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Mundo está ‘fora do caminho’ das metas de sustentabilidade

Mundo está ‘fora do caminho’ das metas de sustentabilidade

O mundo está “fora do caminho” no cumprimento das metas de fome, segurança alimentar e nutrição que fazem parte do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Foi isso que disse a Organização para Alimentação e Agricultura (FAO) em um relatório divulgado em 18 de julho.

“Estar fora do rumo quando se trata de alcançar os pilares centrais dos ODS coloca inquestionavelmente em risco a conquista de toda a Agenda 2030, e faz com que nosso objetivo global seja garantir um futuro sustentável econômica, social e ambientalmente para nosso planeta e para as gerações presentes e futuras”, afirmou Maria Helena Semedo, vice-diretora geral de Clima e Recursos Naturais da FAO.

Leia também: A Importância do Manejo de Pragas e Doenças na Produção Agrícola

No primeiro relatório do gênero, a FAO analisou as principais tendências e dados globais de até 234 países e territórios sobre 18 indicadores de quatro ODS. As principais conclusões incluíram um aumento da fome, os ganhos para os pequenos produtores de alimentos são metade dos maiores produtores de alimentos, a alta volatilidade nos preços dos alimentos em muitos países em desenvolvimento, metade das raças locais de gado estão em perigo de extinção, a água está sob estresse e mais floresta está sendo perdida nos trópicos.

Mais de 820 milhões de pessoas ainda estão com fome hoje. O número de pessoas com fome no mundo tem aumentado por três anos seguidos, e está de volta aos níveis vistos em 2010-11. Em paralelo, a porcentagem de pessoas com fome fora da população total aumentou ligeiramente, para 10,8% em 2018, de 10,6% em 2015.

Os pequenos produtores de alimentos, que representam a maioria de todos os agricultores em muitos países em desenvolvimento, enfrentam desafios desproporcionais no acesso a insumos e serviços e, como resultado, suas rendas e produtividade são sistematicamente menores em comparação com os maiores produtores de alimentos.

Fonte: AGROLINK

Três aplicativos essenciais para Previsão do Tempo

Três aplicativos essenciais para Previsão do Tempo

Sabemos que a atividade agrícola é essencialmente dependente das condições climáticas e, por isso, para produtores e profissionais da área, ter acesso à previsão do tempo é algo primordial. No entanto, durante muito tempo, ter acesso aos dados climáticos no momento oportuno nem sempre era possível. As informações referentes à meteorologia ficavam restritas à divulgação pelos grandes meios de comunicação e nem sempre eram referentes às áreas de interesse do produtor.

Felizmente, a tecnologia avançou muito e, hoje, essa realidade já é diferente. Com maior uso da internet e formas alternativas de comunicação, ter acesso a informações referentes ao clima e à previsão do tempo se tornou muito fácil. Assim, o responsável pela produção pode optar por ter um sistema de monitoramento próprio, baseado nas características de sua propriedade. Ou, então, utilizar programas de computador, ou aplicativos de celular, opção essa que é mais acessível. Inegavelmente, não é de hoje que os aplicativos de celular transformam a rotina das pessoas.

E, no campo, algumas alternativas desenvolvidas especialmente para monitorar o clima são essenciais para o manejo e a tomada de decisões acertadas. Pensando nessa relevância, separamos neste artigo, alguns aplicativos para monitorar o clima que todo profissional que trabalha no campo precisa conhecer. Vamos lá?

  1. INMET Tempo e Clima 

O INMet – Instituto Nacional de Meteorologia do Brasil é uma das referências quando o assunto é monitoramento do clima e previsão de eventos meteorológicos em todas as cidades, nas cinco regiões do Brasil. Gratuito, disponível para os sistemas operacionais Android e iOS, com este aplicativo você tem acesso a todas as informações essenciais sobre o tempo e o clima. Além disso, também fornece a previsão do tempo para os próximos cinco dias e informações sobre precipitação, temperatura e umidade. Também é possível visualizar as imagens dos satélites meteorológicos, que são atualizadas a cada 15 minutos. Dessa forma, todos os dados contidos nos alertas emitidos pelo instituto são replicados no aplicativo, o que faz da ferramenta confiável e essencial para a tomada de decisão no campo.

