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Insumos agrícolas e sua importância!

Insumos agrícolas e sua importância!

Os insumos agrícolas cumprem um papel indispensável na agricultura melhorando a qualidade e produtividade na agricultura. Neste artigo vamos discutir a importância dos insumos e como atinge diretamente o agronegócio, além de aprender a diferenciação de Insumo e matéria prima.

Não fique de fora, acompanhe!

 

Insumos agrícolas e sua importância!

 

O que são insumos agrícolas?

Insumos agrícolas são os elementos necessários para a produção de certo produto ou algum tipo de serviço. São compostos por defensivos agrícolas, para o controle de pragas; fertilizantes para nutrir os solos e vegetais; e equipamentos e máquinas, para viabilizar o plantio e o cultivo.

Estes insumos são utilizados de duas maneiras distintas: como fatores de produção e como matéria-prima. Fatores de produção consistem no capital, lucro, jornada de trabalho, máquinas e equipamentos.

Já a matéria-prima representa a parte mais importante do produto e é utilizada com outros insumos durante o processo de produção.

 

Pós-graduação Gestão e Economia do Agronegócio

 

Importância dos insumos agrícolas para o agronegócio

A importância do uso de insumos agrícolas se dá a partir do investimento na tecnologia. A tecnologia avançada no setor do agronegócio possibilita uma forma mais econômica e sustentável dos insumos.

Com isso, é possível o controle da produtividade e crescimento em alta escala; maior lucratividade com a redução do uso de água, o combate a pragas e ervas daninhas; e então, melhor qualidade do solo fértil utilizado.

Embora os insumos agrícolas sejam utilizados em duas maneiras de produção, a agricultura orgânica e a agricultura tradicional, elas possuem particularidades e diferenças no modo de execução.

Agricultura tradicional: concentra-se no uso de tecnologia de adubos químicos, sintéticos e mecânicos. É um modelo de curto prazo, ou seja, prioriza a máxima produtividade animal e vegetal no menor período possível, com elevada eficiência no uso da terra.

Agricultura orgânica: concentra-se na utilização de diversas matérias-primas naturais para gerar produtos agrícolas.

 

Manejo Integrado de Plantas Daninhas

 

Ou seja, não utiliza produtos químicos industriais e segue um modelo de longo prazo, buscando a integração do meio rural e princípios de manejo e otimização para alcançar qualidade no produto.

Portanto, o uso de insumos agrícolas é importante independente de como for utilizado, e auxilia no resultado final da produção; seja no crescimento da produtividade ou na alta qualidade do produto.

 

Tipos de insumos agrícolas

Os insumos agrícolas podem ser divididos em mecânicos, biológicos ou químicos.

 

Insumos biológicos

Os insumos agrícolas biológicos se encaixam em todo composto orgânico utilizado na produção agrícola, como esterco animal, fertilizantes naturais, adubos, insetos como abelhas polinizadoras ou predadores de pragas, restos de colheitas antigas que se misturam ao sol, etc.

 

Insumos químicos

Os insumos químicos para o setor agrícola incluem materiais vindos de minerais e rochas, como o calcário. Esse processo segue a mesma lógica dos adubos químicos e defensivos agrícolas.

 

Insumos mecânicos

Os insumos agrícolas mecânicos são constituídos pelas máquinas, equipamentos, metodologias e implementos agrícolas, que também concentram as inovações tecnológicas. Alguns dos mais comuns são:

As máquinas e implementos agrícolas são grandes aliados nas rotinas rurais e na execução das tarefas, resultando em uma maior rapidez dos processos e rentabilidade.

 

O que são os implementos agrícolas?

Podemos dizer que a escolha do equipamento adequado traz resultados nos custos e tempo de operação. Em uma lista de insumos agrícolas caracterizados como implementos, podemos citar:

 

Arados

Os arados operam nas camadas mais superficiais do solo, onde a vegetação vai nascer e se desenvolver. O objetivo do arado que pode ser de disco ou de aiveca é trazer ao solo condições mais propícias de aeração, infiltração, armazenamento de água e homogeneização da fertilidade.

 

Subsolador

O subsolador é utilizado para quebrar camadas compactadas, geralmente de níveis mais baixos do solo, por conta da circulação contínua de máquinas pesadas na lavoura. Esse equipamento é bastante conhecido por ser empregado na cultura de cana.

Vale lembrar que o subsolador não soluciona o problema de compactação do solo, sendo uma medida temporária, além de ter custo operacional elevado, devido à exigência de tratores potentes e com grande consumo de combustível.

 

Grades aradoras e niveladoras

As grades aradoras realizam duas operações de uma vez só, a aração e a gradagem. O tipo de solo revolvido encontra-se em seu estágio inicial, aproximadamente a 15 cm da superfície.

A terra preparada com esse implemento, especialmente em casos de solos úmidos, apresenta descontinuidade. O chamado “pé de grade” é uma camada com 5 cm ou mais de espessura endurecida ou compactada.

 

Pulverizadores

O pulverizador é um dos tipos de implementos agrícolas mais importantes no mercado e está presente no processo durante todo o ciclo de plantio e colheita.

O uso de pulverizadores auto propelidos, opções de alta performance e que não permitem desacoplamento, tem sido cada vez mais comum. Os pulverizadores tratorizados, no entanto, ainda são amplamente utilizados.

 

Classificação dos insumos agrícolas

Os insumos são classificados em três tipos:

  • Natural: relacionado à matéria-prima;
  • Trabalho: relacionado à mão de obra;
  • Capital: relacionado ao investimento realizado no serviço ou no produto;

Em uma abordagem mais ampla, os insumos também podem ser subdivididos em diretos e indiretos. Nesta classificação, diretos são aqueles elementos que contribuem diretamente para a produção do produto ou realização do serviço, como a matéria-prima.

