A área plantada e a produção brasileira da cultura do algodão vêm crescendo expressivamente nos últimos anos.
O maior interesse pela cultura é devido ao número de subprodutos gerados pela cultura e o aumento do preço dos mesmos.
No entanto, a correta implantação da cultura é a chave para o sucesso dos produtores.
A seguir vamos apresentar dicas importantes de como obter uma produção satisfatória e de qualidade
Confira!
Importância da cultura do algodão no Brasil e no mundo
O algodão é uma das culturas mais versáteis e da qual se obtém vários produtos, como óleo, alimento animal e fibra têxtil.
O algodão está entre as culturas mais importantes de fibra no mundo. Em média, 35 milhões de hectares de algodão são plantadas anualmente em todo o planeta.
Essa cultura atualmente tem sido plantada por mais de 60 países nos cinco continentes.
O Brasil nos últimos anos tem se mantido entre os cinco principais produtores de algodão do mundo. Ficando ao lado de países como China, Índia Estados Unidos e Paquistão.
Além disso, o Brasil também se encontra entre os maiores exportadores mundiais de algodão, sendo os principais compradores a Indonésia, Coreia do Sul e Vietnã.
Segundo dados divulgados pela Associação dos Produtores de Algodão (Abrapa), nas últimas safras a região Centro-Oeste. Principalmente o estado do Mato Grosso tem se destacado na produção nacional.
No entanto para manter esta alta evolução do setor é necessário aprofundar o conhecimento a respeito da cultura do algodão.
O ciclo da cultura do algodão
O ciclo do algodão varia de 130 a 220 dias, dependendo da cultivar. O desenvolvimento fenológico do algodoeiro ocorre em duas fases principais: vegetativa e reprodutiva, que podem acontecer simultaneamente.
A fase vegetativa começa na emergência da plântula e segue até a emissão do quinto ou sexto nó, onde geralmente surge o primeiro botão floral.
A fase reprodutiva inicia-se com o primeiro botão floral visível, que evolui para flores e, posteriormente, para frutos. Na fase de maturação, os frutos verdes, chamados maçãs, amadurecem e passam a ser denominados capulhos.
O ciclo da cultura se encerra com a abertura do primeiro capulho e a aplicação de desfolhantes e/ou maturadores para a colheita. A fase reprodutiva exige atenção especial, pois define a qualidade da fibra e, consequentemente, o preço final do produto.
Estágios fenológicos do algodoeiro (Adaptado Agroeste)
Planejamento da lavoura da cultura do algodão
O sucesso da lavoura depende, antes de tudo, do estabelecimento adequado da cultura. Por esse motivo, antes de implantá-la, o agricultor deve planejar corretamente cada etapa. Além disso, a escolha de um local preferencialmente plano facilita a mecanização da lavoura, tornando o processo mais eficiente.
Da mesma forma, como o algodão é sensível à competição, seu plantio deve ocorrer em áreas livres de plantas daninhas. Além disso, solos compactados, mal drenados e ácidos não são adequados para o cultivo. Por isso, recomenda-se a análise e o preparo do solo antes da semeadura, garantindo condições ideais para o desenvolvimento da cultura.
Ademais, a análise do solo auxilia na recomendação da adubação, que pode ser realizada em diferentes momentos para atender melhor às necessidades das plantas.
Do mesmo modo, a escolha da variedade e da época de plantio são fatores essenciais. Portanto, devem-se selecionar variedades adaptadas ao local, resistentes a pragas e doenças e com alto potencial produtivo.
Por fim, a época de plantio deve considerar as condições climáticas da região. Assim, evita-se que o período de chuvas coincida com a colheita, o que poderia comprometer a qualidade da fibra e, consequentemente, reduzir a rentabilidade da lavoura.
Principais pragas, doenças e plantas daninhas que podem diminuir a produtividade da lavoura
As pragas e doenças comprometem a produtividade das lavouras de algodão. Os percevejos, lagartas desfolhadoras, mosca branca, ácaros e outros insetos estão entre as principais pragas que atacam a cultura.
No entanto, a praga mais prejudicial é o bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis), um besouro de coloração castanha que danifica os botões florais e as maçãs do algodoeiro. As doenças do algodoeiro resultam da ação de bactérias, fungos, vírus e nematoides.
A mancha de ramularia, causada pelo fungo Ramularia areola, é a doença mais nociva à cultura, podendo reduzir a produtividade em até 35%.
Além das pragas e doenças outro fator que pode diminuir a produtividade da lavoura é o não controle de plantas daninhas.
A invasão de plantas daninhas como capim-colchão (Digitaria horizontalis), capim-pé-de-galinha (Eleusine indica), trapoeraba (Commelina benghalensis), caruru (Amaranthus spp.) e outras, além de competir com a cultura ainda podem ser reservatórios de pragas e doenças.
Por tanto, é fundamental um planejamento assertivo para o controle das pragas, doenças e plantas daninhas. Recomendado que o produtor utilize de mais de um método de controle. Visando garantir a boa produtividade.
Bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis) Colheita e pós-colheita do algodão
Colheita do algodão
A colheita do algodão é uma etapa crítica da cultura, pois requer cuidado com a fibra. Além de ser uma operação que pode acarretar perdas elevadas.
As colheitas podem sem feitas de duas maneiras, manual e mecanizada. Sendo esta última a mais comum nos últimos anos.
A colheita mecanizada é vantajosa pois é realizada com maior rapidez. Os custos operacionais são reduzidos e há melhoria na qualidade do produto colhido.
No entanto alguns fatores como regulagem, velocidade e tipo das máquinas podem acarretar perdas durante a colheita do algodão. Quer entender um pouco mais sobre essa área, veja nosso conteúdo sobre colheita de algodão.
Conclusão
A cultura do algodão é de grande importância no Brasil e no mundo. Sua alta produção e versatilidade, são fatores que tem contribuído para o aumento da área plantada desta cultura.
No entanto, planejar e manejar a cultura adequadamente são fundamentais para obter rendimentos elevados.
Escrito por Pollyane Hermenegildo.