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Sivanto Prime: Descubra tudo sobre esse produto

Sivanto Prime: Descubra tudo sobre esse produto

sivanto bula

Detalhes do Produto: fonte Bayer

 

Sivanto Prime 200 HF

A Bayer lançou o Sivanto Prime 200SL, (Bula do Produto) que, de acordo com a empresa, possui grande eficiência no combate ao bicho mineiro do café, praga que pode reduzir a produtividade entre 30% e 40%. Quem mais sofre com esse inseto praga é a variedade arábica, espécie mais produzida no Brasil. Além desse inseto praga o produto também é eficaz contra vários outros, veja:

sivanto bula - Pragas

De acordo com estudos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o bicho mineiro se instala nas folhas dos cafeeiros, deixando um buraco e uma cor de ferrugem na superfície. Um ataque desse inseto causa uma considerável perda de folhas, que ficam desidratadas, secas e fracas, trazendo enormes prejuízos para os cafeicultores. Estudos comprovaram que a capacidade produtiva do cafeeiro pode ser reduzida em até 80%, conforme a região, a época e a intensidade da ação do inseto.

https://materiais.agropos.com.br/checklist-software-agricola

Fábio Maia, gerente de Marketing da Bayer para Frutas e Vegetais, Café, Citrus e Tabaco, explica que o princípio ativo de Sivanto possui um modo de ação diferenciado, pois age dentro do sistema nervoso do inseto. “Não existe nenhum produto no mercado com esta tecnologia. Outro diferencial é que ele pode ser pulverizado tanto no solo quanto na folha, único do mercado com esta característica, facilitando o manejo do cultivo”.

A Bayer afirma que seguindo as recomendações do engenheiro agrônomo e constantes em bula para a sua aplicação, “o produto não oferece risco ao meio ambiente e insetos benéficos, isto é, aos inimigos naturais do cultivo, como joaninhas e vespas, que fazem a predação natural no café”, pontua o executivo. Além de proteger o café o mesmo produto pode ser utilizado em diversas culturas, veja:

sivanto

Culturas que podem ser utilizadas

Antes do produto chegar ao campo, a empresa acompanhou seus resultados em 50 áreas demonstrativas nas regiões do Cerrado Mineiro, Mogiana e Alta Paulista. “Obtivemos resultados expressivos quando o Sivanto foi aplicado na planta. Se compararmos o manejo sem o inseticida, tínhamos 17% de folhas com minas vivas, que, depois da aplicação de Sivanto, identificamos a redução de quase 100% dessas minas”, comemora Maia.

MODO DE APLICAÇÃO DO SIVANTO:

O volume de calda pode variar de acordo com o estádio de desenvolvimento da cultura.

Preparo de Calda:

Para o preparo da calda, deve-se utilizar água de boa qualidade, livre de coloides em suspensão (terra, argila ou matéria orgânica), a presença destes pode reduzir a eficácia do produto;

O equipamento de pulverização a ser utilizado para a aplicação do SIVANTO PRIME 200 SL deve estar limpo de resíduos de outro defensivo.

Preencher o tanque do pulverizador com água até a metade de sua capacidade, inserir a dose recomendada do SIVANTO PRIME 200 SL, acrescentar óleo metilado de soja na proporção recomendada para o cultivo/alvo, completar a capacidade do reservatório do pulverizador com água, mantendo sempre o sistema em agitação e retorno ligado durante todo o processo de preparo e pulverização para manter homogênea a calda de pulverização. Prepare apenas a quantidade de calda necessária para completar o tanque de aplicação, pulverizando logo após sua preparação.

Na ocorrência de algum imprevisto que interrompa a agitação da calda, agitá-la vigorosamente antes de reiniciar a aplicação.

 

Equipamento de aplicação:

Equipamentos Costais (manuais ou motorizados):

Utilizar pulverizador costal dotado de ponta de pulverização do tipo leque (jato plano), calibrando de forma a proporcionar perfeita cobertura com tamanho de gota média a grossa e direcionando para o alvo desejado. Observar para que não ocorram sobreposições nem deriva por movimentos não planejados pelo operador.

Aplicação via drench (esguicho/jato dirigido): esta modalidade pode ser utilizada após o transplantio de mudas. Aplicar o produto diluído em água na forma de jato dirigido planta a planta (esguicho) através de pulverizador manual, motorizado ou tratorizado, de forma que o produto atinja o caule e escorra até o solo, utilizando o volume de calda de 15 mL/planta ou 50 ml/planta para a cultura do café, e a dose recomendada por hectare do produto.

https://agropos.com.br/pos-graduacao-em-avancos-no-manejo-integrado-de-pragas/

Pulverizadores de Barra:

Utilizar pulverizadores tratorizados de barra ou autopropelidos, com pontas de pulverização hidráulicas, adotando o espaçamento entre pontas e altura da barra com relação ao alvo recomendados pelo fabricante das pontas. Certificar-se que a altura da barra é a mesma com relação ao alvo em toda sua extensão, devendo esta altura ser adequada ao estagio de desenvolvimento da cultura de forma a permitir uma perfeita cobertura das plantas.

O equipamento deve ser regulado e calibrado de forma a produzir espectro de gotas médias a grossas.