Os indiretos são aqueles que colaboram para que este processo seja possível, como a mão de obra, a energia elétrica, entre outros.

 

Diferença entre insumo e matéria-prima

Muitas vezes existe um equívoco de interpretação, aonde os produtos são classificados como de “uso e consumo”, quando, na verdade, representam materiais de utilização direta na produção. Abaixo temos uma breve explicação para facilitar a classificação.

 

Matéria-prima

Também conhecidos como materiais de utilização direta na produção, são aqueles imprescindíveis na produção de um determinado produto.

A matéria prima é o material que se agrega fisicamente ao produto que está sendo fabricado, tornando-se parte dele.

Exemplos:

  • Embalagens ou rótulos;
  • Se você for uma cerâmica: argila para produzir tijolos;
  • Caso você for da indústria moveleira: madeira para produzir móveis;
  • Se você é uma indústria têxtil: algodão para produzir tecido;
  • Se você for uma camisaria: tecido para produzir camiseta.

O material para uso e consumo refere-se ao que é usado nas atividades comerciais, operacionais ou administrativas da empresa, desde que não se agregue fisicamente ao que está sendo produzido.

Podemos citar como exemplo o café consumido no escritório, papéis, canetas, marca texto utilizados internamente pela equipe, ou, a graxa de alguma máquina da produção.

 

Insumo

O insumo pode ser visto como fator de produção (como máquinas) ou como matéria prima. É utilizado no processo de produção agregando ou não ao que está sendo produzido.

Como exemplo podemos citar a argila para produzir os tijolos e o próprio forno usado para queimar os tijolos, ou seja, a matéria prima (argila) é um insumo e, também, o forno que é um ativo imobilizado classifica-se como insumo.

Exemplos

  • Imagine uma indústria cerâmica de tijolos:
  • A argila para produzir os tijolos é uma matéria prima classificada como insumo;
  • A lenha utilizada no forno para queimar os tijolos é um material de uso e consumo classificado como insumo;
  • O próprio forno usado para queimar os tijolos é um ativo imobilizado classificado como insumo.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Portanto, como em qualquer outro segmento, a agricultura necessita produzir, armazenar e comercializar corretamente para que no final a produção alcance seus objetivos e gere o lucro esperado.

Os insumos agrícolas são parte essencial neste planejamento, porque compreendem os mecânicos (equipamentos e máquinas), os biológicos (elementos de origem vegetal ou animal, restos de culturas, estercos, sementes e mudas, microrganismos, algas, etc.) e por fim os minerais ou químicos (fertilizantes, pós de rocha, defensivos agrícolas).

Escrito por Michelly Moraes.

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Formigas cortadeiras: aprenda a controlar!

Formigas cortadeiras: aprenda a controlar!

Formigas cortadeiras: descubra as principais características e os diferentes tipos, além de conhecer os métodos de controle para evitar danos em sua cultura.

 

Formigas cortadeiras: aprenda a controlar!

 

As formigas cortadeiras, Attaspp. (saúvas) e Acromyrmexspp. (quenquéns), possuem ampla distribuição geográfica e são consideradas as principais pragas dos reflorestamentos no Brasil. Devido ao elevado número de colônias por área, ao grande número de indivíduos por colônia, a grande voracidade e a sua presença constante nos plantios florestais.

Tanto as saúvas (Atta spp.) quanto as quenquéns (Acromyrmex spp.) causam sérios danos às plantas devido ao corte de folhas, brotos e cachos.

A atividade das formigas é prejudicial em qualquer fase do ciclo das plantas, porém o dano é maior na fase de formação, quando paralisa temporariamente seu crescimento. E, por isso, temos de fazer controle das formigas. Para ajudar o agricultor neste controle.

 

Características das formigas cortadeiras

  • Sua coloração é castanha, mas pode variar mesmo sendo pertencente a mesma espécie e colônia;
  • São polimórficas;
  • Não possuem soldados;
  • Apresentam de quatro a cinco espinhos no mesossoma;
  • Os ninhos são feitos no solo, sendo alguns difíceis de serem observados, principalmente se não houver acúmulo de palha ao redor do orifício de saída das operárias;
  • Coletam folhas e outras partes vegetais, transportam para o interior do ninho para cultivar um fungo que servirá de alimento.

 

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Formigueiro das cortadeiras

Em um formigueiro adulto, ou seja, quando as saúvas que nele habitam estão com três anos de idade. Inicia-se o processo de multiplicação e seu primeiro sinal, visível aos olhos, é a revoada ou voo nupcial.

Mas, afinal, o que é a revoada? “Uma vez ao ano, geralmente, no início do período das chuvas, o formigueiro passa a produzir zangões e tanajuras.

Geralmente, após as primeiras chuvas, quando o sol volta, ocorre a revoada essas revoadas, normalmente, acontecem no período da tarde, com exceção das quem-quens, em que esse voo ocorre pela manhã.

 

Checklist agrícola

 

Tipos de operárias nos formigueiros das cortadeiras:

As soldadas, que acompanham as outras no trabalho e são as mais fortes para defender o formigueiro. Soldadas de saúvas são conhecidas como “cabeçudas”, que saem em grande número quando perturbamos um formigueiro forte.

As cortadeiras ou carregadeiras, que são as mais numerosas nos carreiros, responsáveis por cortar, carregar, limpar, abrir caminhos, escavar e ajudar na defesa da colônia, entre outras funções.

Já as jardineiras, que são as menores dentre as operárias. Têm a função principal de cultivar o alimento sobre as folhas trazidas pelas cortadeiras. Têm este nome porque trabalham nos “jardins de fungo”, realizando um trabalho muito delicado e importante para a colônia de cortadeiras.

