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Fungos podem reduzir dependência de fertilizantes

Fungos podem reduzir dependência de fertilizantes

A introdução de fungos no trigo aumentou sua absorção de nutrientes essenciais e poderia levar a novas variedades de culturas ‘inteligentes para o clima’, de acordo com um novo estudo. Pesquisadores da Universidade de Leeds, no Reino Unido, mostraram uma associação entre trigo e fungos do solo que poderia ser usada para desenvolver novas culturas alimentares e sistemas agrícolas que dependem menos de fertilizantes, reduzindo sua contribuição para a crescente crise climática.

É a primeira vez que se mostra que os fungos, que formam associações com as raízes das plantas, fornecem quantidades significativas de fósforo e nitrogênio a uma colheita de cereais. Os fungos continuaram a fornecer nutrientes sob níveis mais altos de dióxido de carbono (CO2) previstos em 2100, o que tem implicações importantes para a segurança alimentar futura.

A pesquisadora principal, Katie Field, da Escola de Biologia da Universidade de Leeds e do Instituto Global de Alimentos e Meio Ambiente, disse que “os fungos podem ser uma nova ferramenta valiosa para ajudar a garantir a segurança alimentar futura contra as crises climáticas e ecológicas. Esses fungos não são uma bala de prata para melhorar a produtividade das culturas alimentares, mas têm o potencial de ajudar a reduzir nossa dependência atual de fertilizantes agrícolas”.

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A agricultura é um dos principais contribuintes para as emissões globais de carbono, em parte devido a importantes contribuições como fertilizantes. Enquanto a produção de carne contribui muito mais para o aquecimento global do que o cultivo, a redução do uso de fertilizantes pode ajudar a reduzir a contribuição geral da agricultura para as mudanças climáticas.

 

 

Fonte: Agrolink

Melhoramento Genético Florestal

Melhoramento Genético Florestal

O melhoramento genético florestal pode ser considerado como uma ciência relativamente nova, que teve seu maior desenvolvimento mundial a partir de 1950 e, no Brasil, a partir de 1967.

Naquela época, o setor florestal brasileiro vivia uma período de intensa atividade de reflorestamento, alimentada pelos incentivos fiscais do governo, visando a produção de matéria-prima florestal, principalmente para o abastecimento de carvão vegetal para as indústrias siderúrgicas e de madeira para as indústrias de celulose e papel.

De maneira bem simples o melhoramento de plantas consiste em modificar seu patrimônio genético, com a finalidade de obter variedades, ou híbridos, que apresentam maior rendimento, com produtos de alta qualidade e capazes de se a adaptar às condições de um determinado ambiente, além de exibirem resistência às principais pragas e doenças.

Ele tem como base os conhecimentos da área de genética, tratando-se talvez do que poderíamos chamar de genética aplicada, que é uma área do conhecimento que exige a integralização e uso de várias outras disciplinas e campos do conhecimento, como a botânica, taxonomia, genética, citologia, fitopatologia, entomologia, biologia molecular, fisiologia, estatística, entre outras.

Esta ciência apresenta peculiaridades e aspectos próprios, já que as espécies arbóreas são perenes, de ciclo muito longo e com diversidade de sistemas reprodutivos.

Características do Melhoramento Genético Florestal

Embora os objetivos do melhoramento genético de espécies florestais sejam específicos para cada finalidade industrial ou de uso direto da matéria-prima, existem alguns aspectos de interesse comum. Características como incremento volumétrico, forma de fuste, produção de sementes e tolerância às adversidades do meio são fundamentais para todos os setores como ponto de partida para seus objetivos específicos. A variabilidade existente nessas características básicas precisa ser explorada para tornar os empreendimentos florestais mais produtivos e abrangentes em todas as regiões.

O programa de Melhoramento Genético Florestal parte de uma população-base, a partir da qual a seleção será implantada em diferentes intensidades. Essa população selecionada servirá para a produção de sementes ou de mudas clonais, além de servir para a recombinação em novos cruzamentos.

Cruzamentos entre plantas perenes têm sido utilizados para a obtenção de características tecnológicas da madeira e da polpa, as quais apresentam herdabilidade de média a alta magnitude. No entanto, os limites de variabilidade verificados nas espécies tradicionalmente plantadas no Brasil, tornam-se um empecilho para a obtenção de indivíduos que possam dar saltos quantitativos e qualitativos no desempenho industrial.

