(31) 9 8720 -3111 contato@agropos.com.br
Bicho mineiro do café: saiba tudo sobre essa praga!

Bicho mineiro do café: saiba tudo sobre essa praga!

O bicho mineiro do café, nome popular dado ao inseto Leucoptera coffeella, da família das mariposas, é considerado uma das pragas mais importantes do cafeeiro, devido ao grave dano que a sua larva causa às plantações. Preparamos esse artigo para falar tudo sobre essa praga, dos danos causados no café até o seu controle preventivo. Quer saber tudo sobre esse assunto?

Acompanhe!

 

Bicho mineiro do café: saiba tudo sobre essa praga!

 

A Leucoptera coffeella, conhecida popularmente como bicho-mineiro, está entre as três principais pragas do cafeeiro no Brasil. Identificado no país desde 1869 no Rio de Janeiro.

Se alastrando rapidamente por todo o território, até hoje, continua dando prejuízos a muitas lavouras de café. Na cafeicultura de clima quente, como a do Cerrado, o bicho-mineiro é considerado a principal praga, sendo o controle difícil e de alto custo.

 Como não há um cultivar resistente à praga, é evidente a importância do controle anual para se evitar grandes prejuízos. Abaixo vamos abordar tudo sobre essa praga que vem dando muita dor de cabeça aos agricultores.

 

Pós-graduação Fitossanidade

 

Importância do café

A cultura do café foi introduzida no Brasil no início do século XVIII. Inicialmente cultivada no Pará, a planta logo se espalhou para as demais regiões do país e começou a ganhar grande destaque na economia brasileira a partir de 1825.

Hoje, a plantação de café representa uma enorme importância para o agronegócio brasileiro e está à frente das grandes exportações do país.

O Brasil é o maior produtor e exportador de café, e o segundo maior consumidor, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.

Em Minas Gerais, o café é o principal produto da pauta de exportações do agronegócio, além de apresentar uma qualidade bastante elevada do produto final.

Com isso entendemos que o café tem uma grande importância socioeconômico. É importante estudarmos algumas pragas que atinge essa cultura trazendo grandes prejuízos para os agricultores e até mesmo afetando sua qualidade e hoje vamos falar um porquinho sobre o Bicho-Mineiro.

 

Bicho-mineiro (Leucoptera coffeella)

Bicho-mineiro, Leucoptera coffeella, é uma pequena mariposa de coloração branco-prateada, pertencente a ordem Lepidoptera, com hábitos noturnos, a mariposa desta praga se esconde nas folhagens durante o dia, e só realiza suas atividades ao entardecer.

Esse inseto é considerado uma das principais pragas do cafeeiro no Brasil, devido a sua generalizada ocorrência e devido ao fato de em algumas situações a perda de controle da praga implicam alto % de desfolha do cafeeiro, refletindo em grande perda de produtividade.

 

Características do adulto

O adulto do bicho-mineiro é uma mariposa que apresenta algumas características como:

  • 2 mm de comprimento e 6,5 mm de envergadura;
  • Cabeça com escamas brancas;
  • Antenas longas e filiformes, que atingem a extremidade do abdômen;
  • Peito branco-prateado;
  • Asas franjadas, de coloração branco-prateado com manchas circulares pretas, circundadas de amarelo, localizadas uma em cada ponta das asas anteriores;
  • e pernas cobertas com cerdas brancas.

 

Ciclo de vida

O ciclo de vida do bicho-mineiro inclui as etapas de ovo, larva, pupa e adultos alado. Os ovos do bicho-mineiro São achatados, brancos, com cerca de 0,3 mm de comprimento.

São postos na página superior das folhas, em média sete ovos por noite, em pontos isolados da mesma folha ou em folhas diferentes. Uma fêmea apresenta capacidade de oviposição de mais de 50 ovos durante sua vida.

Após a fase de ovo, eclode a lagartinha que atinge o comprimento de aproximadamente 3,5 mm. A infestação do bicho-mineiro manifesta-se quando a lagarta penetra na folha e aloja-se no seu interior começando a alimentar-se formando as minas, daí o nome popular bicho-mineiro.