 

Conhecendo diferentes formigas cortadeiras

Quanto a organização social de um formigueiro temos;

 

 A saúva

A rainha é uma tanajura que foi fecundada em vôo, pousou no solo, perdeu as asas, escavou a primeira panela e, assim fazendo, fundou um novo formigueiro.

O seu papel é o mais fundamental na colônia: somente ela põe os ovos dos quais nascem todas as outras, isto é, ela é a “mãe” do formigueiro.

Desta maneira a rainha controla o número de soldados, cortadeiras e jardineiras de cada estação. A rainha escolhe o local para a nova colônia e, sozinha inicia a escavação da primeira panela do formigueiro. A seta indica que a rainha perde definitivamente as asas.

 Além disso, a rainha que parece comandar todas as atividades do formigueiro, liberando diferentes hormônios que ajudam a organizar as tarefas principais.

 

Quenquéns

Quanto às quenquéns, levando em conta que a colônia é bem menor e menos populosa, a sua organização é basicamente a mesma que a das saúvas.

Dependendo da espécie, todas as operárias podem ser iguais ou então de vários tamanhos ou cores na mesma colônia, os reprodutores também são bem menores que nas saúvas.

As operárias colônia está pronta para iniciar as atividades fora do formigueiro inicia-se os cortes de plantas pelas operárias.

Um aspecto importante para o reconhecimento de algumas dessas quenquéns é a enorme quantidade de ciscos e palhas sobre as entradas dos formigueiros. Além disso, as quenquéns apresentam quatro ou mais espinhos nas “costas” (tórax).

 

Controle da formiga cortadeira                           

Acredita-se que alguns dos princípios da filosofia do manejo integrado de pragas não se aplicam para formigas cortadeiras de modo geral, pelas particularidades ecofisiológicas, comportamentais e reprodutivas destes insetos eusociais.

Um dos princípios básicos do MIP é a determinação da menor densidade populacional que causa prejuízo econômico, o nível de dano econômico, necessário para a tomada de decisão para adoção ou não de medidas de controle.

 

Controle de cultura

A utilização de culturas armadilhas, como gergelim, capim braquiarão, mamona ou batata-doce podem apresentar efeitos tóxicos ou repelirem as formigas cortadeiras é considerado um método cultural.

Essas culturas podem ser plantadas na borda das culturas principais, podendo servir também como alimento alternativo. A aração e gradagem do solo são considerados métodos de controle cultural por alguns autores.

 

Controle mecânico

Em sauveiros jovens (até 4 meses de idade), onde a rainha ainda está a poucos centímetros da superfície, um método simples e eficiente de se acabar com o sauveiro é a escavação e morte da rainha.

A aração do terreno antes do plantio funciona da mesma maneira, podendo matar a rainha. Porém, essas táticas não funcionam em sauveiros mais velhos.

Outro método, bastante antigo, utilizado é o de proteção das copas das árvores, que consiste em utilizar tiras cobertas de graxa ou vaselina amarradas no tronco das árvores.

Pode-se também utilizar gel adesivo ao redor do tronco ou anéis com água. Esses métodos visam evitar o acesso das formigas as folhas e são praticamente inviáveis em plantações extensas.

 

Controle químico

O uso de produtos químicos é o método mais eficaz para eliminar as formigas cortadeiras. Somente as colônias das saúvas muito jovens podem ser destruídas mecanicamente, por meio de escavação.

Entre as quenquéns, porém, o desafio está na descoberta do local dos ninhos. Se não encontrados, distribua a cada 6 metros, no máximo, iscas granuladas no ambiente.

A época mais adequada de controle de formigas é após a colheita de milho ou de soja, quando falta alimento e os ninhos de formigas são localizados com maior facilidade.

O intervalo entre a dessecação e o início de semeadura é também adequado para controle intensivo de formigas.

 

Isca granuladas

É muito importante usar iscas nos dias com maior atividade externa das formigas. As formigas desenvolvem intensa atividade de transporte e armazenagem de folhas e outras partes de plantas. Para alimentar os fungos no período até três dias antes de chuvas ou entrada de frentes frias.

  • O método possui alta eficiência, alto rendimento operacional.
  • Pode ser aplicado de forma sistemática.
  • São de baixa toxicidade, causando menor dano ao meio ambiente.
  • Agem exclusivamente por ingestão.
  • A distribuição do formicida dentro da colônia é feita pelas próprias formigas
  • Após 48 horas do carregamento da isca: 50% da população da colônia estará contaminada.
  • As iscas granuladas contêm um princípio ativo (clorpirifós, sulfluramida, fipronil, deltametrina, fenthium, fenitrothion e bifentrin).
  • E um produto atrativo: mistura de polpa cítrica, óleo de soja e inseticida.  São altamente atrativas para as formigas cortadeiras.

 

Aplicação

Para maior eficácia no controle de formigas a isca deve ser colocada após a dessecação, quando falta alimento e antes da emergência das plantas cultivadas. Por isso, deve-se concentrar o uso de formicidas granulados nos períodos entre safras.

As iscas devem ser colocadas na borda das trilhas de transporte de folhas e próximo aos “olheiros” de entrada do formigueiro. Nunca dentro ou sobre o olheiro de entrada do formigueiro. Deve-se tomar cuidado com o manuseio da iscas para evitar odores que as formigas poderiam rejeitar.

 

Pó seco

Os formicidas em pó são indicados para espécies de formigas cortadeiras que constroem seus ninhos mais rasos no solo, como são as quenquéns.

Isso porque ao aplicar o pó não se consegue atingir o interior das colônias muito profundas, o que torna o controle ineficaz.

  • Aplicados com o uso de polvilhadeiras manuais e motorizados.
  • Usar com clima seco e com baixa umidade relativa do ar.
  • Recomenda-se seu uso somente em sauveiros jovens e em quenquenzeiros de monte.
  • Principal limitação: pouca eficiência do uso de bombas manuais e a profundidade que funciona: até 2,5 m.
  • Os formicidas em pó devem ser bombeados de 5-10 x em cada olheiro
  • Podem causar problemas de refluxo pela “bucha de formigas” que entopem os canais
  • Mata as formigas por contato.

