(31) 9 8720 -3111 contato@agropos.com.br
Saiba o que fazer para evitar ataque de ácaro no morango

Saiba o que fazer para evitar ataque de ácaro no morango

Uma das dicas é manter a planta bem equilibrada quanto à nutrição, adubação, irrigação, entre outros fatores importantes para o desenvolvimento

POR JOÃO MATHIAS

Aumentar a umidade da lavoura também pode ajudar a afastas o ácaro (Foto: Ernesto de Souza / Ed. Globo)

Algumas dicas para evitar a presença do ácaro no morango são:

1. Mantenha a planta de morango bem equilibrada quanto à nutrição, adubação, irrigação, entre outros fatores importantes para o desenvolvimento da fruteira;

2. Saiba distinguir exatamente o ácaro rajado, que é uma praga, do ácaro predador, que controla muito bem a praga se o produtor seguir as orientações técnicas adequadamente;

3. Informe-se sobre como e quando fazer o monitoramento do ácaro rajado, pois os cientistas estabeleceram exatamente a quantidade de praga a partir da qual a lavoura corre risco de dano econômico;

4. Um método para afugentar o ácaro rajado é aumentar a umidade na lavoura, pulverizando apenas água ou ligar os aspersores de irrigação, lembrando que aspersão não é o sistema mais adequado para o plantio do morango;

5. Se a quantidade de ácaro rajado não diminuir, solte ácaros predadores para um controle biológico; e
—–
Videoaula gratuita: Diagnose de doenças florestais | Professor Acelino Alfenas
—–
6. Somente em último caso, adote o controle químico com acaricidas, que devem ter registro no Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Além de seguir as doses recomendadas, prepare e aplique o produto usando todos os equipamentos de proteção individual.

CONSULTORA: FAGONI FAYER CALEGARIO, engenheira agrônoma e pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente, Rod. SP 340, Km 127,5, Caixa Postal 69, CEP 13820-000, Jaguariúna (SP), tel.: (19) 3311-2686, www.embrapa.br/fale-conosco

Fonte: Globo Rural

Mosca da carambola está erradicada em 11 municípios de RR e frutos estão livres para exportação, diz governo

Mosca da carambola está erradicada em 11 municípios de RR e frutos estão livres para exportação, diz governo

Aderr informou que continuam em quarentena os municípios de Uiramutã, Pacaraima, Normandia e Amajari. Praga conhecida como Mosca da Carambola impede a exportação de frutas desde 2010.

A mosca da carambola (Bactrocera carambolae) é uma praga quarentenária que pode causar prejuízos à agricultura brasileira (Foto: Danilo Nascimento/Embrapa/Reprodução)

Onze municípios de Roraima estão liberados para comercializarem frutas como o caju e a manga para o Amazonas e demais estados do Brasil, informou a Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr) nessa quarta-feira (16). A praga conhecida como Mosca da Carambola impedia a exportação de frutas desde 2010.

A medida foi publicada por meio de resolução pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no Diário Oficial da União.

Segundo a Aderr, a comercialização de frutas foi permitida aos municípios de Alto Alegre, Boa Vista, Cantá, Caracaraí, Mucajaí, São João da Baliza, Caroebe, São Luís do Anauá, Rorainópolis, Bonfim e Iracema.

Com isso, os municípios de Uiramutã, Pacaraima, Normandia e Amajari permanecem em quarentena.

Segundo o coordenador de Defesa Vegetal da Aderr, Luiz Estrella, o estado estava impedido de exportar frutas passíveis de hospedar a praga desde 2010.
—–
Pós-graduação lato sensu a distância em Avanços no Manejo Integrado de Pragas em Culturas Agrícolas e Florestais
—–
“Durante estes oito anos em que ficamos impedidos de exportar esses frutos, deixamos de ganhar R$ 20 milhões mensais, que poderão ser retomados a partir de agora”, enfatizou.

Estrella lembrou que o município de Boa Vista já era considerado livre da praga por conta das propriedades da região estarem adequadas a Instrução Normativa 28, estabelecida pelo Mapa, que promove as regras para exportação de frutos.

O texto determina que o produtor crie uma unidade de produção para o acompanhamento de um responsável técnico que fará o monitoramento de armadilhas para pegar a mosca dentro da propriedade.

