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Nematoide do cisto: quais os danos e como manejar?

Nematoide do cisto: quais os danos e como manejar?

Você já ouviu falar do nematoide do cisto da soja, Heterodera glycines?

Este nematoide é um dos principais problemas sanitários da cultura da soja. No Brasil foi relatado pela primeira vez na safra 1991/92 e hoje em dia está presente em todas as regiões produtoras de soja do país.

Por isso, preparamos este artigo com informações sobre como reconhece-lo e as melhores maneiras de manejar.

Confira!

Nematoide do cisto: quais os danos e como manejar?

 

Conhecendo o nematoide dos cistos

O ciclo de vida do nematoide do cisto da soja pode durar de 21 a 24 dias, dependendo das condições climáticas, assim, são possíveis de duas a quatro gerações do nematoide por safra.

O seu desenvolvimento inclui 4 estágios juvenis e os adultos, macho e fêmea. O juvenil de segundo estágio, J2, migra no solo e invade as raízes da planta hospedeira, ficando conhecido como estagio infectivo.

Após a penetração o J2 estabelece o sítio de alimentação e continua a se desenvolver até chegar a fase adulta, se tornando macho ou fêmea.

 

Pós-graduação Fitossanidade

 

As fêmeas permanecem fixas à raiz e ao se alimentarem aumentam de volume, adquirindo a forma periforme.

Cada fêmea pode produzir aproximadamente 500 ovos, os quais ficam armazenados no interior do seu corpo.

Ao morrer, o corpo da fêmea se transforma no cisto, uma estrutura de sobrevivência de coloração marrom escura, resistente à deterioração e à dessecação.

Essa estrutura de sobrevivência permite a viabilidade dos ovos vários anos na ausência de plantas hospedeiras.

Estes cistos podem ser disseminados através do transporte de solo infestado, através de implementos, maquinários, sementes mal beneficiadas, pelo vento, água e animais que se alimentam de algo presente no solo e ingerem os cistos.

 

Ocorrência e danos do nematoides dos cistos

O nematoide do cisto da Soja no Brasil foi detectado no início da década de 90 na região dos cerrados. E atualmente acredita-se que mais de 3 milhões de hectares em praticamente todos os estados estejam infectados com este nematoide.

Segundo a Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN) as perdas geradas por este nematoide no agronegócio brasileiro podem chegar até 35 bilhões de reais por ano, atingindo 10,6% da soja mundial.

 

Manejo Integrado de Plantas Daninhas

 

Sintomas e identificação do nematoides dos cistos

Os sintomas causados pelo nematoide dos cistos geralmente aparecem em reboleiras, e os mais comuns são clorose e a redução do porte das plantas. O que leva a doença a ser comumente conhecida como nanismo amarelo da soja.

Os sintomas podem progredir e causar a morte das plantas, no entanto, em locais com solos férteis e bom índice pluviométrico, os sintomas da parte aérea podem nem ser visualizados.

Por tanto, o principal diagnóstico do nematoide do cisto da soja deve ser realizado através da observação do sistema radicular, que fica reduzido e apresentando minúsculas fêmeas brancas do nematoide.

 

 

Estratégias de manejo

A adoção de medidas que possuem como finalidade impedir e ou pelos menos retardar a entrada do nematoide na área são de extrema importância, pois uma vez instalado no local sua erradicação é praticamente impossível.

A limpeza das máquinas e implementos agrícolas, tratamento de sementes com nematicidas químicos ou biológicos e aquisição de sementes são medidas que podem prevenir a entrada do nematoide na lavoura.

Porém, uma vez infectada a área o produtor deve lançar mão de outras medidas de controle, que visem diminuir o nível populacional do nematoide na lavoura.

O controle biológico do H. glycines, pode ser uma alternativa. Os principais agentes biológicos usados são Pochonia chlamydosporia, Pausteria nishizawae e Paecilomyces lilacinus. Que atuam por predação ou competição dos nematoides.

O controle com produtos biológicos pode ser feito com aplicação diretamente no solo ou através do tratamento de sementes.

Já o controle químico do nematoide dos cistos apesar de ser uma alternativa, tem sido bastante criticado do ponto de vista do custo benefício dos produtos e pelos resíduos gerados, sendo muito pouco utilizado.

A rotação de culturas é uma medida que pode reduzir significativamente as populações do nematoide do cisto da soja na lavoura.

O plantio de culturas hospedeiras, como sorgo, milho, crotalária e gramíneas forrageiras é recomendado para rotação com a soja.

Outra medida também muito utilizada é o uso de variedades de soja tolerante ou resistente ao nematoide dos cistos.

No mercado já existem muitas cultivares resistentes a este nematoide, algumas como por exemplo a BRS 7581RR da Embrapa são resistentes a mais de uma raça do nematoide.

O produtor, portanto, deve se atentar quais as principais raças do nematoide dos cistos estão presentes na área, antes de adquirir a cultivar de soja.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Neste artigo, conhecemos mais a respeito do nematoide dos cistos da soja, sua importância, os principais sintomas e danos causados à cultura.

Também foi falado sobre a importância de evitar a entrada do nematoide na área e depois de introduzido como manejá-lo.

O nematoide do cisto da soja, como vimos, é um dos principais limitantes da cultura, no entanto é possível conviver com esta praga na lavora e produzir com níveis satisfatórios.

 

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Pragas agrícolas que mais afetam a agricultura!

Pragas agrícolas que mais afetam a agricultura!

