(31) 9 8720 -3111 contato@agropos.com.br
El Niño e La Niña: o que são, como ocorrem e por que afetam a produção agrícola

El Niño e La Niña: o que são, como ocorrem e por que afetam a produção agrícola

Que os fenômenos El Niño e La Niña podem afetar o clima brasileiro, estamos cansados de saber. Em anos de atuação desses eventos climáticos, os regimes de chuva e as temperaturas do país variam e as mudanças podem ter impacto direto na nossa agricultura. Mas o que são, de fato, esses fenômenos? Por que eles ocorrem? Como atuam em nosso território? Fizemos uma série de quatro reportagens para responder a essas perguntas.

Confira:

1 – O que são os fenômenos El Niño e La Niña

2 – Efeitos no clima e na agricultura

3 – Em que momento do ano os efeitos aparecem

4 – Motivos do aquecimento e resfriamento da água

 

Litoral do Oceano Pacífico na América do Sul (Foto: Stuart Rankin/Flickr/CC 2.0)

 

Por Globo Rural 

Técnicos de Moçambique aprendem como produzir alho livre de vírus

Técnicos de Moçambique aprendem como produzir alho livre de vírus

Ser autossuficiente na produção de alho livre de vírus. Com esse propósito técnicos da área de cultura de tecidos do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) foram treinados na metodologia de produção de alho-semente de alta qualidade fitossanitária através da cultura de ápices caulinares in vitro. A expectativa, a partir de agora, é que sejam recuperados o vigor das variedades de alho do país africano, aumentando a produtividade nacional e minimizando as importações do alho-semente livre de vírus.

Durante a segunda quinzena de agosto, os técnicos Jamisse Gonçalves e Suzana Fernandes aprenderam técnicas de limpeza viral, indexação e os processos de aclimatação e manutenção de plantas livres de vírus em casas de vegetação e telado. A capacitação ocorreu no âmbito de cooperação técnica com a Swisscontact, que desenvolve o projeto denominado Horti Sempre-Project, que visa intensificar a produção e produtividade de hortícolas como cebola e alho.

Por meio dessa cooperação, Moçambique importou, em 2017 e 2018, alho-semente livre de vírus do Brasil, sendo meia tonelada da cultivar BRS Hozan, desenvolvida pela Embrapa Hortaliças. De acordo com o pesquisador da Embrapa Hortaliças Francisco Vilela, essa capacitação deve fortalecer regiões produtoras de alho de norte a sul do país e minimizar as importações.

Gonçalves ressaltou a importância do treinamento. “Temos o cultivo de alho, mas não desenvolvemos a limpeza clonal. Obtivemos o componente técnico que faltava para instalarmos laboratório específico para essa atividade”, comenta. Suzana Fernandes acrescenta que algumas técnicas aprendidas podem ser usadas também para procedimentos diferentes em outras culturas.

O alho é uma espécie de propagação vegetativa, sendo essa a causa da disseminação de viroses. O uso de materiais de propagação sadios, como o alho-semente livres de vírus, é fundamental para assegura a qualidade dos novos plantios. Vilela explica que o controle químico não consegue reduzir a disseminação dos vírus porque ele atinge apenas os insetos vetores, que já podem ter transmitido os vírus pelas plantações.

Cooperação: A importação de alho-semente e a capacitação são decorrentes de projeto de Cooperação técnica Trilateral Estados Unidos-Moçambique-Brasil, realizado no período de 2012- 2015. A Embrapa Hortaliças foi a responsável pelo componente de produção “Variedades e Tratos Culturais em Hortaliças”, que testou mais de 100 cultivares brasileiras de várias espécies de hortaliças no país africano, entre elas alho. Os trabalhos realizados em Moçambique, no âmbito do projeto, foram copilados no livro Horticultura em Moçambique – Características, Tecnologias de Produção e de Pós-Colheita.

Por Embrapa

Impacto Das Mudanças Climáticas No Controle De Pragas

Impacto Das Mudanças Climáticas No Controle De Pragas

A produção agrícola é uma atividade que depende de diversos fatores, dentre os quais, se destaca o clima. Por esse motivo, as mudanças climáticas podem afetar a agricultura a partir de diferentes aspectos como o aumento da ocorrência de eventos extremos, modificação das estações, aumento ou diminuição das chuvas, aumento da temperatura média e também a temperatura do ar, além da modificação na ocorrência e na gravidade da a presença de pragas do cultivo.

Todos esses eventos provocam mudanças na forma de lidar com as pragas podendo significar, caso não seja feito o controle correto, perdas significativas na produção de diversos produtos, colocando em risco a economia e, principalmente, a segurança alimentar dos brasileiros.

