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Sorgo forrageiro: saiba tudo sobre esse assunto!

Sorgo forrageiro: saiba tudo sobre esse assunto!

Você sabia que o sorgo é um dos cereais mais produzidos em todo o mundo, estando atrás apenas do trigo, arroz, milho, soja e cevada? Já no Brasil, a plantação de sorgo tem ganhando ainda mais destaque, principalmente no período da safrinha. Hoje vamos dar ênfase no sorgo forrageiro que tem uma grande importância. Quer ficar por dentro?

Venha comigo!

 

Sorgo forrageiro: saiba tudo sobre esse assunto!

 

O sorgo é o quinto cereal mais produzido do mundo atrás apenas do trigo, arroz, milho e cevada. No Brasil, o sorgo vem ganhando espaço nos últimos anos, principalmente como alternativa de plantio de safrinha ou segunda safra.

A plantação de sorgo funciona como base da alimentação em muitas partes do mundo. Na América do Sul, nos Estados Unidos e na Austrália, por exemplo, este cereal é utilizado basicamente para a fabricação de rações na alimentação animal.

Já em regiões da América Central, na Ásia e na África, seus grãos são usados também para a alimentação humana para produção de farinha e de amido industrial, utilizados principalmente na fabricação de pães e biscoitos.

Neste artigo vamos abordar sobre o tipo de sorgo “Forrageiro”, onde irá ajudar o leitor dominar mais sobre o assunto.

 

 

Plantação de sorgo no brasil

O Brasil é o 9º maior produtor de sorgo do mundo, com a plantação de sorgo ganhando bastante espaço na safrinha. Na safra 2020/21, por exemplo, estima uma produção de 2,5 milhões de toneladas, 4% superior em relação à safra passada.

Mesmo com área menor, a plantação de sorgo no período adquire uma produtividade maior, passando de 2.991 kg/ha para 3.111 kg/ha.

No país, o maior produtor é o estado de Goiás, com 1,2 milhão de toneladas. Outros 12 estados também plantam sorgo com certa representatividade.

Seu cultivo ocorre normalmente após a colheita da soja, sendo o início da janela de plantio a partir do final de fevereiro e março, com colheita sendo realizada em junho ou julho. O sorgo possui atrativos importantes que contribuem para seu cultivo no período da safrinha.

Em relação às doenças, o sorgo apresenta menor incidência de micotoxinas nos grãos e baixo fator de reprodução de nematoides.

Além disso, por apresentar mecanismos fisiológicos interessantes, a plantação de sorgo exige pouca umidade, com suas plantas resistindo a maiores períodos de seca.

 

Quanto a sua característica e classificação

A cultura de sorgo tem sido utilizada para a silagem principalmente por sua facilidade de cultivo, altos rendimentos, tolerância à seca e capacidade de explorar grande volume de solo.

O sorgo é uma planta de porte alto, acima de 2,70 metros de altura, o que confere a essas cultivares um alto potencial de produção de massa verde.

A produção pode variar de 50 a 70 t/ha no primeiro corte, colhendo-se de 30% a 70% desse volume no segundo corte, dependendo da temperatura, da disponibilidade de água, da fertilidade do solo e da adubação.

Quanto a sua classificação agronomicamente a cultura de sorgo é classificada em 5 grupos: Granífero; Sacarino; Forrageiro; Vassoura; Biomassa. Hoje vamos dar ênfase no sorgo forrageiro.

 

Checklist agrícola

 

Afinal, o que é sorgo forrageiro?

Cerca de 80% da alimentação dos ruminantes possuem como fonte volumosos, sem dúvida devido justamente à sazonalidade da produção de pastos.

Uma opção de volumoso, que vem sendo muito usada pelos pecuaristas, é o sorgo forrageiro em forma de pastejo, forragem para corte e silagem.

Comparado ao granífero, o forrageiro apresenta algumas diferenças, como o tamanho. Ele possui porte alto, acima dos 2 metros de altura, com muitas folhas, cachos abertos, poucas sementes e alta produção de forragem.

Uma opção de volumoso, que vem sendo muito usada pelos pecuaristas, é o sorgo forrageiro em forma de pastejo, forragem para corte e silagem.

Comparado ao granífero, o forrageiro apresenta algumas diferenças, como o tamanho. Ele possui porte alto, acima dos 2 metros de altura, com muitas folhas, cachos abertos, poucas sementes e alta produção de forragem.

