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Adoção de tecnologias já disponíveis pode aumentar produção de uvas em Mato Grosso

Adoção de tecnologias já disponíveis pode aumentar produção de uvas em Mato Grosso

Pesquisador Reginaldo de Souza orienta o produtor, sr. Nelson, durante visita técnica – Foto: Gabriel Faria

Mato Grosso possui apenas 50 estabelecimentos agropecuários que produzem uva comercialmente para mesa ou processamento, segundo o Censo Agropecuário de 2017. Entretanto, as condições climáticas, associada à cultura sulista dos colonizadores de boa parte do estado fazem com que a viticultura tenha grande potencial. A falta de assistência técnica capacitada, no entanto, tem sido um entrave à produção.

Um exemplo são os agricultores Nélson e Cecília Maziero. Em 2005 eles começaram a produzir uva em Sinop. Sem assistência, adotaram as práticas de manejo que aprenderam no Sul do país. Porém, logo perceberam que não teriam os mesmos resultados. Buscaram informações com outro produtor em Nova Mutum, a 250 km de Sinop, e, a partir das orientações que receberam, conseguiram melhorar a produção.

Hoje vendem toda a colheita de uvas Niágara e Isabel Precoce e o vinho feito com uvas Bordô na porta da chácara, com preços até 50% mais baixos do que o cobrado nos supermercados locais e, ainda assim, recebendo mais do que o dobro do valor de comercialização em regiões produtoras do país.

Embora o negócio vá bem, a falta de assistência técnica tem limitado a produção a oito toneladas na área de um hectare onde cultivam 2.500 videiras. Número que sr. Nelson espera ver dobrado na próxima safra apenas com a mudança na forma de fazer a poda de produção. A instrução para isso ele recebeu durante uma visita de pesquisadores e técnicos que foram à sua propriedade como parte das atividades da Capacitação em Vitivinicultura que a Embrapa promoveu em Sinop de 4 a 6 de dezembro.

O curso é parte da Capacitação Continuada de Técnicos em Fruticultura e visa instruir profissionais de assistência técnica e extensão rural para que possam assistir aos produtores rurais dos municípios onde atuam.

Este módulo sobre o cultivo e processamento de uvas era uma demanda antiga, desde 2012, quando a Embrapa Uva e Vinho lançou em Sinop, na Embrapa Agrossilvipastoril, a cultivar BRS Magna, validada em Mato Grosso.

Tecnologia para regiões tropicais
Embora a produção de uvas em Mato Grosso ainda seja pequena, já há tecnologia disponível para o cultivo em regiões tropicais e que se adequam ao clima do estado. Diferentemente da região Sul, onde as plantas entram em dormência no inverno, com o calor constante, elas vegetam o ano todo. Com isso, é preciso fazer duas podas, uma de formação de galhos e outra de produção, obtendo duas safras no ano.

O pesquisador da Embrapa Uva e Vinho Reginaldo Teodoro de Souza destaca que as condições climáticas de Mato Grosso são semelhantes às da região de Jales (SP), onde a Embrapa tem um campo experimental para desenvolvimento e validação de tecnologias para a uva.

“É uma questão de condução da videira em região tropical. Todas as técnicas já estão estabelecidas. Época de poda, como controlar e como manejar a uva. Já temos até cultivares para a região. Mas deve-se tomar os devidos cuidados com relação às grandes áreas de soja plantadas e uma possível deriva de herbicidas. Um quebra vento com cercas vivas pode resolver o problema”, alerta.

Entre as cultivares recomendadas para a região estão BRS ÍsisBRS Núbia e BRS Vitória, para mesa, e BRS Magna e BRS Isabel Precoce para processamento.

De acordo com o analista da Embrapa Uva e Vinho João Carlos Taffarel, o período chuvoso é uma dificuldade para a cultura no estado, uma vez que a videira é originária de regiões mais secas. Dessa forma, o ideal é passar esse período sem produção. Porém ele garante que com o manejo adequado é possível contornar a adversidade.