Quer saber mais sobre o efeito das mudanças climática no controle de pragas? Leia até o final! Hoje vamos falar um pouco mais sobre esse fenômeno, de que forma impacta nas pragas, qual o efeito para o consumidor final e ainda, quais são os caminhos possíveis para lidar com a situação. Confira!

—–
eBook gratuito: Tecnologias que agregam qualidade à pulverização 
—–

Mudanças climáticas

As mudanças climáticas vem ocorrendo devido ao aumento da emissão de CO2 (Gás carbônico) na atmosfera oriundo de fenômenos naturais e também a partir da atividade humana ao longo dos séculos.

O clima pode ser entendido como um conjunto de condições da atmosfera característico de uma região. Dessa forma, quando o clima está de acordo com os padrões de determinada área, o ecossistema flui naturalmente e as chuvas, temperatura e também a umidade relativa do ar não sofrem grandes alterações possibilitando o cultivo de produtos de maneira mais previsível.

Entretanto, quando se nota uma mudança em alguma dessas condições, como aumento da temperatura, excesso ou escassez de chuva, a população, a fauna e a flora local passam a sofrer com essas consequências.

Tal cenário, sobretudo em relação à vegetação, ocorre em virtude da necessidade de que as plantas têm de fatores como solo, luz solar, água e calor em níveis adequados. Por isso, quando há uma mudança climática, a produção nas propriedades rurais pode ficar comprometida.

Mais do que isso, essas transformações, sobretudo as que dizem respeito ao aumento da temperatura e as diferenças na umidade contribuem para uma maior proliferação de insetos, doenças, ervas daninhas e outras pragas nocivas à cultura.

Incidência de pragas

Como vimos, um dos efeitos das mudanças climáticas na agricultura é alteração do surgimento de pragas e, consequentemente, do seu manejo. Essas alterações podem ter efeito direto ou indireto tanto sobre a cultura quanto ao patógeno ou ainda sobre ambos.

Essa situação pode gerar um zoneamento agroclimático da planta ou da praga, que é um dos efeitos diretos. Com isso, novas doenças podem surgir em determinadas regiões e outras perder a importância, caso a planta não possa mais ser cultivada na área devido às transformações no clima.

Outro ponto que pode sofrer alterações é a distribuição temporal uma vez que alguns agentes infecciosos, principalmente os que atacam folhas, apresentam variações quanto ao surgimento ou severidade em determinadas épocas do ano, de acordo com as condições meteorológicas.

Ou seja, se uma praga é comum em épocas de temperatura mais elevadas em uma dada região, com o aumento do calor, esse elemento tende a ser mais comum, gerando um desequilíbrio. Outro caso em que se pode verificar tal processo é quando há a diminuição da ocorrência de chuvas, que gera uma menor dispersão de patógenos.

No que diz respeito aos efeitos indiretos cabe citar a relação de outros organismos com a praga e a cultura. As doenças que requerem a ação de um outro vetor, como insetos, por exemplo, também podem ter mudanças quanto a transformação geográfica ou temporal já que o aumento da temperatura ou a maior ocorrência de secas pode levar esse vetor para outra área, que até então não era comum.

Impactos para o consumidor

Os impactos das mudanças climáticas na agricultura e no controle de pragas podem impossibilitar o cultivo de alguns produtos em determinadas regiões, dependendo da época do ano.

Com isso, há um grande perda na agricultura e consequentemente na mesa do brasileiro devido ao aumento de preços, produtos com baixa qualidade e até mesmo a escassez de alguns tipos de alimentos, de acordo com as estações do ano.

Possíveis caminhos

Com as condições do clima adversas, corre-se o risco de o produtor, na ânsia por eliminar a praga e salvar a produção, intensificar o uso de defensivos para o controle das pragas. Entretanto, essa medida, a longo prazo, pode gerar mais desequilíbrio na natureza e criar patógenos mais resistentes.

Diante desse cenário de incerteza em relação às condições climáticas futuras, uma das medidas a serem adotadas é intensificar o manejo integrado focando em monitoramento, manejo de resistência à defensivos e seletividade de inimigos naturais.

Outra medida possível é apostar no melhoramento vegetal, aliando as técnicas de biologia molecular para que haja um aprimoramento do potencial das plantas em relação à resistência e adaptação ao clima.

Com isso, nota-se uma necessidade de que produtores, cooperativas, engenheiros agrônomos e florestais estejam cientes dos riscos e incluam as consequência das mudanças climáticas no planejamento agrícola.

 

 

Matéria escrita por Janaína Campos,
Jornalista e Mestra em Extensão Rural
pela UFV

TRF-1 derruba liminar que suspendeu uso do herbicida glisofato no país

TRF-1 derruba liminar que suspendeu uso do herbicida glisofato no país

O desembargador federal Kássio Marques, vice-presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), com sede em Brasília, derrubou a liminar que suspendia o uso do herbicida glisofato no país.

