de soja, os esporos necessitam de molhamento foliar de no mínimo 6 horas e temperatura entre 15 e 25°C para que a infecção ocorra.

Portanto, chuvas abundantes e frequentes são associadas com epidemias mais severas da doença.

Pra infectar a planta o fungo penetra de forma direta, através da cutícula da folha de soja, e após alguns dias, podem ser observados os primeiros sintomas.

Após a colonização do fungo no interior dos tecidos da planta ocorre a formação das urédias onde são formados esporos (uredósporos).

Quando essas urédias se rompem são liberados os esporos que irão reiniciar o ciclo. Sob condições favoráveis, o fungo completa o seu ciclo de vida de 6 a 9 dias.

 

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Sintomas da ferrugem da soja

Os sintomas da ferrugem asiática podem manifestar em todos os estágios de desenvolvimento da cultura da soja, no entanto são mais frequentes a partir do fechamento do dossel, devido a formação de um microclima favorável.

Inicialmente, as lesões podem apresentar uma coloração verde-acinzentada, que evoluindo para uma coloração marrom-escura ou marrom-avermelhada.

A coloração das lesões pode variar de acordo interação entre o genótipo da soja e a raça do patógeno.

As lesões da ferrugem são angulares, delimitadas pelas nervuras, e podem ocorrem nas mais diferentes partes da planta sendo que mais comum nas folhas.

As plantas infectadas apresentam desfolha precoce, o que comprometendo a formação e o enchimento de vagens e consequentemente menor peso final dos grãos.

 

Manejo da ferrugem da soja

As estratégias de manejo da ferrugem asiática incluem, vazio sanitário, rotação de culturas, a utilização de cultivares de ciclo precoce e época correta de semeadura; utilização de cultivares resistentes; e o controle químico.

 

Vazio sanitário

O vazio sanitário é considerado uma das principais estratégias para o manejo da ferrugem asiática da soja.

Trata-se de um período de 60 a 90 dias em que não se pode semear ou manter plantas vivas de soja no campo.

Essa medida tem como objetivo reduzir a sobrevivência do fungo P. pachyrhizi durante a entressafra e assim, atrasar a ocorrência da doença.

 

Rotação de cultura

Assim como o vazio sanitário, a rotação da soja com culturas não hospedeiras do patógeno reduz as chances de sobrevivência do fungo entre as safras.

Recomenda- se a rotação principalmente com gramíneas, como por exemplo o milho.

 

Utilização de cultivares de ciclo precoce e época correta de semeadura

Variedades de ciclo precoce permanecem menos tempo no campo, diminuindo o período de exposição da planta à doença.

Realizar o plantio de acordo com o calendário de semeadura também ajuda a escapar da doença, pois quanto mais tarde sua lavoura se desenvolver maior a possibilidade da doença comprometendo sua produtividade.

Com essas medidas, provavelmente ocorrera uma redução no número de aplicação de fungicidas com isso, diminuir a pressão de seleção de resistência do fungo aos fungicidas.

 

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Utilização de cultivares resistentes

Devido à alta variabilidade do fungo P. pachyrhizi, a obtenção de cultivares resistentes é um processo bem trabalhoso, pois a resistência pode ser facilmente suplantada.

No entanto, já têm no mercado cultivares tolerantes e várias pesquisas para desenvolver variedades resistentes.

Como por exemplo a variedade BRS 511, da Embrapa, que foi lançada em fevereiro de 2018 e que promete retardar o avanço da ferrugem na soja.

 

Controle químico

O controle químico é a medida mais utilizada para o controle da ferrugem asiática na soja e vários produtos são registrados no Ministério da Agricultura para controle dessa doença.

Devido à queda de sensibilidade do fungo aos fungicidas algumas recomendações importantes são feitas:

  • Use de forma rotacionada fungicidas com diferentes mecanismos de ação,
  • Associe fungicidas sítio específicos sempre os fungicidas multissítios,
  • Siga o intervalo entre as aplicações e as doses recomendadas na Bula do produto e
  • Evite aplicar o mesmo produto mais do que duas vezes seguidamente.

 

Monitoramento da doença nas lavouras de soja

O monitoramento é extremamente importante para determinar quando e quais medidas de controle devem ser adotadas.

Para monitoramento da doença é necessário que esteja atento aos primeiros sinais do patógeno. Na parte inferior das folhas observe se há urédias, pois são onde os esporos estão armazenados.

Assim, caso a lavoura tenha sido infestada pela ferrugem, medidas precoces que irão reduzir o impacto na produtividade podem ser adotadas.

Outra maneira de monitorar a doença é através do portal Consórcio Antiferrugem. Ele exibe um mapa indicando as ocorrências da ferrugem da soja em todo o Brasil.

Assim, é possível verificar se há casos na região ou em locais próximos da lavoura.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Sem dúvidas, a ferrugem da soja é uma das maiores ameaças às lavouras de soja no Brasil, devido aos grandes riscos que ela traz à safra.

Com as informações contidas neste artigo monitore periodicamente a sua lavoura, associe várias medidas de manejo para reduzir perdas com a ferrugem asiática na sua lavoura!

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