As pragas agrícolas são organismos que reduzem a produção das culturas, seja por atacá-las, por serem transmissores de doenças ou por reduzirem a qualidade dos produtos agrícolas. Neste post você irá conhecer as principais pragas agrícolas e diferentes métodos para seu controle.

Acompanhe, e não fique de fora!

 

Pragas agrícolas que mais afetam a agricultura!

 

Em meio a todo o esforço para manter a plantação saudável e produtiva, as pragas agrícolas surgem como um pesadelo na rotina dos agricultores. Silenciosas no começo, chegam sem despertar suspeita, e quando o produtor nota a presença, muitas vezes, já se espalharam pela plantação.

Conceitualmente, podemos dizer que um inseto se torna uma praga quando ele aumenta em população, ao ponto de ocasionar perturbações no desenvolvimento da lavoura, além de, prejuízos econômicos.

Impulsionados pelo cultivo de monoculturas em grandes extensões, os surtos de ataque de pragas estão cada vez mais frequentes, o que, consequentemente, exige a adoção de estratégias para o controle.

 

Fatores que favorecem o ataque de pragas

Veja os principais fatores que influencia no aparecimento de pragas nas diferentes culturas agrícolas

  • Descaso pelas medidas de controle.
  • Plantio de variedades suscetíveis ao ataque das pragas;
  • Falta de rotação de culturas nos agro ecossistemas;
  • Plantio em regiões ou estações favoráveis ao ataque de pragas;
  • Adoção de plantio direto (geralmente há um aumento de insetos que atacam o sistema radicular das plantas);
  • Adubação desequilibrada (as plantas mal nutridas são mais susceptíveis ao ataque de pragas);
  • Uso inadequado de praguicidas (uso de dosagem, produto, época de aplicação e metodologia inadequados).

 

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Métodos de controle de pragas

Os métodos devem ser selecionados com base em parâmetros técnicos (eficácia), econômicos, que preservam o ambiente. Os principais métodos usados no controle de pragas são:

  • Métodos culturais: emprego de práticas agrícolas normalmente utilizadas no cultivo das plantas objetivando o controle de pragas.
  • O controle biológico: ação de inimigos naturais na manutenção da densidade das pragas em nível inferior àquele que ocorreria na ausência desses inimigos naturais.
  • O controle químico: aplicação de substâncias químicas que causam mortalidade no controle de pragas.
  • Além do controle mecânico: uso de técnicas que possibilitem a eliminação direta das pragas.
  • E o controle físico: consiste no uso de métodos como fogo, drenagem, inundação, temperatura e radiação eletromagnética no controle de pragas.

 

Principais pragas agrícolas

O primeiro passo para proteger sua lavoura do ataque de pragas é conhecer esses agentes. Listamos a seguir os principais inimigos dos agricultores.

 

Lagarta helicoverpa (Helicoverpa armigera)

A lagarta helicoverpa é uma praga emergente, gerando um problema iminente no Brasil desde 2013, quando foram relatados ataques expressivos em soja e algodão.

Atualmente, está presente em todas regiões de cultivos e com potencial de danos em diversas culturas, como soja, algodão, feijão e até mesmo milho.

A identificação da lagarta no campo é dificultada devido à similaridade com outras espécies como Helicoverpa Zea e Heliothis Virescens.

 

Lagarta helicoverpa (Helicoverpa armigera)

 

Danos na cultura

As vias de ingresso da Helicoverpa armigera nas plantas são a parte aérea (flor, folha, gemas, fruto/vagem, estruturas reprodutivas e pontos de crescimento).

Os estágios imaturos alimentam-se em todos os estágios de desenvolvimento da planta, danificando todas as estruturas. As larvas atacam ramos, flores e cápsulas da semente.

 

Controle da praga

Realizar Manejo Integrado de Pragas, utilizar cultivares geneticamente modificadas expressando a toxina Bt, utilizar inseticidas biológicos e químicos, seletivos aos inimigos naturais.

 

Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)

É considerado a principal praga da cultura do milho no Brasil, ocorrendo em todas as regiões produtoras, tanto nos cultivos de verão como nos de segunda safra (“safrinha”). O inseto está sempre presente a cada ano de cultivo e ataca a planta desde sua emergência até a formação de espigas.

 

Lagarta do cartucho: como essa praga acomete a cultura do milho?

 

Danos na cultura

Folhas raspadas e perfuradas, cartucho destruído e espigas danificadas. Observam-se excreções das lagartas nas plantas, reduzindo a área foliar das plantas. Favorece o ataque de patógenos.

As lagartas perfuram a base da planta, causando o sintoma de “coração morto”. A lagarta ataca preferencialmente o cartucho, destruindo-o, principalmente na fase próxima do florescimento podem causar danos expressivos que se acentuam em períodos de seca.

Os danos são maiores quando o ataque ocorre em plantas com 8 a 10 folhas. As plantas são cortadas rente ao solo, causando falhas.

 

Controle da praga

O controle da lagarta-do-cartucho, quando o ataque é verificado na região da espiga, é difícil pela falta de equipamentos adequados.

Muitas vezes o agricultor é obrigado a utilizar a aplicação aérea ou a aplicação via água de irrigação. Mesmo através dessas modalidades a eficiência é baixa, com a praga instalada na espiga.

 

Pulgões ou afídeos (Hemiptera, Aphididae)

Os pulgões são insetos pequenos (1,5 a 3,0 mm), de corpo mole e piriforme, com antenas longas. O aparelho bucal é do tipo picador-sugador e o desenvolvimento paurometabólico. São altamente prolíficos e reproduzem-se por viviparidade e partenogênese telítoca.