O Sorgo forrageiro possui dois subtipos: sacarino e vassoura. O primeiro deles é o utilizado na alimentação animal. Ele possui um colmo (caule) mais doce e suculento. Costuma ser muito bem aceito pelo rebanho por conta do sabor.

Já o outro apresenta panículas (tipo de inflorescência) em formato de uma vassoura, que é uma das suas finalidades, ou seja, ser usado para varrer quintais.

 

Quais as vantagens?

Mesmo precisando de alguns cuidados quanto ao seu consumo desse alimentação pelo rebanho, que veremos mais a frente, o sorgo forrageiro apresenta muitas vantagens.

Tanto que é considerado competitivo com outros tipos de complementos alimentares que são usados no processo de silagem.

Uma vez que é considerado uma fonte de proteína, é muito indicado ao bovinos e ovinos, tendo algumas limitações quanto aos suínos e aves por conta dos valores nutricionais. Acaba sendo interessante por conta do custo-benefício.

Por ser mais barato, o seu cultivo acaba sendo mais vantajoso quando comparado ao milho, por exemplo. Ele costuma ser mais resistente a seca, ao ataque de pragas e doenças.

Pode ser plantado em solos com baixa fertilidade ou com bastante umidade (não podendo ficar alagado durante todo ou maior parte do ciclo).

 

Quanto ao cultivo

Para plantá-lo, você deve preparar o local. Assim, este deve ser arado e que não seja compacto. De preferência, deve ser um solo que não teve uma cultura plantada antes. Nesse sentido, antes de arar, recomenda-se colocar um pouco de calcário no solo e, após arar, colocar a outra metade.

O próximo passo consiste na semeadura. Portanto, deposite as sementes em uma profundidade de 3 cm. Mas atenção, quanto mais argiloso o solo for, menos profundidade as covas devem ter.

Um outro ponto importante é que, para o cultivo do sorgo forrageiro, o adubo deve ser colocado a uma distância de, pelo menos, 3 cm das sementes, tanto nos lados quanto abaixo ou acima delas.

Por fim, preste muita atenção na adubação, pois ela deve sempre ser ministrada para que o solo nunca fique esgotado de nutrientes.

Uma boa matéria orgânica sempre é bem-vinda! A irrigação, por sua vez, deve ser sempre em função da umidade do solo, mas ela resistente bem a tempo secos, chuvas fortes e ventos.

 

Quantos dias para colher o sorgo forrageiro?

Para a colheita do sorgo forrageiro, com a finalidade de se produzir ensilagem, deve-se considerar o estádio de maturação dos grãos no momento do corte.

O estádio de grãos pastosos é o ponto ideal para colheita do sorgo para ensilagem. O período para colheita dura de 7 a 12 dias. A determinação do ponto de colheita é feita de forma visual, por meio da observação dos grãos na parte média da panícula

Deve-se pressionar os grãos e constatar se os mesmos estão no estádio pastoso. Neste ponto, os grãos da base da panícula estarão na fase leitosa. Isso coincide com uma matéria seca de 30 a 35%.

Desta forma, a cultura do sorgo apresenta-se como uma opção interessante para a produção de forragem de qualidade na época seca do ano.

Seu plantio é menos arriscado, quando comparado com outras culturas de grãos e pode ser destinado a produção de silagem, pastejo direto ou servido no cocho.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

O sorgo é, portanto, uma planta mais tolerante, tem potencial para a produção de alimentos para as criações, especialmente em um cenário de instabilidade climática.

No cultivo do sorgo utiliza-se diferentes práticas e técnicas agrícolas que viabilizam o melhor desenvolvimento da cultura, garantindo o aumento da produtividade nas lavouras.

Seu plantio é menos arriscado, quando comparado com outras culturas de grãos e pode ser destinado a produção de silagem, pastejo direto ou servido no cocho.

Espero que esse artigo tenha colaborado. Se você gostou desse conteúdo e te ajudou e esclareceu suas dúvidas. Comente e compartilhe em suas redes sociais!

 

Míldio: como Manejá-lo em sua Cultura?

míldio é uma doença causada por fungos da família das peronosporáceas (subdivisão mastigomicotina) que ataca os órgãos das plantas, formando uma camada pulverulenta semelhante à farinha. As hifas do míldio costumam desenvolver-se entre as células das folhas, flores e frutos, onde formam um micélio mais ou menos denso.