“Com base na análise desta propriedade, o profissional concede um selo declarando se aquela área está livre da praga. Muitos podem considerar uma burocracia, mas é necessário para garantir a rastreabilidade do produto para que assim se conheça sua origem, dando mais credibilidade”, disse.

Para garantir que a praga não volte a se espalhar, a Resolução 3 estabelece a capital de Roraima como zona tampão, exceto nas comunidades indígenas pertencentes à reserva São Marcos e ao município de Bonfim, até o limite com o município de Cantá.

“É uma área estabelecida com o objetivo de filtrar os impactos negativos das atividades que ocorrem fora dela, no caso a da mosca da carambola”, conclui Luiz Estrella.

Mosca da carambora
Segundo a Embrapa, a mosca da carambola é considerada a principal barreira fitossanitária nas exportações da fruticultura nacional devido aos países importadores estabelecerem restrições à aquisição de frutos hospedeiros da praga.

A origem do inseto é o Sudeste Asiático, sendo considerada espécie invasora no Brasil, Suriname, República da Guiana e Guiana Francesa. Os danos ocorrem em várias frentes.

O ataque da mosca da carambola ameaça a produção, pois os frutos infestados têm seu desenvolvimento afetado e caem precocemente, ou seja, o produtor tem perda direta.

Ainda de acordo com a Embrapa, as medidas para o controle da praga acabam aumentando os custos da produção e a depreciação do fruto infestado implica no menor valor comercial e frutos que se conservam por menos tempo nas prateleiras, porque apodrecem precocemente.

Fonte: G1

Embrapa lança duas novas tecnologias para a melhoria da aplicação de produtos de controle fitossanitário nas culturas

Embrapa lança duas novas tecnologias para a melhoria da aplicação de produtos de controle fitossanitário nas culturas

Pulverização eletrostática reduz perdas e quantidade de produto aplicado – Foto: Divulgação

A Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) lançou na 25ª Agrishow, de 30 de abril a 4 de maio em Ribeirão Preto, SP duas novas tecnologias para a melhoria da aplicação de produtos para controle fitossanitário das culturas. São elas: o acessório de eletrificação de gotas para uso em pulverizadores costais hidráulicos e o acessório de eletrificação de gotas por indução em pulverizadores tratorizados com turbina de ar, para uso em culturas arbustivas e arbóreas, como a fruticultura, incluindo o café.

De acordo com o pesquisador Aldemir Chaim, idealizador das tecnologias, “elas permitirão que a agricultura brasileira se estabeleça em um cenário de controle de pragas e doenças nas lavouras mais tecnológico e eficiente, capaz de promover maior eficiência na aplicação de produtos nas culturas, respondendo à crescente demanda da sociedade por soluções tecnológicas que determinem métodos mais eficientes de produção agrícola”.
—–
O tamanho da gota ideal para aplicação de defensivos agrícolas
—–
Com o objetivo de desenvolver sistemas revolucionários de pulverização eletrostática de baixo custo, acessíveis também ao pequeno produtor, a Embrapa desenvolve, desde a década de 90, tecnologias que aprimoram esse tipo de pulverização. Segundo Chaim, a tecnologia já foi testada em diversas culturas, e se comprovou um aumento médio de 60% na deposição de calda nas plantas. “Uma melhor deposição reduz significativamente a quantidade de calda aplicada, traduzindo-se em eficiência no controle das pragas”, salienta ele.

Ainda conforme o pesquisador, “tão importante quanto aplicar o produto correto seguindo as recomendações de um profissional, é garantir que o produto aplicado alcance os alvos biológicos desejáveis na quantidade necessária. A ausência dessa preocupação pode resultar em impactos negativos ao homem, ao meio ambiente e ao produto”.

Patentes

Novas tecnologias de pulverização eletrostática foram patenteadas pela Embrapa e licenciadas para as empresas brasileiras para promoverem os aperfeiçoamentos necessários, visando à disponibilização ao mercado consumidor.