Hidropneumáticos (Turbo-atomizadores):

Utilizar pulverizador tratorizado montado, semimontado ou de arrasto, dotado de ponta do tipo cone vazio com espaçamento entre pontas determinado pelo fabricante. As pontas devem ser direcionadas para o alvo de acordo com cada cultura, as pontas superiores e inferiores podem ser desligados para que não seja feita a pulverização no solo ou acima do topo da cultura, além do emprego de pontas com perfil de gotas variando entre grossa e muito grossa nas posições superiores, a fim de evitar a perda dessas gotas por deriva. A regulagem do ventilador deve oferecer energia suficiente para que as gotas sejam impulsionadas para o interior do dossel da cultura, conferindo a melhor cobertura no interior da estrutura da planta.

O equipamento deve ser regulado e calibrado de forma a produzir espectro de gotas médias a grossas.

 

Aplicação aérea do sivanto: a aplicação aérea deve ser feita apenas nas culturas de algodão e citros.

Para aplicação aérea utilizar bicos rotativos ou barras equipadas com bicos hidráulicos de acordo com a vazão calculada ou recomendada pelo fabricante dos mesmos, devendo ser considerado o tamanho do orifício dos bicos, o ângulo de inclinação (em graus), a pressão (PSI) e a velocidade de voo (km/h), que permita a liberação e deposição de uma densidade mínima de 70 gotas/cm² e uma cobertura de pulverização uniforme, adotando classe de gotas que variam de média a grossa. Recomenda-se o volume de 30-50 L/ha de calda, altura média de voo de 3 metros da copa das plantas alvo e largura de faixa de deposição efetiva de 15-18 metros (de acordo com a aeronave utilizada).

  • Utilize bicos e pressão adequados para produzir uma cobertura de pulverização uniforme com tamanhos de gotas de média a grossa;
  • Condições diferentes das ideais devem ser avaliadas pelo técnico responsável pela aplicação.
  • Não aplicar este produto utilizando sistema eletrostático.
  • Para a aplicação aérea, a distância entre os bicos na barra não deve exceder 75% do comprimento do diâmetro do rotor (ou envergadura), preferencialmente utilizar 65% do comprimento do diâmetro do rotor (ou envergadura) no limite da
  • Não aplicar em uma distancia menor que 40 m (quarenta metros) da divisa com áreas não alvo próximas à aplicação, onde podem existir plantas em florescimento, apiários, meliponários ou habitats de abelhas

 

Volume de calda Tamanho de gotas Cobertura mínima Altura de voo Faixa de aplicação Distribuição das pontas
30 – 50 L/ha Média – Grossa 70 gotas/cm² 3 metros 15 – 18 metros 65%

 

Condições meteorológicas para pulverização:

 

Temperatura Umidade do ar Velocidade do vento
menor que 30°C maior que 55% entre 3 e 10km/h

 

Recomendações gerais para evitar deriva:

  • Não permita que a deriva proveniente da aplicação atinja culturas vizinhas, áreas habitadas, leitos de rios e outras fontes de água, criações e áreas de preservação
  • Siga as restrições existentes na legislação
  • O potencial de deriva é determinado pela interação de muitos fatores relativos ao equipamento de pulverização (independente dos equipamentos utilizados para a pulverização, o tamanho das gotas é um dos fatores mais importantes para evitar a deriva) e ao clima (velocidade do vento, umidade e temperatura).
  • O aplicador deve considerar todos estes fatores quando da decisão de Evitar a deriva é responsabilidade do aplicador.

 

Diâmetro das gotas:

  • A melhor estratégia de gerenciamento de deriva é aplicar com o maior diâmetro de gotas possível para dar uma boa cobertura e controle, ou seja, de média a
  • A presença nas proximidades de culturas para as quais o produto não esteja registrado, condições climáticas, estádio de desenvolvimento da cultura, entre outros devem ser considerados como fatores que podem afetar o gerenciamento da deriva e cobertura da planta. Aplicando-se gotas de diâmetro maior reduz-se o potencial de deriva, mas não previne se as aplicações forem feitas de maneira imprópria ou sob condições desfavoráveis.

Ebook -Pulverização

Técnicas gerais para o controle do diâmetro de gotas:

  • Volume: use bicos de maior vazão para aplicar o maior volume de calda possível considerando suas necessidades práticas. Bicos com vazão maior produzem gotas
  • Pressão: use a menor pressão indicada para o bico. Pressões maiores reduzem o diâmetro de gotas e não melhoram a penetração através das folhas da cultura. Quando maiores volumes forem necessários, use bicos de vazão maior ao invés de aumentar a pressão.
  • Tipo de bico: use o modelo de bico apropriado para o tipo de aplicação desejada. Para a maioria dos bicos, ângulos de aplicação maiores produzem gotas maiores. Considere o uso de bicos de baixa
  • O equipamento de aplicação deve estar em perfeitas condições de funcionamento, isento de desgaste e vazamentos.

 

Temperatura e Umidade:

  • Em condições de clima quente e seco regule o equipamento para produzir gotas maiores a fim de evitar a evaporação.