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Propagação vegetativa e cultura de tecidos vegetais

Dentre os métodos mais usados para o Melhoramento Florestal, está a seleção de árvores elites e a sua propagação por meio de clonagem. Plantios clonais oferecem vantagens para a produtividade devido aos seus ganhos genéticos que podem ser aditivos por meio de seleção massal e propagação de indivíduos-elite.

São construídos os jardins clonais, ou minijardins clonais, ou ainda, por micropropagação. Antes do plantio, os clones são submetidos a testes clonais, que consistem em plantá-los em diferentes condições no intuito de confirmar a superioridade existente no material genético.

Os minijardins clonais que utilizam a técnica de miniestaquia apresentam grande contribuição para a produção florestal e, nessa área, o Brasil apresenta-se como destaque mundial. Os minijardins estão cada vez mais evoluídos, permitindo a redução de área para produção inicial, a redução no tamanho das estacas e o incremento na produção.

Já as técnicas de Cultura de Tecidos vêm sendo utilizadas de diferentes formas para o desenvolvimento de cultivares superiores de plantas. De maneira geral, elas são requeridas em determinada etapa dos programas de melhoramento, oferecendo novas alternativas e, muitas vezes, soluções únicas.

A micropropagação é a técnica mais utilizada da Cultura de Tecidos e, talvez, a de maior impacto. Possui ampla aplicação na multiplicação de plantas lenhosas como árvores-elite, possibilitando a obtenção de clones mais produtivos.

A técnica de embriogênese somática também é amplamente empregada, especialmente para o desenvolvimento de propágulos de coníferas, possibilitando a propagação massal de famílias-elite de árvores. Ela oferece potencial para a produção e para o armazenamento de germoplasma de clones, além da propagação de um número ilimitado de plantas.

 

Fonte: Mata Nativa

Informações objetivas sobre o conflito entre Árvore e Rede Elétrica

Informações objetivas sobre o conflito entre Árvore e Rede Elétrica

Foi-nos solicitado discorrer sobre experiências que têm dado certo nos trabalhos sobre arborização urbana, mormente nas questões que envolvem o conflito com as redes elétricas.

Temos desenvolvido vários trabalhos sobre esse assunto em diversas cidades, principalmente por intermédio do Centro Mineiro para Conservação da Natureza, o qual assessoramos na área de arborização e paisagismo. Assim, podemos citar trabalhos em Cataguases, João Monlevade, Ponte Nova, dentre muitas outras cidades.

Para ilustração nesse evento, entretanto, escolhemos o trabalho desenvolvido em Belo Horizonte que teve como objetivo específico o estudo econômico de podas e substituições de redes, por ter sido mais completo e mais científico. Assim, queremos deixar claro que os dados apresentados são relativos ao trabalho do Engenheiro Florestal Ednilson dos Santos em sua tese de doutoramento junto ao Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa, sob orientação da Professora Rita de Cássia Gonçalves Borges e aconselhamento dos professores Márcio Lopes da Silva e Wantuelfer Gonçalves. O referido trabalho teve o apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG e da CAPES.

O engenheiro Ednilson dos Santos ocupa atualmente a função de chefia da Administração Regional Centro-Sul (a ARCS é penas uma pequena parte de Belo Horizonte). Sua experiência, já há algum tempo em arborização urbana, permite-lhe inferências importantíssimas para solução de conflitos entre rede elétrica e arborização urbana. Assim, maiores detalhes podem ser conseguidos em contatos diretos com o autor na Prefeitura de Belo Horizonte.

INFORMAÇÕES

Grande parte do esforço despendido pelos profissionais de arborização urbana hoje em dia, em cidades onde a arborização já existe, está voltada para correções de erros antigos. Esses erros podem ter sido propositais em alguns casos, mas na maioria não o foi, já que nos primeiros plantios de árvores urbanas o homem não tinha, ainda, o conhecimento suficiente para evitar esses erros. Dentre eles, o que mais se sobressai é o conflito entre os serviços aéreos (redes elétricas, iluminação, placas de sinalização etc) e as árvores. Para correção desses erros ou mesmo para o estabelecimento de um plano de manejo e intervenções como um todo, a primeira necessidade do arboricultor é conhecer o seu patrimônio arbóreo. Esse conhecimento é feito com a busca de informações que permitirão a tomada de decisões. Essas informações podem ser buscadas de duas maneiras: por meio de um levantamento ou inventário total; por meio de um inventário parcial por amostragem.