O acessório para eletrificação de gotas para o uso de pulverizadores hidráulicos costais foi licenciado para a empresa Magnojet Indústria e Comércio de Produtos Agrícolas, em Ibaiti, PR. Este acessório vai permitir que pulverizadores hidráulicos comuns passem a operar como eletrostático. A previsão é de que o sistema hidráulico comum, quando convertido, agregue ao processo 30% a 60% de aumento de deposição nas plantas. A empresa Magnojet pretende comercializar o acessório já instalado em seu equipamento hidráulico costal.
—–
Pós-graduação lato sensu a distância em Avanços no Manejo Integrado de Pragas em Culturas Agrícolas e Florestais.
—–
Chaim acredita que este sistema vai propiciar a democratização da tecnologia de pulverização de ponta, fazendo com que pequenos agricultores também tenham acesso à pulverização eletrostática. “Os pulverizadores costais, que são as tecnologias mais baratas de pulverização de agrotóxicos, são muito empregados em pequenas áreas de cultivo, principalmente em olerícolas e estufas, notadamente por pequenos agricultores da agricultura familiar”, explica o pesquisador.

Já o sistema de eletrificação de gotas por indução para pulverizadores tratorizados com turbina de ar, diferentemente dos sistemas eletrostáticos disponíveis no mercado, foi desenvolvido pela Embrapa em parceria com a FM Copling em Araraquara, SP.

A tecnologia dispõe de bicos leque, fixados fora do circuito do fluxo de ar e as gotas de um conjunto de 4 bicos são eletrificadas por hastes paralelas, submetidas à alta tensão. Isso resulta em redução de número de fontes de alta tensão para alimentação do circuito, além de evitar que o conjunto eletrostático fique sujo ou entre em curto circuito, do sistema de indução eletrostática. Segundo a FM Copling, esse novo tipo de equipamento poderá ser operado com tratores com menor potência do que os antigos pulverizadores.
—–
Cápsulas biodegradáveis são usadas no controle biológico de pragas
—–
“O equipamento é rebocado por trator, possuindo ventilador para induzir o ar e otimizar o fluxo de gotas no interior da massa de folhas, proporcionando uma excelente cobertura e distribuição das gotas. Um sistema de sensores reconhece a planta alvo, liberando o fluxo ou interrompendo a pulverização entre uma planta e outra”, explica Chaim.

Resultados de uso e depoimentos de produtores em várias regiões do mundo, indicam que os equipamentos eletrostáticos promovem uma redução do volume de calda utilizada e aumento da deposição do produto nas plantas, podendo em alguns casos proporcionar também uma diminuição das aplicações, ou seja, redução no custo do tratamento fitossanitário.

“O benefício direto do aumento da eficiência de controle de pragas e doenças com a pulverização eletrostática é que ela otimiza a deposição dos defensivos nas plantas e reduz as perdas para o solo, quando comparadas com uma pulverização convencional”, salienta Chaim.

AgroTag e RenovaCalc

Na abertura da Agrishow houve também apresentações de outras duas tecnologias desenvolvidas pela Embrapa Meio Ambiente em 2017 e que estão disponíveis para consulta no estande da Empresa:

O aplicativo AgroTag, já lançado, foi projetado para a coleta de dados e informações das propriedades que, uma vez processadas na base de operações, retornam aos diversos atores da cadeia produtiva ou interessados em agricultura de baixo carbono em forma de informações estratégicas diretamente nos celulares ou tablets. Foi desenvolvido com apoio da Rede ILPF, do Instituto de Pesquisas Eldorado e da Plataforma Multi-institucional de Monitoramento das Reduções de Emissões de Gases de Efeito Estufa (Plataforma ABC).

A RenovaCalc, a ser lançada em 2018, é uma ferramenta de funcionamento similar a uma calculadora, pela qual as empresas cadastradas no RenovaBio, interessadas em créditos de descarbonização (CBios), deverão detalhar parâmetros técnicos dos processos agrícolas e industriais da sua produção de biocombustíveis que geram emissões de carbono. Foi desenvolvida em parceria com o Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), Agroicone e Unicamp. A calculadora será disponibilizada em consulta pública pela ANP (Agência Nacional do Petróleo), a partir de maio de 2018.

Fonte: Embrapa Meio Ambiente | Eliana Lima

Novos projetos buscam a proteção de plantas no cultivo de grãos

Novos projetos buscam a proteção de plantas no cultivo de grãos

Tecnologia no combate a doenças – Foto: Luiz Magnante

A parceria da Embrapa com o Rothamsted Research vai promover novos estudos na proteção de cultivos como trigo, soja, arroz e feijão. O tema “proteção inteligente das culturas” envolve 14 pesquisadores, sendo 10 da Embrapa e cinco do Rothamsted. A proposta é monitorar e prever a propagação de pragas, plantas daninhas e doenças em tempo real, além de combinar soluções genéticas, químicas, ecológicas e estratégias agronômicas para a proteção das culturas.