 

Comportamento do bicho-mineiro

Como a maioria das pragas, o bicho-mineiro ataca principalmente as folhas mais novas. As pequenas mariposas de coloração branco prateada depositam seus ovos na face superior das folhas do café, que será a única fonte de alimento para as lagartas.

Ao eclodirem, as lagartas passam imediatamente para o interior das folhas, onde se alimentam do tecido existente entre as duas epidermes.

É aqui a fase em que causa danos à lavoura. Com a alimentação, vão se abrindo espaços dentro da folha, formando pequenas câmaras, de aspecto escuro que, ao se ressecar, tornam-se quebradiças.

Uma vez desenvolvida, a lagarta faz uma perfuração na parte inferior da folha e tece um casulo sustentado por uma fina teia branca, onde permanecerá por aproximadamente seis dias, até que atinja a fase adulta.

O resultado do ataque é que as folhas perdem área fotossintética, prejudicando a produtividade das plantas que precisam investir mais energia na emissão de novas folhas.

 Em casos de ataque severo, as plantas podem apresentar desfolha intensa no período de florada, o que irá prejudicar a produção na safra seguinte.

 

Controle preventivo do bicho mineiro no café

Realize 4 passos essenciais para o controle preventivo que todo cafeicultor precisa saber para manter o seu cafezal mais seguro. Confira:

 

Fungos causadores de doenças em plantas.

 

1º Passo – Realize o monitoramento constante da praga no cafezal

Depois de saber como identificar o bicho-mineiro, é preciso monitorar constantemente a praga no cafezal. Isso significa verificar na propriedade a presença de ovos, minas ativas (com lagarta viva dentro) ou ainda pequenas mariposas nas folhagens.

Essa verificação é essencial para definição ou não da necessidade da aplicação de um inseticida.

 

2º Passo – Intensifique a inspeção em épocas mais críticas

A baixa umidade e altas temperaturas favorecem o encurtamento do ciclo e um ataque severo do bicho-mineiro. Por isso, intensifique as inspeções até o início das chuvas mais frequentes, que darão início a à novas brotações nas plantas.

Nesse sentido, também é recomendado adotar o manejo integrado de pragas para manter a lavoura protegida contra os principais detratores da produtividade.

 

3º Passo – Realize o controle químico ao surgirem os primeiros adultos

Para que o controle do bicho-mineiro do café seja mais efetivo, a aplicação de inseticidas foliares deve ser feita preferencialmente assim que aparecerem os primeiros adultos.

O indicado é aplicar o inseticida quando a porcentagem de folhas atacadas nos terços médios e superior dos cafeeiros estiver entre 5% e 10%, em épocas chuvosas e regiões de baixa ocorrência e de 3% a 5% em épocas secas e regiões mais castigadas pela praga.

Quanto à aplicação de inseticidas de ação sistêmica via solo, a recomendação é utilizá-lo no início do período de chuvas, uma vez que necessitam da umidade para que as raízes das plantas o absorvam e tenha uma resposta mais efetiva no controle preventivo.

 

4º Passo – Tecnologia digital no manejo da praga

A tecnologia é uma aliada importante tanto para o monitoramento do bicho-mineiro quanto para o das demais pragas e doenças. Isso porque influencia em uma série de fatores.

 

Tecnologia digital no manejo da praga

Abaixo, são apresentados alguns deles.

  • Confiabilidade dos dados: acompanhar o desempenho da equipe técnica no campo, assegurando-se de que a quantidade e a distribuição de pontos amostrais são condizentes e suficientes para uma tomada de decisão assertiva.
  • Maior riqueza de detalhes: possibilidade de apontamento demais variáveis de forma simples e rápida, além da utilização de imagens e anotações que suportam ainda mais a decisão de aplicação.
  • Agilidade na tomada de decisão: disponibilidade das informações e índices calculados automaticamente, bem como de mapas de infestação que permitem identificar o comportamento da praga no campo.
  • Histórico de dados: com a digitalização dos dados de monitoramento, é possível formar um banco de dados que podem auxiliar nas avaliações históricas e nos processos de certificação, muito importantes para a cultura do café.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

A cafeicultura enfrenta diariamente vários desafios que limitam a produtividade e o retorno sobre o investimento. Dentre eles, podemos citar clima, mão de obra, logística, preço e, claro, doenças e pragas.