Vivem sobre a planta em colônias formadas por adultos (fêmeas) alados e ápteros e por ninfas de diferentes tamanhos. As formas de disseminação podem voar centenas de quilômetros com auxílio do vento.

 

Pulgão branco: saiba tudo sobre essa praga!

 

Danos na cultura                                                                         

Os pulgões causam declínio rápido da planta, seca dos galhos a partir das extremidades e folhas amareladas. As radicelas apodrecem, folhas e frutos ficam menores e surgem sintomas de deficiência nutricional.

A extensão dos prejuízos causados pelo pulgão às plantas depende da densidade populacional e do estágio de desenvolvimento, vigor e suprimento de água das plantas.

O inseto infesta a face inferior das folhas, mas também podem ser observadas manchas necrosadas na face superior. Devido à intensa sucção de seiva, eles produzem um volume significativo de excrementos que cobrem as folhas inferiores, deixando-as pegajosas ou cobertas com fumagina.

 

Controle da praga

Os pulgões são naturalmente controlados pela ação das chuvas e do inimigos naturais. Na ausência desses agentes, a população pode aumentar em até 10 vezes a cada semana.

Preventivamente, a infestação pode ser evitada por meio da aplicação de inseticidas sistêmicos via tronco ou drench (deve-se dar preferência a esta modalidade de aplicação, que é mais seletiva aos inimigos naturais).

 A pulverização só é recomendada quando ocorrer ataque muito intenso e não houver a presença de inimigos naturais.

 

Tudo o que você precisa saber sobre a mosca branca (Bemisia tabaci)

 

Mosca branca (Aleyrodidae)

É um inseto encontrado nas principais regiões agrícolas do mundo, adaptado especialmente às regiões de clima quente e umidade elevada.

É um inseto polífago, cujos hospedeiros preferenciais são: algodão, brócolis, couve-flor, repolho, abobrinha, melão, chuchu, melancia, pepino, berinjela, fumo, pimenta, tomate, pimentão, soja, uva e algumas plantas ornamentais como o bico-de-papagaio.

 

Mosca branca: conhecendo o inimigo!

 

Danos na cultura

Os danos causados pela mosca branca podem ser diretos ou indiretos. O processo alimentar do inseto se inicia com a penetração intercelular dos estiletes através de tecidos foliares do mesofilo até atingir o floema, onde ocorre a sucção de seiva elaborada, consistindo em um dano direto no vegetal.

Além disto, o inseto pode provocar fitotoxemias pelo seu processo alimentar, com alterações fisiológicas na planta.

 

Controle da praga

Tratamento de sementes com inseticidas carbamatos sistêmicos ou sistêmico granulado no sulco de plantio ou, ainda, pulverizar com fosforados sistêmicos. Uso de armadilhas de cor amarela ajudam a diminuir número de adultos na área.

 

Córos (larvas de besouro)

Corós são larvas de besouros de diversas espécies que atacam gramados e outras culturas em determinadas fases de desenvolvimento.

O padrão de elos na ponta do abdomem destas larvas ajudam na identificação, contudo, a análise dos adultos é necessária para uma identificação exata das espécies.

A irrigação noturna durante a época dos voos dos adultos pode atrair as fêmeas, especialmente se as áreas circunvizinhas estiverem secas. Os adultos também são atraídos para as luzes à noite, o que explica altos níveis de ataque próximos a postes de iluminações ou luminárias de jardins.

 

Córos (larvas de besouro)

 

Danos na cultura

Quando os corós se alimentam das raízes de gramíneas, estas gradualmente ficam mais fracas, amareladas, podendo até morrer, pois a lesão na raiz reduz a capacidade da grama de absorver água, nutrientes e resistir ao stress hídrico.

Na sequência aparecem manchas mais escuras, espalhadas e irregulares no gramado, que aumentam de tamanho ao longo do tempo. Quando o gramado está sofrendo com uma alta infestação ele solta-se facilmente do solo.

A intensidade dos danos depende da espécie e da saúde do gramado. Portanto, um bom programa de irrigação e de fertilidade do solo, entre outras operações de manutenção, ajudam a tolerar ou superar infestações moderadas.

 

Controle da praga

Devido às restrições no uso de inseticidas em áreas urbanas, o controle biológico passa se torna uma ótima opção. Com a utilização de nematoides, bactérias, fungos e parasitoides da ordem Díptera.

 

Percevejo marrom (Euschistus heros)

Os percevejos são uma praga‑chave da cultura de soja vem várias regiões do Brasil, principalmente nas de clima quente.

Predominante nas lavouras de soja no Estado de Mato Grosso, esse inseto pode ocasionar danos irreversíveis à cultura. Pois, para se alimentar, suga diretamente os grãos de soja, o que acarreta redução na produção e na qualidade das sementes.

Os prejuízos resultam da sucção de seiva dos ramos ou hastes e de vagens. Podendo causar prejuízos de até 30% do potencial produtivo. Também injetam toxinas, provocando a “retenção foliar”.

 

Percevejo Marrom

 

Danos na cultura

Atingem as sementes através da introdução do aparelho bucal nos legumes, tornando-os chochos e enrugados, afetando, consequentemente, a produção e a qualidade dos grãos.

Podem, ainda, abrir caminho para doenças fúngicas e causar distúrbios fisiológicos, como a retenção foliar da soja.