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  1. Climatempo 

O Climatempo é uma empresa brasileira que oferece serviços meteorológicos há mais de 30 anos. Atualmente, gratuito, em língua portuguesa e disponível para celulares Android e iOS, é um dos aplicativos para monitorar o clima mais baixados pelos brasileiros. Esse aplicativo é uma ótima ferramenta para o campo uma vez que, com ele você pode acompanhar de forma simples e intuitiva, condições atuais do tempo, inclusive na própria tela inicial do celular. Além de oferecer a previsão do tempo por hora, permite fazer a previsão para os próximos 14 dias, em cada período do dia, trazendo informações sobre a quantidade estimada de chuvas e a umidade relativa do ar. Vale lembrar que saber esses dados com antecedência pode ser decisivo para realizar algum procedimento na cultura ou mesmo realizar a colheita com segurança. Para isso, o Climatempo utiliza imagens de satélite localizados em todo Brasil e registram núcleos de tempestades com análises de meteorologias, garantindo a confiabilidade.

  1. AccuWeather

O aplicativo AccuWeather é disponibilizado pela empresa de mesmo nome que, de origem estadunidense, presta serviços de previsão do tempo em todo o mundo. É também gratuito, possui a versão em língua portuguesa e possui exibição da primeira tela do celular de informações como condição e temperatura atual e também a sensação térmica. Nesse aplicativo também é possível encontrar um resumo dos próximos dias com indicação se o tempo será chuvoso ou agradável e informações como umidade, índice UV, velocidade e direção do vento, nebulosidade, ponto do orvalho, pressão e visibilidade. Você pode adicionar a sua cidade como favorita e fazer o monitoramento por hora ou verificar a previsão do tempo para os próximos 15 dias. Outra vantagem desse aplicativo é que, de posse de dados importantes sobre algum evento climático, como uma tempestade, você pode compartilhar com os colegas, alertando sobre os perigos.

Viu só como existem aplicativos para fazer previsão do tempo que são imprescindíveis para o agronegócio? Afinal, ao acompanhar os eventos meteorológicos, você consegue se antecipar, planejar as ações de manejo e obter ainda mais lucro!

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Por que usar a meteorologia no Agronegócio? Saiba agora mesmo!

Por que usar a meteorologia no Agronegócio? Saiba agora mesmo!

No cenário atual, várias são as práticas que contribuem com o sucesso da atividade agrícola. No entanto, para obter o sucesso na produção, minimizando os riscos, é preciso aplicar e dominar algumas tecnologias em sua gestão.

Dentre esses recursos, o uso da meteorologia no agronegócio está se fazendo cada vez mais presente na rotina de fazendeiros, engenheiros agrônomos e agrícolas. Afinal, a agricultura é uma atividade que está diretamente ligada às condições climáticas e, qualquer imprevisto pode colocar em risco o lucro da propriedade.

Neste artigo vamos conhecer a importância de utilizar o recurso no agronegócio, demonstrando que as informações obtidas pelos sistemas meteorológicos são essenciais para a tomada de decisão e pelo bom desempenho da produção.

Se interessa pelo assunto? Então continue a leitura!

Como funciona o monitoramento meteorológico?

Já é sabido que o desenvolvimento de culturas e lavouras depende diretamente de boas condições de solo e do clima de uma determinada região. Por essa razão, tentar ter bons resultados desconsiderando fatores como a quantidade de chuva, umidade e composição do solo e a taxa de incidência solar pode ser considerada uma atitude equivocada. Isso pois, tais fatores interferem diretamente no processo produtivo.

Desse modo, é essencial que o produtor ou profissional responsável, independentemente do tamanho da propriedade, tenha acesso ao maior número de informações possíveis sobre o ambiente e o clima na região na qual esteja localizada.

Assim, o monitoramento meteorológico fornece os dados com rapidez, melhorando o desempenho da atividade agrícola.

Para isso, é preciso que o responsável pela tomada de decisões sobre manejo tenha acesso aos dados referentes ao clima atualizado. Isso pode ser feito a partir do acompanhamento pela internet ou aplicativos (vou falar sobre alguns deles na próxima semana!). No entanto, caso deseje informações personalizadas, existem empresas que fornecem dados exclusivos para uma determinada propriedade, de acordo com as suas características em tempo real.

Qual é a importância da meteorologia para o agronegócio?

Vamos fazer um exercício: imagine perder tudo que está sendo cultivado em uma safra devido à falta de informações referentes a previsão do tempo e a mudanças no comportamento climático inimagináveis para um período. Quando não há a aplicação da meteorologia no agronegócio, falta planejamento e os riscos são altos. Nesses casos, o prejuízo financeiro pode ser uma preocupação a mais para o produtor.