 

Líquido nebulizado

A termonebulização é eficiente no controle de formigueiros, inclusive aqueles de maior tamanho, quando feito nos momentos de intensa atividade das formigas e aplicado em diferentes pontos do ninho.

O uso de inseticidas nebulizados é antigo e foi adotado com substratos queimados em fumigadores e bombeado para dentro dos formigueiros com fole manual.

  • Bastante sucesso em locais com muita saúva
  • Sua ação é imediata, paralisando o formigueiro
  • Os custos, rendimento e eficiência do controle são variáveis
  • Deve-se observar: o grau de infestação; o sistema operacional; os produtos utilizados
  • Usa-se uma máquina motorizada
  • Transforma-se o produto inseticida em fumaça
  • A aplicação ocorre através de uma corrente de ar produzida também pela máquina, até a saturação do formigueiro.
  • Mata a formiga por contato.
  • É viável somente para saúva.

 

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Conclusão

Neste artigo vimos os diferentes tipos de formiga cortadeira e o quanto que elas podem prejudicar as culturas.

Com isso é de extrema importância que o agricultor faça monitoramento correto pois quanto mais cedo identificar melhor para realizar o diagnóstico correto, e assim realizar medidas de manejo para o controle em sua lavoura, onde poderá opinar para o melhor tipo de controle.

É importante ressaltar que em caso de dúvidas o ideal é procurar um o profissional da área para realizar a identificação correta.

Escrito por Michelly Moraes.

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Oídio: como manejá-lo em sua cultura?

Oídio: como manejá-lo em sua cultura?

O oídio é um dos grandes problemas encontrados na agricultura, com isso muitos agricultores buscam o melhor manejo para combatê-los. Neste artigo vamos abordar as principais culturas que sofrem ataque dos oídios e qual melhor manejo para cada uma delas.

Venha Comigo!

 

Oídio: como manejá-lo em sua cultura?

 

Oídio é um parasita obrigatório que só se desenvolve nos tecidos vivos e suscetíveis da planta hospedeira, eles apresentam um micélio superficial que extrai nutrientes da planta hospedeira através de hifas que penetram nas células da epiderme do hospedeiro por meio de órgãos de absorção chamados haustórios.

Desenvolve-se na parte aérea da planta, sendo caracterizado pela presença de uma fina camada de micélio e esporos (conídios) pulverulentos do fungo, que podem evoluir de pequenos pontos brancos para a cobertura total das partes infectadas, impedindo a fotossíntese e provocando queda prematura das folhas, nas quais, a coloração branca do fungo pode se alterar para castanho acinzentada e, nas hastes, podem ocorrer rachaduras e cicatrizes superficiais.

O oídio é transmitido rapidamente com o vento e através de insetos vetores, como pulgões. Ele pode atingir diversas culturas, entre essas, as mais comumente afetadas são as soja, tomateiro, trigo, feijoeiro entre outras culturas.

 

Condições favoráveis ao ataque de oídio

O oídio ocorre em condição de umidade alta, sob clima frio ou quente, mas também pode ocorrer em condição seca sob clima quente.

Essa variedade de condições pode ser explicada pelo fato dos esporos serem liberados, germinarem e causarem infecção, mesmo quando a umidade relativa do ar é baixa, sem filme de água sobre a folha. Iniciada a infecção, o micélio continua a desenvolver-se sobre a superfície da planta, independente das condições de umidade na atmosfera.

A temperatura desempenha um papel maior no desenvolvimento da doença do que a umidade. A fonte inicial de inóculo mais provável é o micélio, que sobrevive durante o inverno nas gemas.

De maneira geral, os oídio se desenvolvem muito bem em condições de elevada umidade relativa e na faixa de temperatura compreendida entre 18 e 22 ºC.

 

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Oídio na cultura de trigo

O oídio do trigo é uma doença de ocorrência frequente nas lavouras de trigo estando presente em todos os locais onde cultivares suscetíveis são cultivados. Também denominada de cinza do trigo, pode causar danos de até 62%.

As condições climáticas, onde predominam temperaturas altas e precipitações pluviais frequentes, favorecem o desenvolvimento do oídio na cultura do trigo podendo ser responsáveis por perdas elevadas no rendimento e na qualidade dos grãos.

Se agitar as plantas doentes, você pode observar a liberação de um pó branco, que são estruturas do fungo.

 

Manejo no trigo

O vento é o principal agente de disseminação da doença, que ao atingirem a planta de trigo, conseguem germinar, infectar e colonizar o tecido foliar. Por isso é importante o importância do monitoramento, para que a doença não se espalhe. Algumas alternativa para reduzir os impactos da doença são;

 

Tratamento químico: 

Embora não seja veiculado pela semente, o fungo pode ser controlado, em cultivares vulneráveis, pelo tratamento de sementes com o triadimenol.

O controle químico do oídio de trigo em cultivares suscetíveis é mais econômico via tratamento de sementes do que por meio de aplicação de fungicidas nos órgãos aéreos.

Em planta adulta, o monitoramento da doença deve ser semanal, a partir do afilhamento, determinando-se a porcentagem de plantas com sintomas da doença. A primeira aplicação deve ocorrer quando o nível de doença atingir o limiar de ação.

 

Semeadura

 As Semeaduras mais precoces também são capazes de diminuir os danos da doença, pois as plântulas ficam expostas a menores quantidades de inóculo, justamente em estádio de desenvolvimento de maior vulnerabilidade.

 

Oídio na cultura da soja

O oídio na cultura da soja é causado pelo fungo Microsphaera difusa, o agente causal do oídio na soja é um fungo ascomiceto obrigatório que tem sua sobrevivência dependente de plantas vivas do hospedeiro.