Este fungo propaga-se rapidamente com o tempo úmido, causando grandes prejuízos. No princípio do Outono inicia-se a reprodução sexuada; formam-se os órgãos sexuais (oogónios e anterídios), esféricos e com apêndices sinuosos.

Veja as principais características e sintomas dessa doença, além de todas as formas de controle para evitar prejuízos em sua lavoura.

 

Míldio

(Fonte: winechefe, 2018)

 

CONDIÇÕES FAVORÁVEIS AO ATAQUE DE MÍLDIO

 

Com a umidade relativa do ar de 95%, bem como chuvas abundantes são consideradas condições favoráveis ao desenvolvimento do patógeno.

Para a germinação de esporângios faz-se necessário que principalmente o mês de agosto apresente temperatura acima de 11 °C coincidindo com dias de chuva ou umidade relativa alta.

O patógeno sobrevive em tecidos vivos durante o ciclo vegetativo da planta e, no inverno por meio de oósporos presentes no interior de tecidos de folhas senescidas sobre o solo e micélios dormentes em gemas, até que sejam disseminados pelo vento ou água. Sob condições favoráveis de ambiente, completa seu ciclo em apenas quatro dias.

 

Pós-graduação em Manejo Integrado de Pragas e doenças

 

SINTOMAS DA DOENÇA

 

Os sintomas de míldio ocorrem principalmente nas folhas, iniciam-se por um encharmento do mesófilo, denominado por “mancha de óleo”, uma mancha pálida, pequena, de bordos indefinidos. Em condições de alta umidade, na face inferior da folha, sob a mancha de óleo, observa-se uma eflorescência branca, densa, de aspecto cotonoso, constituída pelas frutificações do fungo.

Com o passar do tempo, a área infectada necrosa, e as folhas severamente infectadas caem. Esta desfolha reduz o acúmulo de açúcar nos frutos e enfraquece a planta, comprometendo a produção do ano seguinte.

 

 Sintomas do Míldio.

Sintomas do Míldio.

(Fonte: Agroop, 2019)

 

Nas inflorescências infectadas ocorre escurecimento da raquis, podendo ainda haver esporulação do patógeno, seguido pelo secamento e queda dos botões florais.

Em bagas mais desenvolvidas a infecção ocorre através do pedicelo e o patógeno se desenvolve dentro do fruto, tornando escuras, duras, com superfícies deprimidas, provocando a queda das mesmas.

 

webinar plantas daninhas

 

MÍLDIO NA CULTURA DE SORGO

 

O míldio do sorgo é uma doença com ampla faixa de adaptação climática, sendo encontrada em todas as regiões de plantio de sorgo no Brasil.

Em cultivares suscetíveis, os danos à produtividade podem chegar a 80% sob condições favoráveis ao desenvolvimento da doença. Plantas com infecção sistêmica tornam-se estéreis e não produzem grãos.

 

Míldio na cultura do sorgo.

Míldio na cultura do sorgo.

(Fonte: Agronegócio em foco, 2019)

Sintomas

Os sintomas típicos de infecção sistêmica são a formação de estrias paralelas de tecidos verdes alternadas com áreas de tecidos cloróticos.

Em condições de temperatura amena e ambiente úmido, a face abaxial da área foliar clorótica é coberta por uma camada branca, que consiste de conídios (esporângios) e esporangioforos de P. sorghi.

Em estádios mais avançados, a área de tecidos cloróticos torna-se necrótica e é rasgada pela ação do vento, liberando os oósporos no solo através dos quais o patógeno sobrevive na ausência do hospedeiro.

 

Tecnologias que agregam qualidade à pulverização

 

Manejo

Algumas medidas de manejo que você pode utilizar para o manejo do míldio na cultura de sorgo são:

  • Variedades resistentes este é o método mais eficiente para a doença na cultura do sorgo;
  • Rotação de culturas com espécies não-hospedeiras – lembre-se de não utilizar milho na rotação, por ser hospedeiro do patógeno (vamos ver no próximo tópico);
  • Destruição dos restos culturais;
  • Época de semeadura – deve-se antecipar a semeadura em locais de alta incidência da doença;
  • Uso de sementes de boa qualidade.

 

MÍLDIO NA CULTURA DE MILHO

 

Míldio na cultura do milho.