“Temos de ter cuidado com melhoria da fertilidade do solo. Usar porta-enxertos adaptado a essa condição. São necessários tratamentos fitossanitários para controlar as principais doenças que causam perdas na produtividade e também morte de planta, que é o caso do míldio da videira. Cuidando desses quesitos básicos e desses detalhes do manejo, certamente se consegue ter sucesso na produção”, afirma Taffarel.

Cultivo no estado
De acordo com o IBGE, 35, dos 141 municípios do estado possuem produção comercial de uva. Isso mostra que a vitivinicultura está espalhada pelas diferentes regiões de Mato Grosso, embora a produção seja pequena e esteja longe de atender a demanda do mercado local por uvas de mesa e para produção de suco.

A coordenadora do curso e analista da Embrapa Agrossilvipastoril Suzinei Oliveira vê no interesse crescente pela cultura um grande potencial, sobretudo para pequenos agricultores familiares. Por isso, a necessidade de capacitar os profissionais de assistência técnica que darão suporte aos agricultores.

Neste curso foram abordadas desde questões de manejo de solo, escolha de cultivares e porta-enxertos, até o processamento para sucos e vinhos. Passando também pela condução das videiras e técnicas de poda. Houve ainda oportunidade para degustação das variedades de uva e de sucos.

Para o técnico agrícola da prefeitura de Paranaíta Marcelo Soares, a capacitação ajudou a sanar dúvidas que vinha tendo ao assistir dois produtores em seu município e ainda ampliou seu conhecimento sobre o manejo para a região.

“Nós que estamos na ponta, trabalhando com assistência técnica, temos que ter essas oportunidades para aprender um pouco mais sobre essas culturas que são relativamente novas na região. Não temos muito conhecimento dela adaptada para cá”, afirmou.

Novos produtores
Para quem pensa em começar a produzir uva em Mato Grosso, o pesquisador Reginaldo Teodoro de Souza aconselha a cautela. Montar as estruturas de vagar, uma vez que o investimento é alto, e, principalmente, comprar mudas de boa qualidade.

“O ideal é comprar em viveiros credenciados pela Embrapa em Minas Gerais ou no Rio Grande do Sul. Eles pegam material básico da Embrapa e produzem material livre de vírus, com boa sanidade e vendem com raiz nua. Mas é preciso se programar e um ano antes, encomendar os materiais especificando qual cultivar você quer. É perfeitamente viável enviar para cá”, aconselha.

Com base em sua experiência empírica, sr. Nelson Maziero também deixa seu recado para os interessados na cultura.

“A uva é só para quem gosta e tem amor e se dedica a isso. Não é para qualquer um, porque isso dá um trabalho monstruoso. Um trabalho muito grande. É para quem gosta mesmo. Mas vale muito a pena!”

Por Embrapa.

Lagartas-do-cartucho resistentes transferem proteína Bt para seus descendentes

Lagartas-do-cartucho resistentes transferem proteína Bt para seus descendentes

Lagarta-do-cartucho, principal praga do milho

Estudos com a espécie Spodoptera frugiperda, a lagarta-do-cartucho, detectaram uma das proteínas Bt encontradas em cultivares transgênicas de milho – a Cry1F – nos ovos dos seus descendentes. Assim, antes mesmo que as lagartas eclodam, os embriões já podem ter sido expostos à proteína se a geração anterior se alimentou do milho Bt. Essa proteína é tóxica ao inseto, no entanto, com sua presença desde a fase de ovos, pode aumentar as chances de selecionar indivíduos resistentes.

“Descobrimos que a exposição da principal praga do milho a uma das proteínas Bt já começa no embrião, o que pode contribuir para a pressão de seleção da resistência”, explica a pesquisadora Simone Martins Mendes, da área de Entomologia da Embrapa Milho e Sorgo (MG). A descoberta, inédita e publicada em setembro na revista científica americana Plos One, pode indicar novos caminhos para entender a rápida seleção da resistência dessa praga às tecnologias transgênicas.