Os danos de oídio na soja são bastante variáveis entre as safras e entre regiões. Regiões que apresentam condições mais favoráveis e que os níveis de severidade são maiores são aquelas onde os danos reportados são maiores.

Em algumas regiões, devido as baixas severidades, o oídio acaba tendo uma importância secundária na soja.

 

Manejo na soja

Uma das formas de prevenção da doença é evitar o plantio de cultivares suscetíveis em épocas favoráveis à sua ocorrência, como semeaduras tardias ou safrinha, além de cultivos irrigados de inverno.

Sendo assim, a existência de cultivares com resistência genética ao oídio forneceria maior segurança e menores riscos de cultivo.

 

Uso de cultivares resistentes

O uso de cultivares resistentes é reconhecido como a prática de manejo mais eficiente para esta doença. Porém, diversas cultivares que eram resistentes tornaram-se suscetíveis, demonstrando a variabilidade do fungo.

Entretanto, não havendo disponibilidade de cultivares com essas características, ou no caso de quebra da resistência de uma cultivar, pode-se pensar em tratamento químico com fungicidas recomendados.

 

Controle químico com fungicidas

Controle químico é o método mais empregado. Fungicidas sistêmicos são os mais eficientes e recomendados, apresentando os melhores resultados.

O tratamento deve ser iniciado ao se constatar os primeiros sintomas. Fungicidas de contato à base de enxofre apresentam-se eficientes. Usar produtos registrados para as culturas.

 

Tudo o que você precisa saber sobre a mosca branca (Bemisia tabaci)

 

Oídio na cultura do feijoeiro

Oídio do feijoeiro, causado pelo fungo Oidium sp, pode afetar toda a parte aérea, causam perdas tanto na quantidade como na qualidade do produto. A doença pode atacar ramos e vagens, tornando estas malformadas e menores.

 

Manejo no feijoeiro

O manejo do oídio no feijoeiro é o mesmo realizado na cultura da soja, métodos como o Uso de cultivares resistente e Controle químico com fungicida.

 

Oídio na cultura do tomateiro

Oídio no tomateiro numa ampla faixa de temperatura, que pode variar de 10o C a 35o C. A doença ocorre em verões e invernos secos.

 Assim, a temperatura não é fator ambiental limitante à doença, que é favorecida por umidades baixas, menor que 60%. A curta e média distâncias, a disseminação ocorre principalmente pelo vento.

O oídio pode ser causado por O. neolycipersi, conhecido como Oídio adaxial, onde se localiza na superfície superior e inferior das folhas evidenciado a aparência de um pó branco e fino na folhagem. Tanto folhas novas quanto velhas são atacadas.

Quando a doença é causada pelo O. haolophylli ou seja Oídio abaxial, a massa pulverulenta normalmente não é tão facilmente observada. Neste caso formam-se manchas amareladas nas folhas, que evoluem para necrose.

 

Manejo no tomateiro

Controle Químico

A medida mais eficiente de controle tem sido o emprego de fungicidas aplicados preventivamente ou após o aparecimento dos primeiros sintomas.

 

Diferença entre oídio e míldio

O oídio e o míldio podem se confundir em relação aos sintomas semelhantes, algumas diferenças dessas principais doenças são:

  • Oídio tem seu maior desenvolvimento fora da planta diferentemente do míldio que se desenvolve no interior das plantas;
  • Os oídios apresentam sintomas na parte superior e inferior das folhas já os míldios se encontra mais na face inferior das folhas;
  • Os oídios é causados por fungos já os míldios por omiceto;

O recomendado em caso de dúvidas procure um especialista da área para melhores recomendações.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Neste artigo vimos o sintomas do oídio em diferentes culturas e o quanto podem afetar sua produtividade. Com isso é de extrema importância que o agricultor faça monitoramento pois quanto mais cedo identificar a doença melhor para realizar o diagnóstico correto e assim realizar medidas de manejo para o controle em sua lavoura.

É importante ressaltar que em caso de dúvidas o ideal é procurar um o profissional da área para realizar a identificação correta.

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Mosca branca: conhecendo o inimigo!

Mosca branca: conhecendo o inimigo!

A mosca branca é encontrada nas principais regiões agrícolas do mundo e é de grande importância por causar grandes perdas na produtividade em diversas culturas.

Esse inseto é altamente polífago e pode causar danos diretos às plantas, através da sucção de seiva, ou indiretos pela transmissão de viroses.

Neste artigo vamos aprender um pouco mais a respeito dessa importante praga.

Vem Comigo!

 

Mosca branca: conhecendo o inimigo!

 

O panorama da mosca branca

A mosca branca são insetos sugadores de seiva e têm como principal gênero Bemisia, e desse gênero Bemisia tabacci é a espécie mais importante e mais dispersa pelo mundo.

São descritos mais de 40 biótipos de B. tabaci, sendo, no Brasil, predominante o biótipo B.

A mosca branca, é um inseto polífago que tem causado perdas severas aos produtores de diversas culturas.

 

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Esse inseto possui mais de 750 plantas hospedeiros, como como feijão, soja, algodão, tomate, pimentão, batata e plantas ornamentais.

O plantio sucessivo de culturas hospedeiras e plantas daninhas presentes na área de cultivo tem facilitado a expansão dessa praga, principalmente nas regiões mais produtivas do Brasil.

Nos últimos anos foi registrado surtos dessa praga em praticamente todo o território nacional, tornando a praga de maior crescimento no Brasil.

A incidência da mosca branca é bem elevada no centro oeste, devido as condições climáticas adequadas ao desenvolvimento da praga e por ter uma agricultura com cultivos hospedeiros de forma contínua.