No contexto mundial de produção de grãos, a Embrapa é destaque em trabalhos voltados ao controle de doenças e adaptações dos cultivos às variações do clima. Já os pesquisadores do Rothamsted Research, principal centro de pesquisa agrícola do Reino Unido, localizado em Harpenden, na Inglaterra, são pioneiros na geração de conhecimentos científicos sobre fitossanidade, contando com tecnologia de ponta para buscar soluções em problemas com pragas e doenças.
—–
Como minimizar perdas por doenças em plantações florestais
—–
Cereais de Inverno

A produção de cereais de inverno na região sul-brasileira enfrenta dificuldades similares à produção no Reino Unido, com adversidades no clima, cuja umidade resulta na incidência de doenças fúngicas, e com chuvas na colheita, que afetam a qualidade comercial dos grãos. Estas semelhanças trouxeram ao Brasil o Diretor do Rothamsted, Achim Dobermann, ainda em 2015, quando visitou a Embrapa Trigo (Passo Fundo, RS) com o objetivo de fortalecer a parceria entre as instituições de pesquisa em aspectos relativos ao manejo do solo e intensificação sustentável de sistemas de produção envolvendo cereais de inverno. Ele destacou a preocupação em desenvolver estudos voltados à resistência em agentes de controle de insetos, doenças e plantas daninhas.

Desde então, de acordo com a Chefe Adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento, Ana Christina Sagebin Albuquerque, a Embrapa Trigo vem atuando em trabalhos conjuntos com Rothamsted sobre a tolerância de trigo a afídeos, extremos de temperatura (geada e calor), déficit hídrico, resistência a doenças como giberela e brusone, entre outros.
—–
Pós-graduação lato sensu a distância em Avanços no Manejo Integrado de Pragas em Culturas Agrícolas e Florestais.
—–
Recentemente, em março de 2018, o grupo que coordena a cooperação científica Embrapa-Rothamsted, aprovou cinco projetos que deverão direcionar os trabalhos de pesquisa até o próximo ano. Na proteção de doenças no trigo, foram selecionados dois projetos:

– “Investigando alterações na emissão de compostos volateis em trigo, como meio para diagnosticar infecções causadas por doenças fúngicas” (Investigating changes in the volatile profile of wheat crops as a means of diagnosing fungal disease infection), com liderança da Embrapa Trigo; e
—–
Videoaula gratuita: Diagnose de Doenças Florestais – Prof. Acelino Alfenas
—–

– “O uso de novas ferramentas para monitorar doenças de plantas e promover a proteção inteligente de culturas no Brasil” (The use of novel high volume cyclone samplers to monitor airborne inoculum of key plant diseases and foster smart crop protection in Brazil), parceria de pesquisadores da Embrapa Trigo, Embrapa Soja e Embrapa Arroz e Feijão.

Para o pesquisador Fávio Santana, as novas propostas aprovadas permitem dar sequência às atividades realizadas em outros dois projetos, que já trouxeram resultados importantes para o combate a doenças na cultura, sendo o principal deles a internalizaçao de metodologias modernas, por meio de tecnologias de aprendizagem de máquina (machine learning) em projetos da Embrapa Trigo, resultante do trabalho iniciado em 2015 através da parceria com a Universidade de Aberystwyth no País de Gales.

Ainda em desenvolvimento, de 2016 a 2019, o projeto que busca na biotecnologia a identificação de genes de resistência à giberela no trigo. O projeto está sob a liderança do Rothamsted, com a colaboração de diversas instituições de pesquisa do Brasil. Na Embrapa Trigo, a equipe (formada pelos pesquisadores José Mauricio Fernandes, Elene Yamazaki Lau, Casiane Tibola, Maria Imaculada Lima e Ana Lídia Bonato) deverá avaliar as primeiras linhagens de trigo que se mostraram promissoras com o uso de uma nova abordagem biotecnológica chamada silenciamento gênico. “Os testes de campo deverão avaliar as linhagens que apresentam melhor reação à giberela”, conta José Maurício Fernandes. “Estamos otimistas com os resultados alcançados até aqui, vislumbrando a possibilidade de reduzir os problemas com giberela nas lavouras brasileiras e vencer esta doença que desafia a produção de trigo no mundo”, conclui o pesquisador.