“Em outro trabalho, [publicado em 2016 na revista científica europeiaEntomologia Experimentais et Applicata] mostramos que, em quatro gerações de seleção em laboratório, é possível selecionar lagartas resistentes a essa mesma proteína”, reitera a pesquisadora. “Na verdade, temos acompanhado a velocidade da seleção da resistência dessa espécie de praga às proteínas do Bt expressas no milho transgênico nas condições tropicais de cultivo. Já entendemos que muitos são os fatores que podem contribuir para esse quadro”, adianta Simone Mendes.

artigo publicado na Plos One não é o primeiro trabalho científico que mostra o processo de transmissão da proteína Bt para os ovos de insetos. A pesquisadora Debora Pires Paula, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (DF), detectou anteriormente a proteína Cry1Ac nos ovos de outro lepidóptero, o inseto Chlosyne lacinia, popularmente conhecido como lagarta-do-girassol, após o consumo da proteína pelos parentais, e também em ovos da joaninha predadora Harmonia axyridis. “Contudo, a Spodoptera frugiperda é a principal espécie-alvo da tecnologia Bt no milho que apresentou quebra de resistência à tecnologia para populações coletadas em 2012”, relata a cientista.

O mecanismo de resistência

De acordo com a engenheira agrônoma Camila Souza, autora do estudo que foi tema de dissertação de mestrado no programa de pós-graduação em Entomologia na Universidade Federal de Lavras (Ufla), a resistência a pragas é um dos principais efeitos indesejáveis da expressão de genes cry em culturas Bt e é considerada uma das principais ameaças ao uso sustentável das tecnologias transgênicas.

“As implicações que os processos de transferência da proteína Bt podem ter na evolução da resistência a insetos e até mesmo em organismos não alvo, como nos inimigos naturais, permanecem desconhecidas. Todavia, precisam ser investigadas, pois esses resultados mostram que os organismos não alvo podem ter acesso à proteína tóxica não somente por via direta, por meio de uma presa exposta à proteína, mas também indiretamente, pelos descendentes que ainda não tiveram contato por meio da ingestão da proteína”, demonstra.

A resistência pode ser caracterizada quando uma população de um inseto deixa de ser controlada pela toxina presente na planta transgênica e consegue sobreviver durante todo o ciclo, alimentando-se dessa planta e se reproduzindo. “Naturalmente existem indivíduos nas populações da praga que sobrevivem às proteínas do Bt. Porém, em condições normais, ou seja, sem a exposição constante às plantas transgênicas, a frequência com que esses indivíduos ocorrem é baixa. O processo de seleção da resistência nada mais é que o aumento da frequência de ocorrência desses insetos na população”, explica a pesquisadora Simone Mendes. “No caso do presente estudo, observamos que existe o sequestro da proteína Cry1F da planta Bt para a prole descendente, sendo que essa proteína é transferida dos pais para os ovos”, conclui.

Segundo a autora do estudo, a agrônoma Camila Souza, a alimentação de lagartas com folhas de milho contendo a proteína Cry1F, mesmo que apenas por cinco dias, de acordo com a metodologia utilizada, propiciou o sequestro e a transferência da proteína Bt das plantas para a geração seguinte. “A detecção da proteína Cry1F nos ovos de Spodoptera frugiperda, depois da exposição dos pais à proteína tóxica, confirma que as larvas são capazes de sequestrar a proteína presente nas folhas de milho e transferi-la para a sua prole. Em condições de campo, essa exposição pode ocorrer durante todo o ciclo de desenvolvimento do inseto. Por isso, são necessários estudos para entender todas essas interações no processo de seleção da resistência”, complementa a engenheira-agrônoma.

O trabalho comprovou também que ambos os sexos do inseto têm a capacidade de transmitir a proteína Bt aos descendentes. “Quando ambos os pais foram expostos à proteína, a concentração de Cry1F sequestrada nos ovos foi significativamente maior (quase o dobro) em relação a quando apenas o macho ou a fêmea foram expostos à proteína”, enfatiza Souza.

Importância da área de refúgio é comprovada cientificamente

Após vários ciclos de seleção

Após a seleção

Indivíduos em destaque na cor vermelha: lagartas resistentes à proteína Bt. Na cor azul, suscetíveis

Foram avaliadas populações de lagartas resistentes à proteína Cry1F com ambos os sexos expostos à mesma proteína; lagartas resistentes com apenas o macho exposto à Cry1F; lagartas resistentes com apenas a fêmea exposta; e lagartas suscetíveis não expostas à proteína que serviram como tratamento-controle. Todas as populações avaliadas – resistentes e suscetíveis – foram expostas à proteína no final da fase de desenvolvimento larval. A quantificação da proteína Cry1F nos ovos foi realizada no Laboratório de Bioquímica e Biologia Molecular da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília (DF).