As principais culturas atacadas entre os anos de 2012 a 2016 foram a cultura da  soja, do algodão, do feijão, do tomate e da batata.

A mosca branca pode chegar a gerar perdas superiores a 50% em plantios de tomate. Já na cultura do algodão, esse inseto prejudica a comercialização da fibra, pois ao ingerir a seiva a mosca secreta uma substância que altera a composição dela.

 

Ciclo de vida

O ciclo de vida da B. tabaci pode durar entre 25 e 50 dias, dependendo das condições ambientais, sendo a temperatura e a umidade os fatores determinantes.

O ciclo biológico da mosca branca é dividido nas fases adulto, ovo, 3 instar da ninfa e pulpa.

Os adultos possuem de 1 a 2 mm de comprimento, sendo a fêmea um pouco maior que o macho. Apresentam coloração amarelo-pálido, aparelho bucal tipo sugador e dois pares de asas membranosas que são recobertas por uma substância pulverulenta de cor branca.

 

Tudo o que você precisa saber sobre a mosca branca (Bemisia tabaci)

 

Cada fêmea tem capacidade de fazer a postura de 100 a 300 ovos, durante todo seu ciclo de vida. Esses ovos são colocados na face abaxial das folhas jovens.

Os ovos apresentam aproximadamente 0,2 mm e um formato de periforme. A fase de ovo pode durar de 5 a 7 dias, quando começa a eclosão das ninfas.

A ninfa de 1º instar se locomove, por alguns minutos, até se fixarem nas folhas para succionar a seiva da planta.

Posteriormente, as ninfas passam por 3 instares imóveis. Sendo o último instar chamado de pulpa e, enfim, os adultos.

 

Danos

Devido à sua característica polífaga, alta capacidade reprodutiva e desenvolvimento de resistência a alguns inseticidas. Este inseto tem causado danos altamente significativos à agricultura.

Os danos causados pela mosca branca podem ser classificados como diretos ou indiretos.

Os danos diretos da mosca branca são causados pelas ninfas e adultos. Através da sucção de seiva e injeção de toxinas, quando se alimentam.

Esses danos podem causar alterações no desenvolvimento vegetativo e reprodutivos da planta, diminuindo à produção.

Como dano indireto, pode-se ocorrer a formação de fumagina sobre as folhas. B. tabacci secreta um líquido açucarado que favorece o crescimento de fungos formadores de fumagina. O que acarreta a perda de área fotossintética das folhas, prejudicando a produção.

No entanto, o dano indireto mais preocupante causado por essa praga é a transmissão de várias viroses.

Sabe- se que cerca de 120 espécies de vírus podem ser transmitidos por B. tabaci. Representando um grave problema fitossanitário em várias culturas agrícolas.

Entre estes estão o vírus do mosaico dourado do feijoeiro, o vírus do mosaico anão e o vírus do mosaico crespo em soja, o vírus do mosaico comum do algodoeiro e geminivírus em tomateiro, pimentão e batata.

 

Como controlar a mosca branca

Para o eficiente controle da mosca branca, diferentes práticas e estratégias podem ser adotadas pelo produtor.

Portanto, para o sucesso no manejo da mosca branca, é necessário o reconhecimento da praga associado à adoção do manejo integrado de pragas (MIP). E algumas práticas importantes do manejo integrado de mosca branca são:

 

Monitoramento da mosca branca

O monitoramento das lavouras é essencial para tomada de decisão de controle. Pois o controle pode ser mais eficaz quando feito no início da infestação.

Como a mosca branca pode ocorrer durante todo o ciclo da cultura. O monitoramento deve ser feito desde a emergência até o final do ciclo.

Esse monitoramento pode ser realizado por meio de inspeções e/ou o uso de armadilhas adesivas de coloração amarela.

 

Controle cultural

Medidas de controle cultural podem ser adotadas. Desde a escolha da área para plantio, como durante a condução da cultura.

Algumas dessas medidas são:

  • Evitar o plantio em locais com culturas vizinhas hospedeiras e com infestação da praga.
  • Destruição de plantas daninhas e restos culturais,
  • Rotação de culturas com o cultivo de espécies não hospedeiras da praga,
  • Uso de variedades resistentes, à mosca branca e/ou vírus que a ela é capaz de transmitir.

 

Controle biológico

Bem como para outras pragas o controle biológico tem evoluído para mosca branca. Há uma grande variedade de inimigos naturais da B. tabacci, como predadores, parasitoides e entomopatógenos.

Como exemplo de inimigos naturais importantes no controle da mosca branca podemos citar o parasitoide de ninfas Encarsia formosa, o ácaro predador Ambliseius tamatavensis e fungos entomopatogênicos do gênero Lecanicillium.

No entanto, na prática, o mais utilizado no controle biológico da mosca branca é o fungo entomopatogênico Beauveria bassiana.

Ministério da Agricultura e Abastecimento estão registrados cerca de 20 produtos comerciais a base desse entomopatógeno para o controle de B. tabaci.

 

Controle químico

O controle químico tem sido o método de controle mais utilizado. No entanto, seu uso necessita de cuidados para prevenir riscos com resistência.

A rotação de produtos de grupos químicos e modo de ação diferentes deve ser adotado para evitar a evolução da resistência.

Para o controle da mosca branca existem 11 grupos químicos de modo de ação diferentes que podem ser utilizados na rotação de produtos e misturas.

Outras práticas como, momento de aplicação, doses, misturas e número de aplicações também são importantes para evitar a evolução da resistência.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

A mosca branca, Bemisia tabaci é uma praga que tem causado perdas cada vez maiores em diversas culturas de interesse econômico.

Além de causar danos diretos, também é vetor de vários vírus causadores de doenças em plantas.

O uso do manejo integrado de pragas, MIP, para o controle da mosca branca é de extrema importância como forma de integração e para evitar resistência à inseticidas.