Labex

O incentivo ao desenvolvimento de novos projetos entre a Embrapa e o centro de pesquisas Rothamsted é uma ação do Labex Europa – programa da Embrapa de Laboratórios Virtuais no Exterior para aprimorar a cooperação científica internacional – atualmente sob a coordenação do pesquisador Pedro Machado. As propostas de projetos em parceria foram elaboradas durante um workshop, realizado no final de 2017, na Embrapa Instrumentação (São Carlos, SP), que contou com a participação de pesquisadores de diversas áreas. Os projetos aprovados são cofinanciados e contam com aporte direto de recursos provenientes do BBSRC/Newton Fund, destinados a promover a interação entre pesquisadores na investigação de métodos de prevenção e controle de pragas e doenças na produção de grãos.

Fonte: Embrapa Trigo | Joseani M. Antunes

Tecnologias verdes de combate a fitonematoides e insetos

Tecnologias verdes de combate a fitonematoides e insetos

Embrapa participa da Agrishow 2018. Feira acontece em Ribeirão Preto (SP), de 30 de abril a 04 de maio.

Detalhe do contato dos adultos da broca do rizoma da bananeira (Cosmopolites sordidus) com dispositivo liberador – Foto: Rogerio Biaggioni Lopes

A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, uma das unidades de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, estará presente entre os dias 30 de abril e 04 de maio na 25ª Agrishow, em Ribeirão Preto (SP). Em 2018, a Unidade levará duas tecnologias de ponta para a mostra: a tecnologia Embrapa-Carbom Brasil, que associa um extrato vegetal nematotóxico formulado pela Embrapa com um biofertilizante; e um dispositivo liberador em forma de pastilha com dupla função para o controle da broca do rizoma da bananeira.

Tecnologia verde baseada na associação de extrato vegetal nematotóxico e biofertilizante

A primeira tecnologia, de autoria dos pesquisadores Thales Lima Rocha, Vera Lúcia Perussi Polez, Dilson da Cunha Costa, João Batista Teixeira e do empresário Leandro Gai Anversa, apresenta atividade nematicida superior a 97% contra o fitonematoide Meloidogyne incognita, também conhecido como Nematoide-das-galhas. Este fitopatógeno provoca alterações na raiz da planta prejudicando significativamente a produção e acarretando prejuízos anuais estimados em milhões de dólares.

As culturas mais afetadas pelo Nematóide-das-galhas são o algodão, o café, o feijão, o milho, a cana-de-açúcar, entre outros. A tecnologia foi testada em bioensaios conduzidos em casa de vegetação e diminuiu em 98% o número de ovos de M. incognita. Também foi validada em campo em duas diferentes áreas de cultivo de soja localizadas no Paraná e em Goiás, onde foi verificada a redução da densidade populacional de Meloidogyne incognita e Pratylenchus brachyurus.

“Dentre os métodos aplicados para o controle destes fitoparasitas, os nematicidas sintéticos têm sido utilizados de forma maciça, acarretando consideráveis riscos à saúde humana, animal, e ao meio ambiente. A estratégia da tecnologia Embrapa-Carbom Brasil é fundamentada na associação de extrato vegetal de alta especificidade para o controle de fitonematoides e biofertilizante resultando em uma tecnologia verde. A tecnologia oferecida contribui para a diminuição do uso de resíduos químicos presentes nos alimentos, que está de acordo com a demanda dos consumidores em obter alimentos mais seguros”, explica o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Thales Lima Rocha.

A tecnologia Embrapa-Carbom Brasil é comprovadamente termoestável (após exposição a 50º C), não citotóxica, não fitotóxica e exibe baixa ação contra organismos não-alvo na concentração que controla o fitonematoide. Deste modo, o produto pode contribuir: para a substituição de nematicidas químicos sintéticos altamente tóxicos para a saúde humana/animal e ambiental, por nematicida orgânico; para a manutenção do contínuo aumento da produtividade; para a redução da contaminação dos solos, nascentes aquíferas e lençóis freáticos, causada pela utilização de agroquímicos convencionais altamente tóxicos; para a manutenção do equilíbrio, da biodiversidade e da quantidade de organismos necessários para a fertilidade do solo; e para a produção de alimentos mais seguros.
—–
Cápsulas biodegradáveis são usadas no controle biológico de pragas.
—–
Outro ponto importante, destaca o pesquisador Thales Rocha, é que o produto pode ser utilizado por pequenos, médios e grandes agricultores bem como na agricultura familiar, incluindo a agricultura orgânica. “Desta forma, a tecnologia Embrapa-Carbom Brasil vem ao encontro da sustentabilidade ao caracterizar-se por como uma tecnologia mais limpa e segura para a saúde humana, animal e para o meio ambiente e está inserida de forma estratégica na bioeconomia, agregando valor a produtos da biodiversidade pela exploração de compostos bioativos”. O pesquisador Thales Rocha e o empresário Leandro Anversa estarão todos os dias na Agrishow 2018 explicando a tecnologia para os visitantes da feira.