Os resultados mostram que houve diferença significativa em relação à sobrevivência larval quando lagartas resistentes e suscetíveis foram expostas à proteína Cry1F. “Obviamente, a população suscetível apresentou 100% de mortalidade. Contudo, entre as lagartas resistentes, a sobrevivência variou entre 85% e 90%, em média, sendo que os insetos completaram o ciclo de desenvolvimento. Esses resultados mostram que a característica de resistência entre a população resistente foi mantida e que a população suscetível continuou sendo controlada pela proteína Cry1F. Foi verificado também que essa proteína não teve efeito prejudicial na reprodução e longevidade”, explica Camila Souza.

“Nossos resultados contribuem para o entendimento da evolução da resistência e reforçam a importância do uso adequado de áreas de refúgio (veja acima figuras que ilustram a pressão de seleção), uma vez que, quando ambos os sexos resistentes são expostos à proteína, o sequestro e a transferência para os ovos são potencializados”, cita a autora. Refúgio é uma área, dentro da lavoura, onde se planta o milho sem a tecnologia Bt. Seu papel é reduzir a exposição dos insetos-praga ao mecanismo de ação dos transgênicos. Os insetos que nascem na área de refúgio continuam suscetíveis à toxina transgênica e podem se acasalar com os resistentes e, assim, diluir a população de indivíduos que desenvolveram resistência.

“Se imaginarmos a existência das áreas de refúgio em proporção adequada, haveria maior possibilidade de somente um dos pais ser exposto à proteína, reduzindo a exposição embrionária. Além disso, o acasalamento com os indivíduos suscetíveis vindos da área de refúgio teria papel fundamental na redução da exposição dos embriões à proteína de forma prematura. As implicações que esses processos podem ter na evolução da resistência a insetos e no manejo de culturas Bt permanecem desconhecidas, e as consequências da transferência de proteínas Bt precisam ser estudadas”, destaca a pesquisadora.

Como funciona o Bt

Um dos principais problemas surgidos após a ampla adoção do milho Bt foi a seleção de insetos-alvo resistentes às proteínas tóxicas que até então controlavam as principais pragas da cultura, como a lagarta-do-cartucho. O milho Btexpressa uma ou mais proteínas da bactéria Bacillus thuringiensis, que possuem atividade inseticida contra os insetos-alvo.

No Brasil, o primeiro evento de milho transgênico foi liberado para uso comercial pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) em 2008. “Nesses dez anos de utilização da tecnologia transgênica em milho, houve grandes transformações do manejo de praga da cultura”, avalia a pesquisadora Simone Martins Mendes.

Segundo dados de agosto de 2018, da Consultoria Céleres, publicados no documento “20 anos da adoção da biotecnologia agrícola no Brasil: lições aprendidas e novos desafios”, a área plantada com cultivares de milho geneticamente modificado atingiu 107,3 milhões de hectares na última safra, considerando o acumulado entre as safras de verão e de inverno. “A velocidade de adoção do milho transgênico ultrapassou o patamar de 90% da área total da safra de inverno, em apenas dez temporadas de liberação comercial”, informa a consultoria.

“O risco potencial para a evolução da resistência é alto para a lagarta-do-cartucho porque o sistema de produção no Brasil tem sobreposição temporal e espacial do milho Bt. No campo, essas culturas estão expostas à população de Spodoptera frugiperda, sendo que a pressão de seleção é intensa em cada geração da praga, aumentando o risco de seleção de indivíduos resistentes”, diz a agrônoma Camila Fernandes.