 

Inversão térmica:

  • O potencial de deriva é alto durante uma inversão térmica. Inversões térmicas diminuem o movimento vertical do ar, formando uma nuvem de pequenas gotas suspensas que permanecem perto do solo e com movimento lateral. Inversões térmicas são caracterizadas pela elevação da temperatura com relação à altitude e são comuns em noites com poucas nuvens e pouco ou nenhum vento. Elas começam a ser formadas ao por do sol e frequentemente continuam ate a manhã seguinte. Sua presença pode ser identificada pela neblina no nível do solo. No entanto, se não houver neblina as inversões térmicas podem ser identificadas pelo movimento da fumaça originária de uma fonte no solo. A formação de uma nuvem de fumaça em camadas e com movimento lateral indica a presença de uma inversão térmica; enquanto que se a fumaça for rapidamente dispersa e com movimento ascendente, há indicação de um bom movimento vertical de

 

INTERVALO DE REENTRADA DE PESSOAS NAS ÁREAS TRATADAS:

Não entre na área em que o produto foi aplicado antes da secagem completa da calda (no mínimo 24 horas após a aplicação). Caso necessite entrar antes desse período, utilize os equipamentos de proteção individual (EPIs) recomendados para o uso durante a aplicação.

 

LIMITAÇÕES DE USO DE SIVANTO

Os usos do produto estão restritos aos indicados no rótulo e bula.

Quando este produto for utilizado nas doses recomendadas, não causará danos às culturas indicadas.

Não faça mistura de tanque com fungicidas do grupo azol (FRAC grupo 3) quando for aplicar o produto durante o período de florescimento.

Os limites máximos e tolerâncias de resíduos para as culturas tratadas com este produto podem não ter sido estabelecidas em nível internacional ou podem divergir em outros países, em relação aos valores estabelecidos no Brasil. Para culturas de exportação verifique estas informações previamente à utilização deste produto.

Este produto deve ser utilizado em total conformidade com as recomendações de uso contidas nesta bula.

É de inteira responsabilidade do usuário do produto a verificação prévia destas informações, sendo ele o único responsável pela decisão da exportação das culturas tratadas com este produto. Caso tenha alguma dúvida, consulte seu exportador, importador ou a Bayer S.A. antes de aplicar este produto.

É recomendada a manutenção do registro de todas as atividades de campo (caderno de campo), especialmente para culturas de exportação.

 

RECOMENDAÇÕES PARA O MANEJO DA RESISTÊNCIA A INSETICIDAS DE SIVANTO

A resistência de pragas a agrotóxicos ou qualquer outro agente de controle pode tornar-se um problema econômico, ou seja, fracassos no controle da praga podem ser observados devido à resistência. O inseticida SIVANTO PRIME 200 SL pertence ao grupo 4D (moduladores competitivos de receptores nicotínicos da acetilcolina – Butenolide), Flupiradifurona, e o uso repetido deste inseticida ou de outro produto do mesmo grupo pode aumentar o risco de desenvolvimento de populações resistentes em algumas culturas.

Para manter a eficácia e longevidade do SIVANTO PRIME 200 SL como uma ferramenta útil de manejo de pragas agrícolas, é necessário seguir as seguintes estratégias que podem prevenir, retardar ou reverter a evolução da resistência:

Adotar as práticas de manejo a inseticidas, tais como:

  • Rotacionar produtos com mecanismo de ação distinto do Grupo 4D. Sempre rotacionar com produtos demecanismo de ação efetivos para a praga
  • Usar SIVANTO PRIME 200 SL ou outro produto do mesmo grupo químico somente dentro de um “intervalode aplicação” (janelas) de cerca de 30
  • Aplicações sucessivas de SIVANTO PRIME 200 SL podem ser feitas desde que o período residual total do“intervalo de aplicações” não exceda o período de uma geração da praga-alvo.
  • Seguir as recomendações de bula quanto ao número máximo de aplicações No caso específicodo SIVANTO PRIME 200 SL, o período total de exposição (número de dias) a inseticidas do grupo químico dos Butenolides não deve exceder 50% do ciclo da cultura ou 50% do número total de aplicações recomendadas na bula.
  • Respeitar o intervalo de aplicação para a reutilização do SIVANTO PRIME 200 SL ou outros produtos doGrupo 4D (Flupiradifurona) quando for necessário;
  • Sempre que possível, realizar as aplicações direcionadas às fases mais suscetíveis das pragas a seremcontroladas;
  • Utilizar as recomendações e da modalidade de aplicação de acordo com a bula do produto;
  • Sempre consultar um Engenheiro Agrônomo para o direcionamento das principais estratégias regionaispara o manejo de resistência e para a orientação técnica na aplicação de inseticidas;
  • Informações sobre possíveis casos de resistência em insetos e ácaros devem ser encaminhados para oIRAC-BR (www.irac-br.org.br), ou para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (www.agricultura.gov.br).

 

Fonte: BAYER

Defesa sanitária do Acre está em alerta

Defesa sanitária do Acre está em alerta

Fiscais fazem barreiras na fronteira com a Bolívia e Peru para tentar impedir a entrada de um fungo. A doença atinge o cacau e o cupuaçu.

A defesa sanitária do Acre está em alerta. Fiscais fazem barreiras na fronteira com a Bolívia e Peru para tentar impedir que um fungo perigoso entre no país.

São 6.395 quilômetros de fronteira entre o Brasil, o Peru e a Bolívia. E toda esta área está em situação de alerta fitossanitário por conta da ameaça da monilíase do cacaueiro. Uma doença causada pelo fungo Moniliophthora roreri, que ainda não foi registrado no Brasil. Mas o órgão responsável pela defesa agropecuária da Bolívia confirmou uma área contaminada no departamento de Pando, a apenas 55 quilômetros de Brasileia, no Acre.