Dispositivo para o controle biológico da broca do rizoma da bananeira

A segunda tecnologia é um dispositivo liberador em forma de pastilha criado pela Embrapa e pelo CABI (Centre for Agricultural and Biosciences International) na Inglaterra, a partir da combinação de um fungo entomopatogênico e um feromônio específico de atração de insetos. A combinação foi testada em laboratório e ficou comprovada a eficácia do composto para o controle da broca do rizoma da bananeira (Cosmopolites sordidus), uma das principais pragas da bananeira e que causa danos diretos aos rizomas, podendo causar até mesmo a queda das plantas, além de favorecer a invasão por outros patógenos. A praga tem ocorrência em todas as regiões do Brasil e causa a diminuição no número, peso e tamanho dos frutos. Em locais altamente infestados, a diminuição da produção pode chegar a 100%.
—–
Como minimizar perdas por doenças em plantações florestais
—–
“A formulação de ação dupla (atração do inseto-alvo pelo feromônio e infecção pelo entomopatógeno) em um dispositivo liberador para o controle da praga é uma inovação no controle de artrópodes”, relata o pesquisador Rogerio Biaggioni Lopes. “A nova estratégia necessita ainda de validação em condições de campo” salienta o pesquisador. “Além disso, a adoção do controle biológico na forma de um dispositivo totalmente biodegradável pode reduzir o uso de insumos químicos, permitindo a manutenção de outros inimigos naturais e a menor contaminação do ambiente e do agricultor”, avalia o pesquisador.

“O dispositivo desenvolvido mostrou ser tão atraente para adultos de C. sordidus quanto o rizoma da bananeira e consideravelmente mais atraente do que os pseudocaules. O armazenamento dos dispositivos liberadores utilizando-se outra tecnologia desenvolvida na Embrapa (TEV- empacotamento ativo) aumentou a vida-de-prateleira do produto em quase 10 e 6 vezes à temperatura de 25ºC e 40ºC, respectivamente”, complementa o também pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Marcos Faria. O diferencial dessa nova formulação de dupla ação é a maior exposição do inseto-alvo ao agente microbiano de controle, no caso o fungo Beauveria bassiana, sobretudo para insetos de hábito críptico, dificilmente controlados por meio de pulverizações convencionais.
—–
Pós-graduação lato sensu a distância em Avanços no Manejo Integrado de Pragas em Culturas Agrícolas e Florestais.
—–
Futuramente, o mesmo modelo de tecnologia poderá ser explorado para outras pragas de importância agrícola, para as quais feromônios e outras substâncias atrativas tenham sido identificadas, ou outros agentes de controle eficientes (incluindo biológicos e químicos).

Saiba mais sobre a Agrishow

A Agrishow é uma importante vitrine de tecnologia do setor agropecuário e uma excelente oportunidade para o fechamento de parcerias comerciais. No ano passado, o evento reuniu mais de 159 mil visitantes e expôs cerca de 800 marcas numa área superior a 440 mil m². É considerada uma das três maiores feiras de tecnologia agrícola do mundo e é uma iniciativa das principais entidades do agronegócio no país: Abag – Associação Brasileira do Agronegócio; Abimaq – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos; Anda – Associação Nacional para Difusão de Adubos; Faesp – Federação da Agricultura e da Pecuária do Estado de São Paulo; e SRB – Sociedade Rural Brasileira.

Mais informações

AGRISHOW 2018 – 25ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação
Data: 30 de abril a 04 de maio de 2018
Local: Rodovia Antônio Duarte Nogueira, Km 321 – Ribeirão Preto (SP)
Horário: das 8h às 18h

Fonte: Irene Santana (MTb 11.354/DF) – Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia