O crescimento das mulheres no agronegócio aumentou em todo o país. Em 2006, elas representavam cerca de 12% dos produtores rurais. Já em 2017, chegaram a 18% do total. A informação vem do Censo Agropecuário 2017, realizado pelo (IBGE), que mostra a maior participação das mulheres no setor agro.
De acordo com o Censo, 650 mil propriedades são geridas exclusivamente por mulheres, enquanto 1,06 milhão tem sua administração dividida entre o casal. Números que mostram a mulher como protagonista ou parceira na gestão de 1,7 milhão de unidades de produção, ou seja, 34% dos cinco milhões de estabelecimentos rurais existentes no país. Com um aspecto bastante relevante, apontado pelo Censo: a maioria dessas mulheres tem idade entre 24 e 45 anos.
Agricultura 4.0
As mulheres no agronegócio são jovens e ascendentes. Na perspectiva do ciclo profissional o seu fortalecimento no campo ocorre em momento de transformação tecnológica, com a chegada da agricultura 4.0 .
Um novo cenário evolutivo do agro, que encontra cadeias produtivas de alta competitividade internacional, mas também uma realidade social em que pessoas analfabetas e que não terminaram o ensino fundamental ainda representam 66% da população envolvida na produção rural – este também um dado do Censo Agropecuário.
Sabe-se que a tecnologia muitas vezes altera padrões organizacionais e sociais, gerando novos desafios de gestão. O que não é bem novidade por aqui, pois historicamente o agro brasileiro já teve que se reinventar várias vezes por conta do impacto de tecnologias disruptivas.
Dos fundamentos da Revolução Verde, nos anos 1970, à edição genética que incorpora resistência a doenças, por exemplo, o setor já conviveu um bocado de vezes com a desconstrução criadora típica da ciência.
A mulher tem um senso de autocrítica e de inclusão muito grande. E por isso pode ter um papel de extrema contribuição nesse contexto de reinvenção das pessoas. Caminhando junto com a tecnologia 4.0 e sua potência de mudar o modo como fazemos as coisas, em profundidade, provocando impactos sociais concretos.
Hora de dar boas-vindas a essa ascensão das mulheres ao design e construção das relações com o capital humano rural. Isso tem a ver com futuro e vale pensar como se pode criar mecanismos, ferramentas e processos que estimulem a participação da mulher gestora do campo na formatação e harmonização desse agro em turbilhão tecnológico.
Fonte: Agromulher