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Inventário Florestal: do Planejamento a Execução

Inventário Florestal: do Planejamento a Execução

Quando pensamos em Inventário Florestal, os primeiros pensamentos que passa na mente de um Engenheiro Florestal é a definição de parcelas, a amostragem e quais métodos adequados a se utilizar.

Contudo, no meio profissional, as primeiras indagações são de ordem práticas, sendo o planejamento parte fundamental do Inventário Florestal.

A Primeira Conversa

A fase do planejamento inicia-se desde o contato inicial com o cliente, no qual este irá relatar suas necessidades e objetivos com o inventário. Em primeiro momento é necessário que você, engenheiro florestal, entenda quais são as reais necessidades de seu cliente, e digo isto pois em alguns casos o próprio cliente não consegue entender a necessidade de se fazer o inventário, principalmente de áreas nativas.

Recai sobre nós, técnicos da área, mostrar qual o real valor que o inventário oferece na solução das demandas do cliente, e então começarmos a planejar como melhor atender as suas expectativas.

Além do objetivo do inventário, nesta primeira conversa devemos buscar informações quanto a localização do fragmento ou projeto florestal, o tamanho total da área, a disponibilidade de mapas pré-existentes, a idade do plantio, os tratos silviculturais já existentes.

Fase do Escritório

Terminada a conversa inicial com o cliente, inicia-se o planejamento pré-campo. Os itens mais importantes para o planejamento são:

Mapeamento da área

É o instrumento básico para o planejamento do trabalho de campo do inventário. É sobre o mapeamento que as decisões de número, forma e localização das parcelas serão tomadas. Bem como as decisões práticas de campo, como quais as principais entradas no fragmento ou projeto florestal deverão ser usadas para facilitar o deslocamento em campo.

Logística

Estabeleça a cidade base, na qual exista um suporte de hotelaria e alimentação para a equipe de campo. Conheça a localização de unidades de pronto atendimento! Isto facilita o transporte e o atendimento em caso de algum imprevisto ou acidente de trabalho em campo.

A condição das estradas que chegam ao fragmento ou projeto florestal, dita qual o tipo de veículo a utilizar (tração 4×2 ou 4×4).  A condição da estrada, também altera conforme a época do ano.

Estradas com baixa manutenção, e muito irregulares não são recomendadas em épocas chuvosas. Contudo, caso o cronograma de execução do inventário não possibilite ir na época apropriada, tenha os contatos de guinchos e mecânicas disponíveis na região para auxiliar em caso de necessidade.

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Dimensionamento da equipe

O dimensionamento da equipe é parte crucial para a definição do orçamento e do cronograma de trabalho. O número de membros da equipe varia conforme a complexidade do inventário, tem-se como um número mínimo equipes de três pessoas, um anotador e dois avaliadores, é o recomendável para pequenos inventários.

Já levantamentos fitossiológicos, normalmente são encontradas equipes de no mínimo 5 pessoas, possuindo um anotador, dois responsáveis por localizar e medir as árvores, um registrando a posição geográfica das árvores, e por fim, um marcando as árvores mensuradas com as plaquetas de identificação.

O rendimento de campo para uma equipe de inventário é variável, dependendo da condição do terreno, relevo e nível de detalhamento requerido no inventário.

Na literatura encontram rendimentos para equipe de 4 pessoas de 0,8 ha/dia a 5,7ha/dia; para equipes de 5 pessoas variando de 20 a 25 ha/dia e equipes de 7 pessoas com rendimento de 10 a 15 ha/dia.

Cabe ao Engenheiro Florestal, o treinamento e coordenação da equipe para atingir maior eficiência no trabalho de campo.

Materiais de campo e EPI

Assim que se estabelece o número de colaboradores de campo, o passo seguinte é fazer a conferência na condição do material usado no campo, tanto os equipamentos de medição, quanto os equipamentos de proteção individual.

Para a seleção e escolha dos materiais de medição em campo, é importante fazer uma avaliação do número adequado para a atividade e equipe de campo, das condições de preservação dos mesmos e atentar para a calibração dos equipamentos, sempre no intuito de evitar erros de leitura.

Devo salientar a necessidade de treinamentos contínuos das equipes, para que os equipamentos sejam usados de formas mais eficientes e minimizar o erro de leitura das medições. Fazem parte do equipamento de medição, as fitas métricas e dendrométricas, as sutas, réguas graduadas ou varas telescópicas e hipsômetros.

Os materiais de proteção individuais para a atividade de inventário florestal também devem passar por uma vistoria antes de ir a campo. São materiais de proteção individuais os capacetes, perneiras, calça comprida e camisas de manga longas, protetor solar, luvas vaquetas e óculos de proteção.

Equipamentos de suporte para a atividade são de suma importância, sempre atentando para o bem-estar da equipe, como garrafa de água, comunicador, kit de primeiros socorros, lanternas, inseticida, facão e canivetes, quando necessário.