Se medimos todas as árvores, sem exceção, estaremos diante de um levantamento ou inventário total. Quando todos os dados de todas as árvores são armazenados de forma a podermos recuperá-los a qualquer momento estaremos fazendo um cadastramento.

Se medimos apenas parte da população por meio de amostras significativas e inferimos os resultados para toda a população, estamos realizando um inventário parcial.

Seja qual for o processo utilizado, as conclusões a que chegamos sobre como se encontra o patrimônio arbóreo em termos qualitativos e quantitativos podem ser denominadas de diagnóstico da arborização urbana. Esse diagnóstico pode ter objetivos generalizados, mas pode também ser realizado com um objetivo bastante específico (1).

CUSTO DAS INFORMAÇÕES

Informações para diagnosticar as condições de uma arborização urbana têm custos operacionais consideráveis. Assim, o profissional responsável pelo levantamento deverá ser bastante objetivo, coletando apenas informações que possam contribuir no seu diagnóstico. Esse custo poderá ser controlado na escolha das variáveis a serem levantadas, no grau de detalhamento dessas variáveis e na forma de anotação desses dados. Assim, a planilha a ser preenchida deverá requerer o mínimo de escrita possível; as árvores deverão ter medidos apenas os parâmetros essenciais e da maneira mais objetiva possível; a equipe deverá ter treinamento para agilidade na coleta dessas informações (2).

Santos (3), realizando inventário na cidade de Belo Horizonte estabeleceu três métodos de levantamento com objetivo de avaliar seus custos operacionais: inventário por classes; diagnóstico superficial; inventário completo. No inventário por classes a equipe de trabalho foi composta de um anotador e dois medidores e as medidas horizontais, embora tenham sido determinadas com trena, tiveram, juntamente com estimação de medidas verticais, os valores distribuídos em classes.

No diagnóstico superficial, apenas um avaliador estimou a olho nu, sem qualquer instrumento de medição, todos os parâmetros e fez a anotação por classes, como no inventário por classes.

No inventário completo, com equipe igual à do inventário por classes, utilizou-se de trena e régua retrátil, sendo os dados anotados com seus valores exatos.

Como era de se esperar, os tempos gastos foram bastante variáveis, no campo e no escritório (Tabelas 1 e 2).

Fonte: Santos(2000a) op.cit.

 

Fonte: Santos(2000a) op.cit.

Acompanhando os dados relativos ao tempo gasto e levando-se em consideração a formação das  equipes e  dos equipamentos utilizados, os custos, logicamente, foram diferentes (Tabela 3).

Fonte: Santos(2000a) op.cit.

O trabalho apresenta, ainda, uma avaliação expedita no grau de precisão das medidas e, é claro, há diferenças consideráveis em favor dos métodos mais completos. Entretanto, a finalidade dessas medições deverá determinar o grau de precisão requerido e o custo associado que, juntos, determinarão a otimização de todo o processo.

OBJETIVOS DAS INFORMAÇÕES

Os motivos que levam os técnicos a inventariarem ou diagnosticarem a arborização urbana são vários e vão desde o simples conhecimento do parâmetro arbóreo municipal até a formulação de políticas municipais de meio ambiente e qualidade de vida. Entretanto, de permeio entre esses dois extremos existe a necessidade real de manejo desse patrimônio em função, principalmente, de ser ele um patrimônio vivo e, como tal, dinâmico.

Assim, os levantamentos periódicos das condições arbóreas é que determinam as intervenções de fertilização, de poda e de supressão, dentre outras.

Apenas para ilustrar o uso do inventário da arborização para um fim específico, recorremos novamente ao trabalho de Santos (4) que diagnosticou a situação da arborização da Região Administrativa Centro-Sul de Belo Horizonte com a finalidade de comparar, em termos econômicos, a substituição de redes e a poda, intervenção convencionalmente realizada para administrar os conflitos entre a rede e a árvore.