Míldio na cultura do milho.

 

Há vários patógenos que causam míldio na cultura do milho. O mais comumente encontrado no Brasil é o Peronosclerospora sorghi, o mesmo que causa a doença no sorgo e em algumas outras gramíneas.

Esta doença no milho, no caso do Brasil, não causa prejuízos econômicos tão significativos, como ocorre em outros países.

 

Sintomas

A infecção sistêmica da planta causa clorose nas folhas, que ficam com estrias e faixas brancas. Além disso, as folhas das plantas infectadas com míldio apresentam as folhas mais eretas e estreitas, com o colmo mais fino e acamado. A doença também pode ocasionar problemas na formação dos grãos da espiga.

 

Melhoramento Genético de Plantas

 

Manejo

As principais medidas recomendadas para o manejo do míldio na cultura do milho são:

  • Utilização de cultivares resistentes;
  • Rotação com culturas não hospedeiras;
  • Enterro dos restos culturais para eliminação de oósporos;
  • Tratamento de sementes com fungicidas à base de metalaxyl.

 

MÍLDIO NA CULTURA DA SOJA

 

Na cultura da soja, o míldio pode ocorrer em qualquer região produtora do país, sendo causada pelo oomiceto Peronospora manshurica. Estima-se que os prejuízos decorrentes desta doença estão entre 8 e 14% quando ocorre em cultivares suscetíveis.

As condições que favorecem a ocorrência desta doença são elevados períodos de molhamento foliar (12 horas) e temperaturas entre 20 e 22 ºC durante qualquer estágio fenológico da cultura.

 

Míldio na cultura da soja.

Míldio na cultura da soja.

(Fonte: Clobal Crop Protection, 2018).

Sintomas

Os sintomas da doença são bem característicos, com manchas de coloração verde-claras até amareladas, localizadas na face adaxial das folhas.

Na parte inferior da folha, nessas lesões aparecem estruturas de aspecto cotonoso (aspecto de algodão) de coloração cinza, que são estruturas de frutificação do fungo. A doença pode se desenvolver na vagem, podendo ficar com redução do grão ou deteriorada.

 

Dano causado pela ferrugem da soja.

 

Manejo

Algumas medidas de manejo para o míldio na cultura do da soja podem ser feitas, como:

 

MÍLDIO DA VIDEIRA

 

No Brasil, o míldio é considerado a doença mais importante da videira, causada por Plasmopara vitícola é uma das principais doenças podendo infectar todas as partes verdes da planta, com danos maiores ocorrendo em flores e frutos.

 

Míldio da videira

Míldio da videira

(Fonte: Rural Pecuária, 2018).

 

Condições que favorecem o desenvolvimento da doença tendem a ser diferentes nas regiões produtoras brasileiras e o manejo demandará maior atenção em alguns locais.

 

Sintomas

Os sintomas iniciais da doença nas folhas são a formação de manchas mais ou menos circulares, com aspecto oleoso, levando à descoloração do tecido colonizado pelo patógeno e que após, com a evolução da doença, se torna pardo-avermelhado.

Já na face inferior da folha, ocorre a formação de esporulação de coloração branca. Os sintomas nas inflorescências são semelhantes aos observados nas folhas, resultando na formação de esporulação sobre as mesmas, além de escurecimento da ráquis, evoluindo para secamento e queda dos botões florais.

 

Manejo

Para se evitar grandes prejuízos, o controle do míldio deve ser feito preventivamente. Além do controle químico, cultivares resistentes podem ser utilizados.

Para que se tenha condição de umidade menos favorável ao desenvolvimento do fungo e um melhor arejamento do cultivo são recomendados podas bem constituídas e um bom espaçamento.

O controle preventivo deve começar no início da brotação com o uso de fungicida sistêmicos intercalado com produtos de contato à base de cobre. Dentre estes, a cauda bordalesa é um dos mais antigos, porém eficiente no controle do míldio. Usar produtos registrados para a cultura.

 

CONCLUSÃO

 

Neste artigo vimos os sintomas e manejo do Míldio em diferentes culturas e o quanto podem afetar sua produtividade.

Com isso é de extrema importância que o agricultor faça monitoramento pois quanto mais cedo identificar a doença melhor para realizar o diagnóstico correto e assim realizar medidas de manejo para o controle em sua lavoura.