Nada tira mais o sono do cafeicultor que o Bicho-mineiro. Principal praga do café, ela tem potencial de devastar a lavoura, comprometendo a produtividade.

O bicho-mineiro do café pode reduzir em até 72% a produtividade da lavoura. Neste artigo podemos conhecer melhor sobre essa praga, além de mostra o monitoramento preventivo do mesmo

Gostou de saber mais sobre o assunto?  Deixe seu comentário e acompanhe nosso blog e fique por dentro dos próximos artigo.

Pós-graduação Fitossanidade

Cercosporiose no café: saiba como identificar e manejar!

Cercosporiose no café: saiba como identificar e manejar!

O Brasil é um dos maiores produtores de café do mundo. Apesar disso, alguns problemas tendem a prejudicar as lavouras. Como a Cercosporiose, com isso preparamos esse artigo onde você irá saber tudo sobre essa doença.

Venha Comigo!

 

Cercosporiose no café: saiba como identificar e manejar!

 

O café é hoje um dos principais e mais importantes itens de exportação do Brasil, sendo responsável por movimentar a economia e gerar inúmeros empregos ao longo de todo o território nacional.

Esse fruto, além de representar uma tradição cultural muito forte para o país, é também a segunda bebida mais consumida em todo o mundo, o que nos evidencia ainda mais sua grande importância e notoriedade.

Dentre os principais fatores que influenciam diretamente na produtividade e na qualidade dos frutos do cafeeiro estão as doenças, que, se não diagnosticadas e combatidas de forma e no tempo correto, podem colocar em risco toda uma lavoura, causando prejuízos ao produtor e também à sua produção.

Uma das principais e mais conhecidas doenças que atacam o cafeeiro é a cercosporiose. Então vamos conhecer mais sobre essa doença?

 

Pós-graduação Fitossanidade

 

O que é a cercosporiose?

A cercosporiose do café é uma doença causada pelo fungo Cercospora coffeicola. Também conhecida como mancha-de-cercospora ou mancha de olho pardo, ela ataca as folhas e também os frutos do café, trazendo prejuízos à qualidade dos grãos.

A primeira vez que a doença foi identificada no Brasil foi em 1887. Um problema antigo, que preocupa os produtores de café do país.

A doença está presente em praticamente todas as áreas produtivas do Brasil e causa prejuízos ao cafeeiro desde a sua fase jovem até a adulta. Cabe destacar que ela fica apenas atrás da ferrugem em importância para as doenças do café.

 

Ciclo da doença

A disseminação do fungo ocorre através do vento, água ou até mesmo por insetos. Após atingir a planta e sob as condições favoráveis de umidade e temperatura, ocorre a sua germinação e a penetração através da cutícula.

A ocorrência se dá pelas aberturas naturais da folha. A doença é favorecida em temperaturas entre 18°C e 25°C, com elevada umidade relativa e elevada radiação solar. Após períodos de chuva seguidos de veranicos ou em períodos de intensa radiação solar e déficit hídrico, a doença pode ser intensificada.

O desequilíbrio nutricional também pode influenciar na incidência dessa doença. Em sistemas convencionais, outros fatores podem resultar em maior suscetibilidade da cercosporiose no café:

  • menores teores de cálcio;
  • magnésio foliares nas fases de granação e maturação dos frutos;
  • carência de nitrogênio.

 

Fungos causadores de doenças em plantas.

 

Sintomas da doença

Os sintomas nas folhas manifestam-se como manchas de configuração mais ou menos circular, com 0,5-1,5 cm de diâmetro, de coloração pardo-clara ou marrom-escura, com centro branco-acinzentado, envolvidas por anel arroxeado, dando a ideia de um olho.

No centro das lesões, em estádio mais avançado, geralmente são observadas pequenas pontuações pretas, que constituem as estruturas de frutificação do fungo. As folhas atacadas caem rapidamente, ocorrendo desfolha e seca dos ramos.

A desfolha é causada pela grande produção de etileno no processo de necrose, bastando uma lesão por folha para causar sua queda. Nos frutos, as lesões começam a aparecer quando estes estão ainda pequenos, aumentando o ataque no início da granação.