O trabalho de Santos começou por determinar os tipos de rede existentes, ou não, na regional, uma vez que nem todo tipo de rede conflita com a árvore e nem toda árvore conflita com o tipo de rede. Assim, considerando as redes de baixa e média tensão e as diferentes especificações em que elas se encontram (nua, protegida e isolada), estabeleceu-se 16 possibilidades conforme a tabela 4 (5).

Fonte: Santos(2000b) op.cit.

Associados aos diferentes tipos de redes temos os diferentes tipos de árvores para os quais pode haver, ou não, a necessidade de poda. Assim, árvores de pequeno porte sob rede, mesmo que nua, não necessitam poda e, árvores grandes, quando sob redes isoladas ou protegidas não requerem podas ou, se as requerem, estas são em menor intensidade. Diferentes situações então podem ser determinadas e graus variáveis de poda podem ser requeridos. Assim, a tabela 5 ilustra a tipologia de poda adotada pela ARCS para pagamento de serviços de terceiros, relacionando as diferentes intensidades de poda com o porte das árvores.

Fonte: Santos(2000b) op.cit.

O inventário realizado apontou a existência de 55.041 árvores na ARCS, sendo 87% desse total plantadas ao longo de passeios, 8,39% em canteiros separadores de pistas e 4,61% em praças.

Deixando de lado as informações botânicas e de qualidade, cientificamente determinadas no trabalho, ressaltamos que a avaliação de necessidade de podas mostrou que os serviços mais requisitados foram a poda de levantamento de copa (32,9%), de conformação (19,7%), de limpeza (18,4%) e para liberação da iluminação pública (13,2%). Observando-se o relacionamento das árvores com a rede elétrica, chegou-se à conclusão de que apenas 25,42%, ou cerca de 14 mil, estão sob algum tipo de rede nua e têm potencial para atingirem alturas capazes de gerar conflito com a rede.

De maneira resumida, a tabela 6 mostra os parâmetros e custos relacionados à poda da arborização urbana, praticados pela ARCS, considerados os valores de mercado para o período de julho a outubro de 1999. Ressalta-se, entretanto, que a ARCS, em sua última licitação chegou a pagar R$ 46,33 por poda.

Fonte: Santos(2000b) op.cit.

Se, no entanto, o conflito pode ser resolvido intervindo-se na árvore, o mesmo pode ser feito atuando-se na rede. Os custos estimados apresentados a seguir (Tabela 7) foram levantados junto à Companhia Energética de Minas Gerais – CEMIG, para  eliminar o uso de qualquer tipo de rede nua (6).

* 1Km = 29 postes. ** Considera a troca de um transformador. Fonte: Santos(2000b) op.cit.

Considerando-se então que apenas 14 mil das 55.041 árvores inventariadas interferem na rede de distribuição, o total de rede a ser substituída para que a necessidade de poda chegue a um nível próximo de zero é de 85,73 Km de média tensão, 2194 Km de baixa tensão e 32,45 Km de média/baixa tensão. Os custos estimados para essa substituição ficaram em torno de R$ 4.712.000,00, considerados os valores unitários, ou de R$ 3.770.000,00 se toda a substituição fosse executada de uma só vez. Isso equivale à execução da poda de todas as 14 mil árvores por um período de 7,3 anos, se executadas pela ARCS uma vez ao ano, ou de 8,4 anos, se considerado o valor pago pela CEMIG para a execução de duas podas por ano.

Do ponto de vista financeiro, a substituição gradativa da rede conforme a necessidade de manutenção é a melhor alternativa. Do ponto de vista ambiental, entretanto, esse processo deve ser acelerado.

 

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CONCLUSÕES

O conhecimento do patrimônio arbóreo de uma cidade seja por meio de um levantamento, de um inventário parcial ou de um diagnóstico simples é de suma importância para a tomada de decisões técnicas e políticas que influenciarão em intervenções ambientais e na qualidade de vida das pessoas. Esse trabalho tem de ser desenvolvido por equipes competentes que possam aperfeiçoar o processo tanto em termos de custo como em termos técnicos. A determinação dos parâmetros, da metodologia e da equipe pode influenciar nos resultados e esses poderão apontar as soluções para os problemas específicos. Assim, a escolha entre um levantamento, um inventário ou um diagnóstico poderá determinar a qualidade e o custo finais do processo.