“Como nós temos poucos plantios de cacau, o problema vai ser maior no cupuaçu, já que essa doença ataca os plantios de cacau e também do cupuaçu e aqueles que existem na natureza”, diz Pedro Arruda Campos, coordenador de identificação de pragas -Idaf/AC (Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre)

O principal sintoma da doença é uma lesão escura na casca do fruto com formação de grande quantidade de um pó esbranquiçado que se desprende facilmente. “A monilíase é tão perigosa para a cultura do cacau e do cupuaçu porque ela ataca diretamente o fruto. É a parte comercial dessa planta. Ela causa sintomas que danificam o fruto. Pode causar prejuízos de 50% a 100% ao produtor”, diz Ligiane Amorim, engenheira agrônoma do Idaf/AC (Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre).

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Assista
Videoaula: Diagnose de Doenças Florestais – Prof. Acelino Alfenas
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Doença pode chegar ao Brasil
Seu Francisco Ocivaldo produz cacau e cupuaçu em Senador Guiomard, em uma área de dois hectares e meio. Nunca tinha ouvido falar da doença, até uma equipe do Idaf – Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre, visitar a propriedade. A inspeção na lavoura mostrou que está tudo bem.

“Mas essa observação dos frutos é importante, porque na hora que aparecer um sintoma parecido a gente precisa vir checar”, diz Ligiane Amorim, engenheira agrônoma do Idaf/AC.

A disseminação natural da praga pode se dar pelo vento, chuva ou córregos. Daí a preocupação por estar tão próximo do território brasileiro. Além das visitas nas áreas rurais, a fiscalização foi intensificadas também nas barreiras próximas as regiões de fronteira. Aqui as cargas são vistoriadas e os motoristas recebem orientações sobre a doença.

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Avanços no Manejo Integrado de Pragas em Culturas Agrícolas e Florestais
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“Como uma forma de inibir mesmo a entrada desse produto. Se entrar, chega aqui, a gente vai, infelizmente, é sequestrar esse produto e dar fim nele. Tocar fogo, enterrar, fazer alguma coisa”, diz Pedro Arruda Campos, coordenador de Identificação de Pragas do Idaf/AC.

Se a vigilância sanitária ou os agricultores encontrarem frutos doentes, eles precisam ser eliminados porque ainda não existe nenhum produto aprovado para combater a doença no Brasil.

Veja a reportagem:

Fonte: Globo Rural

Tecnologias para auxiliar no controle dos efeitos nocivos da broca-do-café

Tecnologias para auxiliar no controle dos efeitos nocivos da broca-do-café

Tecnologias para auxiliar no controle dos efeitos nocivos da broca-do-café

Adoção de boas práticas agrícolas e de gestão da propriedade rural também são fundamentais para o controle do Hypothenemus hampei

Florada de café | Foto: Kátia Braga / reprodução do site da Embrapa

A broca-do-café (Hypothenemus hampei) foi identificada no Brasil em 1922, quando o café constituía a principal fonte de receita das exportações brasileiras. Nesse ano, um produtor rural notificou o Instituto Agronômico – IAC, do Estado de São Paulo, sobre a ocorrência da praga em seus cafeeiros. Em 1924, a gravidade da situação dos cafezais de São Paulo levou o governo estadual a instituir uma comissão científica para promover uma campanha de combate e controle da broca-do-café (1924-1929). A despeito desse esforço, a partir da década de 60, a broca-do-café tornou-se uma das principais pragas e está presente ainda hoje nas lavouras de cafés em várias regiões produtoras.

A broca-do-café é um pequeno besouro (coleóptero) de cor escura brilhante, cuja fêmea quando fecundada perfura o fruto do café, normalmente na região da coroa do fruto, na qual faz uma galeria no seu interior para postura de ovos, dos quais surgem as larvas que se alimentam das sementes (grãos de café). Os principais danos causados pela praga, em geral, são a queda prematura dos frutos nos estádios de chumbinho a verde aquoso, o que prejudica a produção de sementes, e ainda reduz o peso dos grãos e diminui substancialmente o rendimento das lavouras.

Evoluindo no tempo, com a expansão da cafeicultura para outras regiões do País, a incidência da praga aumentou devido a práticas como o cultivo de cafezais mais adensados ou sombreados e uso da irrigação, o que propicia a praga sobreviver durante a entressafra no interior dos frutos úmidos remanescentes da colheita e, também, nos frutos que permanecem nas plantas e sobre o solo. Outro fator que tem contribuído para o ataque dessa praga é a ausência de defensivos mais eficientes para o seu controle. Informações sobre ingredientes ativos e produtos existentes podem ser consultadas no Portal do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – Mapa, no Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários (AGROFIT).

Em síntese, medidas recomendadas para controle do Hypothenemus hampei baseiam-se principalmente na adoção de práticas que visam a redução das condições favoráveis à proliferação do inseto, tais como: colheita bem-feita; derriça de todos os frutos da planta, se possível com repasse; podas, quando necessárias; redução de áreas de sombra; e eliminação de lavouras com café abandonadas. Além disso, a condição de lavouras abertas, arejadas, com boa penetração de luz diminui a umidade interna na lavoura, reduzindo as condições favoráveis à proliferação da broca.