Os principais sintomas são produção limitada devido a sucção de seiva dos ramos, hastes e vagens, provavelmente, devido à toxinas que injetam. Vagens marrons e murchas. Queda e apodrecimento das estruturas florais e frutos.

 

Controle da praga

O controle desses insetos deve ser feito utilizando-se produtos em pulverização. Escolhendo-se aqueles mais seletivos aos inimigos naturais e menos tóxicos ao homem. Utilizar produtos de carência curta, principalmente se a produção for destinada ao consumo verde.

 

Manejo integrado de pragas (MIP)

O desafio do agronegócio brasileiro está na difusão de métodos sustentáveis para o manejo de pragas. Trazendo para o dia-a-dia do produtor as inovações tecnológicas e, assim, manter as cadeias produtivas competitivas no mercado.

O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é um conjunto de boas práticas agrícolas que implica no monitoramento da população de insetos e combina métodos e estratégias de controle como cultural, biológico, físico, legislativo, mecânico e químico, visando evitar o dano econômico.

Reconhecer cada tipo de inseto é muito importante para proteger aqueles que são úteis e controlar apenas os que são pragas, quando necessário.

A visita semanal à lavoura para reconhecer e monitorar a quantidade de pragas agrícolas. Em cada parte da planta, permite decidir sobre o controle no momento correto, evitando danos, perdas e prejuízos na produção.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

As pragas listadas aqui são altamente adaptadas ao sistema agrícola. De extrema importância econômica e quase sempre de difícil controle. Para isso é importante planejarmos e fazer o uso correto das ferramentas de MIP disponíveis.

Lembramos que é importante que você faça o MIP na sua lavoura para evitar problemas com relação ao abuso no uso de inseticidas. Para começar esse manejo é importante conhecer o histórico da área e fazer monitoramentos semanais.

Escrito por Michelly Moraes.

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Lagartas da soja: aprenda como identificar e manejar!

Lagartas da soja: aprenda como identificar e manejar!

As lagartas se encontram entre as principais pragas da cultura da soja, ameaçando a sojicultura do Brasil.

Aprender a identificá-las e manejá-las, é a maneira mais eficaz de controlá-las e evitar prejuízos.

Portanto, neste artigo daremos destaque para as principais lagartas que atacam a cultura da soja e como manejá-las.

Identificar cada uma das espécies de lagartas e prever os prejuízos que podem causar na lavoura é uma tarefa de extrema importância e que exige um pouco mais de conhecimento.

As lagartas são a fase jovem das Mariposas e borboletas, que pertencem a ordem Lepidoptera, são elas as principais responsáveis por causar injurias na lavoura de soja.

 

Lagartas da soja: aprenda como identificar e manejar!

 

Desde a semeadura até a colheita a cultura da soja está sujeita ao ataque de diversas espécies de lagartas.

Algumas das lagartas que hoje estão entre as principais ameaças à produtividade da soja são:

  • Lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis),
  • Lagarta falsa-medideira (Chrysodeixis includens),
  • Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus),
  • Lagarta-rosca (Agrotis ipsilon),
  • Lagarta-das-maçãs (Heliothis virescens),
  • Lagarta-do-cartucho (Spodoptera),

Agora vamos conhecer melhor cada uma delas!

 

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Lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis)

É uma das espécies de lagarta desfolhadora mais comum no Brasil. Alimentam-se de toda a folha causando grandes áreas recortadas ou consumindo-as completamente.

Elas apresentam inicialmente coloração verde com três listras longitudinais brancas no dorso e as patas abdominais ainda não se desenvolveram completamente, fazendo-as serem confundidas com a lagarta falsa-medideira.

Quando maiores, as lagartas podem continuar verdes ou ficarem escuras, no entanto, as três linhas longitudinais claras no dorso permanecem.

 

Lagarta falsa-madeira (Chrysodeixis includens)

A falsa-medideira também é uma das principais lagartas desfolhadoras da cultura da soja. São chamadas assim porque andam em movimentos do tipo “mede-palmo”.

Apresentam coloração verde clara e listras longitudinais esbranquiçadas com pontuações pretas no dorso.

Essa lagarta alimenta-se de uma grande variedade de plantas, como por exemplo o algodão, o que facilita o seu crescimento populacional, sendo possível encontrá-la em vários estádios de desenvolvimento em uma mesma região.

Inicialmente, as lagartas apenas raspam as folhas. Com o seu crescimento, passam a se alimentar do limbo foliar, deixando as nervuras, o que causa um aspecto rendilhado nas folhas.

 

Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus)

A lagarta-elasmo ou Broca do colmo apresenta coloração marrom ou verde com listras e anéis vermelhos no corpo.

Elas alimentam-se e do caule e das folhas das plântulas, resultando no enfraquecimento, tombamento e até a morte da planta.

O ataque é mais prejudicial ocorre na fase inicial da cultura, uma vez que as plantas jovens são facilmente predadas e apresentam menor capacidade de recuperação

 

Lagarta-rosca (Agrotis ipsilon)

A lagarta-rosca é lisa, robusta, podendo atingir até 5 cm de comprimento e de coloração variável, porém com dominância do cinza escuro ou marrom.

Possuem esse nome por apresentarem como principal característica de se enrolar quando perturbada.

Ela possui hábito noturno, ficando escondida no solo durante o dia, normalmente próximo das plantas das quais vão alimentam.