As lesões permanecem até o amadurecimento dos frutos. Seu aparecimento ocorre principalmente nas partes mais expostas à insolação, na forma de pequenas manchas castanhas, deprimidas, que se alongam no sentido das extremidades.

À medida que as manchas envelhecem, assumem um aspecto ressecado e escuro, fazendo com que a casca, nessa parte, fique aderente à semente, o que, em ataques mais severos, causa seu chochamento.

 

Prevenção da cercosporiose

Um método eficiente e que surte efeito na plantação é a manutenção do equilíbrio nutricional do solo. Por exemplo, quando há falta ou excesso de nitrogênio na matéria seca, o crescimento da planta sofre interferência, mais especificamente um desenvolvimento debilitado e o retardo da sua maturação, respectivamente.

A partir do momento que esses níveis estão bons, é possível encontrar um cafeeiro com crescimento mais vigoroso e também com menor propensão a ter doenças.

O bom tratamento do solo deve vir acompanhado de sementes de qualidade. É importante que elas estejam limpas, sadias e tenham recebido tratamento adequado.

O mais indicado é que elas sejam cultivadas em áreas drenadas, bem arejadas e que tenham sombreamento. Lembre-se também de evitar a irrigação excessiva, pois ela é vetor para a cercosporiose do café.

No momento de plantio é importante que o solo tenha uma matéria orgânica rica e não esteja compactado, a fim de que as sementes possam se desenvolver e as raízes da planta não sejam afetadas em sua absorção de nutrientes.

 

Controle cercosporiose

Em lavouras adultas é recomendado um cuidado maior no momento da adubação, com o objetivo de evitar o desequilíbrio da relação parte aérea/sistema radicular, condição essa que favorece o desenvolvimento da doença.

Este cuidado deve ser redobrado quando utilizadas cultivares que possuem uma alta produção precoce, levando a uma necessidade maior de adubação nitrogenada em equilíbrio com a adubação potássica.

O controle químico da cercosporiose, assim com as medidas citadas anteriormente, deve ter caráter preventivo, ou seja, os produtos (fungicidas) devem ser aplicados com o objetivo de prevenir o surgimento da doença, e não a combater após sua proliferação na lavoura. É recomendado que o controle seja feito entre os meses de dezembro e fevereiro.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

A cercosporiose do café é uma doença séria para a cultura. É muito importante fazer um constante monitoramento da área, especialmente, pois a doença se desenvolve devido a condições que podem ser tratadas antes mesmo do plantio.

Não dá para perder produtividade ou ter um fruto de má qualidade, não é mesmo? Por isso, escolha os cuidados certos.

Gostou de saber mais sobre o assunto?  Deixe seu comentário e acompanhe nosso blog e fique por dentro dos próximos artigo sobre o tema!

 

Pós-graduação Fitossanidade

Principais doenças do café: diagnose e controle!

Principais doenças do café: diagnose e controle!

O café possui uma grande importância para o Brasil. Pois, além de sermos o maior produtor mundial, somos também o maior exportador e o segundo maior consumidor de café. No entanto, varias doenças do café podem acometer a cultura durante o seu ciclo de vida.

As principais doenças do café são:

  1. Ferrugem do cafeeiro (Hemileia vastatrix)
  2. Cercosporiose (Cercospora coffeicola)
  3. Manchas de phoma (Phoma spp.)
  4. Mancha aureolada (Pseudomonas syringae garcae)
  5. Nematoide das galhas (Meloidogyne)
  6. Mancha de Ascochyta (Ascochyta spp)
  7. Mancha anular do cafeeiro (Coffee ringspot virus – CoRSV)

Essas podem ser causadas por fungos, bactérias, nematoides e vírus.

As doenças do café podem reduzir em até 20 % a produção e serem limitantes para o cultivo da cultura. Por tanto, é necessária uma correta diagnose, para que um controle eficiente seja realizado.

A seguir, veremos como identificar e controlar as principais doenças do cafeeiro. Confira!

 

Principais doenças do café: diagnose e controle!