Por esses e outros motivos, é sempre melhor saber qual o comportamento climático nos próximos dias. Dessa maneira, o responsável pelas ações pode adotar medidas preventivas contra pragas variadas ou em relação à colheita em períodos em que os níveis de precipitação serão muito altos, por exemplo.

Do mesmo modo, se a previsão é de pouca chuva para o próximo ano, é possível planejar um sistema de irrigação adequado ao plantio e às necessidades hídricas de uma cultura ou mesmo alterar a forma como são aplicados os defensivos na plantação.

Portanto, não é possível pensar em trabalho no campo sem pensar em meteorologia, tanto para grandes quanto para pequenos produtores.

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Principais benefícios da previsão do tempo na agricultura

A seguir, conheça quais são, de fato, os benefícios dos acessos aos dados fornecidos pela meteorologia para o agronegócio.

Redução de custos

O orçamento de um empreendimento rural é fundamental para uma boa gestão, afinal, conseguir pagar as contas, obtendo lucro com a produção, são os principais objetivos de todos os produtores. O monitoramento do comportamento do clima atua, então, fornecendo dados importantes para que o produtor possa tomar as melhores decisões em relação ao manejo, evitando o desperdício financeiro. Assim, o dinheiro será todo investido em ações que trarão resultados mais acertados para a produção.

Planejamento da produção

Mais do que entender os eventos climáticos de uma dada estação, a meteorologia auxilia na previsão do comportamento de compras do consumidor. Dados sazonais podem indicar que tipo de produto as pessoas de uma determinada região estão mais dispostas a comprar e por isso, é possível direcionar os investimentos para a produção de itens que terão boa saída e bom preço em uma época do ano.

Melhora do posicionamento de mercado

Em um ambiente competitivo, graças a utilização de máquinas modernas e de tecnologia no agronegócio, a atividade deixou de ser obsoleta, passando a ser uma tendência na economia nacional. Portanto, mais do que aplicar tecnologia, profissionais que desejam sair na frente e se destacar no mercado, entender a previsão de eventos futuros auxilia a enxergar as melhores possibilidade de crescimento na propriedade.

Otimização do cultivo

Com acesso a dados cada vez mais precisos em relação ao tempo é possível otimizar a produção, extraindo o máximo nas condições ideais. Com isso, os próprios trabalhadores ganham mais confiança em suas funções pois sabem que estão agindo da maneira adequada.

Aumento da produtividade

Profissionais e produtores que têm acesso às informações climáticas referentes a sua região e no cenário nacional produz mais e melhor. Com isso, consegue otimizar o uso de recursos e mão de obra, obtendo mais lucros, além de fechar os melhores contratos.

Como vimos, não há dúvidas da importância da utilização da meteorologia no agronegócio. Afinal, as condições climáticas são responsáveis por grande parte das perdas na produção em fazendas. Como você não tem controle sobre elas, é essencial que você as preveja. Quem não se prepara para superar esses obstáculos perde espaço para concorrentes e não alcança os resultados que deseja. Por isso, você deve utilizar essa solução quanto antes em sua rotina de trabalho.

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Agricultores familiares são essenciais para subsistência global, diz ONU

Agricultores familiares são essenciais para subsistência global, diz ONU

Em um mundo onde um terço da comida produzida é perdido ou desperdiçado e um terço da terra é usado para a produção pecuária, os agricultores familiares são atores socioeconômicos vitais para apoiar melhores meios de subsistência, criação de empregos, coesão comunitária e desenvolvimento rural.

A declaração foi feita pela presidente da Assembleia Geral da ONU, Maria Fernanda Espinosa, durante evento em Roma com mais de 300 participantes, reunidos em um diálogo internacional organizado por Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) para discutir desafios e oportunidades para a agricultura familiar.

“Os agricultores familiares, que estão na linha de frente dos esforços globais para combater a desnutrição e outras formas de má nutrição e promover uma alimentação saudável, precisam de um apoio mais forte frente ao crescimento da fome e da obesidade em todo o mundo”, disse Maria Fernanda.

Ela observou que os agricultores familiares dão uma contribuição essencial para a salvaguarda da agrobiodiversidade e do conhecimento tradicional, em um contexto em que quase 1 milhão de espécies de plantas e animais estão sob risco de extinção.