No âmbito do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café, instituições de pesquisa, ensino e extensão possuem um conjunto de publicações e recomendações técnicas que podem auxiliar os produtores de café a controlarem e mitigarem os efeitos dessa praga nas diferentes regiões produtoras de café do País. Tais publicações estão disponíveis na íntegra no site do Observatório do Café. A seguir apresentamos um sumário de cada uma delas para estimular os interessados as lerem e acessarem cada artigo técnico-científico postado na íntegra.

EPAMIG – Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais – A publicação Controle alternativo de pragas do cafeeiro apresenta as principais características de produtos alternativos, como a calda sulfocálcica e extratos de semente de nim que, ao serem aplicados nas lavouras, conforme as recomendações técnicas dessa publicação, têm-se destacado no controle da broca, cuja eficiência foi comprovada e apresentada em trabalhos de pesquisa realizados em laboratório e em campo. Além disso, a simplicidade de uso desses produtos, o custo reduzido, e por serem aceitos pela maioria das certificadoras de café orgânico, podem também ser utilizados no controle alternativo dessa praga.

EPAMIG – Outro artigo objeto de divulgação, intitulado Cafeicultor: saiba como monitorar e controlar a broca-do-café com eficiência, apresenta uma planilha na qual deverá ser anotada a incidência do inseto em 6 pontos de 30 plantas por talhão (preferencialmente, talhões de 5 a 6 ha), que  foram estrategicamente definidos na metodologia utilizada na pesquisa, de tal maneira que essas anotações possibilitam a avaliação do percentual de infestação da praga, que, se estiver em nível considerado crítico, segundo os padrões técnicos da pesquisa, os cafeicultores deverão implementar medidas para o manejo e controle da broca.

EMATER – MG – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais – O folheto constante da Série Tecnológica Cafeicultura Controle Alternativo da Broca do Cafeeiro apresenta uma armadilha desenvolvida pelo Instituto Agronômico do Paraná – IAPAR que visa promover o controle da broca do cafeeiro. Essa armadilha constitui-se basicamente de uma garrafa pet na qual são colocados um frasco com um atrativo para a broca e o líquido no qual ela é capturada.

IAPAR – Essa armadilha, citada anteriormente, desenvolvida pelo Instituto Agronômico do Paraná, constante do folheto divulgado pela EMATER MG, intitulado Nova armadilha IAPAR para o manejo da broca-do-café, ensina o passo a passo sobre como construir um artefato prático (armadilha) para realizar o monitoramento e a captura da broca-do-café (Hypothenemus hampei). Esse artefato constitui-se basicamente de uma garrafa pet, conforme mencionado, na qual são colocados no seu interior um atrativo para a broca, cujo líquido para sua captura, na forma de isca, inclui metanol e álcool etílico, além de café torrado e moído para atrair o inseto no interior da garrafa pet. Leia esse folheto e constate como é simples e prático a construção e a utilização dessa armadilha.

INCAPER – Instituto Capixaba de Pesquisa Extensão Rural e Assistência Técnica – O livro Café Conilon – Técnicas de Produção com Variedades Melhoradas tem o objetivo principal de disponibilizar recomendações técnicas de produção de café conilon, visando proporcionar condições para que as variedades melhoradas expressem, de forma viável, o máximo das suas potencialidades e características. Para tal, são abordados os seguintes assuntos: variedades melhoradas, mudas e condução de viveiros, escolha e preparo da área, espaçamento e densidade de plantio, plantio em linha, calagem e adubação, poda de produção e desbrota, conservação do solo, controle de ervas daninhas, pragas e doenças, irrigação, colheita, controle cultural e secagem, processamento e armazenamento. Dessa forma, esse conjunto de tecnologias e de boas práticas agrícolas e de gestão da propriedade rural, se bem empregadas, possibilitará aos cafeicultores também promoverem o controle e a mitigação dos efeitos nocivos da broca-do-café na lavoura.

INCAPER – Em outro livro dessa instituição, Técnicas de Produção de Café Arábica – Renovação e Revigoramento das Lavouras no Estado do Espírito Santo, são descritas as principais tecnologias para renovação, revigoramento e produção de arábica no Espírito Santo com sustentabilidade, abordando os seguintes aspectos: escolha de área, cultivares indicadas, espaçamento e plantio, calagem e adubação, conservação do solo, controle de plantas daninhas, podas de produção e revigoramento, controle de pragas e doenças, colheita, secagem, processamento, beneficiamento e qualidade, além de considerações sobre irrigação, café orgânico e produção de sementes, que também auxiliam no controle da praga.

Em complemento com essas informações técnicas sumarizadas, esse livro do INCAPER enfatiza e reforça que a praga é muito influenciada pelos fatores climáticos, e que sua incidência deve ser monitorada por meio de amostragens periódicas, principalmente na época em que os insetos-adultos se deslocam dos frutos caídos no chão ou ainda estão aderidos às plantas de café remanescentes da safra anterior. A maior população do inseto ocorre em locais mais fechados, ou seja, talhões mais adensados e plantados em locais baixos que têm mais possibilidade de serem infestados. Dessa forma, a intervenção com controle químico deve ser realizada quando o nível populacional atingir de 3% a 5% de frutos infestados com insetos vivos. E, conclui, que a melhor forma de controle da praga é a redução de sua população inicial por meio da colheita bem-feita e do repasse dos frutos remanescentes no chão ou nas plantas do cafeeiro.