A suspensão havia sido determinada no início de agosto pela juíza federal substituta da 7ª Vara do Distrito Federal, Luciana Raquel Tolentino de Moura. A Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu no TRF-1.

O glifosato é um herbicida utilizado em importantes lavouras brasileiras, especialmente na soja, principal produto de exportação do país. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, se manifestou publicamente nos últimos dias contra a proibição do herbicida.

—–
eBook gratuito: Tecnologias que agregam qualidade à pulverização 
—–

Na decisão, o desembargador Kássio Marques disse que a suspensão do glisofato seria prejudicial para a economia do país. Ele acrescentou que o produto já foi aprovado pelos órgãos competentes, que atestaram não haver no glisofato riscos à saúde.

“Nada justifica a suspensão dos registros dos produtos que contenham como ingredientes ativos abamectina, glifosato e tiram de maneira tão abrupta, sem a análise dos graves impactos que tal medida trará à economia do país e à população em geral”, afirmou o desembargador.

“Os produtos que contém os princípios ativos ora questionados, para obterem o registro e serem comercializados, já foram aprovados por todos os órgãos públicos competentes para tanto, com base em estudos que comprovaram não oferecerem eles riscos para a saúde humana e para o meio ambiente, estando em uso há vários anos”, concluiu Marques.

A AGU destacou que, se a decisão não fosse cassada, o Brasil seria o primeiro país a restringir totalmente o uso de glifosato, o que levaria muito provavelmente a maior parte dos produtores a deixar de utilizar a modalidade de plantio direto e voltar a preparar, em alguma medida, o solo, com evidentes perdas para o meio ambiente (erosão, diminuição do teor de matéria orgânica do solo, aumento do consumo de combustível etc.).

Por G1.

[PARTE 2] Plantas inseticidas: o que são, como agem, vantagens e desvantagens

[PARTE 2] Plantas inseticidas: o que são, como agem, vantagens e desvantagens

Na PARTE 1 da matéria (se não leu, clique aqui), vimos o que são plantas inseticidas e como são seus mecanismos de ação.

O uso de plantas no combate das pragas apresenta inúmeras vantagens, mas também, alguns pontos negativos. Saiba quais são a seguir!

Quais são as vantagens e desvantagens do uso de plantas inseticidas?

Vantagens

Degradação acelerada

Por possuírem degradação rápida, principalmente quando há presença de luminosidade adequada, umidade do ar elevada e alta frequência de chuvas, esses produtos ficam menos tempo no meio ambiente, o que reduz os impactos na natureza.

Baixa toxicidade a mamíferos

A maior parte das plantas inseticidas possuem baixa toxicidade a mamíferos. Isso significa que, com o uso adequado, não prejudicam a saúde do homem, outros mamíferos e nem das abelhas;

Baixa fitotoxicidade 

Apresenta baixa toxicidade pois não causam danos a outras plantas.

Ação rápida

Esses inseticidas podem matar o inseto ou parar sua atuação, de acordo com o mecanismo de ação de cada planta, imediatamente após o uso, o que faz dele uma boa opção para quem tem urgência no combate à praga.

Seletividade

Causam menos danos a insetos e ácaros benéficos devido ao seu baixo efeito residual e pela rápida degradação.

Desvantagens

Degradação acelerada

A rápida degradação que é uma vantagem, também pode ser considerada uma vantagem pois exige um maior número de aplicações para obter o controle total da praga.

Toxicidade a outros organismos

Apesar de baixo, alguns inseticidas de origem botânica podem apresentar risco de serem tóxicos aos peixes e outros insetos não-alvo.

Falta de disponibilidade no mercado

As plantas inseticidas e os defensivos que delas se originam não estão disponíveis comercialmente ou possuem um custo mais elevado em relação aos defensivos de origem sintética, o que muitas vezes inviabiliza o seu uso.

Falta de comprovação da eficácia

Ainda são poucos os estudos sobre plantas inseticidas. Por isso, nem sempre é possível ter a certeza que seu uso será eficaz para a produção agrícola.

Antes de iniciar o controle de pragas utilizando as plantas inseticidas é preciso ter em mente que, isoladamente, seu efeito é menor. Essa estratégia deve fazer parte de um manejo integrado de pragas, visando o controle de todas as variáveis que podem estar afetando a produção agrícola.

—–
Confira: Pós-graduação lato sensu a distância em Avanços no Manejo Integrado de Pragas em Culturas Agrícolas e Florestais
—–

 

Matéria escrita por Janaína Campos,
Jornalista e Mestra em Extensão Rural
pela UFV