As principais perdas causadas por essa lagarta ocorrem na fase inicial da cultura, pois ela pode se alimentar das sementes recém-germinadas e da haste das plantas.

Os danos que podem ser observados em campo são reboleiras, plantas murchas e tombadas.

 

Lagarta-das-maçãs (Heliothis virescens)

A lagarta-das-maçãs, é de grande importância na cultura do algodão, no entanto, se tornou muito polífaga, atacando também lavouras de soja.

Apresentam coloração que pode variar de creme, verde ou amarela, mas sempre com pintas escuras pelo corpo.

Em sua fase inicial de desenvolvimento elas ficam escondidas nas flores e vagens, dificultando o monitoramento.

O ataque ocorre principalmente nas fases finais do ciclo da cultura, gerando danos às flores, vagens e grãos.

 

Lagarta-do-cartucho (Spodoptera spp.)

A ocorrência de lagartas do gênero Spodoptera tem crescido na cultura da soja. As espécies mais comuns são S. cosmioides, S. eridania, S. frugiperda.

As espécies possuem características morfológicas distintas, o que pode dificultar a correta identificação.

S. frugiperda cortam plantas rentes ao solo com sintomas semelhantes ao ataque da lagarta-rosca (Agrotis ipsilon), ela também pode na fase vegetativa, causando uma desfolha acentuada.

As espécies S. eridania e S. cosmioides, causam danos diretos às vargens, além da desfolha.

As lagartas do gênero Spodoptera possuem grande importância econômica devido à sua voracidade.

 

Como manejar as lagartas na soja?

O Manejo Integrado de Pragas (MIP), é a maneira mais eficiente de controlar as lagartas da soja na lavoura e assim evitar prejuízos.

O MIP é composto de várias medidas de controle que aplicadas em conjunto atuam diretamente no controle das lagartas e também diminuem a resistência dos insetos.

O primeiro passo para iniciar o MIP é o monitoramento, a partir de então vem a tomada de decisão para o controle.

Vários métodos de controle podem ser utilizados como controle cultura, genético e químico.

Vamos aprender melhor cada um deles!

 

Controle cultural

A rotação de culturas é uma boa estratégia para o controle de várias pragas e doenças. No entanto, as lagartas são muito polífagas e esta medida pode não ser eficiente.

Apesar disso outras medidas como: eliminação de hospedeiros alternativos, destruição dos restos culturais, tratamento de sementes e plantio na época correta, podem ajudar na diminuição do ataque dessas pragas.

 

Fungos causadores de doenças em plantas.

 

Controle genético

A biotecnologia tem sido uma importante ferramenta no manejo de pragas, proporcionando variedades de soja modificadas geneticamente, como a soja Intacta RR2 PRO®.

As tecnologias com a proteína Bt (Bacillus thuringiensis) conferem proteção contra às principais lagartas da soja que atacam a cultura.

É importante lembrar que com o plantio de cultivares de soja geneticamente modificadas, também é necessário o plantio de uma área de refúgio, para evitar a seleção de insetos resistentes.

 

Controle químico

A aplicação de inseticidas para combater as lagartas da soja pode se tornar necessária, no entanto deve ser utilizada de forma consciente.

Visando retardar o desenvolvimento de resistência de insetos aos inseticidas é recomendado que se utilize produtos com diferentes modos de ação.

Utilize sempre produtos registrados para a cultura, e de acordo com as recomendações da bula ou consulte um Engenheiro Agrônomo.

 

Controle biológico

O controle biológico pode ser natural, com organismos presentes na lavoura, ou aplicados de forma inundativa, com organismos adquiridos em empresas especializadas na produção desses inimigos naturais.

Podem ser utilizados por exemplo, insetos que se alimentam de ovos, ou fungos que parasitam as lagartas.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

O ataque de lagartas da soja pode causar grandes prejuízos ao produtor, no entanto a identificação e a correta utilização de um programa de Manejo Integrado de Pragas, pode auxiliar o produtor no controle das mesmas.

 

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Controle biológico: como ter lavouras mais sustentáveis e rentáveis!

Controle biológico: como ter lavouras mais sustentáveis e rentáveis!

Com você tem acompanhado aqui no blog, muitas são os insetos – praga e patógenos que podem incidir nas lavouras, causando perdas. Hoje falaremos sobre o controle biológico desses organismos.

Medidas culturais e genéticas são adotadas no estabelecimento da lavoura, mas muitas vezes são insuficientes para evitar que epidemias surjam e levem os agricultores ao uso indiscriminado de agrotóxicos.

A sociedade demanda cada vez mais por medidas de controle alternativas ao uso de agrotóxicos sintéticos pois, embora eficientes na maioria dos casos, podem levar a uma série de problemas.

Neste contexto, surge como alternativa promissora o Controle Biológico de pragas e doenças. Você sabe o que é controle biológico?

 

Controle Biológico: como ter lavouras mais sustentáveis e rentáveis!

 

O que é controle biológico?

O termo controle biológico foi utilizado pela primeira vez para se referir a inimigos naturais de alguns insetos-praga. Desde então, muito foi estudado acerca deste tema. O controle biológico pode ser definido como o uso de um organismo, ou organismos, na regulação de uma população.

Este organismo utilizado pode pertencer a diferentes classes como insetos predadores e parasitoides (para outros insetos) ou microrganismos, como vírus, bactérias e fungos (para insetos-praga e patógenos).