REFERÊNCIAS

(1) Para maiores informações sobre tipos de inventário e diagnóstico de arborização pode-se consultar a monografia de Chaves (1996).
(2) Para informações sobre formação de equipes consultar o trabalho de Takahashi (1994).
(3) Trabalho defendido como exigência de qualificação para doutoramento.
(4) Trabalho desenvolvido como tese de doutoramento no Departamento de Engenharia Florestal da Univesidade Federal de Viçosa.
(5) Para maiores detalhes sobre os diferentes tipos de rede recomendamos o trabalho da CEMIG (s/d).
(6) Para maiores detalhes pode ser consultado o trabalho da CEMIG (s/d) op.cit.

 

BIBLIOGRAFIA

1 – CHAVES, P. C. Inventário de arborização urbana. Viçosa: DEF/UFV. 1996. 39p. (Monografia de graduação).

2 – TAKAHASHI, L. Y. Arborização urbana: inventário. In.: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARBORIZAÇÃO  URBANA, 2. 1994. São Luis. Anais… São Luis: SBAU. 1994. 193-198.

3 – SANTOS, E. dos Avaliação comparativa entre três métodos de inventário qualitativo da arborização urbana viária. Viçosa: UFV, 2000a (Exame de qualificação para doutoramento).

4 – SANTOS, E. dos Avaliação quali-quantitativa da arborização e comparação econômica entre a poda e a substituição da rede de distribuição de energia elétrica da Região Administrativa Centro-Sul de Belo Horizonte – MG. Viçosa: UFV, 2000b. (Tese de doutoramento).

5 – CEMIG Poda de árvores e arborização urbana: diretrizes para a adequação ambiental. Belo Horizonte: CEMIG, s/d. (não publicado).

Este trabalho foi apresentado em agosto de 2000 a pedido da Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Estado de São Paulo e da CETESB no seminário “OS Aspectos Relativos a Sistemas de Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica”, e foi publicado em Urbana Paisagem: palestras e conferências: 2000-2002, em Edição do Autor em 2003.

Uma visão geral sobre o Inventário Florestal

Conhecido como uma das áreas de atuação do Engenheiro Florestal, o inventário florestal é uma das principais ferramentas para a quantificação dos recursos presentes em uma floresta. Por meio deste procedimento é possível se realizar a caracterização da área e assim extrair informações quantitativas e qualitativas, fornecendo subsídios para a tomadas de decisão em níveis estratégicos e operacionais, assim como medidas de restauração e conservação.

Além disso, o inventário serve como base para estudos de crescimento e produção, bem como para o conhecimento da estrutura horizontal e vertical da floresta. Assim, a prática do inventário florestal é empregada visando a conservação, controle e administração dos recursos e comercialização dos produtos madeireiros e não madeireiros.

A classificação do inventário florestal é decorrente do objetivo a ser alcançando que pode ser de cunho estratégico ou tático; abrangência, referente à áreas restritas, regional ou nacional; abordagem da população no tempo, sendo temporário ou contínuo; quanto ao detalhamento que pode ser exploratório, de reconhecimento ou detalhados; e por fim, quanto a obtenção dos dados que pode ser por enumeração completa ou amostragem.

 

Papel do Engenheiro Florestal

Cabe ao Engenheiro Florestal, profissional comumente atuante na realização do inventário florestal, o papel de exercer a tarefa de quantificação dos recursos florestais. Além disso, este profissional é capacitado para, de uma forma geral, realizar a gestão das florestas. Assim, suas principais atuações são a capacidade de identificação de espécies e proceder a avaliação do potencial produtivo de uma comunidade vegetal.

Atualmente o crescente aumento populacional e despreocupação com os recursos naturais tem ocasionado em supressão dos ambientes florestais, principalmente pelo emprego de atividades antrópicas, como a agropecuária, abertura de áreas, derrubada de madeira, entre outras.