Decisões técnicas

As decisões de caráter técnicas são as decisões relacionadas com o número de parcelas e a forma, o método de amostragem a ser realizado, o grau de precisão almejado, as variáveis mensuradas entre outras. Materiais gratuitos e disponíveis no Blog Mata Nativa podem e devem ser consultados para sanar essas questões.

Fase de Campo

De posse de todo material selecionado e dimensionado, e de toda a logística previamente estabelecida, com local de hospedagem e alimentação acertados, inicia-se o trabalho de campo do inventario florestal.

É fundamental ter em mãos o mapa e croqui da área e a impressão das planilhas de campo, organizadas com as informações dos anotadores e medidores, bem como o número do fragmento, talhão ou projeto e da parcela a ser medida. Recomenda-se a impressão de um número maior de folhas das planilhas de campo para cobrir eventuais erros ou situações nas quais a planilha é danificada.

Nesta fase é primordial a supervisão do Engenheiro Florestal, no intuito de se minimizar os erros de medição, e verificar a proteção dos membros da equipe através do reforço da utilização dos equipamentos de proteção individual e coletivos.

Para isso é fundamental no início da excussão do inventario florestal, uma reunião com a equipe para passar as recomendações necessárias, afinar as técnicas necessárias e combinar as frequências dos comunicadores, os pontos de encontro e acertar os horários de almoço e café.

Em Resumo

A atividade de inventário florestal é complexa, havendo decisões técnicas e decisões práticas a serem tomadas a fim de orientar as operações de campo. A coleta de informações é fundamental para o planejamento mais eficiente, sendo o foco do engenheiro desde a primeira conversa com o cliente até a incursão de campo. Pontos práticos de logística e equipamentos devem estar acertados antes das operações de campo.

E por fim, o engenheiro deve se atentar para as instruções de uso de equipamentos e a utilização de EPI nas atividades de inventário.

Fonte: Mata Nativa

Como reduzir os riscos de incêndios em florestas plantadas?

Como reduzir os riscos de incêndios em florestas plantadas?

O Brasil é um dos principais produtores de celulose, papel e painéis de madeira do mundo, com toda sua matéria prima oriunda das florestas plantadas. Tais florestas, exercem papel relevante nos aspectos econômicos, sociais e ambientais, por que contribui com a balança comercial brasileira, gera emprego e renda em todas as regiões do Brasil e, ainda proporciona a preservação e conservação ambiental, uma vez que as florestas plantadas minimizam a supressão de florestas nativas.

No entanto, para a obtenção destes benefícios para a sociedade, torna-se necessário um planejamento florestal estratégico, no intuito de reduzir os riscos de perda da matéria prima, prevendo-se a proteção dos povoamentos florestais através de planos contra o ataque de pragas e incêndios florestais. A figura do gestor florestal e proprietário de áreas com florestas plantadas deve-se atentar na elaboração e execução de planos de prevenção.

Os incêndios florestais representam um grande fator de risco para os plantios florestais brasileiro, principalmente pelas condições climáticas do País propensas ao início da combustão da biomassa vegetal. A prevenção dos incêndios podem ser uma grande ferramenta para o gestor florestal, tendo em vista que representa o trabalho mais importante de um sistema de controle de incêndios.

A prevenção de incêndios é um conjunto de medidas para a redução de incêndios em florestas plantadas, trazendo inúmeros benefícios para quem a adota.

A importância da gestão e ordenamento florestal

Os incêndios florestais, em sua maioria, podem ter suas causas associadas as condições ambientais adversas (altas temperaturas, baixa umidade do ar, relevo acidentado, dentre outros) e também provocadas pelo homem. Tais agentes apresentam ameaças ao planejamento florestal, diante disso, deve-se estabelecer estratégias no intuito de reduzir os riscos de incêndios, e consequentemente, prejuízos econômicos a produção florestal. Assim, torna-se necessário estabelecer uma série de medidas para prevenção dos incêndios em os povoamentos florestais.

redução de riscos de propagação de incêndios em áreas florestais pode ser conseguida através da implantação das seguintes técnicas preventivas pelo Gestor Florestal:

1) Zoneamento de risco de incêndio

Por mais que não seja entendida como uma técnica, pode contribuir na tomada de decisões e planejamento na prevenção e combate dos incêndios florestais. Tem por finalidade estabelecer zonas de riscos em toda propriedade, devendo ser examinados os seguintes fatores:  as características topográficas, o tipo de cobertura vegetal e a quantidade desta acumulada, a proximidade com povoamentos e estradas, o uso do solo com propriedades confrontantes, a existência de caminhos e aceiros, a disponibilidade de recursos hídricos e o histórico da ocorrência de incêndios no local.

Para o melhor planejamento das ações preventivas, deve-se realizar o zoneamento de risco com base em informações cartográficas, em levantamentos de fisionomia, dados climáticos e históricos de ocorrência de incêndios.