 

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Agentes de controle biológico de insetos-praga

 

Parasitóide

Parasitoide é um organismo que parasita um hospedeiro e completa o seu ciclo de vida matando este hospedeiro. Os adultos são de vida livre, mas as larvas parasitam outros insetos. A maioria dos inimigos naturais deste grupo são das ordens Hymenoptera e Diptera.

Os parasitoides mais utilizados para o controle de insetos-praga são as vespas Cotesia e Tricogramma, controlando pragas importantes como a lagarta do cartucho em milho e a broca da cana, por exemplo.

 

ParasitóideFonte: Agropós-2020                             Fonte: Agropós-2020

 

Predadores

Predadores são insetos de vida livre e que apresentam comportamento predatório, se alimentando de outros insetos. Requerem um grande número de presas para completar o seu ciclo de vida.

Os insetos predadores pertencem principalmente às ordens Hymenoptera, Diptera, Coleoptera e Hemiptera, sendo a joaninha um exemplo clássico de inseto predador. Ela preda diversas pragas, dentre elas vários pulgões que atacam espécies de interesse agronômico.

 

Tudo o que você precisa saber sobre a mosca branca (Bemisia tabaci)

 

Patógenos

São microrganismos que causam doenças em insetos praga, vivendo esse alimentando destes, levando-os à morte. Neste grupo estão incluídos fungos, bactérias e vírus. O fungo Beauveria e os vírus do gênero Baculovirus, muito utilizados para controle de lagartas, estão nessa classe de organismos.

 

PatógenosFonte: Agropós-2020                                       Fonte: Agropós-2020

 

 

Agentes de controle biológico de patógenos

Os microrganismos patogênicos a plantas, são controlados por outros microrganismos, como fungos, bactérias e vírus. Esses microrganismos podem agir controlando doenças em parte aérea ou doenças de solo.

Sem dúvida, os agentes de controle biológico de doenças mais utilizados pertencem ao gênero fúngico Trichoderma e ao gênero bacteriano Bacillus. Trichoderma é um gênero de fungos habitante de solo, que pode controlar outros fungos por diferentes mecanismos.

Parasitismo, competição e antibiose são os principais mecanismos de controle biológico de patógenos. No parasitismo um organismo obtém parte ou todo do seu alimento às custas do outro organismo.

Na competição, um dos organismos é mais eficiente em aproveitar os recursos do meio. Eles competem entre si por agua, luz, nutrientes, espaço, oxigênio, dentre outros.

Já a antibiose é o mecanismo no qual um organismo produz substancias que tem efeitos danosos ao outro. Essas substancias podem ser voláteis ou não.

 

Tipos de controle biológico

O controle biológico de praga pode ser dividido em natural, clássico e o artificial. Vamos entender mais sobre eles?

No controle biológico natural são utilizados os inimigos naturais já existentes no ecossistema. Isso pode ser feito pela preservação de matas nativas próximas aos cultivos ou pela utilização de inseticidas seletivos.

No controle biológico clássico o foco é controlar pragas exóticas e para isso são introduzidos inimigos naturais por algumas vezes no local, como medida de controle a longo prazo.

O controle biológico artificial consiste da criação massal e aplicação de inimigos naturais em grande quantidade, o que faz com que este tipo de controle tenha ação mais rápida, semelhante a inseticidas químicos.

 

Vantagens do controle biológico na agricultura

Os inimigos naturais que são utilizados como agente de controle biológico são organismos que não deixam resíduos nos alimentos, são seguros para o agricultor e consumidor e protegem a biodiversidade. Não contaminam os alimentos e ambiente.

 Além disso, o uso de agentes diminui o risco de seleção de organismos resistentes, como ocorre no controle químico. A ausência de período de carência entre a liberação do inimigo natural e a colheita é outra vantagem notável do controle biológico.

 

Regulamentação de agentes de controle biológico

Os agentes de controle biológico são regulamentados pela lei Lei número 7.802, de 11 de julho de 1989, a mesma que regulamenta os agrotóxicos de origem química.

As solicitações de registro para estes produtos devem ser submetidas à Anvisa, MAPA e Ibama e os produtos à base agentes de controle biológicos são avaliados de maneira diferente dos demais produtos desta lei.

São solicitadas informações como qualidade biológica, eficiência, efeitos na saúde humana, dentre outros. Além disso, esses produtos, diferente dos pesticidas químicos, são registrados para o alvo biológico e não para a cultura.

 

Plataforma Agropós

 

Mercado de biológicos

Nos últimos anos, a nível mundial e também no Brasil, vem aumentando o número de produtos biológicos registrados para o controle de doenças e pragas.

Segundo o Ministério da Agricultura, no último ano, o mercado brasileiro de defensivos biológicos cresceu mais de 70%. Este percentual supera o crescimento apresentado pelo mercado internacional, que ficou em 17%.

O clima tropical e o cultivo diversificado do nosso país, nos coloca em uma posição privilegiada, tornando possível a adoção desta estratégia em lavouras de diversas culturas, atendendo aos anseios da população por uma agricultura mais sustentável.

 

Conclusão

Sempre que possível, devido às suas inúmeras vantagens, é recomendado utilizar o controle biológico como uma medida dentro do Manejo integrado. Este é um mercado em plena expansão no Brasil e no mundo, que está nos proporcionando uma agricultura mais sustentável.

Escrito por Nilmara Caires.

Pós-graduação Fitossanidade

Doenças do milho: conheça as 8 principais!

Doenças do milho: conheça as 8 principais!

Para que não ocorra grandes prejuízos, o monitoramento e conhecimento sobre as doenças do milho é de suma importância.