É importante ressaltar que em caso de dúvidas o ideal é procurar um o profissional da área para realizar a identificação correta.

 

Pós-graduação em Manejo Integrado de Pragas e doenças

Sorgo: aprenda um pouco as características dessa cultura!

Sorgo: aprenda um pouco as características dessa cultura!

O sorgo é o quinto cereal mais produzido no mundo, depois do trigo, arroz, milho e cevada.

E nos últimos anos, a cultura tem tomado lugar de destaque no Brasil, principalmente no período da safrinha.

Sendo assim, para ampliar seu conhecimento acerca desse cereal, neste texto vamos focar em práticas para a implantação do sorgo, apresentando um pouco das características da cultura.

Confira!

 

Sorgo: aprenda um pouco as características dessa cultura!

 

O que é sorgo?

O sorgo (Sorghum bicolor L.) é um cereal originário da África, que foi domesticado entre 3 mil e 5 mil anos atrás.

A cultura é conhecida por sua utilização na alimentação animal, principalmente nos EUA, América do Sul e Austrália.

Ele também pode ser uma rica matéria-prima para alimento humano, como a farinha de sorgo. Principalmente por ser rico em fibras, ácidos fenólicos e taninos.

A cultura, nos últimos anos, tem apresentado uma expressiva expansão no Brasil, principalmente na sucessão às culturas de verão.

Atualmente o país é o 9º maior produtor mundial, sendo 65% para consumo interno e a maior parte destinada para alimentação animal.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de sorgo esperada nesta safra é de 2,174 milhões de toneladas, sendo os estados de Goiás e Minas Gerais os maiores produtores.

Agronomicamente, o cultivo pode ser classificado em quatro tipos, sorgo granífero, sorgo sacarino, sorgo vassoura e sorgo forrageiro.

 

 

Tipos de sorgo cultivados

 

Sorgo granífero

Esse tipo é constituído por plantas de porte baixo, de até 170cm, com uma panícula na sua extremidade superior, onde ficam os grãos, seu principal produto.

No entanto, após a colheita dos grãos o restante da planta pode ser usada como feno, pastejo ou incorporada ao solo.

 

Sorgo sacarino

São plantas de porte alto, fracas em produção de sementes e com caules muito rico em açúcares, sendo apropriado para silagem e/ou para produção de açúcar e álcool.

Toda cultivar de sorgo sacarino pode também ser utilizada como forrageira.

 

Sorgo forrageiro

O sorgo forrageiro é um tipo de porte alto, com plantas superiores a dois metros, elevada produção de forragem e adaptado principalmente ao Agreste e Sertão de Alagoas e regiões similares.

Este tipo é utilizado principalmente para pastejo, complemento alimentar para gado, fenação e cobertura morta.

 

Sorgo vassoura

Como o nome sugere, esse sorgo é usado na fabricação de vassouras, principalmente na região do Rio Grande do Sul.

A sua principal característica é a panícula em forma de vassoura, mas as outras partes da planta podem ser utilizadas na alimentação animal.

 

Características para a implantação do sorgo

 

Clima

O sorgo possui um sistema radicular profundo e ramificado, o que aumenta a eficiência na extração de água da solução de solo, tornando a cultura bastantes tolerante à seca.

A quantidade de água exigida durante o ciclo da cultura varia de 450 a 500 mm e ocorrendo déficit hídrico a taxa de crescimento da cultura diminui.

A cultura também é resistente a altas temperaturas, possibilitando que se desenvolva em condições consideradas desaforáveis para o cultivo de outros cereais

Na fase de florescimento, o cultivo necessita de temperaturas médias diárias superiores a 18ºC, sendo as melhores condições térmicas entre 26 e 30ºC.

Devido as estas características a cultura se adapta facilmente a locais áridos e com escassez de chuva.

 

Cultivares

A escolha da cultivar é essencial para alcançar elevadas produtividades. Portanto, o produtor deve ser bem criterioso antes de tomar esta decisão.

Em primeiro lugar, deve-se levar em consideração a finalidade à qual o plantio se destina, se à produção de grãos, à produção de silagem ou ao pastejo dos animais.

Além disso, devem-se considerar também se as cultivares são adaptadas à região onde será realizado o plantio.

 

Plantio

A época de plantio do sorgo depende se o cultivo será de verão ou de safrinha.