2) Construção e manutenção de aceiros

Podem ser compreendidos como faixas de livre de vegetação, cujo objetivo é quebrar continuidade dos combustíveis é segregar os combustíveis disponíveis para combustão, onde o solo mineral é exposto, distribuídos através da área florestal, de acordo com as necessidades de proteção. Os aceiros podem ser de barreiras naturais, como estradas e curso d’agua, ou construções especificas para impedir ou dificultar a propagação dos incêndios.

Para a construções de aceiros, o gestor florestal deverá conhecer o tipo de material combustível predominante na área, a configuração do terreno da propriedade e as condições meteorológicas esperadas na época de ocorrência de incêndios, para assim, definir sua largura. Esta, não pode ser inferior a 5 m e, em locais de vulnerabilidade, podem chegar a 50 m. Em povoamentos florestais comerciais, uma rede de aceiros devem constituir os plantios, variando sua largura de acordo com a sua importância estratégica.

3) Redução do material combustível

Outra medida preventiva para redução de incêndios é a diminuição de materiais combustíveis nos plantios florestais. Tem por finalidade reduzir a intensidade do fogo e dificultar a sua propagação, reduzindo a disponibilidade do combustível. Dentre os métodos utilizados para a redução dos materiais combustíveis, estão: métodos químicos, mecânicos, pastoreio e a queima controlada. Dentre eles, o mais econômico, porém mais arriscado, é a queima controlada que pode ser realizada no interior na floresta, desde de que as espécies (s) sejam resistentes ao fogo.

4) Torres automatizadas de monitoramento florestal

Outra solução que pode ser adotada pelo gestor florestal no intuito de reduzir ou mesmo evitar a propagação do fogo é o uso de um conjunto de tecnologias integradas em torres automatizadas de monitoramento de incêndios florestais.

No Brasil, tem sido cada vez mais comum o uso desta tecnologia. A empresa brasileira COALTECH, desenvolveu um sistema conhecido por SYSFOREST, que dispensa o uso de torristas ou detecção manual de focos de fumaça/incêndios em florestas plantadas ou áreas nativas, de modo a poupar-se tempo e dinheiro.

A tecnologia oferece uma série de benéficos ao planejamento florestal a curto, médio e longo prazo.

Para quem busca soluções tecnológicas, inovadoras e sustentáveis para prevenção e combate a incêndios florestais em áreas de plantios comerciais florestais, o SYSFOREST é um ótimo produto oferecido atualmente no mercado brasileiro, trazendo um robusto conjunto de especificações técnicas. Trata-se de um sistema completo a bordo em uma torre de vigilância automatizada, contendo uma série de aparatos tecnológicos para identificação de focos de incêndios, como também discrimina as condições do tempo nas áreas florestais.

Dentre as tecnologias acopladas nas torres, destacam-se um conjunto de câmeras, as quais oferecem excelente qualidade de imagem independentemente das condições de iluminação e do tamanho das áreas monitoradas. Além disso, todo o sistema é abastecido por meio da energia solar, captada por uma série de painéis solares acoplado a torre de observação.

É uma ferramenta de grande contribuição para com o planejamento florestal, reduzindo os riscos de incêndios florestais, diminuindo custos operacionais e otimizando a gestão dos recursos florestais da propriedade.

5) Construção de açudes

Podem ser constituídos de simples barragens de terra ao longo de pequenos cursos d’agua, trazendo uma série de benefícios a propriedade florestal para redução de incêndios. Além de serem pontos estratégicos de captação de água para combate aos incêndios, influem beneficamente no microclima local, através do aumento da superfície de evaporação, e consequentemente, da umidade relativa do ar.     



6) Cortinas de segurança

São técnicas que alteram a inflamabilidade do material combustível. Áreas com grandes extensões plantadas com espécies altamente combustíveis, sujeitas a incêndios de copa, o estabelecimento de faixas de espécies menos inflamáveis para reduzir a propagação de possíveis incêndios.

A implantação de vegetação com folhagem menos inflamável, é uma prática eficiente para reduzir a propagação do incêndio, pois dificulta o acesso do fogo às copas, facilitando o combate.

7) Silvicultura preventiva

Trata-se do manejo das plantações de florestas nativas ou plantadas com o propósito de modificar a estrutura do material combustível disponível afim de satisfazer os objetivos da proteção contra incêndios, associando esta ao melhoramento da produção e a qualidade do ambiente.

silvicultura preventiva possui uma série de técnicas que podem ser adotadas a curto, médio e longo prazo. Dentre as técnicas de curto e longo prazo, podem–se mencionar:


– Operações de manejo;

– Ações de ruptura de continuidade interna nas massas florestais;

– Diversificação de espécies;

– Poda de arvores e retirada de vegetação de sub-bosque;

– Redução do material combustível.

As ações a longo prazo adotadas pela silvicultura preventiva devem estar alinhadas as atividades de proteção contra incêndios com as de manejo dos recursos florestais.

Por CentralFlorestal.