 

Ferrugem do cafeeiro (Hemileia vastatrix)

Causada pelo fungo Hemileia vastatrix, a ferrugem é considerada a doença do café mais importante do cafeeiro, no Brasil.

A doença está amplamente distribuída em todas as regiões produtoras de café no Brasil e pode comprometer até 35% da produção nacional.

O sinal característico do fungo é a presença de uma massa pulverulenta de esporos de cor amarela ou laranja, na face abaxial da folha. À qual corresponde uma mancha clorótica na face adaxial.

E a disseminação desses esporos ocorre principalmente pelo vento e respingos da água de chuva

A doença inicialmente ataca as folhas da saia do cafeeiro, evoluindo para o ápice da planta, causando desfolha.

 

Pós-graduação Fitossanidade

 

Os prejuízos além de ocorrem na produção atual, afeta também a produção do ano seguinte, pois prejudica o crescimento dos ramos.

O desenvolvimento da doença é favorecido por alta umidade, baixa luminosidade (condição típica de plantios adensados) e temperaturas amenas.

Devido ao alto potencial de dano causado pela doença. É aconselhável que sejam adotadas medidas preventivas de controle.

Uma das alternativas é a utilização de cultivares resistentes ou tolerantes, no momento da implementação do cafezal.

Como medidas de controle cultural podem ser adotados maiores espaçamentos, realização de podas e desbrotas, visando o maior arejamento da lavoura.

Já o controle químico deve ser adotado quando a ferrugem no cafezal atingir um nível de 5% de incidência. Para isso, é importante a realização do monitoramento da doença do café no campo.

 

Cercosporiose (Cercospora coffeicola)

Essa doença, dependendo da região, também é conhecida como olho pardo, mancha parda, mancha circular ou olho de pombo.

O seu agente causal é o fungo Cercospora coffeicola, que está presente em mudas nos viveiros e plantas no campo, atacando folhas e frutos.

Os sintomas nas folhas são manchas circulares de coloração castanha clara a escura, com o centro branco. Envolvido na maior parte das vezes por um halo amarelado, gerando um aspecto de olho.

Já nos frutos, os sintomas são lesões deprimidas e de cor escura que pode levar a maturação precoce dos grãos verdes.

 

Manejo Integrado de Plantas Daninhas

 

A cercosporiose gera a deterioração da bebida do café, por causar processos fermentativos indesejáveis devido a presença do fungo.

O desenvolvimento da doença é favorecido por alta umidade e luminosidade, nutrição desequilibrada (principalmente desequilíbrio nitrogênio/potássio), má formação do sistema radicular.

O controle da cercosporiose pode ser cultural ou químico ou, uma associação de ambos.

Já o controle cultural pode ser bastante eficiente, no entanto, deve ser adotado desde a fase de viveiro até o campo.

E pode ser realizado com a instalação do viveiro em local arejado e bem drenado, controle da irrigação, preparo do substrato com o teor de nutrientes bem equilibrados e controlar a insolação.

Já no campo as medidas envolvem fazer as correções de solo necessárias, utilização do espaçamento adequado (para evitar o excesso de insolação), evitar irrigação excessiva e manter a adubação equilibrada.

O controle químico pode ser realizado através de fungicidas sistêmicos ou protetores aplicados via foliar. Tanto nos viveiros como no campo.

 

Manchas de phoma (Phoma spp.)

Causada pelo fungo Phoma spp. essa doença do café ataca folhas, flores, frutos novos e ramos do cafeeiro.

Os sintomas são manchas escuras causando deformações nas bordas do limbo foliar. E nos ramos é possível observar lesões deprimidas e escuras, que levam a seca dos ramos produtivos, gerando o abortamento dos frutos novos.

Essa doença é de rápida disseminação e sua ocorrência se dá tanto em viveiros como no campo.

As condições favoráveis para o desenvolvimento da doença são longos períodos chuvosos, temperaturas amenas, altitude superior a 900 m e excesso de adubação nitrogenada,

Para o controle da Mancha de phoma recomenda-se, a implantação de quebra ventos na lavoura. Evitar o excesso de adubação nitrogenada. Controlar irrigação e espaçamento adequado.

Além das práticas culturais, o controle químico também pode ser realizado de forma curativa ou preventiva. Principalmente durante a formação dos frutos.