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Preservação da tecnologia

Segundo a engenheira-agrônoma, para prolongar a eficácia de culturas Bt é essencial desenvolver uma gestão estratégica para atrasar a evolução da resistência de pragas aos transgênicos. Uma das principais estratégias apontada pela pesquisa é a utilização da chamada alta dose (elevada expressão, nas cultivares, da proteína Bt) juntamente com a adoção da área de refúgio, impedindo a evolução da resistência. Outro método para o manejo da resistência é a introdução de eventos transgênicos piramidados, ou seja, a combinação de diferentes genes em um só híbrido provendo controle independente contra a mesma praga. As proteínas Vip3a20, por exemplo, possuem características importantes como a resistência a insetos em que a proteína Cry já não faz mais efeito.

A execução do trabalho foi viabilizada por meio da parceria de diversas instituições, como a Embrapa Milho e Sorgo, a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, a Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, e a Universidade Federal de Lavras.

Por Embrapa.

Pesquisa avança na seleção de clones de batata tolerantes à doença causada pela pinta preta em MG

Pesquisa avança na seleção de clones de batata tolerantes à doença causada pela pinta preta em MG

O programa de melhoramento genético de batata da Embrapa envolve várias vertentes, entre elas pesquisas voltadas ao desenvolvimento de materiais com resistência a determinadas doenças consideradas importantes na cultura. Esse é o caso, por exemplo, da avaliação relacionada à reação de clones avançados de batata à pinta preta, na região do Alto Paranaíba, em Minas Gerais, onde se concentra boa parte da produção no estado.

Iniciado em 2016, a partir do contrato de cooperação técnica firmado entre a Cooperativa Agropecuária do Alto Paranaíba (Coopadap) e a Embrapa Hortaliças (Brasília, DF) os resultados mostrados animaram o pesquisador Valdir Lourenço Júnior, que vem conduzindo os experimentos montados no município mineiro de Rio Paranaíba. “Verificamos que alguns desses clones apresentaram resistência parcial ou tolerância à pinta preta, o que representa um avanço significativo, tendo em vista que a variedade Ágata, desenvolvida na Europa e a mais cultivada no Brasil, é mais suscetível à doença”, explica o pesquisador.

O termo “resistência parcial” deve-se, segundo ele, ao fato de os clones não se mostrarem totalmente resistentes à pinta preta, mas o dano causado pela doença é menor quando comparado com a cultivar Ágata. “Em resumo, a principal vantagem no caso de os nossos clones se tornarem cultivares é a tendência à redução da necessidade de aplicação de fungicidas”, observa Valdir, que chama a atenção para outras ações que têm como pano de fundo o trabalho conjunto com a Coopadap.

Segundo ele, a parceria com a cooperativa não se limita aos experimentos para avaliar a reação de clones de batata à pinta preta. Ele lembra que há outro contrato de cooperação técnica assinado entre as duas instituições para o manejo da podridão-branca em alho e cebola, considerada a mais importante entre as doenças que atingem os cultivos de aliáceas. E do alho e cebola para os trabalhos com a batata, não foi preciso transpor fronteiras.

“As linhas de ação previstas no primeiro contrato foram ampliadas pela inclusão da área plantada com os clones de batata, devido à relevância de seu cultivo para a economia da região, se consideramos a alta produção – acima de 40 toneladas por hectare”.

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Dinâmica

Clones são materiais de batata geneticamente modificados, selecionados pelo programa de melhoramento de batata (coordenado pela Embrapa Clima Temperado) e avaliados em condições de campo e em casas de vegetação pela Embrapa Hortaliças e pelo Escritório da Embrapa em Canoinhas (SC), integrantes do programa.

Para a identificação de clones resistentes, são instalados experimentos em área disponibilizada por uma instituição parceira, a exemplo do trabalho desenvolvido na região do Alto Paranaíba com a Coopadap: ao se identificar a presença da pinta preta, é quantificada a incidência e severidade, e baseado nessas informações o pesquisador considera com maior resistência o clone que apresentou menores danos.

De acordo com Valdir, o trabalho continua na identificação de outros possíveis clones que podem apresentar a mesma resistência à pinta preta e também a outras doenças da batata como a requeima e a murcha bacteriana. “No caso de confirmação de seu potencial de resistência e características desejáveis para indústria ou mesa uma nova variedade pode ser lançada”.

 

Por Embrapa