Escrito por Pollyane Hermenegildo.

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Inseticidas: o uso e as técnicas corretas na agricultura!

Inseticidas: o uso e as técnicas corretas na agricultura!

Você sabe a importância dos inseticidas na agricultura? Neste artigo você irá encontrar tudo sobre o tema, além de conhecer algumas técnicas para o uso correto dos inseticidas agrícola.

Venha Comigo!

 

Inseticidas: o uso e as técnicas corretas na agricultura!

 

Os inseticidas são os defensivos agrícolas, que atuam na prevenção e controle de insetos e pragas, responsáveis por grande perda nas lavouras. Além de reduzir na produtividade, dependendo da intensidade da infestação e danos causados, os insetos podem matar a lavoura. Os inseticidas são substâncias químicas ou biológicas e são usados para controlar doenças e plantas daninhas que afetam as culturas.

Os principais modos de ação dos inseticidas são por contato direto do produto no alvo ou a ingestão de folhas que contenham o princípio ativo. Além disso, os produtos podem ser considerados fisiológicos ou de choque.

O uso excessivo dos produtos e a má utilização no manejo pode provocar contaminação tanto na produção agrícola quanto de mananciais próximos a área de aplicação. Devido a esses riscos existe uma fiscalização do órgão público com as empresas de defensivos agrícolas.

 

Pós-graduação Fitossanidade

 

Modo de ação dos inseticidas

Existem várias formas do inseticida afetar a praga. Os principais modos de ação, são por contato direto do produto no alvo ou a ingestão de folhas que contenham o princípio ativo.

 

Mecanismo de transferência do produto.

Modo de ação dos inseticidas

 

  • Ingestão: É absorvido pelo intestino médio, circula na hemolinfa e atinge o sistema nervoso. Inseticidas mais antigos possuíam este tipo de ação;
  • Contato: Sua ação se dá pelo contato com o corpo do inseto, penetrando na epicutícula e sendo conduzido através do tegumento, onde irá atuar sobre as terminações nervosas. Pode matar insetos-praga pelo simples contato com superfícies atingidas pelo inseticida;
  • Fumigação: O inseticida age pelas vias respiratórias, devendo ser inalado na forma de gás pelo inseto. O gás penetra através dos espiráculos e age sobre o sistema nervoso.
  • Profundidade: Inseticida capaz de atingir insetos através do tecido vegetal (ação translaminar), como sob uma folha ou dentro de um fruto;
  • Sistêmico: É aquele inseticida que, aplicado sobre folhas, troncos, ramos, raízes e sementes é capaz de ser absorvido e circular com a seiva para todas as partes da planta.

 

Grupos de inseticidas

Os inseticidas são comumente classificados de acordo com sua composição química. Como por exemplo;

 

Organoclorados

Constituem o grupo pioneiro dos praguicidas sintéticos. De largo uso agrícola e domiciliar, os organoclorados desempenharam papel marcante no combate a organismos nocivos ao homem, com repercussões sociais e econômicas importantes.

Beneficiado tanto o setor agrícola no sentido de aumentar a produtividade e produção de alimentos, estas moléculas matavam não somente os organismos alvo como também insetos neutros ou até mesmo benéficos ao homem.

As principais vias de absorção são as dérmicas, digestiva e respiratória, e devido a sua alta estabilidade química e alta solubilidade em gorduras, se acumula nos tecidos de animais e vegetais, e, por conseguinte na cadeia alimentar.

Também possuem alta estabilidade à ação da luz solar e temperatura ambiente. Assim, chegaram a contaminar também o homem. Sendo diversos casos de câncer atribuídos a este grupo de inseticidas.

 

Organofosforados

Os organofosforados podem ser utilizados para combater insetos sugadores, desfolhadores e alguns rizófagos. O modo de ação pode ser sistêmico ou de fumigação, mas a ação de contato é a mais importante. São biodegradáveis, com persistência curta no solo.

São biodegradáveis, sendo, portanto sua persistência curta no solo, 1 a 3 meses. O principal meio de degradação no ambiente parece ser a hidrólise sob condições de alcalinidade. Muitos inseticidas organofosforados são instáveis em pH menor que 2, sendo a maioria mais estável na faixa de pH do ambiente (pH 3-6).

É importante que estes compostos sejam estáveis em pH neutro, por causa de suas formulações em óleos concentrados, solventes miscíveis em água, grânulos inertes, para aplicação direta ou após dispersão em água.

O modo de ação é por contato e ingestão. Agem como inibidores das enzimas colinesterases, causando o aumento dos impulsos nervosos, assim podendo ocasionar a morte.

 

Carbamatos

Os carbamatos são derivados do ácido carbâmico, e tendem a ser de uso intradomiciliar em relação aos organofosforados, devido ao menor odor de algumas formulações inseticidas.

São praguicidas orgânicos derivados do ácido carbâmico. Três classes de carbamatos são conhecidos: carbamatos inseticidas (e nematicidas), carbamatos herbicidas e carbamatos fungicidas. Os carbamatos usados como inseticidas (e nematicidas) são derivados do éster de ácido carbâmico.

Com modo de ação semelhante aos organofosforados, ou seja, a inibição da enzima acetilcolinesterase, os carbamatos possuem as seguintes características:

  • Alta atividade inseticida;
  • Baixa ação residual;

 

Tecnologias que agregam qualidade à pulverização

 

Piretróides

Os piretróides foram descobertos a partir de estudos que procuravam modificar a estrutura química das piretrinas naturais, e, uma vez que apresentavam maior capacidade letal para os insetos, propriedades físicas e químicas muitos superiores, maior estabilidade à luz e calor e menor volatilidade.

Os piretróides possuem alta eficiência, sendo necessário menores quantidades de ingrediente ativo, com menor risco de contaminação nas aplicações. Com isso, foram tomando rapidamente o lugar dos organofosforados.