No cultivo de verão, a semeadura é realizada no início do período chuvoso. Já no cultivo de safrinha, o mesmo é realizado logo em seguida à colheita da safra normal.

Ele pode ser plantado através de plantio convencional, quando o solo é arado, gradeado e nivelado. Ou através do plantio direto na palhada, com o mínimo de revolvimento do solo.

A semeadura da cultura pode ser feita com o mesmo maquinário usado para soja, arroz, trigo, ou outros grãos.

 

Adubação e nutrição

A adubação de plantio deve ser realizada conforme os resultados da análise do solo, que deve ser realiza antes da implementação da cultura.

A maior exigência nutricional do sorgo é o nitrogênio e potássio, seguindo-se cálcio, magnésio e fósforo.

O fósforo e o nitrogênio são quase todos translocados para os grãos. Portanto, a incorporação dos restos culturais da plantação pode devolver ao solo parte dos nutrientes contidos na palhada, como potássio, cálcio e magnésio.

Contudo, mesmo com a manutenção da palhada na lavoura, faz-se necessária a reposição desses nutrientes em cultivos seguinte.

 

Principais doenças do sorgo

O sorgo está sujeito à incidência de várias doenças, das quais podem ser limitantes à produção da cultura.

Dentre as principais doenças que afetam a cultura no Brasil, estão:

  • Antracnose (Colletotrichum graminicola),
  • Míldio (Peronosclerospora sorghi),
  • Helmintosporiose (Exserohilum turcicum),
  • Ferrugem (Puccinia purpurea),
  • Doença açucarada do Sorgo ou ergot (Claviceps africana),
  • Podridão seca (Macrophomina phaseolina).

 

Nutrição Mineral de Plantas: Macronutrientes.

 

Nos últimos anos, a antracnose tem sido a principal doença da cultura no Brasil, gerando perdas na produção que podem ser superiores a 70%.

Já a helmintosporiose tem chegado a causar perdas superiores a 50% da produção, quando ocorre antes da emergência da panícula.

O míldio e a ferrugem do sorgo são doenças que podem ser encontradas em todas as regiões de plantio da cultura no Brasil.

Medidas como rotação de culturas, eliminação de plantas doentes, eliminação de hospedeiros alternativos/invasoras e resistência genética, podem diminuir significativamente a população do patógeno na área de cultivo.

 

Principais pragas do sorgo

O produtor deve estar sempre atento a ocorrência de pragas na cultura do sorgo, pois elas podem ocorrer do plantio até a colheita.

Dentre as pragas que requerem maior atenção do produtor estão:

  • cupins subterrâneos (Heterotermes, Syntermes e Proconitermes),
  • lagarta elasmo (Elasmopalpus lignosellus),
  • lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda),
  • broca-da-cana (Diatraea saccharalis),
  • pulgão-verde (Schizaphis graminum)
  • lagarta da panícula (Helicoverpa armigera)

Deste modo, é importante visitar com frequência a lavoura para identificar as espécies que estão causando danos e adotar medidas de controle

 

Plantas daninhas do sorgo

O crescimento lento do sorgo nos estádios iniciais torna-o susceptível às plantas daninhas e um dos principais problemas na cultura tem sido o seu controle.

O período crítico para o controle das plantas daninhas na cultura está entre 20 e 42 dias após emergência da plântula.

Se não controladas no momento correto, as plantas daninhas podem ocasionar perdas na produtividade de 30 a 75%.

Portanto, o manejo integrado de plantas daninhas deve ser empregado para permitir a obtenção de produção máxima.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

A cultura do sorgo vem ganhando importância em todo mundo nos últimos anos. Sua boa adaptação a ambientes secos, alta produção e sua versatilidade, são fatores que tem contribuído para o aumento da área plantada desta cultura.

No entanto, o planejamento e manejo adequado da cultura, são de grande importância para a obtenção de rendimentos elevados.

 

Pesquisadores identificam genes no sorgo que potencializam a tolerância ao alumínio

Pesquisadores identificam genes no sorgo que potencializam a tolerância ao alumínio

Foto: Eugênia Ribeiro

Pesquisa da Embrapa em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV) identificou dois novos genes que potencializam a tolerância da planta ao alumínio na cultura do sorgo. A descoberta brasileira foi contada em artigo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences of the USA (PNAS), da Academia de Ciências dos Estados Unidos da América, por meio do artigo “Variantes repetitivas na região promotora do gene SbMATE protegem as raízes de sorgo dos efeitos tóxicos do alumínio por meio de interações em cis e trans”. Os dois genes identificados potencializam o efeito de um terceiro, chamado SbMATE, que faz com que as plantas tolerem o alumínio tóxico em solos ácidos.

Esses dois genes isolados, chamados de fatores de transcrição, atuam como um sensor: na presença de alumínio, a expressão de ambos é aumentada, exatamente quando a tolerância ao elemento é necessária. Na ausência do elemento químico, a expressão dos dois é reduzida, diminuindo também a expressão do gene SbMATE.

“Acreditamos que isso seja resultado de um mecanismo evolutivo, para evitar a perda de energia, na forma de carbono orgânico, quando não há estresses de alumínio”, esclarece o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo(MG) Jurandir Vieira de Magalhães, que liderou a pesquisa em parceria com a professora Elizabeth Fontes, da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Esse resultado é especialmente importante porque os solos das regiões do Cerrado brasileiro são ácidos, com a presença de alumínio, que danifica o sistema radicular das plantas e reduz a produtividade da lavoura. Além do Brasil, esse problema também é muito comum em regiões tropicais, em grande parte da África e da Ásia.

Mais tolerância à seca

A tolerância das culturas ao alumínio tem relação estreita com a capacidade da planta de tolerar também a seca, pois, quando as raízes das culturas são danificadas pelo alumínio, elas não se aprofundam no solo. Um sistema radicular danificado reduz a capacidade de absorção de água e de nutrientes, o que ocasiona a perda de produtividade nas lavouras. Esse problema é particularmente comum nos períodos de veranico, que ocorrem com frequência na região do Cerrado brasileiro.

“Na Embrapa, inclusive, foi pela identificação de cultivares mais tolerantes à seca que, há mais de 20 anos, os primeiros materiais tolerantes ao alumínio foram identificados pelos pesquisadores Robert Schaffert, no melhoramento de sorgo, e Elton Gama e Ricardo Magnavacca, no melhoramento de milho.”, conta Magalhães.

Avanço no processo de melhoramento

A intensão da pesquisa também foi gerar uma tecnologia que permitisse fazer um diagnóstico molecular da tolerância ao alumínio até mesmo de um banco de germoplasma, com centenas ou até milhares de acessos, facilitando o trabalho do melhorista na identificação de fontes de tolerância.

Esse resultado pode ser utilizado para direcionar os cruzamentos nos programas de melhoramento genético, de forma a facilitar a produção de cultivares tolerantes ao alumínio. “O estudo, no fim, compõe um sistema de informação genética. Agora, com o conhecimento desses genes, fazendo novos ensaios moleculares, podemos indicar ao melhorista, com maior precisão, quais os cruzamentos devem ser feitos para o desenvolvimento de cultivares de sorgo tolerantes ao alumínio para cultivo em solos ácidos.”

Para Magalhães, dois impactos desse trabalho se destacam. “Agora, considerando os novos genes, temos maior poder de predição se um genótipo vai ser tolerante ou sensível ao alumínio, e podemos também maximizar a eficiência do gene SbMATE no aumento da produtividade do sorgo cultivado em solos ácidos”, comemora o cientista.

A descoberta do gene fundamental para a lavoura

De acordo com Magalhães, a pesquisa com tolerância de plantas à toxidez do alumínio na Embrapa já tem várias décadas e, a partir de 2002, os cientistas começaram a investir na clonagem dos genes relacionados à essa característica.

“Um estudo da clonagem, concluído em 2007, resultou na identificação do SbMATE, o primeiro gene de tolerância ao alumínio isolado em sorgo e o segundo identificado em plantas. O trabalho foi realizado pela Embrapa Milho e Sorgo em parceria com a Universidade de Cornell, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e a Universidade do Texas A&M”, conta o cientista da Embrapa, lembrando que o resultado foi publicado na revista Nature Genetics.

Com base nesse conhecimento, a equipe da Embrapa Milho e Sorgo realizou uma investigação do efeito desse gene na produtividade de grãos em solos ácidos. “Apesar de já termos isolado o gene SbMATE, nós ainda não havíamos quantificado em detalhes o seu efeito na produção de sorgo cultivado em solos com toxidez de alumínio. Publicamos então um outro artigo em 2016, mostrando que o gene provoca um aumento de produtividade de sorgo de mais de uma tonelada por hectare sob toxidez de alumínio no solo. Concluímos que, para uma condição de cultivo de sorgo em solos de Cerrado, é fundamental ter esse gene na cultura”, declara.

