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Tecnologia de aplicação para redução de pragas!

Tecnologia de aplicação para redução de pragas!

Com o uso maior de defensivos na produção agrícola, as pragas podem se tornar resistentes, fazendo com que o seu controle seja prejudicado ou até mesmo impossibilitado.

Pragas são todos os agentes invasores do ponto de vista da entomologia (insetos, ácaros, lesmas e caracóis) e da fitopatologia (fungos, bactérias, vírus etc) e também as plantas daninhas.

A resistência dessas pragas acontece quando há o uso indiscriminado de produtos agroquímicos por muito tempo, o que faz com que os agentes se tornem imunes aos seus princípios ativos, criando uma população mais forte e mais difícil de ser controlada.

O problema é que quando uma praga se torna resistente, ela prejudica a produção e aumenta a demanda por um investimento maior em soluções diferentes e eficazes.

A boa notícia é que com a adoção de algumas práticas, há a diminuição da probabilidade de aumento da incidência desses agentes, que é o tema do artigo de hoje.

Para entender melhor como isso é possível, confira, a seguir, algumas ações importantes na prevenção de pragas resistentes!

 

Tecnologia de aplicação para redução de pragas!

 

Aplicação do defensivo agrícola em doses recomendadas

Não há dúvidas que a tecnologia de aplicação de defensivos na produção agrícola reduz o número de pragas, aumentando a produção de uma forma eficiente.

No entanto, um dos problemas causadores da resistências de pragas e doenças nas culturas é o uso de doses exageradas de defensivos já que, ao longo do tempo, ele perde a eficácia a medida que as pragas se tornam mais fortes e imunes.

Para evitar perdas econômicas com o desperdício de produto e melhorar a produção, o indicado é que produtores e profissionais que lidam com a cultura sigam as recomendações de uso do defensivo, evitando o excesso.

Além dos cuidados com a dosagem, é muito importante verificar se os equipamentos de aplicação estão na regulagem correta, permitindo que apenas a dose necessária entre em contato com a superfície da folha.

 

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Rotação do princípio ativo do defensivo

Outro ponto relacionado a tecnologia de aplicação de agroquímicos é o seu uso prolongado de um mesmo princípio ativo. Isso porque, ao longo dos anos, ao escolher apenas um tipo de produto para fazer o controle de determinada praga se inicia o processo de se seleção natural, fazendo com que só os indivíduos mais fortes sobrevivam e reproduzam, criando uma população cada vez mais forte.

Com isso, quando se opta pela alternância ou rotação de princípios ativos do defensivo agrícola, esse processo de seleção se torna mais lento pois passa a ser necessária a adaptação dessas pragas a outro composto pouco utilizado.

 

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Aplicação de defensivos para o manejo integrado de pragas

Uma das formas mais eficazes de reduzir a incidência de pragas resistentes é o Manejo Integrado de Pragas, ou MIP. Essa tecnologia consiste em fazer com que a própria planta exerça uma resistência natural aos agentes patógenos, protegendo organismos benéficos à produção.

No MIP, primeiro deve ser feita a diagnose, ou seja, identificar corretamente a praga, identificar o que favorece a sua proliferação e os pontos críticos de controle.

Em seguida é preciso definir qual método é mais eficaz no controle e por fim, colocá-lo em prática.

 

Mancha de Calonectria

(Foto: Clonar)

 

No sistema de MIP o ideal é conciliar diversos métodos como feromônios, biopesticidas, erradicação dos hospedeiros e adubação equilibrada.

Entretanto, é relevante destacar que a escolha da ação deve levar em conta critérios técnicos, econômicos, sociais e ambientais.

Em geral, a variação das tecnologias e cuidados na aplicação para evitar o aumento da incidência de pragas varia de acordo com a necessidade de cada cultura, extensão do terreno, tipo de praga e condições climáticas.

 

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Condições climáticas e a aplicação de defensivos agrícolas!

Condições climáticas e a aplicação de defensivos agrícolas!

A aplicação de defensivos agrícolas  deve ser feita de maneira correta, para que a produção agrícola seja eficiente, rentável e sustentável, evitando desperdício, gerando economia de recursos naturais e financeiros e reduzindo o seu impacto ambiental. Isso porque o controle de variáveis que ameaçam uma lavoura, como pragas, plantas daninhas e doenças demanda uma grande quantidade de insumos e isso representa um peso significativo no orçamento da produção, chegando a representar cerca de 30% do custo total.

 

Condições climáticas e a aplicação de defensivos agrícolas!

Entretanto, quando tratamos de aplicação de defensivos agrícolas na produção, devemos levar em conta uma série de fatores que impactam diretamente no resultado como o tipo de planta, qual espécie deve ser controlada, a demanda por produto, forma de aplicação e as condições climáticas durante e depois da aplicação. Procedimentos executados sem considerar tais aspectos influenciam no aumento dos custos totais da produção e dificultam o controle das doenças e pragas.