Conduzir um determinado cultivo não é uma tarefa fácil, são muitos os fatores que a serem analisados e muitas decisões a serem tomadas.

E com o milho não é diferente, principalmente quando falamos nas doenças que acometem a cultura.

Quer saber mais sobre as principais doenças do milho?

Então, vamos lá!

 

doenças do milho

 

Por que conhecer as doenças do milho?

A importância no cultivo do milho se dá na indústria, alimentação humana e animal. Sendo um vegetal de fácil propagação e um dos maiores impulsionadores da economia do país e do mundo.

A safra de milho 2019/2020 do Brasil foi estimada pela Safras & Mercado em 105,8 milhões de toneladas.

Dessa forma, conhecer quais são as principais doenças do milho e suas formas de controle é de suma importância na hora da tomada de decisão e garantir maior produtividade da sua lavoura.

Confira comigo!

 

Pós-graduação Fitossanidade

 

Principais doenças do milho

Uma das grandes preocupações e atenção que os produtores de milho devem ter, são as doenças que acometem a cultura.

Mesmo com todas as tecnologias disponíveis, para atingir a alta produtividade da lavoura, é necessário percorrer um longo caminho entre o plantio até a colheita.

Uma vez, que a ocorrência de doenças no milho, podem gerar grandes prejuízos econômicos. Dessa forma, é de extrema importância o conhecimento das suas características para manter uma lavoura prevenida e livre de infestações.

As doenças do milho, podem ser causadas por microorganismos (fungos, bactérias, vírus), como também, por fatores ambientais, como temperatura, luz e umidade.

Assim como, é toda alteração que ocorre no desenvolvimento fisiológico da planta ou na sua estrutura.

Entre as doenças do milho mais comuns, destacam-se 8, como principais, veja:

  1. Cercosporiose (Cercospora zeae-maydis)
  2. Mancha Branca (Phaeosphaeria maydis)
  3. Ferrugem
  4. Helmintosporiose (Exserohilum turcicum)
  5. Mosaico na cultura do milho
  6. Antracnose na cultura do milho
  7. Mancha branca (Bipolaris maydis)
  8. Enfezamentos na cultura do milho

 

1. Cercosporiose (Cercospora zeae-maydis)

A cercosporiose (Cercospora zeae-maydis) é uma das mais importantes doenças do milho, não apenas pelo seu potencial em causar danos, mas também pela sua ampla distribuição nas regiões de cultivo do Brasil.

Havendo perda de área foliar fotossintética, especialmente das folhas medianas e superiores, que contribuem com 70% a 90% dos fotoassimilados utilizados no enchimento de grãos.

Desse modo, a perda de área foliar leva à redução no número de grãos por espiga, redução na massa de grãos, consequentemente, redução da produtividade.

Seu controle pode ser realizado com o plantio de cultivares resistentes, como também, evitar a permanência de restos da cultura de milho em áreas em que a doença ocorreu, e quebra do ciclo da doença com realização da rotação de culturas.

 

2. Mancha branca (Phaeosphaeria maydis)

A mancha branca, é uma das doenças do milho de ampla distribuição pelo territó­rio brasileiro.

As perdas podem chegar até 60% em condições favoráveis e com o plantio de híbridos suscetíveis.

O plantio tardio beneficia o aparecimento da doença na lavoura, como também, a ausência de rotação de culturas, cul­tivo safrinha e presença de restos culturais no solo.

Seu controle pode ser realizado com cultivo de cultivares resistentes, aplicação de fungicidas, realização da rotação de culturas e retirada dos restos culturais.

 

3. Ferrugem

Para realizar o manejo da ferrugem de forma mais assertiva, é importante saber qual tipo de ferrugem você tem na lavoura.

Vejamos a seguir cada uma delas separadamente!

 

Ferrugem comum

Das três ferrugens que ocorrem como doenças do milho, a ferrugem comum é a menos severa, devido ao melhoramento genético que levou a seleção adequada para resistência.

A doença caracteriza-se pela presença de manchas elípticas e alongadas, em ambas faces da folha.

Temperaturas baixas e alta umidade relativa favorecem o desenvolvimento da doença.

Seu controle pode ser realizado através de cultivares resistentes e o plantio em épocas desfavoráveis ao desenvolvimento da doença

 

Ferrugem polissora (Puccinia polysora)

Das três, a ferrugem polissora, pode ser considerada a mais deletéria, podendo representar danos econômicos de até 65% nas lavouras.

Temperaturas mais altas e umidade relativa do ar não tão alta como na ferrugem comum, são fatores favoráveis ao aparecimento da doença.

A principal medida de controle para a polissora tem sido a resistência genética do híbrido e o uso de fungicidas.

 

Ferrugem tropical ou ferrugem branca (Physopella zeae)

Os sintomas da ferrugem tropical ocorrem em ambas as faces da folha, as manchas dispostas em pequenos grupos, paralelos às nervuras de cor amareladas a castanho.

O fungo é altamente destrutivo, podendo causar grandes danos econômicos quando a planta é afetada antes do florescimento.

O desenvolvimento da doença do milho é favorecido por ambiente úmido e quente, sendo que, a luminosida­de é também um fator importante.

E o uso de fungicidas em aplica­ção foliar após o aparecimento das primei­ras manchas pode ser uma prática eficiente, como também, plantio de híbridos resistentes.