No entanto, os cientistas encontraram, posteriormente, materiais que deveriam ser tolerantes ao alumínio, por causa da ação do gene SbMATE, mas apresentavam menos tolerância do que o esperado, ou era até mesmo sensível ao elemento. “Começou a haver uma certa frustração, pois a técnica funcionava, mas não de forma perfeita como desejávamos. Com isso, levantamos a hipótese de que o gene SbMATE provavelmente não agia sozinho. Talvez ele precisasse de outros genes para controlar a sua expressão, potencializando seu efeito na tolerância ao alumínio”, lembra Magalhães.

Foi justamente esse o teor da descoberta publicada agora na revista PNAS. Na pesquisa, foram identificados dois outros genes que interagem com o gene clonado em 2007 e potencializam a ação daquele na tolerância ao alumínio. “A identificação desses dois novos genes foi um ponto fundamental do trabalho. Explicando de uma forma bem simples, os genes têm uma sequência de DNA, que precede o gene propriamente dito, chamada de região promotora, que controla a expressão gênica. Espera-se que, quanto maior a expressão de um gene, maior deverá ser a quantidade da proteína codificada por esse gene, o que influenciará as diferentes características controladas pelos genes como, por exemplo, a tolerância ao alumínio controlada pelo gene SbMATE.”

Em outras palavras, os genes podem ser mais ou menos expressos, dependendo de variantes presentes nas regiões promotoras. Por exemplo, as células do organismo humano contêm o conjunto completo dos genes do organismo. Entretanto, alguns deles podem estar ligados em certas células e outros desligados, ou podem ocorrer variações na expressão gênica, em determinados tecidos e em certas condições. Isso contribui, entre outras coisas, para diferenciação dos nossos órgãos.

O pesquisador da Embrapa explica que a mesma comparação pode ser feita com os genes de tolerância ao alumínio. O gene SbMATE é muito mais expresso bem na ponta da raiz do que em outras regiões radiculares, e é exatamente o ápice radicular que tem que ser protegido do alumínio para que o sistema radicular se desenvolva bem na presença do metal. (veja a diferença na figura acima)

 Por Embrapa.

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Foto: Sandra Brito

Sandra Brito -

Os trabalhos com o baculovírus para o controle da lagarta-do-cartucho na Embrapa Milho e Sorgo tiveram início em 1984. Atualmente, o banco de baculovírus conta com 22 isolados eficientes contra a lagarta do cartucho amostrados em diversas regiões do Brasil. O inseticida é apresentado em forma de pó molhável e não causa danos ao meio ambiente.

A lagarta-do-cartucho é a principal praga do milho e do sorgo e ataca também outras culturas, como soja, algodão e hortaliças. O pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo Fernando Hercos Valicente ressalta que controlar pragas que atacam o milho e o sorgo é um grande desafio. “O desenvolvimento desse produto biológico foi feito à base do agente Baculovirus spodoptera e é indicado para controlar a lagarta-do-cartucho nas culturas em que ela ocorre. Este inseticida tem melhor eficácia para controle da lagarta em campo, quando estas têm no máximo até um centímetro de comprimento. Testes de biossegurança comprovaram que esses vírus são inofensivos a microrganismos, plantas, vertebrados e outros invertebrados que não sejam insetos.

O Dia de Campo na TV vai apresentar a lagarta-do-cartucho em diferentes instares, estágios de crescimento, e como o inseticida é preparado para aplicação no campo. Também vai falar sobre os cuidados para armazenar o produto, que tem um ano de validade. “Este prazo permite ao produtor planejar o uso do inseticida ao longo da safra, desde que sejam observadas as condições de armazenamento ideais”, diz Valicente.

A Embrapa Milho e Sorgo possui acordo de parceria com empresas que produzem os inseticidas biológicos à base de microrganismos. No Brasil existem duas biofábricas de Baculovirus spodoptera. Em Uberaba-MG, o CartuchoVit é produzido pela Vitae Rural. E, em Cruz Alta-RS, o VirControl Sf é produzido pela Simbiose.