Fundação Procafé – Por meio dos Boletins de Avisos Fitossanitários emite informações técnicas sobre temperaturas, volume de chuvas, percentual de enfolhamento, balanço hídrico comparado com a média histórica da região, crescimento vegetativo, incidência de doenças e pragas, entre essas a broca (Hypothenemus hampei). Dessa maneira, com base nesses dados, o cafeicultor poderá racionalizar o uso de defensivos diminuindo e, assim, as aplicações preventivas de agrotóxicos permitirão redução dos custos de produção e, consequentemente, aumento da rentabilidade das lavouras. E, ainda, tais informações técnicas obviamente contribuíram para um melhor controle e mitigação dessa praga.

UFLA – Universidade Federal de Lavras – A revista científica Coffee Science (vol.11, n.2, 2016) publicou, entre vários, o artigo Adaptação de técnicas de criação da broca-do-café [Hypothenemus hampei (Ferrari) com o objetivo de avaliar técnicas de criação da broca-do-café, utilizando diferentes fontes de alimento natural, formas de assepsia e armazenamento. Foi avaliado o número de descendentes produzidos com o café arábica em coco, café arábica pergaminho e café robusta em coco. Acesse o link e leia na íntegra esse artigo.

UFLA – Outro artigo da Coffee Science (Vol.10, n.3, 2015),  Toxicidade do óleo de mamona à broca-do-café [Hypothenemus hampei (FERRARI) (COLEOPTERA: CURCULIONIDAE: SCOLYTINAE)], demonstra que o óleo extraído da semente da mamoneira tem demonstrado ser muito promissor no controle de insetos-praga. Nessa pesquisa avaliou-se a eficiência do óleo de duas cultivares de mamona, sob duas formas de aplicação, e em sete concentrações para o controle de Hypothenemus hampei. Também o link para ler o artigo.

UFV – Universidade Federal de Viçosa – Possui o SBICafé (Sistema de Informação do Café) disponível site da UFV e acessível pelo Observatório do Café, Sistema que constitui-se num repositório temático do conhecimento científico e tecnológico, contendo teses e dissertações de mestrado e doutorado; palestras, artigos e demais trabalhos apresentados nos Simpósios de Pesquisa dos Cafés do Brasil e nos Congressos Brasileiros de Pesquisas Cafeeiras. Tem por objetivo unificar e facilitar o acesso à produção científica das instituições consorciadas, contribuindo para a transferência de tecnologias, produtos e serviços ao setor produtivo e agroindustrial do café, para todos os segmentos da cadeia, além de professores, pesquisadores e extensionistas. Para ter acesso gratuito a esse repositório temático do conhecimento científico e tecnológico da cafeicultura clique no link http://www.sbicafe.ufv.br/. Referido SBiCafé tem publicações técnico-científico do controle e mitigação da broca-do-café, como exemplo, citamos o Controle químico da broca-do-café com cyantraniliprole e Mineração de dados espectrais para modelagem de ocorrência da broca do café.

Embrapa Rondônia – No livro intitulado ‘Amazônia’, a broca-do-café também foi abordada como sendo a principal praga do cafeeiro na região, em virtude de a maioria das lavouras da Região Amazônica cultivarem a espécie de café robusta (C. canephora), a qual é preferencialmente atacada pelo inseto Hypothenemus hampei. Nessa publicação são apresentados métodos de monitoramento e controle da broca nas lavouras infestadas, que consistem basicamente na determinação das características biológicas do inseto, grau de infestação, emprego de controle químico ou biológico natural e, ainda, o controle cultural, por meio do qual se permite fazer a colheita de forma criteriosa, evitando deixar frutos remanescentes, e um repasse na lavoura, se necessário, para evitar a sobrevivência da praga nos frutos da próxima safra. Acesse gratuitamente esse livro aqui.

 

Conheça a história do broca-do-café no Brasil acessando a publicação “A campanha contra a broca do café em São Paulo” (1924-1929) por meio do link: http://www.scielo.br/pdf/hcsm/v13n4/09.pdf

Saiba mais sobre o controle e mitigação da broca-do-café consultando no Observatório do Café no item intitulado “Consorciadas dispõem de tecnologias para monitoramento e controle da broca-do-café”.

Confira todas as análises e notícias divulgadas pelo Observatório do Café no link abaixo:

http://www.consorciopesquisacafe.com.br/index.php/imprensa/noticias

Acesse Publicações sobre café e portfólio de tecnologias do Consórcio Pesquisa Café

http://www.consorciopesquisacafe.com.br/index.php/publicacoes/637

Fonte: Embrapa Café | Lucas Tadeu Ferreira | Anísio José Diniz

Pragas do café: as principais pragas no contexto do MIP.

Pragas do café: as principais pragas no contexto do MIP.

Pragas do café: as principais pragas no contexto do MIP.

No Brasil, o café tem uma importância muito grande na história do país. O café foi a nossa maior riqueza por muito tempo, proporcionando um rápido desenvolvimento do país e propiciando a vinda de imigrantes, o surgimento de várias cidades, a construção de redes ferroviárias para o transporte da produção, e finalmente, a consolidação da expansão da classe média e de seus movimentos culturais.