Segundo Maria Fernanda, há um enorme desafio à frente, tanto em termos de desigualdade social quanto ao tema da qualidade de alimentos em todo o mundo, uma vez que ocorre um aumento simultâneo das taxas de fome e de obesidade.

“De pastores a povos indígenas, moradores da floresta a agricultores familiares, todos dão uma contribuição crucial para a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”, disse ela.

Década das Nações Unidas sobre Agricultura Familiar

A reunião em Roma aconteceu antes do lançamento da Década das Nações Unidas para Agricultura Familiar (UNDFF, 2019-2028) e de um Plano de Ação Global para aumentar o apoio aos agricultores familiares.

Tanto a FAO como o FIDA lideram atividades para a implementação da Década da Agricultura Familiar, declarada pelas Nações Unidas no final de 2017, que visa criar um ambiente propício para fortalecer a posição da agricultura familiar e maximizar as contribuições dos agricultores familiares para a segurança alimentar e nutrição do mundo.

“A Década da Agricultura Familiar das Nações Unidas é uma oportunidade para aumentar a conscientização pública sobre o papel que os agricultores familiares — muitos dos quais são mulheres e jovens — desempenham em nossa sociedade e em nossas economias”, lembrou ela. “É uma oportunidade para capturar e compartilhar seus conhecimentos e promover maior cooperação entre agricultores familiares de diferentes comunidades e países.”

A Década é também uma oportunidade para que os governos adotem políticas de apoio à agricultura familiar sustentável e diversificada e avancem em direção a um novo paradigma para sistemas alimentares e desenvolvimento rural, onde o foco não seja “apenas a produção, mas as questões socioeconômicas e a sustentabilidade ambiental em conjunto”.

Os agricultores familiares produzem 80% dos alimentos do mundo e são importantes impulsionadores do desenvolvimento sustentável.

A presidente da Assembleia Geral da ONU disse que a Década é também uma oportunidade para fortalecer as organizações de agricultura familiar e proteger e promover seus direitos. “A Declaração sobre os direitos dos camponeses e outras pessoas que trabalham nas áreas rurais adotada pela Assembleia Geral da ONU em dezembro passado representa um importante passo à frente. Devemos usar esta Década para progredir na sua implementação.”

Durante o mesmo evento, o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, ressaltou que desde a adoção da estratégia da FAO para parcerias com organizações da sociedade civil, em 2013, a agência abriu suas portas para que os agricultores familiares tragam sua experiência, conhecimento e capacidade técnica.

“Uma das primeiras iniciativas foi a implementação do Ano Internacional da Agricultura Familiar, que foi muito importante para aumentar a conscientização global sobre a importância deles, mas também para que eles sejam reconhecidos como agricultores familiares”, disse ele, observando que a agricultura familiar é tema central da FAO.

 

Fonte: CicloVivo

Puxado pela agropecuária, consumo de água deve crescer 24% em 11 anos

Puxado pela agropecuária, consumo de água deve crescer 24% em 11 anos

O consumo consuntivo de recursos hídricos (que inclui o consumo de água para irrigação, uso na indústria e o abastecimento humano) no Brasil deve aumentar 24% até 2030, e a maior contribuição proporcional é da agropecuária. A projeção consta do Manual de Usos Consuntivos da Água no Brasil, divulgado esta semana pela Agência Nacional de Águas (ANA), e tem como base o período evolutivo de utilização da água desde 1931, passando pelo atual momento, até 2030.

uso-de-água-2030 (Foto: Globo Rural)

Projeção de demandas de uso da água no Brasil, por setor (%) e total sem considerar a evaporação dos reservatórios  (Reprodução ANA)

Segundo o documento, em 2017, último ano em que os dados foram coletados, a agricultura irrigada e o abastecimento animal representaram 60% do consumo dos recursos hídricos nacionais disponíveis.

Isso significa que em 2017 foram utilizados 2 milhões e 83 mil litros de água por segundo no Brasil. Somente a agricultura irrigada utilizou mais de 1 milhão de litros por segundo naquele ano, ou seja, 52% do total retirado. Já o abastecimento animal foi 8% do total e diz respeito à água usada nas estruturas de bebedouros, lagos, ribeirões, açudes, criação e ambiência. Para 2030, a projeção é que o consumo total no país ultrapasse 2,5 milhões de litros por segundo.

boi-vaca-bovino-pecuaria-pecuária-confinamento-bezerro (Foto: Fernando Martinho)

O rebanho bovino, no que tange o abastecimento animal, é o que utiliza mais água: 88% daquilo que é retirado anualmente. (Foto: Fernando Martinho)

Em 1931, foi registrado o uso de apenas 131 mil litros de água por segundo no país. O aumento progressivo da utilização dos recursos hídricos nos últimos 88 anos demonstra que o potencial de expansão desses índices é elevado. Somado a isso, está o fato de a Agência projetar a incorporação de em média três milhões de hectares produtivos adicionais até 2030.