 

4. Helmintosporiose (Exserohilum turcicum)

O fungo que causa a doença do milho é Exserohilum turcicum, causando lesões primeiramente nas folhas mais velhas da cultura.

As perdas podem chegar até 50% em ataques antes do período de floração, em cultivo do milho safrinha.

Os sintomas da doença são lesões necróticas e elípticas com coloração do tecido necrosado, tendo variações na coloração de verde-cinza a marrom.

O controle da doença pode ser realizado pelo plantio de cultivares com resistência genética.

 

5. Mosaico na cultura do milho

O mosaico é uma virose importante na cultura do milho, causando prejuízos na produção.

Fator importante que contribui para o aumento da incidência do mosaico no milho é que o vírus Sugarcane mosaic virus (SCMV), agente causal da doença, infecta também outras gramíneas cultivadas e plantas daninhas.

O vetor do mosaico comum são várias espécies de afídeos, sendo o mais comum o pulgão do milho (Rhopalosiphum maidis).

Os sintomas são áreas verde-claras a amareladas entremeadas com áreas de coloração normal da planta (mosaico), podendo chegar no nível de necrose nas folhas.

O principal método de controle é realizado pelo uso de variedades resistentes a doença.

 

6. Antracnose na cultura do milho

A antracnose, provocada pelo fungo Colletotrichum graminicola, pode reduzir a produção do milho em até 40%, quando utilizadas cultivares suscetíveis e as condições de umidade forem favoráveis à enfermidade.

O fungo é bem agressivo, uma vez, que é capaz de infectar praticamente todas as partes da planta.

O emprego de materiais geneticamente resistentes à doença é uma das principais estratégias para o correto manejo, sendo que, o uso de adubação equilibrada pode ser uma medida de grande ajuda no controle da doença.

 

7. Mancha branca (Bipolaris maydis)

A mancha branca é uma das doenças do milho que ocorre em todo o território brasileiro.

O sintoma inicial é o aparecimento de manchas aquosas de aspecto encharcado e bem escuras, de acordo com evolução da doença as manchas vão clareando até atingir um tom bem claro.

A sobrevivência do patógeno ocorre em restos culturais infectados e em grãos remanescentes na área após a colheita.

O plantio de cultivares resistentes e a rotação de culturas são as principais medidas recomendadas para o manejo dessa doença, como também, a ocorrência de longos períodos de seca e de dias com muito sol.

 

8. Enfezamentos na cultura do milho

Há dois tipos de enfezamento na cultura do milho, o enfezamento pálido e o enfezamento vermelho.

Essas doenças do milho são mais comuns em regiões quentes, podendo atingir um dano de 70% na produção da lavoura.

Primeiramente, uma grande dificuldade é a distinção da doença, até porque, os agentes que causam os enfezamentos (espiroplasma e o fitoplasma) podem ser transmitidos simultaneamente.

Uma vez, que ambos são transmitidos pela cigarrinha do milho (Dalbulus maidis).

Devido ao difícil controle químico, a opção é o uso de um manejo integrado da doença.

Neste manejo incluem-se operações em que se deve considerar a multiplicação e o desenvolvimento tanto do inseto vetor como do fitoplasma ou espiroplasma.

As principais medidas que podem ser adotadas são o uso de cultivares resistentes, adequação da época de plantio, evitar plantios consecutivos e eliminar plantas voluntárias no campo que possam servir de hospedeiras.

Vejamos a caracterização de cada um dos enfezamentos separadamente.

 

Fungos causadores de doenças em plantas.

 

Enfezamento pálido

O enfezamento pálido é caudado por um espiroplasma (Spiroplasma kunkelii).

Seus sintomas são aumento do número de espigas, com pouco ou nenhum grão e o encurtamento dos internódios da planta.

O enfezamento pálido inicialmente apresenta a clorose (cor esbranquiçada ou pálida) na base foliar e depois se estende por toda a folha.

 

Plataforma Agropós

 

Enfezamento vermelho

Esta doença do milho é causada por um fitoplasma (Candidatus Phytoplasma asteris).

Os sintomas dessa doença são avermelhamento das folhas. Inicialmente com clorose marginal e seguida do avermelhamento das pontas das folhas, que se manifesta na fase de produção do milho.

Nas plantas doentes, você pode observar maior número de espigas.

Mas, essas espigas produzem poucos ou nenhum grão e também há um encurtamento dos internódios das plantas.

 

Época de ocorrência das doenças do milho

Primeiramente, para o controle eficaz das doenças do milho é o conhecimento da época que elas ocorrem. Desse modo, facilitando seu monitoramento.

Confira abaixo, o calendário da ocorrência de algumas das principais doenças do milho abordadas nesse artigo.

 

Época de ocorrência das doenças do milho

Fonte: Agronomia – DuPont Pioneer

 

Monitoramento X controle de doenças do milho

As doenças do milho é um fator importante quando medimos a produtividade da lavoura, podendo gerar grandes prejuízos ao produtor.

Neste artigo conhecemos as principais doenças que acometem a cultura, sintomas e formas de controle.

Porém, é bom lembrar a importância da consulta de um profissional da área qualificado para identificar corretamente a doença, antes de utilizar qualquer produto químico ou realização de algum tipo de controle.

Por fim, para evitar e eliminar o aparecimento de doenças na plantação de milho. É fundamental realizar o monitoramento constante, desde o plantio até a colheita.

Espero que com essas dicas você consiga ótimos resultados no controle das doenças do milho e aumente ainda mais a produção da sua lavoura.

Escrito por Juliana Medina.

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