O Brasil além de ser o maior produtor mundial de café, com colheita de 40 milhões de sacas/ano, é também o maior exportador mundial e o segundo maior consumidor, perdendo a primeira posição apenas para os Estados Unidos da América. No Brasil, as duas principais espécies de café cultivadas são o café arábica (Coffea arabica) e o café robusta (Coffea robusta), sendo o Brasil o maior exportador mundial de café arábica e o segundo maior exportador de café robusta.

A planta de café é uma planta perene C3 que possui ramos laterais primários longos e flexíveis contendo também ramos secundários e terciários. Seus ramos podem ser divididos em ramos ortotrópicos, que crescem verticalmente e os ramos plagiotrópicos que crescem horizontalmente e são os ramos que originaram as flores e consequentemente os frutos de café.

A fenologia de desenvolvimento de uma planta de café é de 2 anos, passando por 6 fases desenvolvimento. A primeira é a de vegetação da planta e formação das gemas vegetativas, com duração aproximada de 7 meses. A segunda fase é caracterizada pela indução do crescimento e dormência das gemas florais, com duração aproximada de 5 meses. A terceira consiste da formação das flores e dos frutos de café no tamanho de chumbinhos, e leva em torno de 4 meses para desenvolver. A quarta fase se caracteriza pela granação dos frutos e dura em torno de 3 meses. Na quinta fase ocorre a maturação dos frutos e leva em torno de 3 meses; e por último ocorre a sexta fase que compreende a senescência dos ramos que representa a “auto-poda” da planta e possui a duração média de 2 meses.

Inúmeras são as pragas do café de importância econômica encontradas atacando a cultura no campo. Podem prejudicar o desenvolvimento e a produção das plantas e devem ser constantemente monitoradas no campo, para que sejam adotadas as medidas de controle a fim de que o nível de dano econômico das pragas seja respeitado.

ALGUMAS PRAGAS DO CAFÉ QUE POSSUEM IMPORTÂNCIA ECONÔMICAS: 

Broca-do-café – Hypothenemus hampei (Coleoptera: Scolitidae)

A broca-do-café é uma das pragas do café bastante prejudicial ao cafeeiro e ataca os frutos em qualquer estádio de maturação. As infestações da broca-do-café podem ser influenciadas por diversos fatores, tais como o clima, a colheita, o sombreamento, o espaçamento e a altitude. Níveis a partir de 30% de infestação são prejudiciais a produtividade e qualidade do café. Os machos da broca-do-café apresentam as mesmas características morfológicas das fêmeas, porem são menores com asas rudimentares e possuem o comportamento de não saírem dos frutos onde se originam. As fêmeas, após o acasalamento, perfuram a região da coroa, ovipositam em câmaras feitas nas sementes. Após 4 a 10 dias da postura, nascem as larvas passam a broquear as sementes degradando o interior dos frutos de café. O período larval é de 14 dias, o período de pupa é de 7 dias em média, sendo que o desenvolvimento completo dura de 27 a 30 dias. Os prejuízos causados pela broca-do-café afetam a classificação e beneficiamento do mesmo, comprometendo a bebida do ponto de vista comercial.

A forma mais adequada para acompanhar a infestação da broca-do-café e para a tomada de decisão dos métodos de controle a serem utilizados é fazer a amostragem mensal dessa praga do café, no cafezal principalmente no período de novembro até cerca de 70 dias antes da colheita. Outra sugestão é iniciar a amostragem quando os frutos estiverem na fase de chumbo e chumbões, período em que as sementes já estão formadas e, portanto, fase em que a broca perfura o fruto, podendo ovipositar no fruto.

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Bicho-mineiro – Perileucoptera coffeella (Lepidoptera: Lyonetiidae)

A mariposa do bicho-mineiroé uma das pragas do café que é bem pequena, apresentando 6,5 mm de envergadura, asas brancas na parte dorsal. Sua postura ocorre durante a noite, com média de 7 ovos, colocando um ovo por folha, e durante o dia permanece na parte inferior das folhas. Nas infestações, a lagarta penetra na folha e aloja-se entre as duas epidermes, começando a alimentar-se e a construir minas, daí o nome bicho-mineiro. A ocorrência do bicho-mineiro está condicionada a diversos fatores. Entre esses fatores destacam-se as condições climáticas, sendo que a precipitação pluvial e a umidade relativa do ar influenciam negativamente na população da praga, ao contrário da temperatura, que exerce influência positiva; também a presença ou ausência de inimigos naturais como parasitoides, predadores e patógenos e diferenças de espaçamentos favorecem às infestações dessa praga do café. A larva do bicho-mineiro eclode de 5 a 21 dias após a postura, e penetram nas folhas ficando entre as duas epidermes, causando a destruição do parênquima, consequentemente causam diminuição da área fotossintética e provocam queda das folhas. O período larval desta praga do café dura de 9 a 40 dias, formando um casulo em forma de X, no baixeiro do cafeeiro. Já o período de pupa dura de 5 a 26 dias e os adultos sobrevivem em média cerca de 15 dias.