Para o diretor da Agência Nacional de Águas, Marcelo Cruz, os dados levantados são fundamentais para nortear não só ações de gestão, planejamento e investimentos necessários para evitar a escassez dos recursos hídricos, mas também para assegurar os ganhos do setor produtivo. “Esse estudo é para antecipar, do ponto vista da gestão dos recursos hídricos, a compatibilização dos usos consuntivos, propiciar equilíbrio entre a oferta e a demanda nas bacias hidrográficas e, é claro, gerar a garantia hídrica para o desenvolvimento econômico do país”, completa.

Cruz ainda destaca a importância do monitoramento constante das áreas irrigadas. A ANA, em parceria com a Conab e a Embrapa, mantém atualizado o Atlas Irrigação, levantamento que, além de elencar as áreas irrigadas brasileiras, também aborda o potencial de expansão  no uso da água.

Foco no consumo

A cana-de-açúcar é a cultura de maior área irrigada do Brasil.O arroz cultivado sob inundação apresenta a segunda maior área irrigada e responde pelo maior consumo de água.

cana-de-açucar-etanol-plantio-acucar (Foto: Petra Bensted/CCommons)

São Paulo representa 37% do uso consuntivo da água para o cultivo na cana, seguido de Goiás, demais unidades da federação, Minas Gerais e Alagoas. (Foto: Petra Bensted/CCommons)

O estado de São Paulo representa 37% do uso consuntivo da água para o cultivo na cana, seguido de Goiás (19%), demais unidades da federação (19%), Minas Gerais (17%) e Alagoas (8%). Já o Rio Grande do Sul tem a maior utilização devido ao tradicional cultivo de arroz sob inundação: 78% do total retirado. Em seguida aparece Santa Catarina, com 10% de uso, sendo que os demais estados representam 7% e, por fim, o Tocantins com 5%.

O rebanho bovino, no que tange o abastecimento animal, é o que utiliza mais água: 88% daquilo que é retirado anualmente. Os suínos exigem 5% do total, enquanto aves, equinos, bubalinos, caprinos e ovinos usam 2% cada.

Segundo o levantamento da ANA, entre 2017 e 2030, com a perspectiva de expansão dos rebanhos, o uso da água em direção à Amazônia Legal também deve aumentar. Por outro lado, a tendência é que diminua em municípios do Centro-Sul. As cidades que registraram maior uso para abastecimento animal em 2017, foram: São Félix do Xingu (PA), Corumbá (MS) e Cáceres (MT).

Medidas de hoje

O aumento de 24% no uso consuntivo da água previsto até 2030, segundo o superintendente de Planejamento da ANA, Sérgio Ayrimoraes, enseja atenção e medidas imediatas. Na prática, explica, é preciso focar esforços para equilibrar o uso por meio de gestão, investimentos em infraestrutura e aprimoramento de instrumentos regulatórios – tais como as outorgas de direito de uso de recursos hídricos e licenciamentos ambientais.

arroz-cereal-rs-arrozeiro (Foto: Marcelo Curia/Ed.Globo)

Rio Grande do Sul tem a maior utilização devido ao tradicional cultivo de arroz sob inundação: 78% do total retirado. (Foto: Marcelo Curia/Ed.Globo)

Segundo ele, a reservação de água se apresenta como uma medida estruturante que contribui para equacionar potencial problema de falta de água para as atividades agropecuárias. “Os grandes irrigantes usam tecnologia de ponta, mas o Brasil tem uma diversidade e quantidade significativa de pequenos e médios irrigantes e isso exige esforços para capacitar, orientar, a utilização de métodos e práticas mais eficientes na irrigação”, conclui.

Além da agricultura e pecuária, os principais usos consuntivos da água no Brasil são o abastecimento humano (urbano e rural), a indústria de transformação, a mineração, a termoeletricidade e a evaporação líquida de reservatórios artificiais.

Fonte: Globo Rural