Estratégias que considerem o bem-estar do homem e dos ecossistemas são necessárias, assim, ao engenheiro florestal é atribuída a tarefa de se realizar vistorias, avaliações e laudos que possam subsidiar ações preventivas para a conservação. Além das atribuições supracitadas, cabe a este engenheiro, realizar operações como a recuperação de áreas degradadas, arborização urbana e paisagismo.

Ademais, o engenheiro florestal é apto para a elaboração de planos de manejo que visam a exploração dos recursos naturais de forma sustentável, isto é, criando alternativas para que se possa produzir e conservar ao mesmo tempo.

Em outras palavras, propiciar a produção e comercialização dos produtos florestais, atentando para a fauna e flora local.  Nesse sentido, a formação de um engenheiro florestal está concentrada em quatro grandes áreas: ecologia florestal, manejo florestal, tecnologia da madeira e silvicultura.

 

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Dificuldades de um trabalho de campo

A otimização das atividades florestais tem se tornado foco de estudos, buscando uma maior produtividade e um menor custo nas operações. Assim, para isso é necessário que se tenha agilidade, conhecimento e estratégias para que se possa contornar as adversidades ocorrentes no campo. Todavia, cabe ressaltar que toda e qualquer atividade está propicia a eventualidades, como mudança nas condições climáticas e possíveis danos aos equipamentos essenciais.

Para elencar as principais dificuldades em campo, temos:

  • Demarcação de parcelas;
  • Localização da área;
  • Deslocamento entre as áreas;
  • Presença de animais peçonhentos;
  • Utilização de equipamentos adequados;
  • Formação da equipe qualificada;
  • Entre outras.

Tipos de inventários florestais

Nas formações nativas, o inventário permite acompanhar a dinâmica da comunidade e assim inferir quanto ao seu desenvolvimento baseado nas principais taxas, como mortalidade e recrutamento.

Para as florestas plantadas, o inventário permite melhor elaborar as estratégias de exploração, sendo uma ferramenta base para um planejamento conciso e preciso.

Dentro da abordagem florestal, o inventário está atrelado com todas as demais áreas de concentração, como a ecologia, manejo, silvicultura, sensoriamento, planejamento, colheita e outros. A depender do objetivo, os procedimentos normalmente empreendidos nos levantamentos são a amostragem e enumeração completa, mais conhecida como censo.

Nesse sentido, ao se optar pelo uso da amostragem, esta deve ser empregada de forma a captar a variabilidade existente na área de interesse. No contexto de amostragem, faz-se importante conceituar parcela.

Conhecida também como unidade amostral, é definida como uma fração da área de interesse na qual se mensura todos os indivíduos de acordo um critério de inclusão pré-estabelecido, permitindo assim posteriormente realizar a extrapolação para a área total.

Nesta abordagem, cabe destacar os tipos de amostragem mais difundidos para a realização do inventário florestal:

  • Amostragem casual simples: Procedimento no qual não há uma ressalva quanto à casualização. Em outras palavras, neste tipo de amostragem, todas as parcelas possuem a mesma probabilidade de serem selecionadas, tal que, esta se dá de forma aleatória. Assim, esta metodologia é indicada para florestas homogêneas.
  • Amostragem sistemática: O principal fator dessa metodologia está associado com a escolha aleatória da primeira parcela, em que esta servirá de base para o lançamento das demais conforme um critério pré-estabelecido. Seguindo tal critério, essa técnica permite uma melhor representatividade da área.
  • Amostragem casual estratificada: Técnica direcionada para áreas em que há uma maior variabilidade, tendo como principal foco as florestas nativas. Realiza-se uma subdivisão da população buscando deixa-la o mais homogênea possível.

 

 

Os desafios relacionados aos cálculos

A manipulação correta dos dados é de suma importância para o êxito do processamento. Assim, é recomendável a avaliação de forma minuciosa dos dados oriundos do campo, procurando evitar, por exemplo, que se tenha espécies duplicadas e valores discrepantes.

A determinação quantitativa dos recursos é dependente de um planejamento que envolve desde a pré-operacionalização até o processamento dos dados. É necessário que se atente para uma boa execução das atividades, evitando os possíveis viés de amostragem.