Outra vantagem destes praguicidas é que eles admitem a sinergia, ou seja, a potencialização de sua ação através da adição de um ingrediente sinergista, aumentando ainda mais a eficiência.

São os compostos de mais rápida ação na interferência da transmissão de impulsos nervosos. Podem possuir efeito repelente, espantando os insetos ao invés de eliminá-los.

 

Reguladores de Crescimento

Os produtos inibem e troca da ecdise e a produção de quitina, inibindo o desenvolvimento dos insetos estas combinações ainda estão limitadas por apresentarem ação lenta agindo em fases restritas do ciclo de vida dos insetos muitas vezes, não protegendo as culturas quando em níveis críticos do ataque.

Entretanto existe existem benefícios grandiosos que reforçam as qualidades, como:

  • Alta eficiência biológica;
  • Baixo nível de toxicidade para mamíferos, pássaros e peixes;
  • Seletividade para a fauna benéfica.

Vale ressaltar que nem sempre este tipo de praga causa danos significativos à plantação em alguns casos, os insetos benéficos podem ser até mesmo utilizados para fazer o controle biológico de outras pragas na lavoura. Porém, é necessário acompanhar atentamente para ter a dimensão do impacto dos insetos na produção.

 

Bioinseticidas – Bacillus thuringiensis

É utilizada no controle lepidópteros e coleópteros pragas, seja na forma de bioinseticida ou como plantas transformadas expressando toxinas esta bactéria.

Esta bactéria está presente em amostras de solos de áreas cultivadas com culturas anuais ou perenes, áreas desérticas, ambientes aquáticos, superfície e interior de plantas, restos vegetais, insetos e pequenos mamíferos mortos, teias de aranha, grãos armazenados e locais inabitados

Devido à sua adaptação a diferentes habitats, Bt produz uma grande gama de substâncias que podem ser utilizadas para diversos fins, como por exemplo, controle de doenças fúngicas em plantas.

 

Aplicação dos inseticidas

Na prática, antes de se tomar qualquer decisão, deve-se ter em mente três questões relativas à tecnologia de aplicação: o que aplicar (qualidade do produto), como aplicar (qualidade da aplicação) e quando aplicar (momento da aplicação).

Para se definir o que aplicar, antes se tem que fazer uma análise correta do problema a controlar e qual impacto econômico e ambiental que esse problema poderá causar, se não for devidamente controlado.

Uma vez definido que é necessário fazer uma intervenção, qual o melhor produto a ser aplicado e onde esse produto deve ser depositado, ou seja, qual alvo deverá ser atingido.

É necessário bom planejamento antes do plantio, para que tudo possa ser executado no momento necessário e de forma correta.

APLICAÇÃO DO INSETICIDA

(Fonte: AGROPÓS, 2020)

 

O sucesso de uma aplicação depende da capacidade operacional da fazenda, ou seja os equipamentos disponíveis devem permitir aplicar os defensivos de forma correta e no momento necessário.

 

Uso inadequado de inseticidas

Prejuízo à saúde humana

A saúde das pessoas também pode ser colocada em risco pelo uso de inseticidas. Pois para aplicação desses defensivos e necessário o traje de roupas adequados, para que não haja uma contaminação. Além do excesso de agrotóxicos nas plantas comestíveis pode acarretar em diversos problemas de saúde.

 

Resistência das pragas

O uso excessivo ou inadequado de inseticidas na lavoura pode ter como consequência o efeito contrário do desejado. Em vez de aniquilar as pragas que prejudicam a plantação, o inseticida acaba fortalecendo os parasitas.

Esse problema pode ocorrer por uma série de motivos. Entre os principais, podemos citar os seguintes como por exemplo aplicação de doses acima ou abaixo das recomendadas pelo fabricante ou até mesmo erro no manejo.

Prejuízo à cultura

A aplicação de inseticidas deve, necessariamente, seguir normas que garantam a proteção do meio ambiente. Caso contrário, os prejuízos podem ser muito grandes. Isso pode estar relacionado à quantidade ou à forma de aplicação e prejudicar diversos aspectos do meio ambiente como;

  • Poluição do solo
  • Poluição da água
  • Desequilíbrio Biológico

 

Manejo integrado de pragas (MIP)

O uso das técnicas de Manejo Integrado de Pragas garante mais economia para os agricultores, que passam a gastar muito menos com defensivos agrícolas. Com uma programação baseada na análise de dados e no monitoramento das plantações, é possível reduzir o número de aplicações e ainda minimizar os estragos.

Dessa maneira, os trabalhadores também são menos expostos a esses produtos, diminuindo os riscos à saúde decorrentes da manipulação desse tipo de material. Paralelamente, o MIP ajuda na manutenção do ambiente de produção e reduz as chances de contaminação ambiental.

Outra vantagem é o baixo investimento para a realização desse manejo e, claro, a estabilidade dos índices de produtividade da lavoura.

Além disso, essas práticas podem ser implementadas em propriedades de qualquer tamanho. Porém, é preciso lembrar que os profissionais devem ser capacitados para executar o monitoramento, as análises e as aplicações de maneira segura e objetiva.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Portanto, os inseticidas agrícolas são os grandes responsáveis pelo controle de pragas nas lavouras e consequentemente pela qualidade dos alimentos. Porém, deve haver muito cuidado na hora de se utilizar esses recursos na plantação. Isso porque, se forem usados de forma inadequada, podem gerar consequências para os trabalhadores, para a lavoura, para o consumidor e até mesmo para o meio ambiente.

Com isso o manejo integrado pragas (MIP) é possível a aplicação de técnicas apropriadas e métodos de forma tão compatível quanto possível e mantém a população da praga em níveis abaixo daqueles capazes de causar danos econômicos.

 

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