 

Mancha aureolada (Pseudomonas syringae pv. garcae)

A mancha aureolada ou crestamento bacteriano do cafeeiro, é causada pela fitobactéria Pseudomonas syringae pv. garcae, e sua ocorrência se dá tanto em viveiros quanto no campo.

Os sintomas típicos da bacteriose são lesões de coloração parda, circundada por um halo amarelado. Ocorre, ainda, a queima e morte dos ramos de cafeeiros jovens.

As condições que favorecem o aparecimento da mancha aureolada são, clima frio e úmido, ventos constantes e danos mecânicos que podem ser causados pela colheita, chuva de granizo e pelo ataque de insetos.

A infecção da bactéria causadora da mancha aureolada na planta ocorre por meio de aberturas naturais ou causadas por ferimentos.

As medidas de controle devem ter caráter preventivo, devido a inexistência de produtos químicos eficientes no controle de bacterioses de plantas.

Portanto, as medidas de controle mais indicadas são, aquisição de mudas sadias, instalação de quebra ventos e maior espaçamento entre as plantas, para se evitar acumulo de umidade por longos períodos.

 

Nematoide das galhas (Meloidogyne spp.)

O gênero de nematoides de maior importância para a cafeicultura é o Meloidogyne spp., atualmente 17 espécies de Meloidogyne já foram descritas infectando cafeeiro.

A espécie Meloidogyne exigua, não é a mais agressiva, no entanto é a responsável pelos maiores prejuízos aos cafezais brasileiros, devido a sua grande disseminação.

Por outo lado, as espécies M. incognita e M. paranaensis, apesar de ocorrem com menor frequência, são mais agressivas.

A reprodução dos fitonematoides no cafeeiro pode ocorrer durante todo o período da lavoura no campo, no entanto, no período de chuvas, a taxa de reprodução do nematoide é maior.

Meloidogyne spp. são conhecidos pela formação de galhas nas raízes. O que causa deficiência na absorção e translocação de nutrientes para o resto da planta. Provocando sintomas como amarelecimento e nanismo das plantas.

Uma vez instalada em uma área, a erradicação do nematoide é praticamente impossível. Portanto, o ideal é evitar a sua entrada na área de cultivo.

Para isso medidas como, obtenção de mudas sadias, limpeza de máquinas e implementos, controle de plantas invasoras e utilização de cultivares resistes, deve ser adotadas.

 

Mancha de ascochyta (Ascochyta spp)

A mancha de Ascochyta é causada pelo o fungo Phoma tarda e apresenta como sintomas manchas de cor marrom com anéis concêntricos nas folhas.

Temperaturas amenas (entre 15 a 25° C) são ideias para o desenvolvimento da doença.

As formas de controle recomendadas para a mancha de Ascochyta são as mesmas utilizadas para o controle da mancha de phoma.

 

Mancha anular do cafeeiro (Coffee ringspot virus – CoRSV)

A mancha anular do cafeeiro é uma das doenças do café causada pelo vírus Coffee ringspot vírus (CoRSV) que tem como vetor o ácaro Brevipalpus phoenicus.

Essa doença já foi relatada nas principais regiões produtoras de café no Brasil e pode ocorrer tanto em folhas como em frutos do cafeeiro.

Os sintomas típicos da doença são manchas cloróticas nas folhas, em forma de anéis concêntricos. E nos frutos, principalmente no estagio de cereja, ocorrem manchas cloróticas, salientes e irregulares.

Os fatores responsáveis pelo aumento desta virose no campo. São períodos prologados de estiagem e aumento da população do ácaro vetor.

Por tanto, o manejo integrado da mancha anular baseia-se principalmente no monitoramento e controle do ácaro B. phoenicus.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Neste artigo conhecemos as principais doenças do café, os sintomas e formas de controle.

No entanto, dependendo da região de cultivo, outras doenças do café podem ser consideradas como principais, devido a frequência em que ocorrem.

Por tanto, é fundamental realizar o monitoramento constante da lavoura. E consultar um profissional qualificado para identificar corretamente a doença.

Escrito por Pollyane Hermenegildo.

Pós-graduação Fitossanidade