A amostragem de bicho-mineiro em cafeeiros de até 3 anos de idade deve ser realizada quinzenalmente no início quando os primeiros danos aparecem nas folhas e neste caso, o controle do bicho-mineiro deve ser iniciado quando for encontrado 30% ou mais de folhas minadas nos terços médio e superior das plantas de café.

Ácaro vermelho – Oligonychus ilicis (Acari: Tetranychidae)

Em condições de seca, com estiagem prolongada, o ácaro vermelho é uma das pragas do café que encontra condições ideais ao seu desenvolvimento. O ataque do ácaro vermelho ocorre em reboleiras e, em casos graves, pode se espalhar para toda a plantação de café. O ataque dos ácaros é mais sério nas áreas mais ensolaradas, com manchas de solo mais secas e próximas as estradas, já nas áreas mais sombreadas ou arborizadas o ataque é bem menor. As fêmeas dos ácaros medem cerca 0,5mm de comprimento com pernas e terço do corpo alaranjada. Os ovos são de coloração vermelho intenso, brilhante e esférico. O ciclo do ácaro-vermelho-do-cafeeiro é de 11 a 17 dias. Ele vive na parte superior das folhas do cafeeiro, que ficam recobertas por pequenas quantidades de teia.

Frequentemente observa-se aumento da infestação de ácaro vermelho associado a aplicação de piretróides sintéticos para combater o bicho-mineiro, bem como ao uso de fungicidas cúpricos para combater a ferrugem-do-cafeeiro. Esses agrotóxicos desequilibram e promovem o aumento da população do ácaro vermelho.

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Cigarrinhas (Hemiptera: Cicadellidae)

As cigarrinhas são insetos sugadores que se alimentam em vasos do xilema de uma vasta gama de plantas hospedeiras e pertencem às famílias Cicadellidae, Cercopidae e Cicadidae. As cigarrinhas possuem tamanho e coloração variado, sendo que as fêmeas colocam ovos recobertos por uma camada de cera branca. Inúmeras são as espécies que possuem condições de se alimentar nas plantas de café, porém pouco trabalho de levantamento populacional de cigarrinhas foi realizado até o momento. No entanto, recentemente foi apresentado uma lista de 141 espécimes de cigarrinhas coletadas em plantações de café.

As cigarrinhas são insetos importantes porque além de sugarem a seiva das plantas, elas também podem transmitir a bactéria Xylella fastidiosa para plantas de café, citros, e ameixa sendo “Atrofia dos Ramos do Cafeeiro” (ARC), “Clorose Variegada dos Citros” (CVC), e “Escaldadura das Folhas da Ameixeira” (EFA) respectivamente, o nome das doenças.

Inúmeras são as cigarrinhas vetoras de X. fastidiosa, no entanto, em citros destacam-se as espécies Dilobopterus costalimai, Oncometopia facialis, Acrogonia terminalis, Bucephalogonia xanthophis, Plesiommata corniculata, Ferrariana trivittata, Macugonalia leucomelas, Parathona gratiosa, Sonesimia grossa, Acrogonia virescens e Homalodisca ignorata. Já para as plantas de café, somente foi comprovada a transmissão da bactéria X. fastidiosa pelas espécies D. costalimai, O. facialis, B. xanthophis e H. ignorata.

A cigarrinha B. xanthophi tem importância especial porque é muito encontrada em pomares em formação e, provavelmente, é a maior responsável pela transmissão da CVC para mudas cítricas e também é constantemente encontrada em cafezais. Esta cigarrinha também encontra-se presente em plantas invasoras do pomar. Os ovos são translúcidos e depositados em pares. O adulto mede, no máximo, 0,5 cm de comprimento, é de coloração esverdeada e a terminação de suas asas é transparente.

 

Amostragem das Cigarrinhas

 

A amostragem das cigarrinhas pode ser realizada através da utilização da rede de varredura, succionador motorizado, amardilha de Malaise e armadilha adesiva amarela. Entretanto, a armadilha adesiva amarela, além de ser mais prática, por ficar no campo até 15 dias, também nos mostra dados de flutuação populacional das cigarrinhas na área.

O MIP é essencialmente um sistema de apoio de tomada de decisões no controle de pragas do café, considerando os impactos ecológicos, econômicos e sociais. O sucesso do MIP depende da conscientização dos produtores agrícolas, dos consumidores, dos pesquisadores e até mesmo da indústria de agrotóxicos, sobre a necessidade de reduzir o impacto ambiental da produção de alimentos e procurar alternativas compatíveis com as características ecológicas e econômicas locais.

Portanto, a identificação das pragas do café e o seu monitoramento no campo em conjunto com dados sobre a fenologia e desenvolvimento da planta, e da presença de inimigos naturais presente em determinada área devem ser levados em consideração para a tomada de decisão sobre o sistema integrado de medidas de controle (físico, químico, mecânico, biológico, genético e cultural) a ser utilizado. O MIP não é apenas a adoção de várias técnicas para controlar pragas, mas a utilização de uma forma harmoniosa dos métodos de controle específicos para cada cultura e/ou inseto a fim de manter a densidade populacional de uma determinada praga abaixo do nível de dano econômico.

Por Simone de Souza Prado, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente, Jaguariúna, SP | Joáz Dorneles Junior, eng. agrônomo, estudante de mestrado em Proteção de Plantas da Unesp, Botucatu, SP.

Publicado originalmente em Embrapa Meio Ambiente.

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