O processamento dos dados é conforme o tipo de amostragem adotado, contudo, para que se possa obter bons resultados na análise empreendida, cabe a quem irá executar o levantamento, seguir um padrão de atividades:

  • Obtenção de um mapa da área a ser explorada, possibilitando a extrapolação dos dados;
  • Conhecimento da área de forma geral para determinação das estratégias a serem utilizadas;
  • Conhecimento da variabilidade da floresta;
  • Cálculo da intensidade amostral, isto é, quantas parcelas devem ser amostradas para que se tenha uma confiabilidade quanto aos dados amostrados;
  • Seleção das unidades amostrais e locação destas no campo;
  • Demarcação e medição das parcelas de forma mais precisa possível.

Um fator preponderante a ser cautelosamente avaliado está associado ao erro, este que pode ser amostral e não amostral. O erro amostral está atrelado ao tipo de amostragem empreendida, sendo possível quantificar a magnitude e predizer quanto a precisão do inventário.

Já o erro não amostral está relacionado com a medição da floresta em que não há possibilidade de se inferir quanto a magnitude e influência na precisão do inventário florestal.

Neste contexto, o inventário é uma técnica preventiva ao fornecer base para o planejamento e tomadas de decisão. Ademais, a busca atual é intrinsecamente relacionada com alternativas que propiciem um melhor uso, exploração sustentável e que associados a estes fatores seja financeiramente viável.

Para mais, o inventário florestal se torna imprescindível para a gestão de áreas prioritárias, atuando na conservação e preservação dos ambientes.

 

Fonte: Mata Nativa

Desmatamento é um dos principais causadores de surtos de doenças, diz estudo

Desmatamento é um dos principais causadores de surtos de doenças, diz estudo

Sem as áreas naturais, insetos se proliferam com mais facilidade e migram para as regiões urbanas. A conclusão é do Relatório de Biodiversidade da ONU.

As mudanças de uso da terra, geradas principalmente pelo desmatamento, monocultura, pecuária em grande escala e mineração, estão entre as principais causas de surtos de doenças infecciosas em humanos e pelo surgimento de novas doenças no continente americano. Essa é uma das conclusões apontadas no Relatório de Biodiversidade da ONU, que analisou mais de 15 mil pesquisas científicas e informações governamentais durante três anos.

“Os bens e serviços fornecidos pela natureza são os fundamentos definitivos da vida e da saúde das pessoas. A qualidade do ambiente em que vivemos desempenha papel essencial na nossa saúde. Em ambiente natural, com florestas intactas, mamíferos, répteis, aves e insetos se autorregulam. O desmatamento, somado à expansão desordenada das áreas urbanas, faz com que os animais migrem para as cidades. No caso dos mosquitos, que são vetores de muitas doenças, a crise climática e o aumento da temperatura também trouxeram condições favoráveis à reprodução desses indivíduos. Nas cidades, eles passam a se alimentar também do sangue das pessoas, favorecendo a transmissão de enfermidades”, explica a gerente de Conservação da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, Leide Takahashi.

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Nessa linha, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Convenção da Diversidade Biológica (CDB) reconheceram que a biodiversidade e a saúde humana estão fortemente interligadas e, durante a COP-13, em 2016, recomendaram uma série de ações. Segundo a OMS, ao menos 50% da população mundial corre o risco de contaminação por doenças transmitidas por mosquitos, chamadas de arboviroses. No Brasil, o Ministério da Saúde estima que o número de arboviroses tenha dobrado nas últimas três décadas. Algumas delas, como malária, dengue, febre amarela e zika, já causaram surtos em áreas urbanas.

Doutora em Ciências Florestais, Leide destaca ainda que a conservação do patrimônio natural é importante para o controle de outras doenças, especialmente as mentais. O contato com a natureza é capaz de diminuir a ansiedade e o estresse, contribuindo com o bem-estar da população. “A natureza nos fornece água, ar puro, alimentos e outros recursos essenciais para o nosso dia a dia. Precisamos encontrar um ponto de equilíbrio para que as pessoas aproveitem esses recursos de forma responsável, sem prejudicar a fauna e a flora e sem colocar as próximas gerações em risco”, afirma Leide, que também é membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza.

Fonte: CicloVivo