Pensando nisso, em especial, vamos abordar a influência das condições climáticas na aplicação de defensivos agrícolas, destacando, quais variáveis devem ser observadas para se ter melhores resultados e evitar desperdício.

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COMO AS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS INFLUENCIAM NA APLICAÇÃO DE DEFENSIVOS?

Como as condições climáticas influenciam na aplicação de defensivos

Para que o uso de agroquímicos na lavoura atenda aos resultados esperados, é necessário que a cultura se encontre em determinadas condições já que a uniformidade de aplicação do produto sobre a superfície do alvo importa tanto quanto o volume que é dispensado sobre a área.

Por exemplo, o vento pode fazer com que uma quantidade maior ou menor de produto se fixe na superfície de uma folha, impactando diretamente o efeito pois, além de não realizar o controle do invasor da maneira correta, ainda se corre o risco de contaminar o ambiente devido à grande dispersão do produto na área.

Assim, é importante que o produtor faça um planejamento detalhado de suas ações em conjunto com o engenheiro agrônomo para determinar a época que apresenta as melhores condições climáticas e ambientais para a aplicação. O ideal é estar sempre atento às previsões meteorológicas e observar o comportamento da planta nas mais diferentes alterações do clima, levando em consideração as particularidades de cada estação.

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Isso é relevante pois, o entendimento da forma como os compostos atuam bem como suas características físico-químicas devem ser observadas conforme o tipo de ambiente em que serão utilizados uma vez que o seu grau de controle biológico está diretamente ligado à sensibilidade, metabolismo do alvo, forma de absorção e translocação. A regra vale para inseticidas, fungicidas, herbicidas e reguladores de crescimento.

QUAIS FATORES CLIMÁTICOS IMPACTAM NO DESEMPENHO DO CONTROLE DE VARIÁVEIS?

Quais fatores climáticos impactam no desempenho do controle de variáveis?

Como vimos, é indispensável que o produtor e a equipe técnica que o auxilia, conheça as condições climáticas para planejar as estratégias de controle de agentes indesejados na produção. Saiba como a temperatura, a umidade do ar, os ventos e a quantidade de chuvas influenciam na absorção pelas folhas da planta.

Temperatura

A temperatura é um dos fatores mais relevantes na hora de realizar a aplicação. Isso porque, tanto quando os termômetros apresentam marcas elevadas quanto nos dias mais frios, o efeito do produto utilizado pode sofrer alterações e, consequentemente, perda de eficácia.
O motivo para que isso aconteça é que, caso a temperatura esteja muito alta, pode ocorrer o processo de evaporação muito rápida, fazendo com que a gota permaneça no ar durante mais tempo ou mesmo sendo levada pelo vento, dificultando que alcance o alvo. Por outro lado, em temperaturas abaixo de 15 graus, a planta pode apresentar uma taxa baixa de metabolismo, dificultando a absorção do defensivo.
Por essa razão, a temperatura recomendada para a aplicação deve são as mais amenas, não devendo ultrapassar os 30°.

Umidade do ar

A umidade relativa do ar pode ser definida como a quantidade de vapor de água presente na atmosfera. Essa é uma variável importante na hora de realizar o controle de pragas pois é uma das principais responsáveis pela evaporação de uma gota da pulverização.
Durante a aplicação, a gota irá perder umidade até alcançar o seu alvo. O problema é que, quando a umidade do ar estiver muito baixa, por exemplo, mais rápido será a evaporação, fazendo com que o produto nem chegue a superfície do alvo.
Para não correr esse risco, o produtor deve sempre consultar essa variável que deve estar contida no intervalo entre 55% e 95%.

Ventos

O vento também é um dos fatores determinantes na eficácia da aplicação de defensivos. Quando o vento está muito forte durante a pulverização, pode resultar em deriva, ou seja, as gotas não chegam ao local pretendido e há desperdício de produto e pode haver contaminação de outras áreas.
Em contrapartida, situações extremamente calmas, como quando o vento está até 2 km/h, corre-se o risco de ter um fenômeno chamado de inversão térmica, em que o ar quente se deposita próximo ao chão retida por uma camada de ar frio. Essa situação faz com que as gotas cheguem a ficar suspensas na atmosfera durante mais tempo, gerando desperdício.

Quantidade de chuvas

Por fim, a quantidade de chuvas também deve ser observada pois nessas condições, pode ocorrer uma lavagem da superfície das folhas, impedindo a ação do produto no combate ao problema.
Nesses casos, o recomendado é estar atento à previsão de chuvas para o período após a aplicação, pois a planta leva um tempo para a realizar a absorção adequada. Caso contrário, pode causar perdas e até a necessidade de repetição da pulverização.
Saber a influência das condições climáticas na aplicação de defensivos agrícolas é importante para determinar o melhor momento de realizar o controle dos agentes e evitar o desperdício de mão-de-obra e produtos, melhorando a sua produção.

Matéria escrita por Janaína Campos,
Jornalista e Mestra em Extensão Rural
pela UFV